Aproximadamente 37 mil caminhões caçamba (com capacidade para 5m³) seriam necessários hoje, para resolver o problema de assoreamento do Lago do Amor, que há uma semana segue suas obras de reparo a todo vapor.
No local, caminhões de caçamba; escavadeiras; retroescavadeiras e guindastes são utilizados na obra, para limpeza do entulho acumulado, com a derrubada das árvores para início das obras, e também o descarregamento de materiais que serão usados nos próximos passos.
Conforme publicação, o prazo total que a CCO tem para conclusão dos trabalhos é de quatro meses. Como detalha a equipe técnica da Secretaria Municipal De Infraestrutura E Serviços Públicos (Sisep), a obra segue dentro do cronograma.
"O mais difícil era limpar tudo, e até a semana passada ainda estava cheio aqui, se continuar nesse ritmo aí, a ideia é fazer antes desses 120 dias, até porque já demorou muito para começar, por questões burocráticas e tal", explica o engenheiro da Sisep, Rodolfo Quevedo.
Além de derrubadas as árvores e parte da escora da ciclovia, que são retiradas aos poucos, e as ferragens despejadas na manhã desta segunda (10), conforme os engenheiros, serão utilizadas para a construção de uma lage sobre o canal.
"Ele tem que fazer uma estrutura de concreto, onde vai sair a comporta da outra drenagem, que vai fazer para o lado de cá (margem onde houve o desmoronamento)", explica o engenheiro da Sisep, Bernardo Chagas, fiscal da obra
Longe de ser a solução definitiva para o problema, o projeto no Lago do Amor visa a instalação de um novo vertedouro que, segundo Bernardo, ficará em um nível mais alto do que a primeira saída de água.
"Enquanto o primeiro vertedouro é 'tulipa', esse segundo vai ser tipo 'monge' e vai ter mais uma drenagem de 80",
Assoreamento e chuva
Desde 2008 a situação do Lago do Amor é acompanhada pelo Laboratório de Hidrologia, Erosão e Sedimentos (Heros), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Hidrosed Engenharia.
Pelo estudo de caso do assoreamento, foi observado que o ponto turístico vem diminuindo em área e, devido ao assoreamento, em uma década, registrou perda de 37% de volume em comparação com o primeiro levantamento em comparação com o primeiro levantamento.
Confira os registros e marcações de níveis do estudo:
Data | Volume (m³) | Área (m²) |
Agosto de 2008 | 199225,14 | 96354,30 |
Novembro de 2011 | 182002,59 | 90001,35 |
Fevereiro 2013 | 165742,92 | 87179,87 |
Novembro de 2013 | 155096,42 | 84476,44 |
Outubro de 2014 | 152310,47 | 82110,31 |
Março de 2016 | 158289,58 | 81777,36 |
Março de 2017 | 140759,07 | 75661,60 |
Novembro de 2018 | 125558,53 | 58913,87 |
Passado 10 anos do início do estudo, os 37% na queda do volume, registrados em 2018, saltou para 45% de perda da capacidade de armazenamento de água, já que dos 196.651 metros cúbicos - observados em 2008 -, o total da capacidade, até o fim do ano passado, beirava 108.725 metros cúbicos.
Conforme o laboratório Heros, em 14 anos o reservatório acumulou 88 mil metros cúbicos de volume de sedimentos e, diagnósticos classificam o "tempo de vida" do lago em aproximadamente mais 15 anos, caso o assoreamento não seja resolvido até lá.
"O lago deste tamanho está super raso. Esse é um dos problemas que está ficando, que tem que desassorear. Só que é da Universidade, aí tem que fazer algum acerto, com o Estado ou Prefeitura, como fizeram no das Nações e aqui vai ter que fazer algo do tipo e limpar ele", aponta Quevedo.
Ainda que na semana passada, em pelo menos algum ponto da cidade tenha chovido, como pontuam os engenheiros, as obras avançaram na limpeza e a torcida é para que essa chuva forte não atinja a região do Lago do amor.
"Chove lá na Carlota, e então aquela água toda vem parar aqui. Quando chega aqui, já está assoreado esse lago também, e qualquer coisinha já enche", diz ele.
Mesmo que, como Rodolfo bem classifica, não seja fácil limpar o Lago do Amor, essa é uma tarefa necessária, tendo em vista que o atrativo turístico tem cada vez menos água.
"A chuva vem parar aqui e quanto menos volume ele segurar, mais ele tende a transbordar. Por isso que já tem essa passagem do centro e vai fazer mais uma, para dar vazão maior e não acumular muito tempo ali a água", finaliza ele. **(Colaborou Neri Kaspary)