Vereadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o transporte coletivo de Campo Grande irão ouvir dois professores especialistas na próxima quarta-feira (2).
De acordo com o cronograma dos trabalhos, eles irão contribuir com seus conhecimentos técnicos e científicos sobre urbanismo, planejamento e desenvolvimento urbano e mobilidade urbana.
Os trabalhos começam às 13h, com oitiva de Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes, professor sênior da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp);
Fernandes é formado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Mestre pela Unicamp. Ele deve realizar uma apresentação sobre quais são as melhores práticas do setor que estão sendo executadas em outros municípios.
Na sequência, às 15h, será ouvida Maria Lúcia Torrecilha, professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), no curso de Arquitetura e Urbanismo.
Ela é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura Silva e Souza Sociedade Educacional no Rio de Janeiro em 1980 e foi servidora pública municipal como arquiteta e urbanista entre os anos de 1982 a 2010, na área de planejamento urbano.
Além disso, tem doutorado em Geografia Humana pela FFLCH/USP (2013) com bolsa sanduíche na Universidade de Sorbonne/ Paris (2007), e mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela FAU/USP (2003).
A CPI está na quarta fase, que deve ser a última. Passadas todas as fases, será elaborado o relatório final, com possíveis sugestões de indiciamentos, além de outras informações, que será encaminhado ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
CPI pode terminar em pizza
A CPI, que já gastou mais R$ 100 mil na análise de documentos, não deve propor alterações contratuais ou o fim do contrato de concessão do serviço entre Consórcio Guaicurus e prefeitura.
Desta forma, o processo que foi aberto para apurar também a situação do contrato pode não ter efeito prático para os usuários dos ônibus.
Conforme reportagem do Correio do Estado, o presidente da CPI, vereador Lívio Leite, o Dr. Lívio (União Brasil), afirmou, em coletiva de imprensa na última segunda-feira (23), que a possibilidade ou não de rescisão do contrato celebrado em 2012 com a empresa gestora do transporte coletivo não é um dos fatores determinantes para a CPI.
O vereador também complementou que a decisão de manter a concessão com o Consórcio Guaicurus ou de rescindir o contrato não depende da CPI.
“Se a análise do equilíbrio econômico-financeiro for levar posteriormente a uma rescisão de contrato, isso não depende da gente, não temos condições de dizer se este contrato deve ser rescindido ou não”, disse.
Conforme informou a Câmara Municipal na abertura da CPI sobre o transporte coletivo, os fatos determinados que a comissão investiga são:
- a utilização de frota com idade média e máxima dentro do limite contratual e o estado de conservação dos veículos, nos últimos cinco anos;
- o equilíbrio financeiro contratual após a aplicação dos subsídios públicos concedidos pelo Executivo municipal;
- a fiscalização feita pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) e a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) no serviço de transporte público prestado pela concessionária, após a assinatura do termo de ajustamento de gestão (TAG) no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), em novembro de 2020.
Durante as oitivas, o atual diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, afirmou que uma solução para melhoria do transporte público seria assinar um acordo de repactuação do contrato de concessão com a Prefeitura de Campo Grande.




