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Carnaval 2025

Cordão Valu arrasta centenas de foliões na Esplanada Ferroviária

A alegria tomou conta das ruas a partir das 15h, marcada por marchinhas clássicas de carnaval

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Mais uma vez o bloco Cordão da Valu arrastou centenas de foliões no carnaval campo-grandense, festa que acontece na esplanada ferroviária pelos próximos dias.

A alegria tomou conta das ruas a partir das 15h, marcada por marchinhas clássicas de carnaval, além das atrações musicais, a banda do Cordão Valu o grupo de percussão Maracatu Ijexá, o cantor de samba Chokito e a Escola de Samba Igrejinha.

“Dona da festa”,  Silvana Valu, 52 anos, disse que o momento é de celebrar, sobretudo pelo sucesso do bloco carnavalesco que já existe há 19 anos.

“A gente quer uma festa bonita para todos chegarem e se divertirem. Todo ano a gente tenta acertar mais, temos apoio de várias pessoas que perceberam que o carnaval de Campo Grande é pulsante, que vibra, e esperamos que o carnaval e a festa desse ano seja a melhor de todos os tempos”, destacou Silvana.

Quanto ao sucesso construído ao longo dos anos, Valu disse que foi consequência do esforço de anos, sobretudo dos foliões, que sempre acreditaram e apoiaram a folia do bloco.  “Não imaginava que teríamos toda essa repercussão, mas claro gostaria sim (risos).

Começamos em 2006 e desde lá só paralisamos na pandemia, enfim, tenho dito todo esse tempo que devemos curtir mais e nos preocupar menos, é assim que tem que ser”, disse. 

O bloco tomou as ruas e avenidas a partir das 17h30, saindo da Avenida Calógeras em direção a Rua Maracaju, 14 de julho, Antônio Maria Coelho e retornando à Avenida Calógeras para a festa que adentrou a noite com muito samba e axé e segue até a meia-noite.

Formado majoritariamente por assistentes sociais, o bloco “Sem Vergonha de Ser Feliz”, debutou no carnaval campo-grandense neste ano com 48 integrantes. Construído por mulheres da “melhor idade”, o grupo ganhou força há cerca de 40 dias e decidiu usar a festa como uma maneira de se manifestar principalmente contra o etarismo social, e combater o preconceito contra  as pessoas de mais idade.

“É o nosso primeiro ano, um manifesto de várias mulheres do Brasil, nessa preocupação de discutir as questões de etarismo, mulheres sem vergonha de ser feliz, sem vergonha de namorar”, declarou a assistente social Elenir Queiroz, 64 anos, natural de Corumbá.

Amiga e companheira de folia, Marileia Medeiros, 69 anos, também assistente social, disse que a composição do grupo é uma importante forma de quebrar barreiras e espantar gradativamente o preconceito. “Não sei se seremos capazes de acabar com o preconceito, mas queremos sensibilizar as pessoas com isso, mostrar que podemos ser felizes também”, disse. 

Natural de Três Lagoas, o cozinheiro Rodrigo Jorge, 40 anos, foi à folia junto do casal de filhos gêmeos. “Vim trazer as crianças, essa festa é a maior expressão da cultura brasileira e temos que passar essa cultura adiante, por isso achei  importante trazer os meus filhos pra curtir hoje”, disse. 

Acompanhado da esposa Luciana, o servidor público César da Silva, 54 anos,  decidiu trocar Dourados, município em que vive, e optou por curtir na capital, onde seguirá pelos próximos dois dias. “É uma festa muito bonita, simples, muito família, decidimos vir de última hora, estamos hospedados aqui pertinho. A hora que a banda parar e cansar vamos embora, escolhemos Campo Grande por conta da festa feliz, vamos aproveitar o máximo porque o carnaval de Dourados está um pouco parado”.


Renda extra 

Quem não aproveitou para festejar, decidiu usar a data para ganhar uma graninha extra, caso do servidor público Leônidas Dementes, 53 anos, que aproveitou a ocasião para vender bebidas e espetinho na festa. Até o fim da festa, ele espera lucrar cerca de R$ 3,5 mil.

“Trouxe 100 espetos para hoje, acredito que vou vender tudo, e vou até o final da festa. Estou com pouco recurso para investir, vi no carnaval uma oportunidade de ganhar dinheiro, e faço isso para complementar minha renda. Gosto demais do carnaval, é uma festa popular muito boa”, finalizou Leondas.

