Cidades

"SELEÇÃO SIMPLIFICADA"

Com processo de contratação aberto, crianças autistas ficam sem acompanhamento

Desde a volta às aulas, alguns alunos da Rede Municipal seguem sem assistente educacional inclusivo

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Retomadas as aulas ne Rede Municipal de Ensino, diversos pais de alunos neurodivergentes estão sofrendo pois seus filhos autistas estão sem assistente educacional inclusivo, o que prejudica no desenvolvimento adequado, fazendo com que muitos se afastem do ambiente escolar. 

Arthur Zerial da Cruz, autista não verbal de apenas 5 anos e 9 meses, é aluno da Escola Municipal Padre José de Anchieta, e é um dos que se encontram sem o assistente educacional desde o retorno das férias da metade do ano. 

Regina Zerial, mãe do pequeno, revelou que a própria diretora a chamou - antes das férias em julho -, para dizer que a professora de apoio do Arthur não ficaria mais com ele, pois teve problemas com a Semed, desistiu e a Secretaria a desligou do cargo. 

"Depois de uma semana de férias, eu fui até Semed para conversar com eles, para que quando voltar às aulas, ele tivesse essa professora de apoio. Eles não me atenderam porque ainda estava no começo das férias. Voltei com o começo das aulas, e eles iam abrir processo seletivo para poder contratar mais professores de apoio, que eles estavam sem. Elas estão desistindo, porque é baixo o salário e demanda do serviço é muito grande. Atender uma criança especial, adaptar material, não é fácil", revela a mãe.

Regina aponta que, numa segunda visita, protocolou um documento, pedindo professora de apoio para o pequeno Arthur, para que se cumprisse a Lei Berenice Piana, que ampara essas crianças. 

Inverdade na resposta

"Recebi aquele papel ontem, que postei nas redes sociais, onde fala que meu filho está bem assistido, que tem professora de apoio, só que ele está sem", explica Reginal Zerial, sobre ofício recebido da Secretaria Municipal de Educação. 

No documento a Semed detalha que, atualmente, o processo seletivo simplificado, para contratação de assistente educacional inclusivo, está aberto, entretanto, não especifica datas para a solução do problema e pontua ainda que, no caso do Arthur, a criança "não se encontra desassistida". 

"Ele não está sendo assistido. Porque não tem professora de apoio. Isso é uma inverdade", afirma a mãe. 

Assim como Arthur, várias crianças encontram-se na mesma situação, explica o policial Alexandre Figueiredo, do projeto guardião azul - amigo do autista.  

Segundo ele, relatos estão aparecendo nos grupos de whatsapp de responsáveis por crianças neurodivergentes, como da Associação De Pais E Amigos Do Autista (AMA) e do grupo de Pais e Responsáveis Organizados pelos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (ProdTEA). 

"O crescimento das matrículas de autistas em Campo Grande cresceu 282%, de 2017 até 2021. Se continuar a crescer a demanda na mesma taxa dos últimos 5 anos vamos precisar de 700 profissionais a mais em 2023", aponta Alexandre.

Diante disso, e por um prazo de seis meses, a Semed prevê - em edital publicado em 16 de agosto - a contratação de apenas 77 profissionais para toda a Rede Municipal de Ensino. 

"Acredito que esse crescimento é uma junção de fatores que impactam as ações de assistência social, saúde, educação, mercado de trabalho e segurança pública", diz ele. 

Segundo ele, Campo Grande hoje absorve demandas de outras cidades nas questões de saúde e terapias multidisciplinares recomendadas para os autistas, o que reflete nesse crescimento por demanda educacional.

"Ampliando-se os diagnósticos todos o sistema da administração pública é impactado. Desde do CADúnico, passando pelas terapias, das terapias e atendimentos em contra turno escolar, da liberação do BPC para as familias em estado de vulnerabilidade até no acionamento das forças de segurança pública, onde existe a necessidade de protocolos melhor adptados para atender a neurodiversidade. Por isso a demanda é por uma solução sistêmica e integrada", finaliza Alexandre. 

