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CCR promete duplicar 75 km da BR-163 nos 3 primeiros anos do novo contrato

Obras resultarão em aumento do pedágio, que em 4 anos deverá subir 30%, chegando a R$ 19,67 nos trechos de pista dupla

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O contrato de repactuação da BR-163, aprovado na quarta-feira pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que traz as novas regras da concessão a serem cumpridas pela CCR MSVia, prevê que nos três primeiros anos serão duplicados 75 quilômetros da rodovia.

No termo de autocomposição (termo técnico do documento que estabelece regras e condições do acordo que será assinado), consta que a concessionária deverá aplicar, pelo menos, R$ 1,087 bilhão na duplicação de 203 km da rodovia, considerando o valor por quilômetro de R$ 5,358 milhões, além de mais R$ 8,203 bilhões em todas as obras previstas, totalizando R$ 9,29 bilhões até 2054. 

A concessionária também investirá R$ 7,7 bilhões na operacionalização da rodovia, totalizando R$ 16,9 bilhões.

O contrato prevê que nos três primeiros anos deverão ser duplicados 75 km da rodovia, chegando a 80,04 km até 2039, com investimentos de R$ 411,3 milhões. Entre 2039 e 2044, mais 87,38 km de pistas duplas serão construídos, com investimentos de R$ 511,9 milhões. No período de 2045 a 2049, mais 11,12 km deverão ser duplicados, com aplicação de R$ 56,5 milhões, e entre 2050 e 2054, outros 34,48 km, com investimento de R$ 108 milhões. 

Além da duplicação, estão previstos 147,77 km de terceiras faixas, 22,99 km de vias marginais, 467,40 km de melhoria de acostamentos, implantação de 22,64 km de contornos em pista simples, implantação de 6,19 km de contornos em pista dupla, melhorias em 379 acessos, implantação ou melhoramento de 180 dispositivos e implantação de 22 passarelas. 

Esses contornos serão nas cidades de Mundo Novo, Eldorado, Itaquiraí, Vila São Pedro e Vila Vargas.

PEDÁGIO

Essas obras vão possibilitar que a CCR MSVia cobre mais dos usuários, porque na repactuação está assegurado um aumento de quase três vezes da tarifa em vigor atualmente.

Hoje, para todos os trechos, duplicados ou não, o valor cobrado é de R$ 7,52 a cada 100 km. Porém, o novo contrato prevê que, para a extensão que for duplicada, a tarifa poderá chegar a R$ 13,07 a cada 100 km, no primeiro ano, e alcançar R$ 19,67, em quatro anos. No caso dos trechos de terceira faixa, o valor será de R$ 17,40. 

Além desses valores, será cobrado um porcentual de até 5% por obra realizada, como contornos.

Esses valores vão ser praticados assim que o novo contrato for assinado, atendendo previsão do termo de autocomposição, que prevê aumento imediato de 33,78% da tarifa no primeiro ano sem estar atrelado à realização de obras, fazendo com que o pedágio chegue a R$ 10,06. 

O valor vai chegar a R$ 15,13 em quatro anos para pista simples e nas pistas duplas, a R$ 19,67. 
No caso de uma terceira faixa construída, o pedágio cobrado será 15% maior, passando para R$ 11,57 a cada 100 km, nos 12 primeiros meses, até alcançar R$ 17,40, em 48 meses.

Outros investimentos também vão aumentar o pedágio, como contornos, que vão provocar a “reclassificação de toda a tarifa”, mas em porcentuais reduzidos, “1% ou 1,6% para cada contorno e 5% para a conclusão das demais melhorias (acostamentos, acessos, dispositivos)”, pontua o acórdão do TCU. 

De acordo com o ministro relator do TCU, Aroldo Cedraz, “em relação às regras contratuais, foram adotadas regras semelhantes às do modelo de 5ª etapa, com algumas alterações específicas”, citando que haverá benefícios de isenções para motos, descontos para usuários frequentes, descontos para usuários que adotam o pagamento por tag (dispositivo eletrônico instalado no veículo) e previsão de Pontos de Parada e Descanso de caminhoneiros (PPD) e de postos de pesagem automáticos.

TARIFA MENOR 

Cedraz também alertou em seu voto, que foi derrotado em plenário, sobre o aumento tarifário além do necessário, considerando os R$ 15,13 a partir do quarto ano do novo contrato, mais que o dobro do valor cobrado atualmente. 