O exemplo se aplica à jovem Maria Eduarda, de 23 anos. Avessa ao carnaval, decidiu aproveitar a popularidade do Cordão da Valú para vender cervejas e bebidas destiladas na festa.

“ O cordão da Valú é um bloco bastante conhecido, espero que possamos zerar o estoque hoje, faz quatro anos que aproveito para lucrar com essa época do ano. Investi R$ 2 mil, com custos de barracas, e aluguel e espero lucrar R$ 4 mil.”, disse a vendedora, que comercializa copos de com 500 ml de cerveja a R$ 10. 

O vendedor de pasteis Fábio de Aquino, 40 anos, disse que espera vender 250 pastéis ao longo da noite. “A data é muito boa, espero vender 250 pasteis, creio que ficarei com R$ 800 de lucro, é pouco, mas é um jeito de ganhar um extra,  nunca gostei do carnaval, vim para trabalhar mesmo (risos)”, finalizou. 

Pelo segundo dia consecutivo, o Bloco Reggae estará no monumento da Maria Fumaça das 15h às 00h. A entrada é gratuita, mas os organizadores estão com ação solidária, e doações de alimentos não perecíveis ou uma peça de roupa em bom estado são bem vindas. A programação conta com Rockers Sound System e Radiola Reggae MS.

Próximos dias

Confira a programação para os próximos dias
02 de março (domingo)

Bloco Capivara Blasé – Esplanada Ferroviária, das 14h às 00h.
03 de março (segunda-feira)

Bloco Capivara Blasé – Esplanada Ferroviária, das 14h às 00h.
Bloco Cia. Barra da Saia – Teatro da Orla Morena, das 15h às 23h.
Desfile das Escolas de Samba – Praça do Papa, das 19h às 00h.
04 de março (terça-feira)

Cordão da Valú – Esplanada Ferroviária, das 15h às 00h.
Bloco Ipa Lelê – Avenida Mato Grosso, das 16h às 00h.
Desfile das Escolas de Samba – Praça do Papa, das 19h às 00h

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Transporte Público

Com greve dos ônibus, viagens por aplicativos ficam 140% mais caras

100% dos ônibus da Capital estão parados e a greve deve permanecer ainda amanhã e sem prazo para terminar

15/12/2025 18h00

Todos os ônibus estão parados desde a meia noite desta segunda-feira (15)

Todos os ônibus estão parados desde a meia noite desta segunda-feira (15) FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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Menos de 18 horas após o início da greve dos motoristas do transporte público de Campo Grande, a cidade já sentiu as consequências, especialmente os trabalhadores que dependiam dos ônibus para deslocamento. 

Entre as alternativas para chegar aos locais de trabalho, o deslocamento através de aplicativos, como Uber e 99, chegou a ficar 140% mais caro. 

É o que contou a diarista Elizaneia Costa de Assis Gonçalves, de 57 anos. Ela se desloca todos os dias do bairro Bosque do Trabalho, onde mora, até o bairro Coophatrabalho, onde atende seus clientes. 

“Eu trabalho aqui há mais de 18 anos e desde a pandemia eu venho pra cá de Uber. O valor normal da viagem é de R$25 reais. Hoje, a mesma viagem estava custando R$60”, disse.

O designer gráfico Antonio Rissato também passou pelo mesmo sufoco. Ele disse que não foi pego de surpresa pela greve e se programou para se deslocar através de aplicativos, mas os preços pesaram no bolso.

“Eu me adiantei pra pedir um motorista de aplicativo, mas os preços já estavam muito inflados, geralmente eu pago de 8 a 10 reais pra vir de moto, mas hoje chegou a bater 30 reais, de carro chegou até 70, fora do normal”, contou. 

A empresa onde ele trabalha não deu opção para os usuários do transporte público, nem flexibilidade para atrasos. Mesmo assim, para ele, a greve é compreensível e reflete problemas gerados e acumulados que impactam tanto os usuários dos ônibus quanto os trabalhadores. 

“O valor do passe está lá em cima, a condição do transporte é vergonhosa e ainda por cima não pagam direito aos servidores, não existe lógica nisso. Claro, gera um atraso nos nossos horários, mas acho que o atraso maior ainda é diariamente a gente ter que ir trabalhar em péssimas condições, sem contar o estresse causado aos motoristas pela falta de pagamento”, desabafou. 

Mas o valor alto não foi o único problema. Com a alta demanda, os usuários também enfrentaram demora na espera para localizar um motorista para a corrida e um trânsito “caótico” nas primeiras horas do dia. 

