Oito vereadores da Câmara Municipal compõem a Comissão Especial destinada a acompanhar os desdobramentos relacionados à aplicação financeira realizada pelo Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG) no Banco Master, recentemente submetido à liquidação extrajudicial.
Os vereadores que compõe o grupo são:
- Maicon Nogueira (PP)
- Professor Juari (PSDB)
- Luiza Ribeiro (PT)
- Marquinhos Trad (PDT)
- Jean Ferreira (PT)
- Beto Avelar (PP)
- Wilson Lands (Avante)
- Herculano Borges (Republicanos)
- Neto Santos (Republicanos)
Em sessão ordinária desta terça-feira (2), o vereador Epaminondas Neto, o Papy, presidente da Casa de Leis, assinou o ato que instituiu a Comissão Especial.
"O que vamos pedir para a Justiça Federal? Nós repassamos para o Banco 500 mil por mês, nós queremos reter dois, três meses, que é o valor que o Banco nos deve. Investimos R$1,2 milhão, hoje está em R$1,429 mi, e vamos tomar todas as medidas judiciais cabíveis para proteger o dinheiro da população", disse o diretor-presidente do Instituto, Marcos Tabosa durante a reunião.
Os vereadores já solicitaram a documentação completa que embasou a decisão do Instituto em investir no Banco Master, apesar de indicativos de riscos. O compromisso é que essa documentação chegue até o dia 10 de dezembro aos vereadores. O grupo deve acompanhar ainda outras aplicações feitas pelo Instituto, além da ação judicial.
“Mais uma polêmica na cidade, um investimento duvidoso do Município de Campo Grande a um banco que já vinha apresentando sinais de insolvência com a promessa de lucros que estavam muito acima do mercado, mesmo assim o Município arriscou e fez o investimento”, pontuou o vereador Papy.
Ele ressaltou ainda que o IMPCG precisa passar a documentação e os fundamentos que basearam o investimento para que os vereadores analisem.
“Nós precisamos entender por que foi feito, quem autorizou, quais foram as fundamentações que chegaram nesses investimentos. E a comissão vai acompanhar esses dobramentos”, esclareceu.
Justificativas
Entre as poucas justificativas apresentadas, já que não houve muito aprofundamento técnico da escolha das aplicações, o atual presidente do IMPCG limitou-se a dizer que o Banco Master estaria no rol de entidades do Ministério da Previdência e referenciado (pela Fitch Ratings) como "médio para cima" por uma das três maiores empresas do mundo voltadas para a classificação de risco de instituições.
Além disso, ele relembra que, dos 20% do total de recursos permitidos à aplicação por parte do Banco Central, o IMPCG teria investido junto ao Master apenas 3,26%.
Banco Master
Segundo as investigações da Polícia Federal, o Banco Master teria vendido carteiras falsas de crédito ao BRB, com o objetivo de cobrir o rombo nas suas contas.
O Master argumenta ter agido de boa fé no negócio com o BRB, por isso permitiu que o banco público substituísse as carteiras de crédito por outros ativos, com o objetivo de impedir um prejuízo
Em março, o BRB, banco do governo do Distrito Federal, fez uma oferta de compra pelo Master. Após cinco meses de análise e intensa disputa nos bastidores, o Banco Central vetou a transação.
No dia 18 de novembro, junto com a prisão de Daniel Vorcaro, dono da instituição financeira, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master. Na véspera, um consórcio formado pelo Grupo Fictor e investidores dos Emirados Árabes Unidos teria indicado o interesse em comprar o Master.