“O aumento da TBP [traifa básica de pedágio] em torno de 52% seria suficiente. Seria o aumento da tarifa atual de R$ 7,52 por 100 km para R$ 11,49 por 100 km, sem considerar os fatores redutores da tarifa que ainda deveriam incidir”, explica.

“Com um aumento da tarifa básica de pedágio em torno de 82%, os impactos das causas alegadas seriam integralmente compensados, podendo o contrato retornar ao seu estado inicial de exequibilidade sem que a concessionária sofra nenhum impacto dos riscos que foram integralmente alocados a ela. Seria o aumento da tarifa atual de R$ 7,52/100 km para R$ 13,74/100 km, sem considerar os fatores redutores da tarifa que ainda deveriam incidir”, complementa. 

Ele destaca que, levando em consideração vários fatores que pesam na elaboração da tarifa, “a solução que ataca as causas alegadas de maneira proporcional, atendendo à exigência legal de vinculação ao instrumento licitatório, ao preservar a proposta vencedora da licitação e preservando o equilíbrio contratual, ao adotar as regras contratuais para exclusão e inclusão de investimentos, deve resultar em uma tarifa certamente e consideravelmente inferior a R$ 11,49 por 100 km”.

“A proposta, no entanto, além de não demonstrar sua conexão entre os problemas contratuais enfrentados e anular a proposta da licitação, resulta em tarifa pelo menos 31% superior, ao apresentar tarifa de R$ 15,13 por 100 km. ‘Pelo menos’, porque o porcentual foi obtido a partir do valor de R$ 11,49 por 100 km e a tarifa proporcional ao problema é certamente inferior a esta”, diz o ministro.

INVIABILIDADE

Cedraz fez um alerta em seu parecer para que sejam revisados os valores para a realização das obras, sob risco de a repactuação se tonar inviável, como ocorreu com o contrato assinado em 2014. 

“É notório o aumento nos custos dos insumos utilizados nas obras do sistema rodoviário, com destaque para o cimento asfáltico de petróleo [CAP], que apresentou comportamento atípico nos últimos anos”, começa o ministro. 

“Neste sentido, considerando que o presente acordo visa repactuar um novo cronograma factível de obras entre a concessionária e a ANTT, consideramos razoável que se discuta a possibilidade de revisitar os custos do Capex considerados originalmente no contrato, visando atualizar os valores das obras, com destaque para os insumos que apresentaram comportamento de majoração em caráter extraordinário nos últimos anos, com o objetivo de permitir sua execução”, continua.

“Ora, caso sejam mantidos os investimentos originais, considerando a relicitação em curso, voltaríamos à condição atual sobre a inviabilidade de execução das obras necessárias, atestada pela ANTT quando da aprovação da relicitação”, finaliza.

O ministro aponta que esses custos foram apresentados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na proposta de solução consensual.

Em 2012, o quilômetro da duplicação foi calculado em R$ 2,547 milhões, valor que pularia para R$ 4,504 milhões, seguindo as regras do contrato mais a correção pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022, ano do cálculo usado como baliza no termo de autocomposição.

SAIBA

Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) votaram, na quarta-feira, o parecer do ministro relator, Aroldo Cedraz, que foi contra a repactuação da BR-163.

Na seção, os ministros votaram contra o parecer e a favor do novo contrato entre a CCR MSVia e o governo federal. A repactuação garantirá investimentos de R$ 16,9 bilhões ao longo de 30 anos.

câmara de campo grande

PP não vai abrir mão de presidência e definirá nome nas próximas semanas

A princípio, ainda estão no páreo pelo cargo na Casa de Leis os vereadores reeleitos Beto Avelar e Professor Riverton

15/11/2024 08h00

Os vereadores progressistas Professor Riverton e Beto Avelar tentam viabilizar as candidaturas

Os vereadores progressistas Professor Riverton e Beto Avelar tentam viabilizar as candidaturas

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Após a prefeita reeleita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), afirmar que o partido não abrirá mão de disputar a presidência da Câmara Municipal na próxima legislatura, o partido vai definir nas próximas semanas o nome do vereador reeleito que representará a legenda no pleito.

Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, continuam no páreo para ser o nome do PP na disputa pela presidência da Casa de Leis os vereadores reeleitos Beto Avelar e Professor Riverton, enquanto o terceiro interessado, o vereador reeleito Delei Pinheiro, já teria informado que não concorrerá mais. 

