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Censo mostra que a população de Mato Grosso do Sul cresceu abaixo do esperado

Levantamento é realizado em MS desde antes da divisão do Estado; crescimento nos últimos 12 anos foi de apenas 12,5%

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De acordo com os primeiros dados do Censo Demográfico 2022, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso do Sul teve um aumento de 12,5% na população e chegou a 2.756.700 habitantes. O número, porém, é menor do que a projeção feita no ano passado. 

A prévia do Censo, divulgada no fim de 2022, era de um ganho de mais de 384.401 habitantes, mas esse crescimento foi de apenas 307.676 pessoas nos últimos 12 anos. A última pesquisa foi realizada em 2010. 
Apesar do crescimento, o ritmo desse aumento desacelerou. A evolução populacional em Mato Grosso do Sul é estudada desde 1940, 37 anos antes da divisão do Estado. 

No primeiro Censo, 238.640 habitantes viviam no que hoje conhecemos como Mato Grosso do Sul, em 1950, o aumento não foi significante, totalizando 309.395 moradores no Estado. 
Pouco antes da divisão, em 1960, MS registrou 579.652 habitantes, e na década de 1970 alcançou pouco mais de 1 milhão de habitantes. 

Nos anos seguintes, o crescimento porcentual ficou acima dos atuais 12,5% relatados no Censo de 2022, quando o Estado saltou de 2.449.024 habitantes para 2.756.700. 

O ritmo menor de crescimento acompanha a tendência nacional. Mesmo assim, Mato Grosso do Sul tem a 7ª maior taxa de crescimento médio anual dos estados brasileiros, com 0,99% de avanço, enquanto a média brasileira foi de 0,52%. 

O Estado aumentou de 1,3% para 1,4% a participação populacional de MS em relação à população brasileira, acompanhando o crescimento da Região Centro-Oeste, que mostrou a maior taxa média de 1,2% de crescimento demográfico nos últimos 12 anos. 

Uma evolução menor do que a esperada também é uma realidade para Campo Grande. A Capital do Estado passou de 786.797 habitantes para 897.938, enquanto era estimado um salto para 942.140 moradores. 

ANÁLISE

Segundo o sociólogo e historiador Paulo Cabral, apesar de a Capital não ter atingido o estimado nem ter alcançado 1 milhão de habitantes, “não há nada de excepcional nisso”. 

O Brasil também ficou com índice populacional abaixo da estimativa do IBGE. O País alcançou 203.062.512 habitantes, um aumento de 6,5% em comparação com os dados de 2010, sendo 4,7 milhões a menos que as projeções do órgão divulgadas em dezembro do ano passado. 

Cabral relata que uma das mudanças significativas que impactam a densidade demográfica é a acessibilidade de métodos contraceptivos para as mulheres. 

“A mulher está podendo mandar no seu corpo, então ela só terá filhos se quiser e quantos quiser. Dentro dessa circunstância, elas atualmente não repõem a população, elas têm menos filhos do que a reposição da população e isso pode ser um problema sério”, comenta o sociólogo. 

Cabral alerta que, apesar de não terem sido divulgados dados a respeito da faixa etária populacional, a preocupação com o envelhecimento dos brasileiros deve ser algo atual, em razão dos custos dos idosos. 
“Já estamos na transição demográfica, a parcela de 20 anos, há 50 anos, era metade da população”, informa Cabral. 

NÃO REPONDERAM 

O historiador também aponta uma mudança no ato de receber e responder ao Censo. Em 1970, segundo Paulo, a população aceitava atender os agentes, mas atualmente isso mudou bastante. 

O relato segue os dados levantados pelo IBGE, no qual Mato Grosso do Sul ocupa uma das maiores taxas de não resposta do País, com 4,21%. 

A taxa do Brasil ficou em 4,24%. Esse alto índice foi puxado principalmente por São Paulo, que foi o estado com maior número de recusas, sendo 8,12% de média. 

Entre os possíveis motivos elencados para as não respostas ao Censo, o coordenador Fernando Gallina relata que os condomínios e muitas obras verticais nas cidades acabaram dificultando o acesso dos agentes aos moradores. 

No entanto, o IBGE possui uma técnica para imputar os dados desses moradores que não foram encontrados para responderem à pesquisa. 

“No domicílio onde se sabe que havia morador, mas não foi possível encontrá-lo, são imputados dados semelhantes aos dos domicílios de mesmas características pertencentes à mesma região”, explica.

Ao todo, em Mato Grosso do Sul, 2.649.331 habitantes tiveram a pesquisa coletada, enquanto 107.369 pessoas tiveram de ser baseadas em dados imputáveis, resultando nos 2.756.700 moradores. 
O instituto informa que essa técnica é usada em pesquisas domiciliares amostrais em todo o mundo. 

MAIS RECEPTIVOS

Dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, Sete Quedas é o único em que todos os domicílios responderam ao questionário do Censo Demográfico.

