Mesmo depois do prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), afirmar que a implantação do novo aterro sanitário da Capital em área protegida e de nascentes não vai sair do papel, moradores das regiões “escolhidas” que compõem a Associação Amigos das Águas da Bacia do Guariroba querem posicionamento definitivo da prefeitura.
Não contentes apenas com a afirmação do prefeito na mídia, os moradores solicitaram uma reunião com Trad para mais explicações sobre o plano da CG Solurb, que aconteceu a portas fechadas nesta terça-feira (17) no Paço Municipal.
De acordo com o representante e advogado dos Amigos do Guariroba, Charles Bernardi Altounian, os moradores querem um posicionamento oficial do prefeito, garantindo que o aterro não será instalado nas regiões do relatório que é próximo da fazenda Santa Paz e o condomínio Terras do Golfe, que é a área escolhida pela concessionária.
“Fizemos um estudo com base na própria Planurb [Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano] para mostrar ao prefeito que essas áreas terão manifestações expressas se houver esse aterro. Queremos que o prefeito se posicione oficialmente e de forma definitiva de que não haverá esse aterro. Além disso, vamos sugerir que o aterro fique na mesma região onde está hoje próximo à Gameleira”, disse.
Conforme já publicado pelo Correio do Estado, Trad confirmou em agenda pública que o plano da CG Solurb seria indeferido pela prefeitura. “O primeiro parecer nosso dessa área é o indeferimento da Planurb ”, disse o prefeito, reafirmando a manifestação contrária ao Relatório de Impacto Ambiental (Rima).
Conforme o prefeito, a escolha de três possíveis áreas pela concessionária está dentro que prevê o contrato, que determina que quando a Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR) chega a uma capacidade limite, é necessário procurar outro local para construir um novo lixão. “Tem que passar por essas fases, não adianta, vai ter que passar, porque assim diz a formalidade. Já tem três meses que está nisso aí”, conta.
ENTENDA
Nos últimos dias a Solurb protocolou projeto para construir o novo aterro sanitário de Campo Grande na saída para Três Lagoas, próximo às áreas de proteção ambiental duas maiores captações de água da cidade, e na região de condomínios de luxo como Dhama, Shalom, Terras do Golfe e também de futuros empreendimentos de incorporadoras.
O projeto substituirá o aterro Dom Antônio Barbosa II, localizado na saída para Sidrolândia. O novo empreendimento teria prazo de duração de 40 anos.
O novo aterro sanitário vai receber o lixo não somente de Campo Grande, mas também de cidades da região como Bandeirantes, São Gabriel do Oeste, Jaraguari, Rio Negro, Corguinho, Dois Irmão do Buriti e Rochedo. A previsão é de que o volume chegue a pouco mais de 1 mil toneladas diárias.


