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Campo Grande: prefeitura planeja destravar obras paradas em 2025

Entre as obras que receberão R$ 23 milhões em investimentos estão o Centro de Belas Artes, a Avenida Gunter Hans e várias creches

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Para cumprir a promessa enunciada pela prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, durante sua posse no cargo, a prefeitura investirá o total de R$ 23.775.144,95 para retomar cinco obras paradas 
na Capital.

A obra com o maior orçamento será a de R$ 9,6 milhões para terminar a construção do corredor de ônibus da Avenida Marechal Teodoro.

Das cinco obras informadas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos de Campo Grande (Sisep) que terão retorno dos trabalhos, três serão em Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis).

“Os resultados das licitações para a conclusão das Emeis Jardim Anache, Radialista e Vila Popular foram homologados em novembro de 2024 e a ordem de serviço para iniciar as obras deve ocorrer nas próximas semanas”, disse a Sisep, por meio de nota.

A retomada das obras na Emei Jardim Anache está orçada em R$ 2 milhões, enquanto a Emei Radialista terá investimento de R$ 2,6 milhões. 

Já a Emei Vila Popular volta às obras com R$ 1,7 milhão para serem gastos.

Em maio de 2024, o Correio do Estado mostrou que, das 13 construções de Emeis inacabadas, apenas três haviam sido retomadas, enquanto as demais estavam em fase de ajustamentos de projeto ou de licitação.

Para a reportagem, a prefeitura acrescentou que ainda está em andamento a abertura de licitação de outras duas Emeis inacabadas – uma na Vila Nathália e outra no Jardim Talismã.

Conforme reportagem do Correio do Estado, as Emeis Vila Nathália e Talismã tinham valor pactuado para sua execução oriundo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), mas foram paralisadas na gestão do ex-prefeito Alcides Bernal.

Na Emei Vila Nathália, de acordo com informações do Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle do governo federal, a obra está 49% concluída.

Iniciada no dia 28 de outubro de 2019, essa obra que custou mais de R$ 4,2 milhões durou apenas um ano, uma vez que a empresa contratada pela Sisep – a Gomes & Azevedo Ltda. – enviou um ofício à prefeitura, no dia 18 de dezembro de 2020, informando que o serviço seria paralisado por falta de pagamento.

Desde então, o local está abandonado e a placa que informava detalhes do empreendimento foi retirada.

A falta dessas creches resulta no deficit de vagas nas Emeis. Em 2023, 9 mil alunos estavam na fila de espera de creches, porém, conforme informações do início do ano letivo de 2024, esse número diminuiu para 6.919 crianças. Ainda assim, o deficit na área só registrou uma queda de 23%.

De acordo com dados de 2023 da pesquisa Educação Já Municípios, feita pela ONG Todos Pela Educação, um levantamento realizado com 18 mil crianças de 0 a 3 anos de Campo Grande apontou que somente 6 mil estavam matriculadas em Emeis da Capital.

O estudo também mostrou que apenas 46% das crianças em Campo Grande tiveram uma alfabetização adequada, estando abaixo da média nacional de 55%.

TRANSPORTE E CULTURA

Outra obra a ser retomada é a de intervenção no corredor de ônibus na Avenida Marechal Deodoro, que começou em fevereiro de 2021. O objetivo era a entrega de 1,1 km de drenagem e 5,5 km de recapeamento, além da instalação de estações de pré-embarque, até o fim do mesmo ano.

Em abril de 2021, o então titular da Sisep, Rudi Fiorese, disse que a entrega da obra era uma prioridade da prefeitura. Porém, durante o andamento dos trabalhos, ocorreram mudanças de licitação, e desde maio do ano passado – quando a empresa responsável pelas obras desistiu da empreitada – não houve mais intervenções nesse projeto.

Na época em que a empresa abandonou o contrato, a alegação foi de que os valores estavam defasados. O projeto faz parte do último trecho do Corredor Sudoeste, o qual também inclui as ruas Guia Lopes e Brilhante.

Já com relação à reforma e à adequação do Centro Municipal de Belas Artes de Campo Grande, orçado em R$ 7,7 milhões, o processo licitatório foi concluído tendo como licitante vencedor a CR Arquitetura e Construção.

O complexo cultural é um verdadeiro elefante branco, uma vez que está sendo construído há 33 anos.

Agora, porém, terá mais uma tentativa da prefeitura de finalmente terminar o espaço.

A obra do Centro de Belas Artes, localizada no Jardim Cabreúva, começou a ser feita em 1991, projetada inicialmente para ser o Terminal Rodoviário de Campo Grande, mas foi paralisada em 1994.

Posteriormente, em 2006,  o governo do Estado doou a estrutura para o município. Na época, a prefeitura decidiu adequar o espaço para servir de Centro Municipal de Belas Artes.

