Cidades

LEVARAM O PÓ

Delegado afastado é preso por furto de cocaína em DP

Eder Oliveira Moraes era titular da unidade onde ocorreu crime

RAFAEL RIBEIRO

24/06/2019 - 09h39
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A Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul anunciou na manhã desta segunda-feira (24) a prisão do ex-delegado titular do 1º DP de Aquidauana, Eder Oliveira Moraes, acusado de envolvimento no furto de 100 quilos de cocaína de dentro da unidade policial dirigida por ele, em caso ocorrido no último dia 10.

Por meio de sua assessoria, a Polícia Civil não forneceu mais informações. O delegado deverá ser apresentado oficialmente nesta tarde, durante entrevista coletiva à imprensa.

O Correio do Estado apurou que a prisão aconteceu em parte de uma operação desencandeada por unidades de elite da Polícia Civil na cidade, que acabou apreendendo veículos que possivelmente tenham sido comprado com o dinheiro obtido com a venda da droga. Pelo menos outros dois policiais também estão detidos.

Uma semana depois do caso vir à tona, a Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública anunciou a transferência de Moraes para a delegacia de Selvíria.

O CASO

Nove pessoas, sendo duas mulheres e sete homens, foram presos no último dia 18 por suspeita de envolvimento com o furto de 100 quilos de cocaína que estavam apreendidos na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Aquidauana. O furto ocorreu no dia 10 de junho e a investigação, a cargo da Corregedoria, segue sob sigilo.

De acordo com informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil, uma das mulheres presas é advogada, que teria passado informações para traficantes cometerem o crime.

Além dos presos, a outra mulher conseguiu prisão domiciliar e deve permanecer em Aquidauana, enquanto os outros foram transferidos para Campo Grande e devem, inicialmente, ficar na Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras).

No Diário Oficial do Estado de segunda-feira (17), Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública anunciou a transferência dos dois principais delegados da cidade. Delegado-geral responsável pela região, Evandro Luiz Banheti Corredato, assumirá a mesma função em Campo Grande, enquanto o titular do 1º DP, Eder Oliveira Moraes, atuará agora em Selvíria. Seu lugar será ocupado pelo até então adjunto, Wilkson Vasco Francisco Lima.

Oficialmente, a Sejusp não confirmou se as transferências estariam efetivamente ligadas ao furto da droga, mas o Correio do Estado apurou que teria sido um pedido da Corregedoria da Polícia Civil.

No dia 10 de junho, 100 quilos de cocaína que estavam apreendidos dentro do 1º DP de Aquidauana foram furtados. Segundo a Polícia Civil, o furto ocorreu por meio da escalada do muro da delegacia e arrombamento de uma janela do local.

No último dia 20, um homem de 24 anos, advogado de um dos nove detidos foi preso em flagrante pela Polícia Federal Rodoviária  na tarde de quarta-feira (19) em uma caminhonete roubada, onde estava com a mãe e a namorada.

Segundo a corporação, a abordagem ao advogado aconteceu na região de Dois Irmãos do Buriti, quando ele seguia em direção a Aquidauna, durante fiscalização de rotina por conta do feriado prolongado.

Ainda de acordo com a PRF, durante a abordagem ele deu versões controversas sobre o veículo e os policiais constataram adulterações no chassi e na placa do carro. 

A Fiat Toro, na verdade, havia sido roubada há cerca de um mês no Rio de Janeiro (RJ). O advogado não explicou como conseguiu o veículo e acabou preso em flagrante por receptação e adulteração de sinal identificador.

Na delegacia de Dois Irmãos de Buriti, a suspeita é que o delegado tenha recebido o veículo como parte de pagamento dos clientes.  

Foi sua prisão que teria desencandeado a operação desta manhã na Corregedoria.

Greve

Sem ônibus, idosos enfrentam dificuldade com carros de aplicativo

Ao procurar atendimento médico no Centro Especializado Municipal, em Campo Grande, idosos enfrentam alto custo e confusão na hora de solicitar o serviço por aplicativo

16/12/2025 17h15

Crédito: Pagu / Correio do Estado

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Com a greve dos motoristas de ônibus, idosos que tinham consultas marcadas enfrentaram dificuldades para chamar veículos por aplicativo na tarde desta terça-feira (16), na saída do Centro Especializado Municipal, em Campo Grande.

Na ausência de pessoas para ajudar, a reportagem foi abordada pelo auxiliar de pedreiro Davi Soares, de 60 anos, que tentava voltar para casa, mas não conseguia auxílio.

O idoso relatou que iria de ônibus, mas, devido à greve do transporte público, teve de recorrer ao serviço por aplicativo. Ele compareceu ao Cem para uma consulta com o dentista, pois está em processo de confecção de uma prótese dentária.

Morador do Jardim Noroeste, Davi passou pela consulta, e o retorno está previsto para fevereiro de 2026. No entanto, ele enfrentava dificuldades para entender o funcionamento do aplicativo.

“Eu tô com dificuldade para chamar um carro e voltar para casa, né?”, disse.

Davi Soares, tentando entender o aplicativo / Crédito: Pagu / Correio do Estado

Além da mudança na forma de transporte, como noticiou o Correio do Estado, a greve dos ônibus aumentou em 140% as viagens por veículos de aplicativo.

