Artigos e Opinião

ARTIGO

Sônia Puxian: "Pois é! Assim não dá"

Jornalista

Redação

30/06/2017 - 02h00
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 O Brasil vive momentos de incertezas e apreensão. Parece fácil, mas não é. Parece que tem solução, mas ela não aparece. Parece que agora a corrupção vai ser deflagrada, mas na hora certa as provas são mal interpretadas. Aliás, por falar em provas, o que será que elas representam? Ao que parece muito pouca coisa, porque gravações, dizem ser adulteradas; qualquer prova que possa servir de entrada para punir os infratores é saída para ser mal interpretada; julgamentos e votações para se apurar a verdade dos fatos nem sempre correspondem às expectativas do povo.

E aí, como fica o Brasil? Talvez não fique, talvez permaneça, porque até agora só se viu corrupção, prisões, mais corrupção, mais prisões, mas e o fim aonde está? Será no fim do túnel? E onde está esse túnel.... Talvez ainda em licitação para ser construído! Ugh.

O Brasil é um gigante potente, produtivo, competente, bem relacionado com o resto do mundo, mas o comando desse gigante está em rota errada. O caminho leva ao desespero, porque na hora da apuração dos fatos a verdade vira mentira e a mentira vira verdade. Como é? Pois é! Assim não dá.

Os noticiários se inflamam ao divulgar resultados de situações irregulares que estão expostas à sociedade de maneira clara e convincente, mas de que vale tudo isso se a constante descoberta de mais corrupção não traz resultados, nem alívio. O desespero do povo brasileiro já está descabido, uma vez que a situação atual não sai do lugar, não acaba, nem se resolve, apenas caminha.

“Ordem e Progresso” constam na bandeira nacional, mas onde está a ordem do país? Onde anda o progresso? Talvez a “ordem” esteja no fim do túnel e o progresso aguardando nova votação para ser aprovado ou não. Uau!  É caso de revolta e indignação do povo que já não aguenta mais tanta pressão.
Os caminhos do gigante estão fechados para a ordem e progresso, porque a ordem do dia é apenas apurar mais corrupção. Enquanto isso.... Bem, enquanto isso a saída é buscar mais recursos junto ao povo, pra fechar o rombo econômico que o país atravessa. Resultado? Mudanças na Previdência, mudanças na cobrança de impostos, reformas trabalhistas e por aí vai. E olha que o rombo não gira em torno de milhões, mas bilhões... E são muitos.

O Brasil se resume numa questão que ficou prioridade e ocupa várias cadeiras do comando nacional: “De onde tirar mais dinheiro”. E olha que o país é rico, mas está mal direcionada essa riqueza. Está as mãos de poucos que cobram de muitos o sustento dessa situação que parece irreversível. 

Agora o que conta é o prazo! Mais prazo para isso ou aquilo, e o tema é sempre votação, aprovação, saídas para mascarar a situação crítica onde a crítica perdeu sua força de expressão verdadeira. A crítica é sempre bem vista quando é bem fundamentada. Mas quem fundamenta essa crítica? Quem analisa a votação? Quem dá aval para o voto? Como acontecem as decisões que movem esse país?

Será que ele está em boas mãos? Ou será que boas mãos fazem uso de sua riqueza a seu bel prazer.... Pois é! Respostas? Poucas. Perguntas? Muitas. Mas e a solução.... Está na fila de espera. O fim da fila? Só tem começo e não anda...

Muitas saídas estão em questão, mas a única certeza é que elas aguardam votação e aí a coisa muda de figura. Quem vai comandar essa apuração e analisar com verdade o que está em questão? O povo acredita em melhorias e espera confiante que alguma coisa aconteça para trazer o fim da impunidade e abrir uma nova porta onde a Ordem e Progresso possam fazer jus ao lugar que ocupam, mas até agora a ordem está presa e o progresso engavetado... Ugh!

EDITORIAL

É preciso passar um pente-fino na Cosip

O que a sociedade exige e com razão é transparência permanente sobre a aplicação da Cosip. Trata-se de uma contribuição pesada no bolso do contribuinte

20/12/2025 07h15

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A deflagração da Operação Apagar das Luzes, nesta sexta-feira, pelo Grupo Especializado de Combate à Corrupção (Gecoc) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), é mais um daqueles episódios que deixam claro que a iluminação pública de Campo Grande guarda muito mais sombras do que se imaginava.

E, ao que tudo indica, ainda há muito a ser revelado sobre contratos, cifras e responsabilidades envolvendo um serviço essencial para a cidade.

Campo Grande figura entre os municípios que mais arrecadam no Brasil com a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip). Trata-se de uma arrecadação robusta, bilionária ao longo dos anos, paga mensalmente pelo cidadão na conta de energia elétrica.

Ainda assim, a realidade vista nas ruas é contraditória: bairros inteiros convivem com postes apagados, avenidas mal iluminadas e áreas que se tornam vulneráveis à criminalidade justamente pela ausência de luz.

