Cidades

SAÚDE

Com déficit de R$ 158 milhões ao ano, convênios contratuais da Santa Casa devem ser reajustados

A medida foi apresentada pelo deputado estadual Pedrossian Neto depois da audiência pública que discutiu a crise financeira da Santa Casa de Campo Grande

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Conforme já divulgado pelo jornal Correio do Estado, o maior hospital de Mato Grosso do Sul, está enfrentando uma situação financeira crítica, com um déficit de quase R$ 160 milhões anualmente, o que representa R$ 13,238 milhões por mês.

Em meio à crise financeira, o hospital enviou na segunda-feira (24), um ofício à Sesau informando que estava com o seu pronto-socorro superlotado e que não teria mais condições de receber mais pacientes que não fossem de emergência.

No fim da tarde de segunda, havia 87 pacientes em um espaço onde deveria haver apenas 13 pessoas. Na terça-feira (25) de manhã, essa quantia havia caído para 76, mas as restrições continuavam ativas.

Diante desse cenário, e depois da audiência pública que discutiu a crise financeira da Santa Casa de Campo Grande, o deputado estadual Pedrossian Neto, apresentou um projeto de lei que obriga o reajuste nos convênios de contratualização entre o Governo de Mato Grosso do Sul e hospitais filantrópicos que atendem o SUS (Sistema Único de Saúde).

Conforme a proposta, para que o reajuste anual seja aplicado, as instituições de saúde precisam fazer parte do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), se enquadrarem como entidade assistencial sem fins lucrativos e estarem aptas ao recebimento de verbas do SUS.

Além disso, ainda de acordo com o texto, será necessária a comprovação do cumprimento de metas qualitativas e quantitativas em patamar não inferior a 70%. O documento ainda obriga a implementação de um sistema de transparência em meio digital, para que os hospitais sem fins lucrativos demonstrem a aplicação e destinação dos recursos recebidos.

Em sua justificativa, Pedrossian afirmou que as contratualizações do Sistema Único de Saúde não preveem qualquer reajuste dos valores aportados. “Isso faz com que ao longo da execução dos convênios, as entidades se vejam em constante déficit financeiro, acumulando dívidas ao longo do tempo, o que certamente contribui para o colapso do sistema de assistência à saúde”, completou.

Caso seja aprovado, o projeto de lei vai abranger todos os hospitais sem fins lucrativos, mas atualmente, é a Santa Casa de Campo Grande que apresenta maior preocupação devido ao fluxo de atendimento e por ser a referência da saúde em Mato Grosso do Sul.

DECISÃO

Mais cedo, o Correio do Estado informou que juiz da 3ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos de Campo Grande, Marcelo Andrade Campos Silva deu dois dias para que o Executivo campo-grandense pague à Santa Casa, sob pena de sequestro dos cofres públicos, a quantia de R$ 46.381.533,60.

Isso porque, na segunda-feira, o hospital ingressou na Justiça com um pedido de concessão de tutela de urgência para que a Prefeitura de Campo Grande efetuasse esse pagamento.

O magistrado foi favorável ao pedido e a resposta aconteceu em tempo recorde, no dia seguinte, devido a urgência do caso. “Determino que seja o requerido intimado para, em 48 horas, cumprir a decisão judicial de obrigação de fazer, consistente no repasse da verba determinada na sentença, sob pena de sequestro”, diz trecho da decisão.

Essa decisão é resultado de um processo ingressado em 2020 pela Santa Casa contra a Prefeitura de Campo Grande pelo não pagamento de recursos que seria proveniente de repasse do governo federal, feito ainda durante a pandemia de Covid-19.

O processo tramitou no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), que acatou o pedido do hospital, porém, a prefeitura havia entrado com um recurso no Tribunal Superior de Justiça (STJ).

No início da ação, em 2020, o valor reclamado pelo hospital era de R$ 13,5 milhões. Entretanto, hoje a unidade hospitalar alega que ele já teria chegado a R$ 46,3 milhões.