De lá para cá, ocorreram outras intervenções – todas elas paralisadas. Assim, o prédio continuou abandonado desde então, tornando-se alvo de vandalismo, além de ser um desperdício de verba pública, uma vez que grande parte da construção se deteriorou e agora precisa ser refeita.

 

Obras que a prefeitura pretende destravar em 2025

  • - Corredor de ônibus da Avenida Marechal Deodoro

*Orçamento: R$ 9,6 milhões
* Objetivo: Conclusão de 1,1 km de drenagem, 5,5 km de recapeamento e instalação de estações de pré-embarque.

  • - Emei Jardim Anache

* Orçamento: R$ 2 milhões
* Finalidade: Retomar e concluir as obras da escola de educação infantil.

  • - Emei Radialista

* Orçamento: R$ 2,6 milhões
* Finalidade: Concluir a construção da escola de educação infantil.

  • - Emei Vila Popular

* Orçamento: R$ 1,7 milhão
* Finalidade: Finalizar a construção da escola de educação infantil.

  • - Centro Municipal de Belas Artes

* Orçamento: R$ 7,7 milhões
* Objetivo: Reforma e adequação do prédio localizado no Jardim Cabreúva, originalmente projetado para ser um terminal rodoviário.

Total: R$ 23.600.000,00 

 

 

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TRAGÉDIA

Dois motociclistas morrem na semana do Natal em Campo Grande

Ambos foram socorridos e encaminhados a Santa Casa, mas, não resistiram aos ferimentos e faleceram

23/12/2025 08h15

Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de MS

Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de MS Gerson Oliveira

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João Vitor Moraes Romeiro, de 27 anos e Tiago Duarte de Lima, de 38 anos morreram em acidente de moto, na tarde desta segunda-feira (22), em duas avenidas movimentadas de Campo Grande.

João Vitor faleceu na avenida Guaicurus, Jardim Nashville, na Capital.

De acordo com o boletim de ocorrência, o rapaz trafegava pela avenida em uma Yamaha Fazer, quando perdeu o controle da direção, bateu na traseira de uma Ford Ranger e caiu no asfalto. Em seguida, foi atropelado por um caminhão-tanque.

Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhado a Santa Casa, mas, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Tiago faleceu na avenida Bandeirantes, bairro Guanandi, próximo ao Terminal Bandeirantes, na Capital.

Segundo o boletim de ocorrência, Tiago trafegava em uma Honda CG Fan, pela avenida Bandeirantes, sentido bairro-centro, quando colidiu na traseira de uma Ford F-350. Após a colisão, a moto colidiu em outra moto, quando Tiago foi arremessado ao solo.

Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros (CBMMS) e encaminhado a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no centro cirúrgico.

Os acidentes fatais ocorreram dois dias antes do Natal.

ACIDENTES FATAIS

Acidente de trânsito é uma das principais causas de morte em todo o mundo.

Acidente de carro, moto, bicicleta ou atropelamento, em ruas, avenidas ou rodovias, são tragédias que acontecem toda semana em Mato Grosso do Sul.

As principais causas são excesso de velocidade, falha em ceder a passagem, dirigir sob efeito de álcool, distrações, sonolência e condições climáticas adversas, como chuva forte.

Dados divulgados pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) apontam que 58 pessoas morreram no trânsito, entre 1º de janeiro e 28 de novembro de 2025, em Campo Grande. Desse número, 43 são motociclistas, 12 são pedestres, 2 são condutores e 1 passageiro.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) traz algumas orientações ao condutor no trânsito. Confira:

  • Não dirija caso consuma bebida alcoólica
  • Não dirija cansado ou com sono
  • Use cinto de segurança
  • Respeite a sinalização
  • Respeite o limite de velocidade da via
  • Porte documentos oficiais com fotos, os quais devem estar quitados
  • Realize revisão do carro: pneus, limpadores de para-brisa, freios, nível de óleo, bateria, lâmpadas, lanterna e extintor

 

CRISE FINANCEIRA

Enquanto atrasa salários, Santa Casa de Campo Grande paga juros milionários

Ao todo, o hospital gastou R$ 6.458.416,67 por mês e R$ 212.331,51 por dia somente com empréstimos no ano passado

23/12/2025 08h00

Greve santa casa

Greve santa casa Marcelo Victor/Correio do Estado

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A Santa Casa de Campo Grande deve solicitar novo empréstimo milionário nos próximos dias para quitar o 13º salário atrasado dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa que iniciaram paralisação de 30% do efetivo por alegarem que a “enfermagem não é trabalho escravo”.

Em meio a uma crise e prejuízo ao atendimento, o hospital já enfrenta dívida altíssima com bancos e só de juros paga mais de R$ 6 milhões ao mês.

Em entrevista coletiva na manhã de ontem, Alir Terra, presidente do hospital, confirmou que a instituição está há três meses tentando contrair um novo empréstimo com os bancos. “Nós estamos em tratativa há mais de três meses para conseguir um empréstimo para fazer esse pagamento”, afirma a presidente.