A investigação que apura fraudes estimadas em R$ 62 milhões lança uma pergunta inevitável: como é possível faltar iluminação em um município que arrecada tanto?

Reportagem publicada pelo Correio do Estado no ano passado mostrou que a Cosip de Campo Grande superava, à época, a arrecadação de Curitiba – cidade com mais que o dobro da população. Mesmo assim, a capital sul-mato-grossense convive com um serviço precário e reclamações recorrentes da população.

O mais preocupante é que essas suspeitas de irregularidades surgem em meio a um discurso constante de crise financeira propagado pela administração municipal.

Se confirmadas, as fraudes não estariam ocorrendo em um cenário de escassez, mas sim em um verdadeiro manancial de recursos. Isso agrava ainda mais o quadro, pois revela que o problema pode não ser falta de dinheiro, mas falhas graves de gestão, fiscalização e zelo com o dinheiro público.

É legítimo esperar explicações detalhadas sobre os contratos firmados, os critérios de pagamento e a execução dos serviços. Mas isso, por si só, não basta. O que a sociedade exige – e com razão – é transparência permanente sobre a aplicação da Cosip. Trata-se de uma contribuição pesada no bolso do contribuinte, que deveria retornar em forma de ruas iluminadas, mais segurança e melhor qualidade de vida.

Nesse contexto, o trabalho do Gecoc merece reconhecimento. Mais uma vez, o MPMS cumpre seu papel institucional de investigar, cobrar respostas e iluminar áreas em que a administração pública falhou.

Combater a corrupção não é apenas punir culpados, mas também criar condições para que os serviços públicos funcionem melhor e com mais eficiência.

Iluminação pública não é luxo. É segurança, mobilidade e dignidade urbana. Se há dinheiro sobrando e luz faltando, algo está profundamente errado – e precisa ser corrigido com urgência, transparência e responsabilidade.

ARTIGOS

Redes sociais: o "estacionamento" da reputação corporativa

Qual é o limite entre a liberdade de expressão do trabalhador e a proteção da honra e da imagem empresarial

19/12/2025 07h45

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No ambiente corporativo contemporâneo, a fronteira entre opinião pessoal e responsabilidade profissional se tornou quase invisível. Com a hiperconectividade, qualquer manifestação nas redes sociais tem potencial para alcançar ampla visibilidade. Um único comentário ofensivo de um funcionário é capaz de comprometer a confiança interna, afetar a reputação da marca e desencadear litígios.

Quando as manifestações de funcionários ultrapassam o limite da crítica construtiva e se convertem em acusações ou declarações com potencial de impactar negativamente a imagem e a credibilidade da organização, abre-se espaço a um debate essencial: qual é o limite entre a liberdade de expressão do trabalhador e a proteção da honra e da imagem empresarial?

A repercussão, em casos como esse, costuma ser imediata. Colegas, clientes, fornecedores e demais parceiros têm acesso ao conteúdo, potencializando seus efeitos e ampliando o risco reputacional.

Qualquer que seja o caminho de resposta, a análise jurídica deve ser cuidadosa. A Consolidação das Leis do Trabalho (art. 482, alíneas j e k) prevê a possibilidade de dispensa por justa causa quando o empregado pratica ato lesivo à honra ou à boa fama de qualquer pessoa “no serviço”, especialmente quando dirigido ao empregador ou superiores hierárquicos.

A jurisprudência tem entendido que publicações em redes sociais podem produzir efeitos equivalentes aos de condutas praticadas no ambiente físico de trabalho, legitimando a aplicação da penalidade.

A Constituição Federal (art. 5º, incisos IV, V e X) assegura a liberdade de expressão, mas estabelece limites claros quando essa manifestação viola direitos relacionados à honra, à imagem e à dignidade. Já o Marco Civil da Internet reforça mecanismos de responsabilização de plataformas mediante notificação, permitindo respostas mais ágeis a conteúdos ilícitos.

Com a evolução da sociedade, a linha que separa opinião de ofensa se tornou cada vez mais tênue. A liberdade de expressão é garantida, mas não é absoluta: quando a crítica se transforma em injúria ou difamação, há quebra de confiança, podendo configurar justa causa, inclusive quando a conduta ocorre fora do expediente.

O desafio, agora, reside na interpretação. A definição do que constitui “crítica legítima” ou “falta grave” ainda é variável entre diferentes julgadores, o que aumenta o risco de reversão de penalidades, pedidos de indenização e danos à reputação corporativa.

Em um ambiente empresarial cada vez mais exposto ao escrutínio público, sobretudo nas redes sociais, torna-se imprescindível que as organizações adotem políticas claras, protocolos seguros de apuração e documentação robusta para fundamentar suas decisões e que as decisões e a gestão de tópicos sensíveis considerem estratégia, cautela e respaldo técnico.

Condutas inadequadas de colaboradores podem gerar impactos relevantes, mas a resposta empresarial deve estar alinhada à legislação e às melhores práticas de governança.

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