Cidades

PANDEMIA

Com hospitais lotados, Capital tenta evitar colapso ao entrar na 2ª onda

Reunião entre secretarias de saúde do Estado, município e hospitais definiu estratégias para conter doença

Continue lendo...

Epicentro da doença em Mato Grosso do Sul, Campo Grande vive um momento de ascensão nos casos de Covid-19, que já é considerada a segunda onda da pandemia na Capital. 

Com hospitais já sem leitos, município e Estado tentam correr para evitar que o sistema de saúde da cidade entre em colapso.

De acordo com dados de ontem, conseguido pela reportagem com hospitais e também pelo sistema do governo, o Mais Saúde, mostravam que dos oito hospitais que tem Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para a doença, um hospital tinha leitos para o tratamento da doença.

Dos dados até a tarde de ontem, o Hospital Adventista do Pênfigo tinha 66,67% de ocupação na UTI de Covid-19.  

Acompanhe as últimas notícias do Correio do Estado

Em dados gerais, Campo Grande tinha 97% de ocupação de UTI geral até o final da tarde de ontem e 89,7% de UTI Covid-19, segundo dados do governo do Estado.

Muito próximo do chamado colapso no sistema de saúde, Secretaria de Estado de Saúde (SES) se reuniu ontem com a diretoria dos hospitais da Capital para solicitar ampliação desses leitos.

Outra reunião, entre a pasta estadual e a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), no final da tarde, tratou sobre estratégias para evitar o aumento da pandemia.

“O número de casos novos em Campo Grande é muito grande, a média móvel cresceu assustadoramente e, além disso, a positividade dos exames feitos na Capital são enormes", disse o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. 

"Ouvimos todos os hospitais e fizemos apelo para que as autoridades públicas tomem medidas que levem ao isolamento social porque, certamente, nós vamos enfrentar um colapso da saúde pública no Estado a partir da nossa Capital”, alertou.

A ampliação de leitos deve acontecer no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul e no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, com mais 10 leitos de UTI em cada unidade. Entretanto, essa medida continua no papel.

No caso das vagas no Regional, a diretoria aguarda contratação de mais médicos para reabrir leitos do setor intensivo que foram fechados devido ao recuo da doença no Estado. Essa contratação, porém, ainda não foi efetivada. 

Já o HU informou, por meio de sua assessoria de imprensa que ainda não há previsão para a volta dos leitos de Covid-19 porque “dependemos da disposição de Estado e municípios arcarem com aluguel de respiradores e compra de insumos”.

OUTROS HOSPITAIS

Em relação à Santa Casa, Proncor e El Kadri, hospitais com contrato com a prefeitura e para onde também são levados pacientes com a doença, não há previsão de novas ampliações nos setores críticos.

Segundo a Santa Casa de Campo Grande, o hospital ainda não tinha sido procurado para esse tipo de tratativa até a tarde de ontem. “O que tem formalizado é continuarmos prestando apoio ao HR nos atendimentos dos demais pacientes que não sejam por Covid-19”.

Ainda de acordo com a unidade médica, só na terça-feira dois pacientes com Covid-19 foram transferidos do Regional para a Santa Casa, para serem internados em UTI.

No caso do El Kadri, o contrato assinado entre o serviço hospitalar e a prefeitura já está na quarta prorrogação – que ainda não foi assinada – e pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) são atendidos no local. 

De acordo com o diretor administrativo da unidade, Rudiney Leal, das 10 vagas de UTI Covid-19, duas são ocupadas por pacientes da rede pública. 

“Nesse momento estamos com 19 pacientes na enfermaria Covid-19, que tem 31 leitos e nós estamos com 100% de ocupação nos leitos de UTI adulto para a doença, até uma semana atrás essa ocupação não estava em 50%”, declarou Leal.

No Hospital da Unimed, que tinha todos os 30 leitos de UTI para Covid-19 ocupados, 21 pacientes estavam entubados com ventilação mecânica. :

Já na Cassems a ocupação chegou a 100% ontem, mas o hospital informou que abriria mais 10 leitos para Covid-19.

SEGUNDA ONDA

Para o médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Julio Croda, com o aumento visto na Capital nas últimas semanas, já é possível dizer que Campo Grande entrou na segunda onda da Covid-19.  

Conforme o pesquisador e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a campanha eleitoral e outros tipos de aglomeração influenciaram para que a doença tenha voltado com força na cidade. 

“Acho que, além do toque de recolher, deveria cancelar reuniões com mais de 10 pessoas. A liberação de eventos é competência do município, já as aglomerações em ambiente domiciliar cabe a consciência de cada um”, disse o médico.

Ontem, o boletim epidemiológico da SES trouxe mais 905 casos em todo Estado, dos quais 453 eram em Campo Grande. Já dos quatro óbitos em Mato Grosso do Sul, três foram na Capital.

Fórum Criminal

Adriane doa terreno de R$ 13,4 milhões ao Tribunal de Justiça

Imóvel, de 5,5 mil metros quadrados, está localizado na esquina da rua Barão do Rio Branco com a Bahia, onde funciona o Batalhão de Trânsito

17/12/2025 19h00

Polícia de Trânsito será

Polícia de Trânsito será "despejada" do endereço onde funciona há cerca de duas décadas para dar lugar ao Fórum Criminal Gerson Oliveira

Continue Lendo...