Com isso, o Professor Riverton, que teve 6.271 votos nas eleições municipais deste ano, e Beto Avelar, que alcançou 4.063 votos, terão as próximas semanas para se viabilizarem com os demais colegas eleitos e reeleitos para, só então, voltarem a se encontrar com a prefeita Adriane Lopes, já com o martelo batido.

A reportagem apurou que os dois teriam chances iguais, porém, Professor Riverton levaria uma ligeira vantagem sobre Beto, em razão da aproximação que tem com o atual presidente, o vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão. Essa amizade, dizem, facilitaria na composição da futura Mesa Diretora da Câmara de Campo Grande.

As próximas semanas devem ser decisivas dentro do PP de Campo Grande, pois a senadora Tereza Cristina (PP), a principal líder do partido em Mato Grosso do Sul, retorna da China, onde está acompanhando uma comitiva que viajou à Ásia para participar, entre outros eventos, do Workshop China-Brasil – Inovação e Biotecnologia para Agricultura Sustentável e Segurança Alimentar, realizado em Pequim.

Tereza Cristina deve fazer os ajustes finais com as demais lideranças do partido na Capital para então começar para valer a disputa pelos dois cargos mais importantes da Casa de Leis.

ENTRAR DE CABEÇA

Em conversa com o Correio do Estado na semana passada, Adriane Lopes explicou que já se reuniu com os quatro vereadores eleitos e reeleitos pelo PP (Maicon Nogueira, Beto Avelar, Delei Pinheiro e Professor Riverton) e com os dois eleitos do Avante (Wilson Lands e Leinha) para ouvir deles sobre o processo de escolha do novo presidente da Câmara.

Além disso, ela revelou que já tinha se reunido com os dois vereadores eleitos pelo Republicanos (Herculano Borges e Neto Santos), a fim de tratar da mesma questão, e deixou encaminhada uma possível aliança em torno de um nome apoiado por ela para o cargo, totalizando, dessa forma, oito votos certos de um total de 29.

“O PP tem a segunda maior bancada da Câmara, e seria inadmissível não disputar a presidência da Casa de Leis. Por isso, conversei com os vereadores do partido e três demonstraram interesse no cargo. Dei a eles um prazo para viabilizarem as próprias candidaturas e o melhor terá o meu apoio para concorrer”, disse.

Ela deixou claro que o PP não pode abrir mão de concorrer, afinal, é de seu interesse ter no comando da Mesa Diretora um vereador aliado, e não um adversário. 

A gestora também considera como cargos-chaves para a sua administração as presidências das comissões permanentes de Legislação, Justiça e Redação Final e a de Finanças e Orçamento.

Sobre a reunião que teve com o governador Eduardo Riedel (PSDB), a prefeita negou que ele tivesse indicado um nome para disputar a presidência da Câmara Municipal.

“Não procede que o governador indicou alguém do PSDB para concorrer ao cargo. Pelo contrário, ele reforçou que a eleição da Mesa Diretora só diz respeito ao gestor municipal, e não ao estadual”, assegurou.
Ela acrescentou que Riedel lhe garantiu que não pretende intervir nesse processo e que ele deixou as articulações nesse sentido ao encargo dela. 

Por isso, Adriane fez questão de conversar com os vereadores do seu partido e dos partidos aliados para, só então, entrar de vez nas tratativas sobre essa questão.

PESQUISA

86% dos brasileiros apoiam restrição de celular nas escolas

Na Câmara dos Deputados, tramita projeto para limitar uso de aparelhos

14/11/2024 22h00

Foto: Arquivo/EBC

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Levantamento realizado pela Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados revela que 86% da população brasileira são favoráveis a algum tipo de restrição ao uso de celular dentro das escolas. Outros 54% são favoráveis à proibição total dos aparelhos e 32% acreditam que o uso do celular deve ser permitido apenas em atividades didáticas e pedagógicas, com autorização dos professores. Aqueles que são contra qualquer proibição somam 14%.

Foram entrevistadas 2.010 pessoas com idade a partir de 16 anos nas 27 unidades da federação (UFs). As entrevistas foram realizadas entre os dias 22 e 27 de outubro deste ano.