De acordo com o IBGE, a taxa de não resposta no município é de 0,00%. Isso significa que todos os 3.668 domicílios visitados responderam ao formulário.

Em seguida, Japorã aparece em segundo lugar, com 0,16% de taxa de não resposta. Das 2.492 residências visitadas, quatro não concederam entrevista.

Aral Moreira ocupa o terceiro lugar no ranking de menores taxas de não resposta, com 0,27%. Dos 3.370 domicílios visitados, nove não responderam ao questionário.

Campo Grande, com 5,46% de não resposta, é o município de Mato Grosso do Sul com a maior taxa. Das 325.750 residências visitadas, 17.794 não concederam entrevista. (Colaborou Naiara Camargo)

MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

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Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

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SAÚDE

Mato Grosso do Sul tem três casos confirmados da gripe K

Casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1)

20/12/2025 12h00

UPA Tiradentes em Campo Grande

UPA Tiradentes em Campo Grande MARCELO VICTOR

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Ministério da Saúde confirmou três casos da gripe K, nesta sexta-feira (19), em Mato Grosso do Sul.

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) identificou a presença do vírus e enviou a amostra para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), onde positivou para o subclado K da Influenza A (H3N2).

Os casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1). Os infectados são:

  • bebê de cinco meses, do sexo feminino
  • mulher de 73 anos
  • homem de 77 anos

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS), dois pacientes não apresentavam comorbidades, enquanto um possuía histórico de hipertensão e diabetes.

Apenas um dos casos evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com necessidade de internação hospitalar. Atualmente, todos já estão bem, já se recuperaram e estão em casa.

Os três pacientes não possuem registro de viagem internacional, contato com viajantes ou relato de deslocamento para outros estados.

Até o momento, quatro casos foram confirmados no Brasil, sendo três em MS e um no Pará. Após a confirmação, a SES-MS emitiu alerta epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do Estado.

Veja a nota compartilhada pelo Ministério da Saúde:

"Ministério da Saúde intensificou as ações de vigilância da Influenza A (H3N2), em especial do subclado K, que, na América do Norte, tem sido mais frequente em países como Estados Unidos e Canadá. A medida ocorre em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), que aponta aumento de casos e de internações por gripe em países do hemisfério norte associados a esse vírus, incluindo países da Europa e da Ásia.

No Brasil, até o momento, foram identificados quatro casos do subclado K: um importado, no Pará, associado a viagem internacional, e três no Mato Grosso do Sul, que seguem em investigação para confirmação da origem. A amostra do caso do Pará foi analisada pela Fiocruz/RJ, laboratório de referência nacional, enquanto as amostras do Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz (SP). Nas duas situações, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos respectivos estados identificaram a presença do vírus e enviaram para os laboratórios de referência nacional para sequenciamento, conforme os protocolos da vigilância".

Veja a nota compartilhada pela SES-MS:

"A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa que, considerando a Nota do Ministério da Saúde e o Alerta Epidemiológico emitido pelo Estado, foram detectadas três amostras do subclado K da Influenza A (H3N2) em Mato Grosso do Sul. Ressalta-se que não se tratam de casos suspeitos, uma vez que todos já foram confirmados laboratorialmente por meio de vigilância genômica. As amostras foram inicialmente processadas pelo Lacen/MS (Laboratório Central de Saúde Pública), que identificou a presença do vírus Influenza A. Conforme os protocolos estabelecidos pela vigilância em saúde, as amostras biológicas foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (SP), laboratório de referência nacional, onde foi realizado o sequenciamento genético que permitiu a identificação do subclado K, uma variante do vírus Influenza A (H3N2).

Quanto à existência de casos suspeitos no estado, a SES esclarece que não é possível afirmar com precisão, uma vez que a Influenza A (H3N2) é um vírus que já circula regularmente. Pessoas com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave podem estar infectadas por diferentes vírus respiratórios, como Influenza A (H1N1 ou H3N2), Influenza B, covid-19 ou outros agentes. A identificação do subclado ou da variante do vírus somente é possível por meio do sequenciamento genético, realizado no âmbito da vigilância laboratorial. Diante da confirmação dos casos, a SES, por meio da Coordenadoria de Emergências em Saúde Pública, emitiu Alerta Epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do estado".

GRIPE K

Gripe K é uma variação genética da Influenza A (H3N2) e não se trata de um vírus novo.

As vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protegem contra formas graves de gripe, inclusive as causadas pelo subclado K.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o subclado K tem apresentado crescimento acelerado na Europa e Ásia.

Os sintomas são os mesmos de uma gripe comum:

  • febre
  • dor no corpo
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • tosse
  • cansaço
  • falta de ar

As principais formas de evitar a doença são:

  • vacinação
  • ventilação de ambientes
  • uso de álcool gel
  • higienização das mãos
  • uso de máscara para pessoas infectadas

Até o momento, não há indícios de gravidade ou alarmismo. 

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