Vinícius esperou mais de 20 minutos até que um motorista aceitasse sua corrida pelo aplicativo. Às 7h40 ele precisou se deslocar para outra loja filial onde trabalha, mas às 8 horas da manhã, ainda estava esperando. 

“Tudo ficou atrasado, além dos preços que subiram, o que é normal por causa da demanda. Mas complica muito a vida”, relatou. 

Sofia Bento costuma utilizar o transporte coletivo para chegar ao trabalho todos os dias, mas como soube da greve antes, se organizou para ir com o carro da família. Porém, o problema enfrentado por ela e por tantos outros foi o fluxo de carros. 

“Eu saí de casa às 7h20 e cheguei no trabalho às 7h52. Nunca gastei tudo isso para chegar. Até a rua Antônio Maria Coelho, o trânsito fluía. Dali em diante, tudo parado, um ‘fervo’”, contou à reportagem. 

Mesmo que a greve já estivesse avisada aos usuários, a surpresa foi o serviço ter sido paralisado de forma completa, já que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) havia determinado em decisão judicial que apenas 30% dos motoristas poderiam aderir à paralisação, sob multa diária de R$ 20 mil. 

A decisão foi desrespeitada, já que 100% dos motoristas declararam greve na manhã desta segunda-feira (15). 

A audiência de conciliação entre o TRT e o Sindicato será realizada nesta terça-feira (16). 

O lado do Consórcio

O Consórcio Guaicurus, em nota enviada ao Correio do Estado na quinta-feira (18), informou que está sem dinheiro para honrar com:

  • Folha salarial
  • 13º salário
  • Custos Operacionais Básicos (combustível, manutenção da frota e encargos)

Segundo a concessionária, a ameaça de greve é causada pela crise financeira, decorrente da inadimplência nos repasses devidos pelo Poder Público (Prefeitura de Campo Grande). Os repasses abrangem o vale-transporte, subsídios e demais componentes tarifários definidos para a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do sistema.

"É crucial destacar que, apesar do acordo estabelecido com a participação e anuência do Poder Concedente (Município), a tarifa não está sendo praticada, pois os repasses necessários não estão sendo efetuados de maneira adequada e nos valores devidos. A falta de regularização imediata desses pagamentos críticos ameaça diretamente a continuidade e a qualidade da prestação dos serviços. Sem o fluxo de caixa necessário, o Consórcio está impossibilitado de honrar obrigações financeiras essenciais com vencimento iminente. O sistema opera atualmente no limite de suas capacidades, e a ausência destes repasses torna a operação inviável a curto prazo. O Consórcio Guaicurus reitera o apelo para que as autoridades competentes ajam com a máxima urgência para regularizar os débitos em atraso. A manutenção da inadimplência nos repasses inviabiliza o cumprimento dos pagamentos salariais. Desta forma, o Consórcio alerta que os trabalhadores poderão interromper legalmente suas atividades em razão do não cumprimento destas obrigações, conforme previsto no Artigo 624 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O não cumprimento destas obrigações contratuais e salariais, que derivam de um compromisso que envolvia o Poder Concedente, pode resultar na interrupção total dos serviços, o que afetará drasticamente a mobilidade urbana e a vida dos cidadãos de Campo Grande".

O lado da Prefeitura

Durante a coletiva de imprensa marcada para a manhã desta segunda-feira, a Prefeitura Municipal de Campo Grande negou que haja qualquer débito entre eles e o Consórcio Guaicurus, responsável pela manutenção do transporte público na Capital. 

Em nota, o Executivo afirmou que na semana passada foram antecipados repasses financeiros ao Consórcio Guaicurus, referentes às subvenções das gratuidades, no valor médio de R$ 3 milhões, valor que só venceria no final do mês, em uma tentativa de evitar que a greve fosse deflagrada.

"Somente este ano, a Prefeitura já repassou mais de R$ 35 milhões ao Consórcio Guaicurus, sendo R$ 19 milhões referentes às gratuidades e mais R$ 15 milhões de vale-transporte dos servidores. Ainda assim, a concessionária, que é uma empresa privada, deixa de honrar os compromissos que têm com seus funcionários e causa prejuízos a toda a população", afirma a nota. 

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

Manifestações

Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo se manifestaram nas redes sobre a paralisação do transporte público de hoje. 

