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Chegada de energia dá "cara de bairro" à invasão da Homex

Com processo de regularização em andamento, parte dos moradores da comunidade formada há sete anos em Campo Grande já começa a pagar as primeiras contas de luz

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Passados oito meses desde o anúncio do início do processo de regularização fundiária da comunidade da Homex, localizada próxima ao Bairro Centro-Oeste, na região do Anhanduizinho, a ocupação de quase uma década começa a ter “cara de bairro” após a chegada de energia.

Se virando com gambiarras desde então, a comunidade da Homex já convive com maquinários passando pelas ruas de terra instalando os postes de energia, trazendo a iluminação pública junto aos padrões de relógios medidores de energia.

Em entrevista ao Correio do Estado, o vice-presidente da Associação de Moradores da Homex, Francisco Jaílton Guimarães Saraiva, conhecido como Jajá, informou quais foram as melhorias trazidas para a comunidade nesse período. “A regularização está em andamento, vamos dizer que 90% do processo está feito, e em breve vamos pegar os nossos documentos do terreno”, disse Jajá.

“A luz também é uma das melhorias, 70% das famílias já estão com a instalação do padrão nas suas casas, pagando a sua conta de luz e tendo um comprovante de residência que é algo que muitas empresas pedem na hora da contratação. 

A energia agora já está presente na comunidade”, assegurou. De acordo com o vice-presidente da associação, a Energisa esclareceu à comunidade que a previsão é de que até o fim de dezembro todas as famílias já estejam com a energia regularizada dentro de casa.

Outro processo que deve começar a acontecer na comunidade, após a vinda da luz, 
é a chegada da água encanada. De acordo com Jajá, algumas reuniões já foram realizadas no intuito de começar o processo de encanamento.

“Sobre a água, já estive em reunião com o presidente da Águas Guariroba e o secretário da Agereg [Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos], e estamos lutando para trazer a água regularizada para a comunidade também. A prefeitura chegou a passar com maquinário para identificar certinho quais são as ruas da Homex”, declarou o vice-presidente da associação.

Além dessas ações principais, mais dois pontos de ônibus foram instalados próximos aos terrenos mais periféricos da Homex, junto à rede de energia que está em funcionamento. Além disso, o recolhimento de lixo nas ruas mais distantes do centro da comunidade – onde anteriormente não chegava a coleta – foi acrescentado à rota da Solurb.

Com relação a construções de instalações públicas, como creches, escolas municipais 
e estaduais e postos de saúde, Jajá informou que há conversas com a prefeitura para que haja tais estruturas na comunidade.

“Está tendo um desenvolvimento muito grande na nossa comunidade, para pagar o que é nosso com a regularização. Sobre as instalações públicas, a prefeitura já comentou que deve construir novas na região, mas o problema é que aqui tem só tem uma área que tem espaço para as obras, então não sei como será daqui para frente”, ponderou.

LUZ BEM-VINDA

A reportagem também conversou com moradores sobre o processo de regularização e a chegada da energia nas casas. Wagner Pinheiro Ortega, 38 anos, trabalha de forma autônoma como técnico em eletrônica e revelou ao Correio do Estado que precisava sair da comunidade para atender seus clientes, justamente por conta da falta de luz. Agora regularizada na Homex, com a potência correta de energia, ele consegue tocar o seu empreendimento dentro de casa.

“Nossa maior vitória até aqui foi a chegada da energia. Antes eu trabalhava para os outros, em loja de amigos, precisava sair da comunidade, porque caía a energia com a chuva e o vento, queimava tudo. Agora com a energia, eu consigo trabalhar em casa”, declarou Wagner.

Outro ponto importante citado pelo morador foi ter em mãos um documento de residência por meio da conta de energia. “O comprovante de residência em si não é só um comprovante que você está no local, mas é também uma constatação que o poder público reconheceu onde você mora, com nome do proprietário, inscrição e nome da rua”, acrescentou.

Moradora da Homex há cinco anos, Maria Célia, 53 anos, que já está com o padrão instalado em sua casa e aguarda a finalização do processo em sua residência, também enalteceu a melhoria que a energia vem trazendo para a comunidade.

“Sabemos que não vamos passar por mais constrangimento com as gambiarras, vamos ter padrões, energia de verdade, e está sendo um grande passo”, disse Maria Célia.

ENTENDA O PROCESSO

O projeto que regulariza a situação dos moradores do terreno ocupado que pertencia à Homex, empresa que faliu, foi encaminhado para a Câmara Municipal de Campo Grande e aprovado em março.

O local foi ocupado irregularmente há sete anos, sendo primeiramente uma área particular que a prefeitura conseguiu assumir a “massa falida” por meio de uma permuta – em virtude de débitos existentes – com a empresa que deixou um condomínio de prédios inacabado na região.

Agora, o processo de regularização da Homex segue em fase de georreferenciamento, que pode se estender até outubro do ano que vem.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Campo Grande esclareceu que está realizando o levantamento topográfico da região, localizando e mapeando as características da superfície da comunidade da Homex, dando detalhes sobre o prazo de pagamento das prestações do terreno regularizado.

“A Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários [Emha] informa que também está realizando os trabalhos de georreferenciamento e levantamento topográfico e já finalizou a captação da documentação necessária para a abertura dos processos individuais de regularização fundiária da comunidade Homex”, disse em nota.

“A expectativa é de que todo o processo seja concluído até o fim de 2024. Depois da conclusão do projeto, com um custo médio de R$ 20 mil por lote, as famílias pagarão prestações sociais com prazo de até 300 meses para pagamento”, concluiu. O custo mensal de pagamento do terreno para cada família será de R$ 130.

SAIBA

Com o direito de regularizar os terrenos invadidos da Homex garantido, cerca de 1.500 famílias esperam as benfeitorias de infraestrutura básica que devem chegar na região. Entre os relatos, o que os moradores mais necessitam é de encanamento de água/esgoto, escolas públicas, creches e postos de saúde.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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