Depois da ressaca da Copa do Mundo, da qual o Brasil foi eliminado pela Holanda, chegou a hora de “encarar” a campanha política que tem início oficialmente nesta terça-feira (6), ainda sem o horário no rádio e na TV, que só vale a partir de 17 de agosto -, mas com os comícios e a propaganda legal liberados nas ruas.
Em Mato Grosso do Sul, a polarização da disputa pelo Governo do Estado, entre o governador André Puccinelli (PMDB), candidato à reeleição, e o ex-governador José Orcírio dos Santos (PT), mostra que não haverá possibilidade ou terá cenário para realização de segundo turno. Simples constatação: a terceira via, Ney Braga, do PSOL, não tem mínima capacidade de investimentos na própria campanha e sequer conseguiu aliança para se aventurar neste embate majoritário.
Terminados os acertos que definiram o mapa das eleições deste ano em Mato Grosso do Sul com o prazo final das convenções encerrado na quarta-feira (30), candidatos, partidos e eleitores entram na contagem regressiva determinada pela legislação eleitoral e materializada num calendário que impõe regras rígidas, cuja prática deve ser diária. Afinal de contas, não será nada fácil. Diferente das eleições municipais (apenas prefeito e vereador), os pleitos federal e estadual exigirão maior atenção dos eleitores sul-mato-grossenses, pois vão precisar apertar o botão da urna eletrônica seis vezes: o primeiro voto, será para presidente da República; o segundo, governador do Estado; terceiro e quarto, para dois senadores; quinto, para deputado federal; e o último, para deputado estadual. Esta ordem de votação, porém, não é oficial e com certeza poderá mudar nos próximos dias, mas serve como alerta para o eleitorado. O cidadão deve fazer a sua parte e buscar o máximo de informação sobre candidatos que se apresentarão à sua porta. Dessa forma estará valorizando o voto depositando confiança no melhor perfil político. E se ainda não estiver convencido, basta esperar pelo horário gratuito para, então, começar a conhecer candidatos em programas que serão veiculados seis dias por semana, uma hora por dia em TVs e rádios. Do contrário, correrá o risco de passar os próximos quatro anos arrependido por ter jogado o seu voto na lata do lixo. Do outro lado, espera-se menos baixarias e mais propostas dos candidatos ao Governo. Embora André Puccinelli e José Orcírio venham prometendo adotar tom moderado, sabe-se pelo histórico da disputa à Prefeitura de Campo Grande, ainda no século passado, que os dois transformaram o pleito em palco de guerrilha urbana. Desta vez, além da reprovação do eleitorado, a Justiça Eleitoral deve estar preparada para condenar com o rigor imposto pela legislação o menor sintoma de "recaída" de Puccinelli e de José Orcírio.