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Venildo Trevisan: "Amar e socorrer"

Frei

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Há um homem ferido e violentado em sua dignidade. Há uma mulher explorada e abandona em sua honra, aguardando alguém que lhe estenda a mão, a reerga do chão e lhe proporcione nova vida e novas esperanças. Há um jovem ferido e machucado vendo seus sonhos se diluírem por falta de solidariedade.

Em toda parte se encontram homens e mulheres caídos à margem da vida e da dignidade. São seres humanos açoitados pelo desemprego, pela falta de moradia, de escola e de saúde. São seres humanos feridos e machucados, entregues ao desânimo e à solidão, aguardando alguém que lhe abra o coração e se compadeça, proporcionando uma vida honrada e saudável.

Apesar disso, existem homens e mulheres de coração generoso e procurando oportunidade de praticar o bem, de salvar vidas e garantir alegria e bem estar. Querem praticar a generosidade. Querem um mundo melhor, querem uma sociedade mais humana e um amor mais concreto.

Conforme lemos na Bíblia Sagrada, um homem, tocado pelo desejo de possuir uma vida pautada pelo bem e por atos de grandeza de alma, aproximou-se do Mestre e perguntou: “O que devo fazer para garantir a salvação?” O Mestre, como resposta, faz-lhe uma outra pergunta: “O que está escrito na Lei e como é que lês?”

Isso foi suficiente para esse homem recordar aquilo que havia aprendido em sua infância, mas andava um tanto esquecido. Por isso, respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus de todo o coração e ao próximo como a ti mesmo”. E o Mestre lhe diz: “Respondeste bem. Faze isso e viverás.

A resposta agradou enormemente. E despertou algo muito sério em sua mente. Pela Lei, todo o bom judeu aprendera que deveria amar os amigos e odiar os inimigos. E agora está sendo desafiado a abrir mais o campo do amor. Está se sentindo questionado a buscar algo a mais.

Não poderia permanecer nessa atitude. Precisava entender melhor o que o Mestre estava propondo. E surge a pergunta: “E quem é meu próximo?”. O assunto está sendo envolvente. Começou entender que não seria mais amar os amigos tão somente. Seria preciso estender mais a exigência de amar.

E o Mestre o coloca diante de um fato comum: um homem viajava de Jerusalém a Jericó. Foi assaltado e quase morto. Passam por ele um sacerdote e um levita. Olham e seguem seu caminho. Tinham motivos pessoais. Valorizaram mais seus motivos do que um ser humano necessitado de socorro.

Quem o socorre é um pagão da Samaria. Alguém sem nome e estrangeiro. Mas o coração falou mais alto do que a razão. Assumiu a dor do caído e deu-lhe a devida assistência. Amou o estranho e salvou-lhe a vida.

Ficou muito claro e convincente que amar não é observar mentalmente os mandamentos da Lei, mas será arregaçar as mangas, debruçar-se ao nível do caído e dar-lhe a assistência solidária e fraterna.

Amar não será fazer o bem a quem também nos faz. Vai bem mais além. Sua expressão se manifestará quando abrirmos o coração e estendermos as mãos, acolhendo quem sofre, curando quem se encontra enfermo, alimentando os famintos e salvando a quem está caído.

ARTIGOS

Caminhos da vida

01/03/2025 07h45

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A vida depende do caminhar de cada ser. Nesse caminhar, cada qual vai definindo seus desejos, seus planos e seus limites. Mesmo que não aceite certos deles, terá que respeitar o pensar e o agir dos demais. Nesse caminhar, haverá também uma exigência de constante purificação pessoal e social.

Nessa purificação, ninguém estará só. A humanidade estará solidária. O universo estará em comum tarefa. Tudo e todos caminharão para o eterno. Todos buscando o melhor para si. Mesmo que tenha que aceitar a contribuição dos demais, prefere enfrentar certas situações contando apenas com apenas suas forças.

Assim caminha o universo. Uns procurando caminhos. Outros se acomodando. Outros rejeitando soluções. E todos querendo uma definição. Todos buscando uma luz que lhes indique uma saída. Mesmo que não seja a mais segura, mas que seja plausível para o momento e para o fato que estaria necessitando.

Cautela! Prudência! Vigilância! Paciência! Esses são valores, são forças e são estratégias para quem esteja procurando construir o caminho que conduzirá ao Reino do céu. Justamente na Bíblia Sagrada é que encontramos tudo isso: em Lucas (Lc. 6,39-45).

Nessa passagem bíblica, encontramos diversas parábolas iluminando e clareando nossas incertezas e nossas vidas. Entre elas, destacamos aquela que revela o atrevimento do cego de querer conduzir outro cego. Possivelmente, no primeiro buraco, ambos cairão e se machucarão. Nesse caso, atrevimento, muitos poderão se ferir.