A vereadora Luiza Ribeiro destacou que é "inadmissível que uma empresa de grande porte, que atua há anos na cidade e recebe antecipadamente recursos do vale-transporte, alegue falta de condições financeiras para honrar compromissos básicos com seus funcionários" e que se tratam de "direitos humanos". 

Ela ressaltou que, como apurado na CPI, o Consórcio Guaicurus faturou cerca de R$1,8 bilhão desde que assumiu o serviço na Capital. Mesmoa assim, acumula reclamações diárias dos usuários, como atrasos, superlotação e condições precárias dos ônibus, com 197 ônibus acima da idade média permitida. 

A vereadora Ana Portella afirmou nas redes socias que o Consórcio Guaicurus "está fazendo isso por simples maldade". 

"Não faz sentido algum a população pagar essa fatura. Uma empresa que teve R$ 165 milhões falar que não tem recurso suficiente é má gestão. Essa empresa não pode mais continuar, esse contrato precisa ser rompido”, afirmou em vídeo.

Maicon Nogueira pediu pela intervenção do contrato de forma imediata.

"Tenho feito denúncias a meses e o Ministério Público não age. A prefeitura segue na inércia. Não tem como negociar com mafiosos. Somos reféns e ninguém faz nada”, relatou o vereador.

 

*Colaborou Naiara Camargo

INVESTIGAÇÃO

Conselho de Saúde aciona TCE-MS para investigar plantões fakes nas UPAs

Caso as irregularidades sejam confirmadas, o impacto financeiro pode alcançar o valor aproximado de R$ 2 milhões por mês.

15/12/2025 17h45

UPA Universitário

UPA Universitário Marcelo Victor / Correio do Estado

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O Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Campo Grande acionou o Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE/MS), por meio de uma representação, para apurar supostas irregularidades no pagamento de plantões médicos na Secretaria Municipal de Saúde (SESAU).

Através do documento, o qual a reportagem do Correio do Estado teve acesso, estima que, caso as irregularidades sejam confirmadas, o impacto financeiro possa alcançar o valor aproximado de R$ 2 milhões por mês. Uma denúncia anônima recebida pelo CMS, em meio às investigações das irregularidades, aponta que as fraudes ocorrem desde 2020.

A mesa diretora requer:

a) O recebimento da presente representação;
b) A instauração de procedimento de fiscalização e auditoria pelo TCE/MS;
c) A apuração da regularidade dos pagamentos de plantões realizados pela SESAU aos profissionais;
d) A análise retroativa dos pagamentos, inclusive a partir do exercício de 2020, conforme narrado na denúncia anônima;
e) A adoção das medidas corretivas e sancionatórias cabíveis, caso confirmadas irregularidades.

Denúncias

Em junho deste ano, veículos de notícias já abordavam sobre a possibilidade de haver uma "máfia dos plantões fake em Campo Grande", o que contribuiu para a ampliação da apuração conduzida pelo Conselho de Saúde.

A denúncia inicial aponta que médicos na função de diretor técnico em unidades de urgência e emergência estariam recebendo, mensalmente, o quantitativo de 14 plantões, sem a necessidade de cumprimento efetivo dessas escalas, limitando-se, em tese, à assinatura dos respectivos registros, como forma de complementação remuneratória e compensação financeira pelo exercício do cargo.

No documento também mostra que o Conselho recebeu uma segunda denúncia, posteriormente, no e-mail do órgão, onde citava nomes de outros profissionais, médicos e enfermeiros, com atuação em funções de gestão, lotados na Sesau.  Além disso, relata que as práticas irregulares estariam ocorrendo de forma continuada desde o ano de 2020.

Ofícios ignorados

A mesa diretora do Conselho passou a adotar providências formais, expedindo sucessivos ofícios à Sesau, solicitando esclarecimentos objetivos e documentação comprobatória acerca dos critérios de controle de frequência, fiscalização do efetivo cumprimento dos plantões e regularidade dos pagamentos realizados.

"Em resposta às solicitações deste Conselho, a Sesau encaminhou manifestações de caráter genérico, limitando-se a informar que os esclarecimentos constariam em manifestação da área técnica, sem apresentar documentos individualizados, registros de frequência, relatórios de auditoria interna ou comprovação objetiva do efetivo exercício dos plantões pagos, não sendo suficientes, até o momento, para afastar os indícios de irregularidades apontados", diz a representação do Conselho.

Após as respostas iniciais encaminhadas pela Sesau, esta deixou de apresentar novas manifestações aos reiterados ofícios expedidos pelo Conselho Municipal de Saúde.

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