Cidades

JUDICIÁRIO E EXECUTIVO

Comitê Estadual vai definir estratégia para
melhorar vagas em hospitais do Estado

Grupo começou discussão hoje para diminuir judicialização no setor

RODOLFO CÉSAR

07/06/2017 - 18h17
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Comitê Estadual do Fórum Judiciário para a Saúde começou hoje a efetivamente atuar para equacionar o aumento exponencial de ações na Justiça por conta de demanda no setor. Um dos principais problemas que o grupo tentará acelerar são processos relacionados a vaga em hospitais.

Para ilustrar a grande demanda, relatório apresentado nesta quarta-feira mostra que em 2015 foram protocoladas 2,5 mil ações, enquanto esse número subiu para 5 mil no ano seguinte. Em 2017, de janeiro a maio, já há cerca de 2,5 mil processos tramitando em 1ª instância. Na 2ª instância, entre janeiro e 5 de junho são 707 ações ou recursos sobre a saúde.

A coordenação do comitê é do desembargador Nélio Stábile, que presidiu na manhã desta quarta-feira a primeira reunião. Na pauta estava a regularização das vagas para internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em hospitais de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã, Corumbá e Aquidauana, que são polos regionais.

Uma das questões alegadas pelos governos municipais sobre superlotação de leitos é que pacientes de outros municípios, que poderiam ser atendidos onde moram, recorrem a cidades maiores e sobrecarregam o sistema. Em algumas situações, há até falsificação de comprovante de residência para conseguir encaminhamento.

A deliberação definitiva sobre medidas com relação a essa situação ainda não foi dada e haverá nova discussão já marcada para 26 de julho. Mesmo assim, hoje o secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares; o titular da pasta em Campo Grande, Marcelo Vilela, participaram da reunião e estão cientes da necessidade de haver esforços para solucionar a falta de leitos e melhor distribuição entre os municípios.

Para tentar disseminar a discussão, os juízes Fernando Paes de Campos e Alexandre Branco Pucci também estiveram presentes no encontro. Integrantes do Ministério Público Estadual, Defensoria Pública do Estado e da União, do Tribunal Reginal Federal, Procon, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Procuradorias do Estado e de Campo Grande também debateram. A mesa de reunião ainda teve a presença de representantes de hospitais da Capital e do Núcleo de Apoio Técnico.

“Todos os participantes se dispuseram a evoluir na matéria, para solucionar ou melhorar a questão da saúde, da judicialização da saúde, diminuir a judicialização, independentemente do cargo que ocupe, da instituição a qual pertença”, ressaltou o coordenador do comitê, desembargador Nélio Stábile.

AÇÕES SUSPENSAS

Uma deliberação encaminhada pelo Comitê Estadual hoje foi a de que juízes de 1ª instância deverão suspender os processos que pedem medicamento ao setor público que não constam como obrigatórios para fornecimento pelo Estado.

Essa medida de suspensão foi uma decisão da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a partir de recurso especial de nº 1.657.156 do Rio de Janeiro. A portaria do Ministério da Saúde que preconiza os medicamentos que devem ser fornecidos a de número 2.982/2009. Ela tem validade para o território nacional.

No Estado, os juízes devem determinar a suspensão de ofício, ou seja, sem a necessidade de requisitar mais informações das partes envolvidas na ação.

"O Comitê Estadual tem a função de aconselhar e sugerir aos Entes Federativos, Magistrados, classe médica e demais operadores do Direito envolvidos com saúde pública, medidas que visem amenizar o problema da judicialização da saúde, além de estreitar laços com as principais esferas políticas, por meio de política judiciária voltada ao gerenciamento da área da saúde", explicou nota do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

rapper

Oruam visita o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande

Pai do rapper é um dos líderes do Comando Vermelho e cantor se declarou como "a voz dos presidiários"

13/03/2025 16h31

Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande

Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande Foto: Reprodução / Instagram

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O rapper Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no Presídio Federal de Campo Grande. Fotos e vídeos da visita foram compartilhados pelo músico nessa quarta-feira (12), nas redes sociais. Marcinho VP é apontado como um dos líderes da facção Comando Vermelho e está preso desde 1996 por tráfico e homicídio.

Em uma das postagens, Oruam se declarou como "voz dos presidiários", mas apagou a mensagem pouco tempo depois.

"Eu falo pelos presos, eu represento os excluídos. Cadeia é lugar de ressocialização, eu canto para tirar meu pai do crime, coisa que o estado não faz, apenas alimenta a burguesia com mentiras dos pobres. O sistema falhou 'com nós', mas nós não precisamos dele", postou o rapper.

