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opinião

Sônia Puxian: "Dinheiro? Quem não quer..."

Jornalista, membro da Associação Brasileira de Negócios e Profissionais de Campo Grande

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Pois é! O poder que o dinheiro exerce sobre as pessoas é assustador. Quase tudo é movido por ele: negócios, pagamentos de mensalidades de escola, universidade, seguro de carro, viagens, alimento, energia, combustível, impostos, funcionários de indústrias, mercadorias do comércio, construção, campanha política e por aí vai. Não é pouca coisa, não; e, pra ir mais além, até na relação entre pessoas ele aparece com força total.

Quem já não foi julgado, indiretamente, claro, pela roupa que veste, o carro que usa e o quanto gasta quando vai às compras ou no barzinho? Isso é só o começo pra se ter uma base do poder que o dinheiro exerce em qualquer situação. Ele une pessoas, separa pessoas; une sócios, separa sócios; une políticos, separa políticos; une casais, separa casais... Ugh!

A grande verdade é que todos estão à busca da moeda e nem sempre se dão por satisfeitos quando ela aparece, afinal, está sempre faltando. Na verdade, às vezes, não é que falte, mas é que as contas a pagar superam o valor do ganho, e aí, lá vem diferença.

Agora tem uma “cláusula” que deve ser aberta quando o assunto é dinheiro: “Enquanto ele vem suado para muitos, ele vem fácil para poucos!”. Pois é! Isso quer dizer que esse grande objeto de desejo “flui em abundância” numa pequena classe social: a política, e isso já está mais do que provado, por meio de tantas notícias que a mídia tem veiculado, entre elas, a Operação Lava Jato, que deflagrou tantas irregularidades.

E, diante de tantas “Operações” para desvendar o mistério de tantos desvios, a sociedade se vê diante de uma saciedade que não tem fim: muitos políticos, muito dinheiro, muito desvio, muitos candidatos à espera de ser o “próximo candidato a ter mais dinheiro...”. E muito trabalho para desvendar todos os desvios e envolvidos.

Pra completar, vale ressaltar que o dinheiro traz três tipos de preocupação: a primeira é saber o que fazer com ele; a segunda é entender o que não fazer com ele e a terceira é provar que não se tem tanto dinheiro, ou melhor: “Como esconder o dinheiro”. Viu só? Quem falou que é fácil! À primeira vista, parece simples, mas não é. Tem tanta gente se esforçando para esconder a moeda, que o mundo está ficando sem cofres... Aliás, tem também o dinheiro que “viaja” e atravessa fronteiras e países para encontrar novo lar e dormir escondidinho, faz parte da “Operação Leva a Jato”. Ops! Brincadeirinha, é só pra descontrair (risos)...

E, pra reforçar, anote aí o que diz o livro “Os Segredos da Mente Milionária”, de T. Harv Eker: “Enriquecer não diz respeito somente a ficar rico em termos financeiros. É mais do que isso: trata-se da pessoa que você se torna, do ponto de vista do caráter e mentalmente, para alcançar esse objetivo. Vou lhe contar um segredo que pouca gente conhece: a maneira mais rápida de ficar e permanecer rico é trabalhar no seu próprio desenvolvimento”. Anotou? “Trabalhar no seu próprio desenvolvimento”.

Tudo tem início na mente, e os pensamentos exercem papel fundamental em qualquer atitude que a pessoa tome, seja em qualquer situação. Isso quer dizer que é necessário ter uma boa administração do que vai em sua mente e em seus pensamentos, para conseguir um resultado positivo e duradouro em qualquer área.

Diz, ainda, o autor T. Harv Eker no livro: “Gosto do ditado que diz: ‘Você leva a si mesmo para todo lugar a que vai’. Se você crescer e se tornar uma pessoa bem-sucedida em termos de caráter e de atitude mental, será vitorioso de forma natural em tudo o que fizer. Ganhará o poder da escolha absoluta. Passará a ter força interior e a capacidade de optar por qualquer área de trabalho, de negócio ou de investimento, sabendo que será um sucesso”. Essa é uma boa atitude pra ser tomar frente ao dinheiro; agora, uma coisa é certa, já pensou na insatisfação que o dinheiro adquirido de forma ilícita causa?

Pra finalizar, como diz a música de fim de ano: “Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender!”. Pois é! Essa é uma boa combinação: saúde e dinheiro. É isso o que desejo a vocês, queridos leitores... Escrever para vocês me faz feliz e me preenche de satisfação e bem-estar. Tenham ótimos dias...

EDITORIAL

É preciso passar um pente-fino na Cosip

O que a sociedade exige e com razão é transparência permanente sobre a aplicação da Cosip. Trata-se de uma contribuição pesada no bolso do contribuinte

20/12/2025 07h15

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A deflagração da Operação Apagar das Luzes, nesta sexta-feira, pelo Grupo Especializado de Combate à Corrupção (Gecoc) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), é mais um daqueles episódios que deixam claro que a iluminação pública de Campo Grande guarda muito mais sombras do que se imaginava.

E, ao que tudo indica, ainda há muito a ser revelado sobre contratos, cifras e responsabilidades envolvendo um serviço essencial para a cidade.