Caso se confirme, este seria o segundo empréstimo milionário da Santa Casa este ano, mais especificamente nos últimos 60 dias.

Na primeira semana de novembro, o hospital disse ao Correio do Estado que precisou ir ao banco pegar R$ 5 milhões para ajudar a quitar uma das cinco folhas salariais que estava em atraso, com os 400 médicos da categoria pessoa jurídica (PJ), dívida que ainda soma cerca de R$ 30 milhões.

Somando este último empréstimo com o apresentado no balanço financeiro do exercício do ano passado, a instituição ainda teria que pagar R$ 261.916.856,00 por causa de empréstimos e financiamentos. Além disso, os juros também preocupam, já que foram responsáveis por R$ 45.342.425,00 com bancos e fornecedores somente em 2024.

De acordo com o fluxo de caixa do hospital, divulgado publicamente pela Santa Casa, a instituição pagou R$ 15.158.396,70 em salários e ordenados aos funcionários celetistas em novembro. Logo, o novo empréstimo deve girar em torno deste valor, para que o 13º atrasado seja pago e, assim, voltar com os atendimentos de maneira normal.

Greve santa casa

HISTÓRICO

Nos últimos seis anos, os empréstimos da Santa Casa totalizaram R$ 321,2 milhões, sem considerar os R$ 5 milhões contraídos este ano. O maior deles foi feito em janeiro de 2024, quando a entidade pegou R$ 248 milhões na Caixa Econômica Federal (com taxa de juros mensal de 1,36%), quantia que foi utilizada para amortizar outros dois empréstimos que foram feitos anteriormente.

Porém, o último empréstimo anunciado oficialmente pelo hospital foi realizado um mês depois, em fevereiro do ano passado, quando pegou R$ 8 milhões com o banco Daycoval – com juros mensal de 1,56% –, empréstimo com prazo de quitação em até cinco anos (60 meses).

Ao todo, a Santa Casa gastou R$ 6.458.416,67 por mês e R$ 212.331,51 por dia somente com empréstimos no ano passado. Ainda em 2024, acerca de juros incorridos sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a instituição arcou com R$ 17.359.633,00, enquanto R$ 4.327.607,00 foram para juros sobre tributos.

Por outro lado, a instituição obteve uma reversão de R$ 4.791.534,00 em juros, multas e encargos por causa da adesão a um edital de transação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que permitiu descontos de até 70% em dívidas inscritas na dívida ativa da União.

De acordo com os fluxos de caixa mensais publicados pela entidade, de janeiro a novembro deste ano, foram pagos R$ 35.020.180,71 de empréstimos e financiamentos, que seriam somente os juros cobrados pelos bancos, os quais são entre 1,21% e 2,93% de taxa por mês.

No ano passado, a Santa Casa fechou com um deficit de R$ 98,4 milhões, ao contrário do que havia apresentado em 2023, quando encerrou com superavit de R$ 27,5 milhões.

Segundo o demonstrativo financeiro da instituição, essa inversão foi impulsionada pelas despesas operacionais que dobraram e pelo patrimônio líquido negativo que aumentou quase R$ 100 milhões.

GREVE PARCIAL

Até o momento, os serviços afetados pela paralisação dos funcionários são: consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva (UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha.

Greve santa casaFuncionários da Santa Casa fizeram manifestação ontem pedindo o pagamento do 13º salário - Foto: Marcelo Victor

Na sexta-feira, a instituição já havia informado que não tinha precisão de quando seria pago o benefício aos servidores. Segundo afirma o hospital, o atraso ocorreria porque o governo do Estado não iria realizar o repasse integral da 13ª parcela, avaliado em R$ 14 milhões, que geralmente é passado este mês.

Segundo a entidade, para este ano, o valor seria transferido em três parcelas, com cada uma sendo depositada em janeiro, fevereiro e março de 2026.

Esse repasse extra não está previsto em contrato, mas faz parte de um acordo do Executivo estadual com todos os hospitais filantrópicos do Estado, por meio da Federação das Santas Casas, Hospitais e Instituições Filantrópicas e Beneficentes de Mato Grosso do Sul (Fehbesul).

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. Porém, destaca que está em dia com suas obrigações e que, este ano, já repassou mais de R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal ao hospital.

À reportagem, o Município também se posicionou diante da situação. “A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano, vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensal”.

O Correio do Estado também entrou em contato com Ronaldo de Souza, Superintendente Estadual do Ministério da Saúde em Mato Grosso do Sul.

“A questão salarial é entre a instituição e os funcionários. União, estado e município não são responsáveis por salários ou complementações imprevistos na legislação”, disse.

O responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Siems), Lázaro Santana, também foi contatado pela reportagem. Mas, até o fechamento desta edição, não houve retorno.

*SAIBA

De acordo com a Lei federal nº 4.090/1962, o 13º salário pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

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