Artigos e Opinião

OPINIÃO

Sônia Puxian: "Reticências..."

Jornalista

Redação

11/12/2015 - 00h00
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Pois é! O Brasil vive agora um momento de impasse muito grande onde o futuro se espelha num presente incerto e duvidoso, já maculado pelo passado de deslizes. Qual será o rumo desse gigante? 

Onde estará a resposta para, ao menos, algumas dessas incertezas... Onde estará o destino dessa nação que clama em altos brados por dias melhores... O cansaço dessa gente tomou conta da nação e agora quer respostas e resultados...

E, no turbilhão dos acontecimentos, operações da Polícia Federal deflagram situações de corrupção em todos os cantos e a cada nova descoberta o encanto do brasileiro de ter um país estabilizado vai por água abaixo... 

Nos noticiários: alta do dólar, inflação, demissões no trabalho, elevação nos impostos, tudo isso já saturou a tranquilidade de cada cidadão brasileiro que está no limite de sua capacidade de tolerância... A televisão, rádio, jornais, revistas, Internet atingem diariamente milhares de brasileiros com notícias de corrupção, violência, assalto, inflação descontrolada, desvio de dinheiro... UFA! Nem vou continuar a lista, porque faz mais mal do que bem. Que tal ouvir algum dia: O Brasil está crescendo, o dólar baixou, a economia está estabilizada, a inflação está controlada, a oferta de emprego aumentou, diminuiu a onda de assaltos, as indústrias voltaram a operar normalmente, o mercado de trabalho está aquecido, a corrupção acabou... Ops! Olha quanta coisa boa, mas quando?

E, como a lama que resultou do rompimento das barragens da Mineradora Samarco arrasou Mariana e desceu varrendo tudo à frente, assim está a situação atual do Brasil, sendo devastado em vários setores da economia numa avalanche despencada de situações incomuns que arrancam do peito do brasileiro o sonho de viver num país sadio e arrastam para longe o sonho de tantos jovens . 

A saúde do Brasil está em risco, enquanto isso os ricos comandam o poder, que se concentra nas mãos da minoria. E a maioria torce para ver seu país melhor e deseja que encontre o seu caminho e recupere a saúde.  

O povo não quer partidos, não quer promessas, não quer impasses, tudo isso ele já tem. Ele quer mudanças para melhor, sabendo que a cada dia em que ele vá para o seu trabalho ele tenha a certeza de que o seu esforço será compensado no final do mês, com um salário justo e equilibrado, com um bom atendimento no setor da saúde, segurança e assim por diante. A mudança tem que gerar paz e bem estar para o povo que luta por seus direitos, para que sejam direitos.

Enquanto isso o tempo corre e pedala cobre o cenário desconcertante, incerto e confuso que se instalou com o pedido de impeachment. Quem diria! Incertezas, dúvidas, temor invadem o silêncio da situação e mais uma vez o tempo vai ser o juiz dessa questão, pois só ele vai trazer respostas... Em que momento as reticências cederão espaço para respostas e soluções? 

Como diz a frase de Abraham Lincoln: “Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo”. E outra do mesmo autor: “Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”.

Só pra registrar dias desses uma leitora se aproximou de mim e disse: “Leio todos os seus textos, gosto do jeito como escreve, parece que está conversando direto com a gente”. Ela acertou! 

Eu me sinto tão a vontade no momento em que escrevo, que é como se eu estivesse numa sala de estar conversando com o leitor. “As palavras brotam espontâneas e naturalmente, sem tomar partido ou posição. Simplesmente traduzo o sentimento do povo brasileiro, que luta por dias melhores. Apenas isso”. E como o momento é de espera, reticências...

Ótimos dias a todos e muitas alegrias a todos em qualquer situação...

EDITORIAL

O paralelo entre o consórcio e a Enel

A greve dos motoristas de ônibus, motivada pela incapacidade financeira do concessionário de honrar os salários de seus empregados, é o fundo do poço de um contrato problemático

18/12/2025 07h15

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A população de Campo Grande caminha para viver uma semana lamentável na prestação de serviços essenciais, em especial no transporte público.

A iminência de paralisações, a insegurança sobre a continuidade das linhas e o desgaste cotidiano enfrentado pelos usuários expõem, de forma escancarada, um sistema que já vinha dando sinais claros de esgotamento. O que se vê agora não é um episódio isolado, mas o ápice de uma crise que se arrasta há anos.

A greve dos motoristas de ônibus, motivada pela incapacidade financeira do concessionário de honrar o pagamento dos salários de seus empregados, representa o fundo do poço de um contrato problemático.

Um contrato que resulta em um serviço aquém do esperado, marcado por frota envelhecida, atrasos constantes, superlotação e uma satisfação baixíssima da população. Quando trabalhadores deixam de receber e usuários ficam sem transporte, fica evidente que o modelo fracassou.

A situação revelada durante a greve escancara uma verdadeira falência contratual. Não se trata apenas de um colapso financeiro, mas também de uma falência de credibilidade junto aos usuários, às instituições e ao próprio poder concedente.