Com isso, idosos que não podem perder consultas estão desembolsando valores mais altos. É o caso da artesã Shirley Aparecida Dias, de 64 anos, que levou a mãe para uma consulta.

“A corrida [quando o ônibus não está em greve] fica, em média, uns R$ 17 ou R$ 18, e hoje deu R$ 24”, informou Shirley, em uma situação em que a mãe dela aguardou um ano e meio para passar pela consulta com um médico entomologista.

Greve

Com o transporte parado pelo segundo dia consecutivo e a paralisação sem previsão de término, esta é a maior greve que a Capital enfrenta nos últimos 31 anos.

Hoje, mais uma vez, os terminais Morenão, Julio de Castilho, Bandeirantes, Nova Bahia, Moreninhas, Aero Rancho, Guaicurus, General Osório e Hércules Maymone amanheceram fechados sem nenhuma "alma viva".

Em contrapartida, as garagens amanheceram lotadas de ônibus estacionados. A greve foi alertada antecipadamente, estava prevista e não pegou passageiros de surpresa.

Por conta da chuva, ficou mais difícil recorrer a alternativas nesta terça-feira (16), sendo impossível chegar de bicicleta ao trabalho e complicado pagar o preço sugerido pelos transportes por aplicativo.

A greve ocorre por falta de pagamento. Com isso, os motoristas reivindicam por:

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

** Colaborou: Naiara Camargo

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Cidades

Em meio à crise do transporte, comércio antecipa folga de funcionários

Na falta de clientes nas lojas da região central, empresas liberam colaboradores enquanto aguardam a resolução da greve de ônibus

16/12/2025 16h45

Crédito: Pagu / Correio do Estado

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O comércio da região central, que esperava aumentar o volume de vendas a oito dias do Natal, está tendo de antecipar a folga dos funcionários devido ao esvaziamento da região em decorrência da greve dos motoristas de ônibus em Campo Grande.

A reportagem percorreu o entorno da Praça Ary Coelho, onde os pontos de ônibus estão servindo de local de espera para trabalhadores ou consumidores que se aventuraram e aguardavam um veículo por aplicativo.

Na Rua 14 de Julho, vendedores de lojas se ocupam organizando o estoque, formando filas à espera de um ou outro cliente, mas o cenário de incerteza marca a época do ano em que os lojistas esperam faturar mais.

Alguns estabelecimentos estão optando por antecipar a folga dos funcionários, já que, com a ausência da população que acessa o centro por meio do transporte coletivo, o movimento praticamente desapareceu.

É o caso de uma loja de calçados Anita, cuja gerente da unidade, Rayssa Dias dos Santos, relatou à reportagem que, na segunda-feira (15), quando a greve teve início, a loja ainda manteve um movimento tímido.

“Hoje a gente antecipou algumas folgas, primeiro porque o movimento fica mais calmo e, segundo, por ser menos um gasto para ter que trazer o funcionário de Uber.”

Nem a caravana de Natal da Coca-Cola deixa o setor confiante, uma vez que grande parte da população que costuma ir ao local, inclusive para aproveitar as atrações da Praça Ary Coelho, depende do transporte coletivo.

“Hoje vai ter a passeata da Coca-Cola, e eu acredito que muita gente precisa do ônibus para vir até o centro. Então, acredito que a paralisação do transporte público dá uma desequilibrada”, explicou Rayssa, e completou:

“A gente fica preocupada porque, querendo ou não, muita gente depende desse meio de transporte.”

Do outro lado da rua, na loja do Boticário, a gerente Suelen Benites Vieira, de 31 anos, explicou que a alternativa para enfrentar a falta de clientes tem sido a entrega em domicílio, serviço oferecido pela rede.

Entretanto, a greve dos motoristas de ônibus diminuiu de forma significativa o número de clientes no estabelecimento.

14 de Julho vazia, em horário que costuma ter fluxo de pessoas / Crédito: Pagu / Correio do Estado

“Realmente, seria o dobro, porque esta semana e a próxima são decisivas. Estamos vendendo muito para quem possui veículo, porque os que dependem de ônibus não estão vindo”, disse Suelen.

Na loja de vestuário, o gerente da Damyller, Cesar de Araújo, de 23 anos, recebeu a reportagem em um espaço que normalmente teria fluxo intenso de clientes, mas que, devido à chuva e ao custo do transporte por aplicativo, acabou tendo o cenário alterado.

“A greve de ônibus está impactando bastante não só a gente, mas também os outros comerciantes. Por exemplo, fui pegar uma marmita e ouvi reclamações. Isso está afetando tanto a rotina dos funcionários quanto o movimento do centro, e a gente percebe claramente essa diferença no fluxo”, pontuou Cesar.

Além disso, os funcionários só não estão sendo mais afetados e conseguem ir trabalhar porque as empresas se comprometeram a custear o transporte por aplicativo.

“A empresa está dando todo o suporte. Os funcionários pedem Uber e a gente ressarce o valor”, explicou Cleber, iniciativa que outros estabelecimentos também tiveram de adotar para não perder o efetivo.

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