A prefeitura de Campo Grande oficializou nesta quarta-feira (17) a doação de um terreno de 5,59 mil metros quadrados, avaliado em R$ 13.489.788,28, para o Governo do Estado. No local, esquina das ruas Barão do Rio Branco com a Bahia, será construído o Fórum Criminal. 

No terreno que ainda pertencia à prefeitura funciona, há cerca de duas décadas, o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, que terá de ser transferido para novo endereço assim que as obras começarem, possivelmente no próximo ano. O novo local ainda não foi definido.

O terreno, onde até o final do século passado estava instalado o Dersul (Agesul), tem 12,22 mil metros quadrados. E como somente parte foi doada, os orgãos da saúde municipal e estadual continuarão no mesmo endereço. 

A aprovação da doação terreno ocorreu no último dia 10, em meio à resistência de parte dos vereadores, já que entendiam que a prefeitura, em crise financeira, deveria vender o imóvel. Porém, a proposta da prefeita Adriane Lopes acabou obtendo o número de votos necessário para a doação.  

Conforme a previsão do Tribunal de Justiça, para o novo prédio serão transferidas as seis varas criminais e as duas do tribunal do júri. Entre as propostas está a construção de auditórios maiores para acomodar a platéia durante estes julgamentos. 

Até a conclusão da obra serão necessários em torno de R$ 100 milhões. Porém, no orçamento do próximo ano o Tribunal de Justiça destinou apenas R$ 1.635.000,00, valor que deve ser suficiente apenas para bancar os trabalhos iniciais de elaboração do projeto executivo do novo prédio, a não ser que o Executivo banque os custos da construção. 

A prioridade do TJ,  por enquanto, é a construção do anexo e refeitório do prédio do gabinete dos desembargadores. Para este projeto estão sendo destinados R$ 8,9 milhões na proposta orçamentária do próximo ano do TJMS.

Um dos argumentos utilizados pelo presidente do Tribunal,  Dorival Renato Pavan, é de que o prédio atual do fórum de Campo Grande, inaugurado no final de 2022, ficou pequeno para abrigar juízes, servidores, advogados e usuários dos serviços do Judiciário. 

Além disso, argumenta o magistrado, é necessário separar as varas cíveis das criminais para garantir maior seguranças às milhares de pessoas que diariamente entram e saem do prédio. 

Para aliviar esta suposta superlotação, já está sendo construído  o Fórum da Mulher, da Criança e do Idoso, ao lado da Casa da Mulher Brasileira, nas imediações do aeroporto internacional de Campo Grande. O investimento inicial é de R$ 10 milhões.

A construção do fórum atual se arrastou ao longo de nove anos, com alguns períodos de interrupção total  dos trabalhos. Ele tem 21,7 mil metros quadrados de área construída substituiu o fórum que antes funcionava na Fernando Corrêa da Costa. 

Conforme a previsão, o novo prédio terá menos da metade do tamano, da ordem de 11 mil metros quadrados. Porém, também não sairá do papel de um dia para o outro. A previsão é de que a obra se arraste por até cinco anos, se houver disponibilidade de recursos. 
 

Cidades

Em meio a greve, vereador sugere regulamentação de vans como transporte coletivo

Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a proposta que prevê as vans como uma alternativa para a população

17/12/2025 18h55

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

Continue Lendo...

Diante do paralisação dos ônibus que Campo Grande vive nos últimos dias, o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul determinou a intervenção da Prefeitura Municipal na gestão do Consórcio Guaicurus. Com esse cenário, o vereador Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a regulamentação do uso de vans como alternativa de transporte. 

"Campo Grande não pode parar. Uma capital desse porte não pode ficar sem transporte coletivo nem por um único dia. O transporte de vans é uma alternativa que é sugerida com recorrência. E, agora, diante da emergência da greve, uma solução provisória para milhares de passageiros que dependem do ônibus, mas que não contam com o serviço neste momento", destacou o parlamentar.

Para o vereador, a medida judicial confirma que a crise no sistema não é pontual, mas resultado de falhas graves e recorrentes. 

"O que foi decidido mostra que o problema é estrutural e exige providências imediatas. A população não pode continuar sendo penalizada. Quando não é pelo alto preço da passagem ou pela má qualidade dos ônibus, o Consórcio provoca situações como uma greve. Além disso, de maneira recorrente, acusa a Prefeitura pelo não pagamento de repasses, mesmo quando a Prefeitura promove a isenção de impostos ou efetua o repasse. Sem falar no descaso com os próprios trabalhadores do Consórcio que alegam estar sem pagamento", afirmou.

Decisão da Justiça

A decisão determina que, em até 30 dias, o Município instaure um processo administrativo de intervenção no contrato com o Consórcio, além de nomear um interventor e apresentar um plano de ação com cronograma para a regularização da situação do Transporte Urbano, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. 

A Tutela de Urgência foi deferida pelo juiz Eduardo Lacerda Trevisan, na ação ajuizada pelo advogado e ex-candidato a prefeito Luso Queiroz (PT) em desfavor da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran), Consórcio Guaicurus SA e Município de Campo Grande. 

Outra alternativa

O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) reforçou que, para melhorar o serviço, é necessário pensar em novos modelos de transporte público, além de novas formas de gestão que possam garantir um sistema mais ágil e eficiente.

Para ele, a implementação do VLT (veículo leve sobre trilho) poderia aliviar o trânsito, diminuir a poluição e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. 

Além disso, Ronilço sugeriu que o município busque novos recursos e parcerias para financiar melhorias no transporte coletivo, como a captação de investimentos por meio de instituições financeiras internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).