O paralelo com a crise vivida pela concessionária de energia elétrica Enel, em São Paulo, é inevitável. Assim como ocorreu no setor elétrico paulista, o problema deixou de ser apenas técnico ou pontual e passou a comprometer a confiança no serviço prestado e na capacidade de resposta da concessionária.

A demonstração mais clara desse cenário lamentável foi a intervenção da Justiça no Consórcio Guaicurus, decidida nesta semana. Ainda que se discuta se a intervenção será, de fato, efetivada ou em que moldes ocorrerá, o simples fato de o Judiciário ser chamado a intervir já evidencia a gravidade da situação.

Quando contratos de concessão chegam a esse ponto, é sinal de que todos os mecanismos de fiscalização e correção falharam ao longo do caminho.

Independentemente do desfecho jurídico, o que se impõe é a necessidade urgente de mudar a forma de prestar o serviço de transporte público em Campo Grande. Não se resolve um problema estrutural com medidas improvisadas, paliativos ou decisões baseadas em achismos.

É indispensável uma ampla revisão do modelo, com estudos técnicos consistentes, um desenho financeiro sustentável e metas claras de qualidade e eficiência.

Há cerca de dois anos, o governo do Estado, que tem acumulado experiência em parcerias público-privadas, dispôs-se a auxiliar o Município na busca por soluções. Não está claro, até agora, se essa ajuda foi efetivamente buscada ou aproveitada pela administração municipal.

O fato é que oportunidades de cooperação técnica e institucional não podem ser desperdiçadas quando está em jogo um serviço essencial para a vida urbana.

O que está absolutamente claro é que algo precisa ser feito – e com urgência. Mais do que uma greve de motoristas, a situação vivida nesta semana é um grito coletivo por melhoria do transporte público.

É o clamor de trabalhadores que querem receber em dia, de usuários que exigem dignidade e de uma cidade que não pode continuar refém de um sistema falido. Ignorar esse alerta é condenar Campo Grande a repetir, indefinidamente, os mesmos erros e as mesmas crises.

ARTIGOS

Greve de ônibus em Campo Grande expõe falhas de gestão e fragilidade institucional

Quando um serviço essencial entra em colapso, evidencia-se a ausência de planejamento, de fiscalização eficiente e de mecanismos de mediação capazes de prevenir crises que afetam diretamente a vida da população

17/12/2025 07h45

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A greve de ônibus em Campo Grande vai além de um impasse pontual entre trabalhadores, empresas e poder público, ela escancara a precariedade da gestão atual e a fragilidade das instituições responsáveis por garantir a prestação adequada dos serviços públicos.

Quando o transporte coletivo – um serviço essencial – entra em colapso, evidencia-se a ausência de planejamento, de fiscalização eficiente e de mecanismos de mediação capazes de prevenir crises que afetam diretamente a vida da população.

As instituições que deveriam zelar pela entrega de valor à sociedade falham ao permitir que conflitos previsíveis cheguem a esse nível. A gestão pública, ao não exercer seu papel regulador com firmeza e transparência, transfere para o cidadão o custo da ineficiência administrativa.

A falta de diálogo estruturado, de contratos bem fiscalizados e de políticas de mobilidade consistentes cria um ambiente de instabilidade permanente, no qual greves se tornam recorrentes e quase naturalizadas.

O impacto econômico é imediato e amplo. Trabalhadores enfrentam dificuldades para chegar aos seus empregos, empresas perdem produtividade, o comércio registra queda no movimento e serviços essenciais operam de forma precária.

A economia como um todo sai perdendo, pois a interrupção do transporte coletivo afeta cadeias produtivas inteiras e aprofunda desigualdades, penalizando principalmente quem depende exclusivamente do ônibus para se deslocar.

Além disso, a paralisação traz consequências diretas para a saúde e o bem-estar de todos. Com a dificuldade de deslocamento, equipes responsáveis pelos serviços de asseio e conservação também são prejudicadas, resultando em deterioração das condições sanitárias em diversos ambientes, como escolas, supermercados, condomínios, etc.

Esse cenário favorece a proliferação de doenças, aumenta riscos ambientais e compromete a qualidade de vida.

Mais grave ainda é o prejuízo à cidadania. O direito de ir e vir é comprometido, assim como o acesso a serviços básicos, e a população passa a perceber o Estado como incapaz de cumprir sua função básica de garantir serviços públicos de qualidade.

Isso corrói a confiança nas instituições e reforça a sensação de abandono e descrédito na gestão pública.

A greve de ônibus, portanto, não deve ser vista apenas como um problema trabalhista ou operacional, mas como um sintoma de falhas estruturais.

Superar esse cenário exige uma gestão mais profissional, instituições fortalecidas, transparência nos contratos e um compromisso real com a entrega de valor ao cidadão. Sem isso, crises semelhantes continuarão a se repetir, com custos sociais, econômicos e sanitários cada vez mais elevados.

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