No agravo ingressado pela prefeitura no STJ, os ministros da Segunda Turma da Corte, no dia 19, decidiram “por unanimidade negar provimento ao recurso”.

Com isso, a Santa Casa de Campo Grande solicitou na segunda-feira, conforme nota da instituição, que esses R$ 46,3 milhões sejam pagos ao hospital, o que foi acatado pelo magistrado.

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CREMA

MS 'abre mão' de sua primeira rodovia de concreto

Incluída ao chamado Programa de Contrato de Restauração e Manutenção (Crema), via teria revestimento rígido e receberá aplicação de uma camada de micro revestimento com polímero

30/03/2025 10h30

Governo do Estado considera esses investimentos como

Governo do Estado considera esses investimentos como "essenciais" para atender à demanda e fluxo de veículos que devem passar diariamente pela rodovia no trecho entre Três Lagoas e Inocência Reprodução/Divulgação/Agesul

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Após o projeto passar por alterações, a ideia de que a MS-377 seria a "primeira rodovia de concreto de Mato Grosso do Sul" parece ter sido deixado de lado. 

Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog) e Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul), as rodovias MS-377 e MS-240 foram incluídas ao chamado Programa de Contrato de Restauração e Manutenção (Crema).

A restauração de 48 km da MS-377 é prevista há tempos, com inclusão de terceira faixa em pontos estratégicos do entroncamento da MS-320 até o município de Inocência, acesso esse que vai passar em frente à entrada da fábrica da Arauco. 

Iniciativa do Banco Mundial já empregada no Brasil no final da década de 1990, o Crema foi recentemente reintroduzido graças ao crédito disponível para o setor de infraestrutura. 

Segundo o Governo do Estado, o programa de restauração e manutenção do Banco Mundial para essas duas rodovias será formalizado nos próximos meses. 

Através da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog) e Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul), o Governo gerido por Eduardo Riedel (PSDB) garante que o dito modelo Crema traz mais vantagens, além de garantir custos mais baixos. 

Conforme o Executivo em nota em Correio do Estado, o modelo Crema assegura a restauração e a manutenção das vias por um período de 10 anos, "trazendo segurança adequada e melhor trafegabilidade". 

O teste do modelo de Contrato de Restauração e Manutenção em Mato Grosso do Sul, como acompanhou o Correio do Estado à época, mirou a MS-436, rodovia que liga as cidades de Camapuã e Figueirão, concluída em 2014, mas que em menos de uma década já precisava praticamente ser refeita, com um investimento orçado em R$ 136 milhões.

"Como parte desse processo, serão realizados serviços de reparos localizados, com reperfilamento e aplicação de uma camada de micro revestimento com polímero", acrescentou o Executivo através da Seilog/Agesul em nota.  

O Governo do Estado considera esses investimentos como "essenciais" para atender à demanda e fluxo de veículos que devem passar diariamente pela rodovia no trecho entre Três Lagoas e Inocência, estimado em cerca de 15 mil usuários até 2027. 

"Abrindo mão"

Esse trecho da rodovia MS-377, do entrocamento de MS-320 até o município de Inocência, já ganhou destaque por parte do Governo do Estado anteriormente, justamente por ser prometido como o primeiro em Mato Grosso do Sul a ter pavimento rígido de concreto. 

Anunciado no fim de maio deste ano, a tecnologia conhecida como "whitetopping" será estendida por 48 km de estrada recuperada, que até então não existia em nenhum trecho de Mato Grosso do Sul, apesar de já ser utilizada nas seguintes Unidades da Federação: 

  • São Paulo,
  • Rio de Janeiro,
  • Minas Gerais,
  • Mato Grosso e
  • Paraná.

Em termos de durabilidade, as promessas em cima da "whitetopping" é que a tecnologia resista por cerca de duas décadas inteiras, com qualidade da superfície, conforto de rolamento e um custo inicial competitivo. 