Nas imagens publicadas, Oruam aparece ao lado de outros familiares, vestido de rosa, em frente a Peninteciária Federal de Campo Grande.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por 22 (@oruam)

Conforme reportagem do Correio do Estado, o rapper já declarou que odeia visitar o pai por considerar a situação "desumana".

No documentário "O Grito - Regime Disciplinar Diferenciado", sobre o sistema penitenciário brasileiro, Oruam disse que foi concebido na prisão, durante uma visita intíma, e que nunca conviveu com o pai fora das grades.

"Eu nunca vi meu pai na rua. Nós nunca convivemos com nosso pai em nenhum momento da nossa vida. Quando eu nasci, meu pai já tava preso", disse.

Há pouco mais de um ano, Marcinho VP, foi transferido para a Penintenciária Federal de Campo Grande, onde ainda permanece, e o rapper daz visitas frequentes à capital sul-mato-grossense para vê-lo, mas diz que é constragedor e uma tortura.

"[São] mais de 15 celas. Passa o maior constrangimento para entrar e só fala pelo interfone. Como tu vai ver teu pai por um vidro no meio?", disse na produção da Netflix.

"Não pode nem encostar na pessoa, abraçar, falar. É tortura. Presídio Federal é tortura. Para nós que somos família é desumano. Se eu vou ver meu pai, eu quero encostar, dar um beijo",acrescentou Oruam.

Por fim, o rapper disse que aprendeu a conviver com a saudade. "Na minha mente eu sei que ele não vai estar aqui", concluiu.

Marcinho VP 

Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, é apontado com nome proeminente da criminalidade do Rio de Janeiro há quase três décadas, sendo um dos principais líderes do Comando Vermelho, ao lado de Fernandinho Beira Mar.

Preso desde 1996 , ele está em penitenciárias federais desde 2010, atualmente em Campo Grande.

No entanto, o encarceramento não impediu que Marcinho VP continuasse no mundo no crime. Mesmo de dentro do presídio, ele ordenou uma série de crimes que foram cometidos por outros faccionados.

Nos últimos 14 anos, ele cumpre pena em unidades federais. 

Marcinho VP é pai do rapper Oruam, que já fez manifestações públicas pedindo a liberdade do pai, sendo a mais polêmicas a apresentação no Lollapalooza 2024, onde vestiu uma camiseta que pedia a liberdade de Marcinho VP.

O cantor tem uma tatuagem em homenagem ao pai e também ao traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.

Decisão.

STF libera R$ 16 milhões do governo estadual por acordo sobre terra indígena de MS

Cabe destacar que o repasse estava autorizado desde o fim do ano passado, e segundo o ministro deve ser concluído o mais breve possível

13/03/2025 16h00

Conflito durante a retomada indígena na região de Antônio João

Conflito durante a retomada indígena na região de Antônio João Foto: Reprodução

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O Supremo Tribunal Federal (STF) por meio do ministro Gilmar Mendes autorizou a distribuição dos R$ 16 milhões depositados em janeiro pelo governo de Mato Grosso do Sul, acordo de regulação da terra Nhanderu Marangatu, e que estava em litígio entre indígenas e fazendeiros em Antônio João, interior do estado. O repasse é referente ao depósito judicial, previsto em repasse aos proprietários das terras. 

Serão R$ 791.062,86 enviados a Salazar Advogados Associados e outros R$ 15.208.937,14 em favor um procurador do grupo de fazendeiros.

“Solicito que esta Suprema Corte seja informada tão logo seja efetivada a referida transferência”, destaca o ministro, que deu o parecer sobre a emissão dos alvarás na última quarta-feira (12).

Cabe destacar que o repasse estava autorizado desde o fim do ano passado, e segundo o ministro deve ser concluído o mais breve possível.  

“No que concerne ao montante depositado pelo Estado do Mato Grosso do Sul (...), determino a imediata expedição de alvarás com as seguintes especificações, ressalvada a responsabilidade das partes, inclusive criminal, pela indicação dos responsáveis pelo recebimento do montante, caso verificada incorreção nas informações apresentadas”, diz outro trecho da decisão.

Ao todo, a União repassou R$ 27.887.718,98  a título das benfeitorias apontadas em avaliação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2005, valores  corrigidos pela inflação e a Taxa Selic.Os proprietários também devem receber indenização, pela União, no valor de R$ 101 milhões pela terra nua.

Cabe destacar que o pagamento indenizatório de R$ 27 milhões aos produtores rurais que viviam na terra situada na fronteira com o Paraguai, próximo à faixa de 150 quilômetros paralela à linha divisória do território nacional foi firmado em acordo indenizatório histórico realizado em setembro do ano passado após o STF determinar que a área é território ancestral indígena.

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