Cidades

de cara com a morte

Colisões frontais são responsáveis por 40% dos óbitos em rodovias do Estado

Dados da Polícia Rodoviária Federal indicam que em 2023 foram 184 mortes, das quais 74 decorreram de batidas de frente

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Em Mato Grosso do Sul, 40,22% das pessoas que morreram nas rodovias federais estavam em veículos que colidiram frontalmente com outros. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a maioria dessas mortes ocorreu na BR-163, que corta o Estado de norte a sul e tem o maior fluxo de carros.

Ao todo, 184 pessoas morreram por causa de acidentes em rodovias federais do Estado, 74 delas em decorrência de colisões frontais.

Para se ter uma ideia da gravidade deste tipo de acidente, eles representaram no ano passado 35,81% do total de colisões com morte registradas: de 148, 53 foram deste tipo. O levantamento mostra que o porcentual de mortes (40,22%) em colisões frontais também é maior.

De acordo com a PRF, esse tipo de colisão é causado geralmente pela invasão da pista contrária pelo motorista, por diversas causas, mas a mais comum é a ultrapassagem imprudente.

“As causas que levam a essa situação são diversas, como falhas mecânicas, perda do controle do veículo, sonolência, embriaguez e ultrapassagens malsucedidas, sendo esta última a mais comum entre elas”, declarou a PRF, em nota.

“Grande parte dos acidentes nas rodovias tem como causa principal fatores relacionados ao comportamento dos condutores. Alguns exemplos são a ausência de reação ou a reação tardia do condutor, que podem estar relacionadas a fatores como distrações, embriaguez ou até mesmo sonolência ao volante,o excesso de velocidade, as ultrapassagens malsucedidas, entre outros”, explicou a corporação.

Conforme a PRF, a velocidade dos veículos é o principal fator que deixa os acidentes mais grave.
“Nas colisões frontais, a energia do impacto é transferida diretamente entre os veículos e, quando associada a altas velocidades, aumenta a probabilidade de danos graves à estrutura, resultando em consequências mais sérias”, avaliou a PRF.

ÚLTIMO CASO

Na terça-feira, três pessoas morreram em um acidente na BR-267. A colisão, que foi frontal, envolveu uma caminhonete S10 e uma carreta Scania, aproximadamente a 10 quilômetros do Posto da Torre, no distrito de Nova Casa Verde, pertencente ao município de Nova Andradina.

Segundo o Corpo de Bombeiros, havia três pessoas na caminhonete S10 e todas morreram no local. Após a colisão, a caminhonete pegou fogo. 

Conforme o site Nova News, eles participariam de um curso em Nova Alvorada do Sul na quarta-feira. 
O motorista do caminhão saiu ileso e disse à polícia que a rodovia estava em péssimas condições. As causas exatas do acidente ainda estão sendo apuradas. 

O caminhão seguia em direção ao distrito de Nova Casa Verde, e a caminhonete S10, a Nova Andradina. 
Segundo o caminhoneiro, ele teria perdido o controle da direção, invadido a pista contrária e colidido com a caminhonete, que foi arrastada por um trecho até bater em uma árvore, momento em que teria começado o incêndio.

Em 2023, a BR-267 contabilizou 123 acidentes, dos quais 16 foram frontais. Ocorreram 16 acidentes fatais (7 frutos de colisões frontais) na via, que resultaram em 20 mortes (9 em função de colisões frontais).

RODOVIAS

Segundo os dados da PRF, a BR-163 e a BR-262 são os maiores palcos de acidentes graves em Mato Grosso do Sul. Ao todo, a BR-163 contabilizou 755 acidentes no ano passado, dos quais 35 foram frontais. Já na BR-262 foram 375 colisões, das quais 30 foram frontais.

No caso da BR-163, ao todo foram 47 acidentes fatais, que resultaram em 64 mortes. Desses números, foram 17 colisões frontais, que resultaram em 30 mortes. Esses dados mostram que enquanto houve praticamente uma morte a cada acidente (30 batidas e 34 mortes), no caso das colisões frontais, o número de óbitos é quase o dobro (17 acidentes e 30 óbitos).

Em termos de comparação, a BR-262, outra grande rodovia federal que passa pelo Estado, teve 35 acidentes fatais, que resultaram em 41 óbitos. Em relação às colisões frontais, foram 12, com 13 óbitos.

CONCESSÃO

A BR-163 está desde 2014 sob responsabilidade da concessionária CCR MSVia e já foi chamada de rodovia da morte. Apesar de ainda ser a estrada com maior quantidade de óbitos, houve uma queda em relação ao período em que ela era de responsabilidade do governo federal.

Segundo a CCR MSVia, antes da privatização, a rodovia contabilizava 92 mortes por ano.
A queda se deve aos trechos de duplicação que a rodovia recebeu depois que foi concedida à iniciativa privada. Hoje, a BR-163 tem 150 quilômetros duplicados e, segundo a PRF, a maioria dos acidentes envolvendo colisões frontais são relacionados justamente aos trechos de pista simples.

“As colisões frontais são mais comuns em trechos de pista simples, sem acostamento ou onde a visibilidade não é adequada, como curvas, aclives e declives”, explicou, em nota.

No primeiro semestre do ano passado, para se ter uma ideia, o Anel Viário de Campo Grande, que corresponde a apenas 3% da extensão da BR-163 no Estado, concentrou 20% dos acidentes registrados pela PRF. O trecho não é duplicado.

A promessa é de que o Anel Viário, com o novo contrato entre CCR MSVia e governo federal, deverá ser completamente duplicado. Ao todo, serão mais 190 km de duplicação na rodovia, dos quais 185 km devem estar entre Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes, segundo o secretário de Infraestrutura e Logística, Hélio Peluffo.

O novo contrato, entretanto, ainda não foi assinado porque passa por avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o ministro interino dos Transportes, George André Palermo Santoro, a previsão é de que a extensão do acordo seja assinada somente em abril deste ano.

Além da duplicação, o novo contrato também prevê mais 170 km de terceira faixa. Ao todo, serão investidos R$ 12 bilhões ao longo de 35 anos de contrato.

SAIBA

De acordo com nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre acidentes de trânsito no Brasil, de 2010 a 2019, cerca de 13% das colisões frontais foram responsáveis por quase 40% de todas as mortes. 

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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