O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) anunciou neste sábado (26) que, a partir de fevereiro haverá cota zero para a pesca nos rios de Mato Grosso do Sul. O decreto que trata sobre o tema está sendo elaborado por por técnicos da secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). As normas devem ser publicadas no próximo mês.
No ano passado, foi sancionada uma lei que proíbe a pesca do Dourado (Salminus brasiliensis ou Salminus maxillosus) nos próximos cinco anos nos rios do Estado, além do fim da cota de pesca amadora.
Conforme as informações divulgadas pela assessoria de imprensa do governo, o Estado estabelecerá uma cota de pescado para ser degustado no barco ou na pousada e também definirá uma política de sustentabilidade dos pescadores profissionais. A Semagro está realizando um recadastramento de todos os filiados nas colônias de pescadores, com a participação das entidades, cruzando informações com dados do setor de pesca do governo federal. “Sabemos que há muitas irregularidades e quem é realmente pescador profissional está sendo explorado, vivendo sob pressão. Esse pescador profissional pode trabalhar como guia de pesca, ter uma renda digna”, declarou o governador.
Com a cota zero – defendida pelo trade turístico de Corumbá, principal destino de pesca amadora do Estado -, segundo Reinaldo Azambuja, Mato Grosso do Sul vai estimular a prática da pesca esportiva, da qual é adepto, e fomentar o turismo, além de recuperar o estoque pesqueiro. “O nosso peixe está diminuindo a cada ano nos nossos rios”, atestou. “Vamos receber mais turistas, valorizar o pescador profissional e acabar com o atravessador.”
Para o presidente da Associação de Pesca Esportiva do Pantanal (Apep), Alexandre Pierin, a nova legislação anunciada por Azambuja, além de preservar o meio ambiente, despertará uma nova consciência no pescador e no turista. “A proibição do dourado foi uma vitória e agora, com a cota zero, haverá menos pressão nos rios, principalmente no Pantanal, e estaremos preservando também a cultura da pesca esportiva”, declarou.
Especialista em ictiofauna, o biólogo Thomaz Lipparelli, também elogiou a medida, afirmando que a cota zero será a sobrevida dos estoques pesqueiros e também um divisor de águas para o pescador profissional que vive nas barrancas dos rios. “A alternativa desse pescador está na pesca esportiva, onde ele pode ter trabalho e renda”, disse. “Hoje o pescador busca a esportividade e a cota zero vai tornar a pesca no Estado em evidência, atraindo mais turistas”, finalizou.