Segundo os dados, apesar da menor aderência de qualquer tipo de restrição nessa faixa etária, aqueles entre 16 e 24 anos são os que mais apoiam a proibição: 46% dos entrevistados concordam com a proibição total do uso dos aparelhos, enquanto 43% defendem a utilização parcial dos celulares, somando 89% dos entrevistados. Apesar de apenas 11% dos jovens serem contrários à proibição, 43% deles veem o uso parcial dos celulares em sala de aula como uma alternativa viável.

Entre quem tem mais de 60% anos, 32% são favoráveis à restrição; entre os que têm de 25 a 40 anos, o percentual é de 31%; e 27% dos brasileiros de 41 a 59 anos são favoráveis a algum tipo de restrição. Essa mesma faixa etária tem 58% das pessoas favoráveis à proibição total.

Quando mais alta a renda, mais favoráveis à proibição são os entrevistados, como mostra o estudo ao revelar que 5% da população com renda superior a cinco salários mínimos disseram ser contrários à proposta que impede o uso de celulares nas escolas, contra 17% na população que ganham até um salário mínimo. A medida mais rígida também ganha mais adeptos entre os mais ricos: 67% acreditam que os celulares deveriam ser totalmente proibidos, diante de 54% dos brasileiros em geral.

Tendência

“À medida que avança o debate sobre a imposição de algum tipo de restrição, fica clara a tendência das pessoas de aprovarem a medida. Isso é um sinal claro de que há forte preocupação dos pais, dos próprios alunos e também da população em geral com o tema, caso contrário não teríamos 86% de aprovação a alguma medida. Há uma clara percepção de que algo deve ser feito para evitar o uso excessivo de celulares nas escolas, a fim de preservar o processo de aprendizagem”, afirma o diretor-executivo da Nexus, Marcelo Tokarski.

A psicopedagoga do Instituto Vínculo, Camila Sampaio, é a favor da proibição parcial. Para ela, apenas como recurso pedagógico, se utilizado na escola, o celular pode ser um aliado, desde usado com supervisão do professor. Ela destaca que há aplicativos interessantes que podem complementar os conteúdos escolares, como uso da realidade aumentada e jogos de quiz personalizáveis. Entretanto, ela lembra que o uso excessivo do celular pode causar danos cognitivos e socioemocionais para os estudantes, além de ser prejudicial para o sono, para socialização e interação e até mesmo na habilidade de se comunicar verbalmente com outras pessoas.

“No aspecto cognitivo [o celular] pode causar prejuízos na atenção, memória e habilidade de solucionar problemas. O celular tem estímulos muito atrativos e respostas rápidas, o que faz com que o estudante diminua a capacidade de se concentrar em tarefas mais longas ou com poucos recursos visuais. Também afeta a memória pelo comodismo de não utilizar mais a memória para armazenar informações importantes por confiar demais no que está armazenado no celular. Os estudantes hoje, por terem respostas rápidas e prontas, estão deixando de estimular a criatividade e o pensamento”, ressalta a psicopedagoga.

Projeto de lei

Tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, um projeto de lei para limitar o uso dos celulares nas escolas. O Ministério da Educação chegou a anunciar que estava preparando uma proposta sobre o tema, mas não chegou a ser apresentada. O texto aprovado pela Comissão de Educação da Câmara proíbe o uso para crianças de até 10 anos. A partir dos 11 anos, é permitido para atividades pedagógicas.

No último dia 12, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou projeto de lei que proíbe o uso de aparelhos eletrônicos em escolas públicas e particulares. A nova lei restringe a utilização de celulares, tablets, relógios inteligentes e similares, exceto em situações que tenham relação com o aprendizado, inclusive para estudantes com deficiência. A proposta restringe o uso até fora das salas de aula, como no recreio e em eventuais horários que os alunos não tiverem aula. O projeto segue para sanção do governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo.

A matéria prevê a criação de protocolos de guarda de equipamentos nas redes de ensino e independência das escolas particulares para regularem como aplicarão a medida. Também está prevista responsabilização dos próprios estudantes por danos e extravios, mesmo quando os aparelhos estiverem guardados.

O projeto foi aprovado em regime de urgência, por consenso e sem emendas. Proposto pela deputada da Rede, Marina Helou, teve coautoria de parlamentares da direita e da esquerda e angariou 42 votos. O Projeto de Lei 293/2024 altera a legislação atual, vigente desde 2007. Agora, o alcance das normas foi ampliado, abrangendo a rede particular e as unidades municipais.

*Com informações da Agência Brasil

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