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Crédito de carbono ainda é um tema desconhecido por muitos pantaneiros

Mesmo antes da regulamentação do Fundo Clima Pantanal, produtores na região do bioma sul-mato-grossense podem dar início a ganhos financeiros com a preservação da mata de suas propriedades

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Com a entrega do texto que prevê a primeira Lei do Pantanal em Mato Grosso do Sul, um ponto já agradou ambientalistas e produtores rurais: o incentivo financeiro para aqueles que preservarem as áreas de suas fazendas.

No entanto, antes mesmo da regularização do Fundo Clima Pantanal, o produtor que já realiza a preservação acima do previsto na lei pode ter retorno financeiro pelo cuidado com o meio ambiente por meio do crédito de carbono. Porém, poucos entendem sobre como funciona essa modalidade. 

O crédito de carbono é uma iniciativa utilizada para diminuir o impacto da emissão de gases de efeito estufa e incentivar a preservação do meio ambiente. O conceito surgiu no Protocolo de Kyoto, em 1997, e é uma espécie de moeda ambiental.

A cada tonelada de gás carbono não emitida para a atmosfera, um crédito é gerado e pode ser vendido para empresas e países que emitem mais gases poluentes do que conseguem compensar, sendo esse um mercado internacional. 

Atualmente, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é o único certificado para a venda do crédito de carbono no Pantanal e já realizou vendas do crédito adquirido com a preservação ambiental.

De acordo com a assessoria do IHP, existe uma espécie de “Bolsa de Valores” de crédito de carbono, que é o local onde interessados podem comprar e vender o crédito.

“Não se pode dizer que o crédito de carbono é uma commodity, ele não é um bem como o gado”, pontua o instituto, porém, adiciona que ele pode ser desenvolvido em áreas de fazenda que tenham vegetação arbórea, pois a modalidade é “armazenada no tronco da árvore”.

Para a venda de crédito de carbono é necessário preservar além do que é previsto em lei. Ou seja, ter mais área preservada do que o obrigatório, sendo assim, ter um crédito para o meio ambiente.

O IHP detalha que isso pode ser uma alternativa para o produtor pantaneiro, além do futuro fundo voltado ao bioma que vai pagar incentivos financeiros para a preservação.

É necessário requerer uma certificação e uma avaliação, que é feita no entorno da área em que há a conservação para ver qual tipo de vegetação existe. Para isso, o produtor interessado deve contratar empresas especializadas no assunto, que fazem o trabalho científico de certificação.

“Para obter a certificação do crédito de carbono, é necessário um estudo elaborado da região, uma identificação dos tipos de vegetação do local. 

Para realizar esse levantamento e esse estudo, recursos financeiros são envolvidos. O mapeamento serve para ampliar a área de cobertura da certificação, um processo que varia o tempo de conclusão, podendo demorar anos”, esclarece o instituto.

Atualmente, o IHP relata que a tonelada do crédito de carbono varia entre US$ 8 e US$ 13, mas esse preço pode variar de acordo com o mercado.

Segundo o Sebrae, o crédito de carbono pode gerar US$ 100 bilhões de receitas ao Brasil até 2030. O estudo da representação brasileira da Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil) aponta que até 2050 a venda de crédito de carbono deve movimentar mais de US$ 300 bilhões.

O IHP acrescenta que a consultoria McKinsey expõe que o País detém 15% do potencial global de captura de carbono por meio de florestas preservadas, mas atualmente, menos de 1% dessa capacidade é explorada no Brasil.

MAPEAMENTO

Além de vender seus créditos de carbono para o mercado, o IHP também anuncia uma parceria com o ISA CTEEP, empresa de transmissão de energia, para o mapeamento de áreas florestais no Pantanal que têm o potencial para o desenvolvimento de novos projetos de preservação e recuperação para a geração 
de créditos de carbono.

“Esses créditos são instrumentos de incentivo à preservação, desenvolvidos no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a UNFCCC, para recompensar financeiramente áreas por seus resultados de redução de emissões de gases de efeito estufa”, explica o instituto.
Desde o primeiro semestre deste ano, o IHP conquistou o certificado de crédito de carbono, que compõe 135 mil hectares na região da Serra do Amolar, local onde o instituto atua para a conservação. Mas o mapeamento já indicou que o total da área hoje elegível para novos projetos é de 305 mil hectares.

O levantamento já reconheceu áreas de potencial de sequestro do crédito de carbono na região da Rede Amolar, que fica entre o Parque Nacional do Pantanal Matogrosssense e perto da cidade de Corumbá, e também na região do Alto Pantanal ou Pantanal Paraguai.

A venda também pode ser impulsionada por outras questões ambientais com as quais 
a propriedade esteja envolvida, como projetos de preservação à parte, ecoturismo ou ser uma área de fauna, como de onças-pintadas.

O primeiro projeto de certificação de carbono do Pantanal, do Instituto Homem Pantaneiro, foi feito em parceria com a entidade por meio do Conexão Jaguar, um programa de sustentabilidade que visa promover a conservação da biodiversidade, a mitigação das mudanças climáticas e o desenvolvimento de comunidades.

SAIBA

Os interessados em fazer parte do programa Conexão Jaguar podem cadastrar seus projetos florestais no site do projeto. O instituto pontua que as iniciativas selecionadas receberão apoio técnico e financeiro para emitir e comercializar créditos de carbono.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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