Com um gasto mínimo de manutenção prevista, a rodovia com essa tecnologia garante segurança ao usuário e uma maior resistência ao tráfego pesado, perfeito para a região que prevê escoar por essas rodovias as plantações da região de Água Clara até a fábrica em Inocência. 

Volta do Crema

Eduardo Riedel foi apresentado a essa "nova modalidade" de contrato durante viagem à capital do Estados Unidos, feita ainda no segundo semestre de 2023, indicando à época o intuito de substituir gradualmente os sistemas de lotes de manutenção para contratos no modelo crema. 

“Nesse modelo do Crema, essa empresa que vai fazer a restauração é quase uma ‘micro-PPP’, ou seja, ela faz [a execução do serviço] e fica responsável pela manutenção do que ela fez”, explicou Riedel na ocasião. 

Diferente das Parcerias Público-Privadas, onde os contratos chegam até cerca de 30 anos, a média da modalidade Crema costuma ser de "apenas" uma década, o que segundo o Governador é benéfico pois: "quanto menos a empresa precisar [intervir] nessa rodovia, melhor para ela”. 

Criado pelo antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (Dner), que nos anos 2000 passou a ser chamado de Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o então Programa de Restauração e Descentralização de Rodovias Federais adotou uma mudança do modelo de manutenção da malha rodoviária do País.

Na época, essa manutenção era calcada no conceito de gestão por desempenho, conforme a orientação do Banco Mundial, consistindo em ação rotineira em rodovias consideradas regulares a boas e ofertando os serviços integrados de restauração daquelas ruins a regulares.

O "novo" Crema, já adotado pelo Governo Federal como bem citado por Riedel, se destaca em alguns pontos do tradicional da década de 90, principalmente por propor uma descentralização da ações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt).  

“Esse programa a gente lança com o Banco Mundial, mas com uma inovação na modelagem. O governo federal já adota [o Crema] em algumas situações, mas nós vamos trazê-lo, com toda a expertise do Banco Mundial”, concluiu Riedel, em entrevista ao Correio do Estado.

 

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Jovens e Adultos

IFMS abre inscrições com bolsas de até R$ 750 para cursos técnicos

Vagas são para oito municípios do estado, algumas de forma imediata

29/03/2025 18h00

Divulgação/IFMS

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O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) está com inscrições abertas para a seleção de estudantes que desejam atuar como bolsistas em cursos técnicos integrados ao ensino médio, na modalidade Educação de Jovens e Adultos (Proeja). As bolsas piodem chegar até R$ 750, e são destinadas a estudantes matriculados nos campi de Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim, Naviraí e Três Lagoas, com vagas imediatas para algumas dessas unidades.

Os bolsistas selecionados serão responsáveis por apoiar as atividades acadêmicas e administrativas, colaborando na organização dos serviços acadêmicos, no suporte aos estudantes e na resolução de dúvidas sobre o funcionamento dos cursos. A bolsa tem o valor de R$ 18 por hora, com carga horária de até 10 horas semanais, o que pode resultar em até R$ 720 por mês.

As vagas estão distribuídas entre preenchimento imediato e cadastro reserva. Nos campi de Aquidauana, Corumbá, Coxim, Dourados, Jardim e Naviraí, as vagas são imediatas. Para os outros campi, as vagas são para cadastro reserva, com convocação dos selecionados conforme a demanda do IFMS.

Requisitos

Para se candidatar, o estudante deve:

  • Estar matriculado em um curso técnico Proeja do IFMS;
  • Ter concluído o primeiro semestre do curso;
  • Apresentar frequência regular, sem reprovações por falta;
  • Disponibilidade para 10 horas semanais de dedicação;
  • Ter conhecimentos básicos em informática (editor de texto, planilhas, e-mail e ambiente virtual de aprendizagem);
  • Não receber outra bolsa ou auxílio incompatível com a Bolsa-Formação EJA-EPT.

Incrições

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até o dia 4 de abril, por meio da Página do Candidato da Central de Seleção. A classificação dos candidatos será feita com base no Índice de Coeficiente de Rendimento (ICR), em ordem decrescente.

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