Campo Grande figura entre os municípios que mais arrecadam no Brasil com a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip). Trata-se de uma arrecadação robusta, bilionária ao longo dos anos, paga mensalmente pelo cidadão na conta de energia elétrica.

Ainda assim, a realidade vista nas ruas é contraditória: bairros inteiros convivem com postes apagados, avenidas mal iluminadas e áreas que se tornam vulneráveis à criminalidade justamente pela ausência de luz.

A investigação que apura fraudes estimadas em R$ 62 milhões lança uma pergunta inevitável: como é possível faltar iluminação em um município que arrecada tanto?

Reportagem publicada pelo Correio do Estado no ano passado mostrou que a Cosip de Campo Grande superava, à época, a arrecadação de Curitiba – cidade com mais que o dobro da população. Mesmo assim, a capital sul-mato-grossense convive com um serviço precário e reclamações recorrentes da população.

O mais preocupante é que essas suspeitas de irregularidades surgem em meio a um discurso constante de crise financeira propagado pela administração municipal.

Se confirmadas, as fraudes não estariam ocorrendo em um cenário de escassez, mas sim em um verdadeiro manancial de recursos. Isso agrava ainda mais o quadro, pois revela que o problema pode não ser falta de dinheiro, mas falhas graves de gestão, fiscalização e zelo com o dinheiro público.

É legítimo esperar explicações detalhadas sobre os contratos firmados, os critérios de pagamento e a execução dos serviços. Mas isso, por si só, não basta. O que a sociedade exige – e com razão – é transparência permanente sobre a aplicação da Cosip. Trata-se de uma contribuição pesada no bolso do contribuinte, que deveria retornar em forma de ruas iluminadas, mais segurança e melhor qualidade de vida.

Nesse contexto, o trabalho do Gecoc merece reconhecimento. Mais uma vez, o MPMS cumpre seu papel institucional de investigar, cobrar respostas e iluminar áreas em que a administração pública falhou.

Combater a corrupção não é apenas punir culpados, mas também criar condições para que os serviços públicos funcionem melhor e com mais eficiência.

Iluminação pública não é luxo. É segurança, mobilidade e dignidade urbana. Se há dinheiro sobrando e luz faltando, algo está profundamente errado – e precisa ser corrigido com urgência, transparência e responsabilidade.

ARTIGOS

Redes sociais: o "estacionamento" da reputação corporativa

Qual é o limite entre a liberdade de expressão do trabalhador e a proteção da honra e da imagem empresarial

19/12/2025 07h45

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No ambiente corporativo contemporâneo, a fronteira entre opinião pessoal e responsabilidade profissional se tornou quase invisível. Com a hiperconectividade, qualquer manifestação nas redes sociais tem potencial para alcançar ampla visibilidade. Um único comentário ofensivo de um funcionário é capaz de comprometer a confiança interna, afetar a reputação da marca e desencadear litígios.

Quando as manifestações de funcionários ultrapassam o limite da crítica construtiva e se convertem em acusações ou declarações com potencial de impactar negativamente a imagem e a credibilidade da organização, abre-se espaço a um debate essencial: qual é o limite entre a liberdade de expressão do trabalhador e a proteção da honra e da imagem empresarial?

A repercussão, em casos como esse, costuma ser imediata. Colegas, clientes, fornecedores e demais parceiros têm acesso ao conteúdo, potencializando seus efeitos e ampliando o risco reputacional.

Qualquer que seja o caminho de resposta, a análise jurídica deve ser cuidadosa. A Consolidação das Leis do Trabalho (art. 482, alíneas j e k) prevê a possibilidade de dispensa por justa causa quando o empregado pratica ato lesivo à honra ou à boa fama de qualquer pessoa “no serviço”, especialmente quando dirigido ao empregador ou superiores hierárquicos.

A jurisprudência tem entendido que publicações em redes sociais podem produzir efeitos equivalentes aos de condutas praticadas no ambiente físico de trabalho, legitimando a aplicação da penalidade.

A Constituição Federal (art. 5º, incisos IV, V e X) assegura a liberdade de expressão, mas estabelece limites claros quando essa manifestação viola direitos relacionados à honra, à imagem e à dignidade. Já o Marco Civil da Internet reforça mecanismos de responsabilização de plataformas mediante notificação, permitindo respostas mais ágeis a conteúdos ilícitos.

Com a evolução da sociedade, a linha que separa opinião de ofensa se tornou cada vez mais tênue. A liberdade de expressão é garantida, mas não é absoluta: quando a crítica se transforma em injúria ou difamação, há quebra de confiança, podendo configurar justa causa, inclusive quando a conduta ocorre fora do expediente.

O desafio, agora, reside na interpretação. A definição do que constitui “crítica legítima” ou “falta grave” ainda é variável entre diferentes julgadores, o que aumenta o risco de reversão de penalidades, pedidos de indenização e danos à reputação corporativa.

Em um ambiente empresarial cada vez mais exposto ao escrutínio público, sobretudo nas redes sociais, torna-se imprescindível que as organizações adotem políticas claras, protocolos seguros de apuração e documentação robusta para fundamentar suas decisões e que as decisões e a gestão de tópicos sensíveis considerem estratégia, cautela e respaldo técnico.

Condutas inadequadas de colaboradores podem gerar impactos relevantes, mas a resposta empresarial deve estar alinhada à legislação e às melhores práticas de governança.

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