Esse atrevimento poderá encontrar coordenadores de movimentos, de comunidades de fé, coordenadores de grupos sociais. Atrevem-se a se mostrar seguros quando, na realidade, são atrevidos em suas iniciativas.
Mas certos momentos, ou certas iniciativas despertavam a ganância e aguçavam a vaidade. Queriam sempre mais. Muito difícil se contentar com o que lhe era passado. Mas o Mestre não perdia a oportunidade e mostrava claramente o lugar de cada um e o perigo de querer julgar.

O julgamento pertence só a Deus. Mas em toda parte existem os que se julguem suficientemente competentes a emitir sentenças e determinar rumos e efeitos. Então, o Mestre é muito claro ao afirmar que, “antes de tirar o cisco que há no olho de seu irmão, tire a trave que está no seu”.

Somente depois poderá analisar e ver qual atitude poderá tomar. Será oportuno lembrar que, quanto mais quisermos julgar os demais, mais difícil será reconhecer os erros pessoais. Antes de juízes, seria bem mais sensato nos colocarmos como réus. E a humildade revelará o quanto somos frágeis.

Creio que seja a hora de colocar a mão no coração, sentir seu pulsar e fazer com que pulse mais suave e mais moderado, revelando humildade, delicadeza e solidariedade. Pois já é hora de ter um coração mais sensível à dor humana e ao apelo de Deus a conclamar para um amor mais humano e mãos mais divinas.

Creio que já é hora de olhar a vida com mais ternura. Já é hora de agir com mais humildade, usando palavras mais justas, abraçando as causas mais verdadeiras e comungando os sentimentos mais divinos.

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Trump, imigração e a ONU

01/03/2025 07h15

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A política de imigração nos Estados Unidos é um tema complexo e controverso, especialmente com a retomada do mandato de Donald Trump. O discurso anti-imigração do presidente eleito tem gerado preocupações sobre os impactos na economia, na sociedade e nos direitos humanos. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem defendido a dignidade e a igualdade como pilares da convivência global, enquanto as ações de Trump priorizam a soberania nacional, muitas vezes em detrimento dos direitos de populações vulneráveis.

A política de Trump de deportação em massa e a construção de um muro na fronteira com o México são exemplos de como o discurso anti-imigração pode levar a medidas que violam os direitos humanos. A separação de famílias na fronteira e a restrição de entrada de cidadãos de determinados países também demonstram a priorização de barreiras nacionais e a exclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade. Isso é contraditório com os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de 1948, que asseguram que todos os indivíduos têm direitos inalienáveis, independentemente de nacionalidade, raça ou condição migratória.

A ONU defende que os imigrantes e refugiados têm direito a buscar asilo em outros países para fugir da perseguição e que devem ser tratados com dignidade e respeito. No entanto, as políticas de Trump têm enfraquecido esse direito, como a política de Remain in Mexico, que obrigava solicitantes de asilo a permanecerem no México enquanto aguardavam o processamento de seus pedidos. Isso os expunha a condições precárias e perigosas, em contradição com os padrões internacionais de proteção humanitária.

Além disso, a economia dos Estados Unidos depende da mão de obra imigrante. A chegada dos imigrantes na América do Norte em busca de oportunidades impulsionou a infraestrutura e a inovação do país, trazendo impactos positivos para a economia. Segundo o relatório Efeitos do Aumento da Imigração no Orçamento Federal e na Economia, divulgado pelo Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO), o aumento da imigração no país pode trazer mudanças no Produto Interno Bruto (PIB), na inflação, nos juros e no orçamento dos EUA.

A mão de obra imigrante é um fator de dependência dos Estados Unidos. Com a escassez de mão de obra qualificada especialmente nas áreas de saúde, tecnologia e construção civil, os imigrantes assumem essas funções, desempenhando papéis fundamentais em diversos setores da economia. A agricultura, por exemplo, necessita de trabalhadores para manter o abastecimento interno e as exportações. Já na área da saúde, os imigrantes ocupam postos de enfermeiros, assistentes domiciliares e médicos.

Em resumo, a política de imigração nos Estados Unidos é um tema complexo que envolve direitos humanos, economia e sociedade. A ONU defende a dignidade e a igualdade como pilares da convivência global, enquanto as ações de Trump priorizam a soberania nacional, muitas vezes em detrimento dos direitos de populações vulneráveis. É fundamental que se encontre um equilíbrio entre a proteção dos direitos humanos e a gestão da imigração para que se possa construir uma sociedade mais justa e inclusiva.

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