O que diz a Semed

Dados da Semed apontam que a Rede Municipal de Ensino (REME) tem, aproximadamente, 3,1 mil alunos com algum tipo deficiência matriculados.  

Ainda, a Secretaria aponta que "todos recebem o atendimento educacional adequado, com ensino, atividades e acompanhamento integral".  

Conforme a Secretaria, todas as unidades escolares estão preparadas para receber os alunos com algum tipo de deficiência

"Atualmente a REME tem mais de 1,1 mil profissionais de apoio, e o processo seletivo atual é apenas para suprir profissionais que tenham solicitado afastamento/desligamento. Por lei, a REME tem prazo de 30 dias para atender a solicitação dos pais, após comprovada a deficiência (por meio de laudo). Porém, atualmente o atendimento é realizado de forma imediata após a solicitação e comprovação da deficiência. Os alunos são atendidos por profissionais que já estão na escola ou mesmo por técnicos da SEMED, que são capacitados para tal demanda", diz em nota. 

Sem detalhar quando o problema será resolvido de fato, ou mesmo listar a quantidade de crianças que aguardam na fila por um assistente educacional inclusivo, a Semed finaliza dizendo que "porém é realizada toda a inclusão e ações necessárias para tal, para bem atender os alunos com deficiência". 

Confira a nota na íntegra: 

A Rede Municipal de Ensino (REME) tem, aproximadamente, 3,1 mil alunos com deficiência matriculados e todos recebem o atendimento educacional adequado, com ensino, atividades e acompanhamento integral. Todas as unidades escolares estão preparadas para receber os alunos com algum tipo de deficiência. A Secretaria Municipal de Educação (SEMED) esclarece que os alunos têm o devido acompanhamento. Atualmente a REME tem mais de 1,1 mil profissionais de apoio, e o processo seletivo atual é apenas para suprir profissionais que tenham solicitado afastamento/desligamento. Por lei, a REME tem prazo de 30 dias para atender a solicitação dos pais, após comprovada a deficiência (por meio de laudo). Porém, atualmente o atendimento é realizado de forma imediata após a solicitação e comprovação da deficiência. Os alunos são atendidos por profissionais que já estão na escola ou mesmo por técnicos da SEMED, que são capacitados para tal demanda.  

Os alunos da REME, com as mais diferentes deficiências, estão incluídos e distribuídos pelas unidades escolares, e em cada sala de aula onde existe um aluno com deficiência também há um profissional de apoio para auxiliá-lo na inclusão. Além disso, a REME tem 69 salas de recursos multifuncionais para realizar o atendimento educacional especializado e prepara mais oito novas, que estarão em funcionamento no segundo semestre de 2022, totalizando 77 salas.  

Em 2022 a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) já realizou e finalizou quatro processos seletivos para profissionais de apoio atuarem na Rede Municipal de Ensino (REME), e o quinto processo está em andamento (publicado na semana passada no Diogrande).

Outrossim, cumpre esclarecer que o professor regente (titular) é o responsável pelo pedagógico dos alunos e por passar os conteúdos e etc, cabendo ao profissional de apoio justamente apoiar o aluno na realização das atividades e também acompanhá-lo para a adequada inclusão no dia a dia escolar. Além disso, as unidades escolares da REME são regulares, porém é realizada toda a inclusão e ações necessárias para tal, para bem atender os alunos com deficiência.

 

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transporte coletivo

Prefeita contrapõe Consórcio, apresenta recibos de pagamento e diz que greve é ilegal

Adriane disse que Município tem cumprido todas as obrigações contratuais e que já tomou medidas administrativas e judiciais para encerrar a greve

16/12/2025 16h00

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Contrapondo as declarações do Consórcio Guaicurus, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que já havia negado estar devendo o concessionário de transporte coletivo, apresentou, nesta terça-feira (16), comprovantes de pagamentos realizados. Adriane também afirmou que a greve dos ônibus é abusiva e que, caso não haja solução em audiência nesta tarde, o problema será resolvido na Justiça.

