Além da CG Solurb, que deve deixar de recolher os resíduos dos grandes geradores até o dia 31, Campo Grande tem outras 45 empresas que podem prestar o serviço, com preços que variam de R$ 22,50 a R$ 50,00 por 50 quilos de lixo ao dia.
Audiência de conciliação, na quarta-feira, definiu que empresas consideradas grandes geradoras de lixo terão mais 30 dias de prazo para encontrar uma solução para o recolhimento dos resíduos, uma vez que a concessionária CG Solurb deixará de realizar esse serviço, por determinação judicial.
Depois do encontro, o representante da concessionária afirmou que a ideia da prorrogação do prazo é de encontrar uma solução com um custo melhor.
Em apuração feita pelo Correio do Estado, a qual envolveu seis empresas, o preço para realização desse tipo de serviço varia de R$ 22,50 a R$ 50,00.
Segundo o decreto municipal de 2018, que começou a valer em 1º de janeiro de 2019, são considerados grandes geradores as empresas que produzem volume superior a 100 litros ou 50 kg de resíduos por dia.
A paralisação da coleta de lixo dos grandes geradores foi resultado de ação civil pública movida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por entender que, por ser uma concessionária pública e que recebe por do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), esse serviço, que era cobrado, deveria servir para reduzir a taxa do lixo.
Entretanto, segundo o promotor Humberto Lapa Ferri, titular da 31ª Promotoria de Justiça, responsável pela ação, a CG Solurb afirmou que não havia lucro com a atividade, portanto, a Justiça entendeu que ela deveria ser paralisada.
Para se ter uma ideia, a concessionária informou que "o valor praticado para a disposição final dos resíduos no aterro sanitário é de R$ 166,67 por tonelada (referência: junho de 2025). A esse custo, somam-se os valores referentes à coleta e transporte até o aterro, os quais variam conforme a frequência, o turno e a localização do estabelecimento".
Readequando o valor passado para os 50 kg, que determinam que um estabelecimento é um grande gerador de lixo, o preço seria de R$ 8,33 por dia, o menor valor do mercado, porém, sem essas taxas adicionais que a concessionária informou que poderia ter.
COTAÇÃO
Em relação às outras empresas, a MS Ambiental, que atende o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) e a Santa Casa, cobra R$ 0,45 por kg coletado, ou seja, cada 50 kg devem sair por R$ 22,50, incluídos o transporte e a destinação final. Por caçamba, que tem capacidade de cerca de 3 toneladas a 3,5 toneladas, o valor ficaria entre R$ 1.350,00 e R$ 1.575,00.
De acordo com a empresa, a Santa Casa gera lixo suficiente para encher uma caçamba a cada 24 horas, enquanto o Humap demora um pouco mais, de dois a três dias.
Já a Oxinal Ambiental, que presta serviços para inúmeros clientes, entre eles, o Hospital Cassems (resíduo infectante), cobra R$ 0,75 por kg, o que seria equivalente a R$ 37,50 por 50 kg coletados, também incluídos o transporte e a destinação final. Então, por caçamba, este valor varia de R$ 2.250,00 a R$ 2.625,00.
Outra empresa que atende neste ramo é a Sol Brasil Ambiental. Em contato com ela, foi passado à reportagem que o preço cobrado, em média, é de R$ 900,00 a R$ 1.500,00 por mês, considerando um cliente que gere 50 kg de resíduos por dia, incluídos coleta e destinação final. Por dia, este valor fica entre R$ 30,00 e R$ 50,00.
Após a ação civil pública do MPMS que gerou o acordo judicial, em junho deste ano, a empresa afirmou que já fechou mais de 100 contratos no período. Hoje, a Sol Brasil opera com três caminhões compactadores de lixo, com capacidade para atender "mais de 300 clientes de pequeno, médio e grande porte".
A Colecta S.A., responsável pelo serviço nos Shoppings Campo Grande e Bosque dos Ipês, afirmou que o valor cobrado por coleta varia entre R$ 150,00 e R$ 300,00. Porém, também é cobrado o custo da destinação final, que varia de acordo com o volume e a geração de resíduos de cada estabelecimento, de R$ 200,00 a R$ 600,00 por tonelada.
A Berpram, outra conhecida empresa campo-grandense que realiza esse tipo de coleta, não quis informar o valor cobrado, mas, assim como a Sol Brasil, firmou mais de 100 contratos desde junho, com clientes de diversos segmentos, principalmente mercados, restaurantes, bares e padarias.
"Tanto os clientes quanto a prefeitura podem ficar tranquilos que temos capacidade para absorver esses clientes grandes geradores", garante a empresa.
Até o dia 31, os grandes geradores terão estas empresas consultadas e mais 40 prestadoras para escolher qual lhe fornecerá o serviço.
CADASTRAMENTO
Em 2019, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) abriu cadastro para as empresas interessadas em oferecer o serviço de coleta e destinação de lixo aos grandes geradores. Na época, 10 já haviam entrado com o processo de cadastramento.
Agora, segundo planilha enviada pela Prefeitura de Campo Grande ao Correio do Estado, já existem 46 empresas cadastradas, das quais 11 realizam somente o transporte (que envolve a remoção de materiais descartados de um local para outro para tratamento, reciclagem e aterro sanitário), 8 fazem apenas a destinação final (processo de tratamento e disposição adequada) e 27 praticam ambas as atividades.
Além de ter o cadastro regular, as empresas prestadoras são obrigadas por lei a entregar ao empresário mensalmente pelo menos três documentos, que são: relatório detalhado das coletas com os respectivos pesos e classificações dos resíduos, com os comprovantes registrados no órgão fiscalizador do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) do governo federal; declaração geral detalhada de destinação adequada dos resíduos (recicláveis e rejeitos); e Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR), contendo peso e tipo do material coletado e destinando, com a comprovação documental da destinação.