Conforme reportagem do Correio do Estado, o Consórcio Guaicurus afirma ter dívida de R$ 15,2 milhões, conta que vai de débitos com fornecedores a funcionários. Pela falta de pagamento aos funcionários, a greve foi iniciada nessa segunda-feira (15).

A prefeita disse que todos os repasses devidos ao consórcio estão em dia.

"Todas as verbas que são contratuais, que tem relação do Município com o Consórcio Guaicurus foram feitos os repassos, ou seja, a subvenção de R$ 19 milhões, pagamento de vale-transporte de R$ 16 milhões, o Governo do Estado transferiu R$ 7 milhões, ele fez um acordo de R$ 13 milhões neste ano e R$ 4 milhões ficou para o ano que vem, acordado com o consórcio, então todas as verbas que implicam o Poder Público foram transferidas", disse o secretário municipal de Governo, Ulisses Rocha.

"O que existe é o Consórcio discutindo na Justiça um reequilíbrio da tarifa, aí ele aponta que há uma distorção de x milhões de reais, que isso está sendo apurado e discutido. Ele [consórcio] quer que o município aumente o preço da tarifa técnica para ele poder receber mais valores, essa é a discussão. Então não tem cadê o dinheiro, o dinheiro foi pago. Se o dinheiro foi repassado para funcionários e tem funcionários sem receber, o que a prefeitura pode fazer diante disso?", acrescentou.

Conforme os documentos apresentados pela prefeita, neste mês foram pagos R$ 3.005.705,19 líquidos ao Consórcio Guaicurus.

Além disso, com relação às subvenções das gratuidades do vale-transporte, de janeiro a dezembro foram repassados mais de R$ 19,5 milhões ao concessionário pela prefeitura, além de mais R$ 7,3 milhões pelo Governo do Estado.

A subvenção das gratuidades são referentes aos estudantes da Rede Pública municipal e estadual, pessoas com deficiência (PCD) e idosos.

"Além das gratuidades, o Município aporta também o vale-transporte dos nossos servidores, que são adquiridos e utilizados pelos servidores do município e, rigorosamente está em dia esse repasse. As questões judiciais serão discutidas na justiça, dentro da legalidade e da realidade, tanto do Consórcio como do Município", disse a prefeita.

Adriane disse ainda que, além das gratuidades, o Consórcio Guaicurus recebe dinheiro de pessoas que utilizam o transporte coletivo e pagam por ele e questionou ainda onde o Consórcio Guaicurus estaria investindo o dinheiro.

"O dinheiro que é a responsabilidade do Município foi pago e, se o Município está rigorosamente em dia, a empresa também teria que estar rigorosamente em dia com os pagamentos dos seus funcionários", disse.

Por fim, a prefeita disse que há um processo em andamento na Justiça do Trabalho e que uma audiência a ser realizada nesta tarde pode por um fim na greve, que ela classifica como ilegal, pois houve a paralisação total dos ônibus.

Greve

A greve dos motoristas foi deflagrada nessa segunda-feira, ocasionada pelo não pagamento do salário dos funcionários do Consórcio Guaicurus, que deveria ter sido depositado no quinto dia útil do mês. Outro motivador é o anúncio das empresas do consórcio de que também não devem honrar o pagamento do 13º salário, que deve ser depositado até o dia 20 deste mês.

O Consórcio Guaicurus afirma que o não pagamento salarial se deve à dívida do poder público com a concessionária. Conforme o grupo de empresas, não teriam sido pagos valores referente ao subsídio das gratuidades e do vale-transporte dos servidores, que totalizaria R$ 13,2 milhões.

A informação, no entanto, é negada tanto pela Prefeitura de Campo Grande quanto pelo governo do Estado, que também contribui com o subsídio.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, por se tratar de um serviço essencial de transporte coletivo urbano.

O valor da multa diária era de R$ 20 mil, mas, após nova decisão do Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, subiu para R$ 100 mil.

Ele exige que os motoristas cumpram com urgência a decisão, que tem caráter de mandado judicial.

Cidades

Vestibular UFGD: gabarito preliminar será divulgado nesta quarta-feira (17)

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

16/12/2025 15h45

Foto: Divulgação

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulga nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital. 

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

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