Cidades

MARANHÃO

Delegado da Polícia Federal é assassinado após ter casa invadida no Maranhão

Delegado da Polícia Federal é assassinado após ter casa invadida no Maranhão

G1

06/05/2018 - 15h03
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O delegado da Polícia Federal Davi Farias de Aragão de 36 anos, foi assassinado na noite desse sábado (5) por três bandidos que invadiram sua residência para realizar um assalto, segundo a Polícia Civil. O crime foi em uma casa localizada na Avenida Principal, na Praia do Meio, no bairro Araçagi, localizado no município de São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís. A ação foi no fim da festa de aniversário de cinco anos da da filha do delegado.

Davi Farias de Aragão atualmente comandava a Delegacia de Repressão aos Crimes Fazendários no Maranhão. Os três assaltantes invadiram a residência por volta das 23h, a partir de uma casa vizinha que estava desocupada no momento. Eles pularam o muro e entraram na casa da vítima, sendo dois pelo quintal e outro pela lateral. Os bandidos chegaram a pé até o endereço e perceberam que havia movimento na casa quando um entregador deixou uma pizza pedida pelas pessoas na reunião familiar.

A vítima foi atingida por três disparos de arma de fogo no abdomên, além de facadas e teve algumas mordidas pelo corpo.

A polícia identificou o trio responsável pela morte do delegado como Davi Costa Martins, Wanderson de Morais Baldez e um terceiro identificado apenas como Leandro. Após o crime, Wanderson de Morais Baldez foi preso na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Vila Luizão, na capital, quando procurou por atendimento médico. Segundo informações levantadas pela Polícia Civil no momento do crime houve luta corporal entre os três bandidos e o delegado.

De acordo com o delegado Jefrey Furtado, plantonista na Superitendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), a polícia deve caracterizar o crime como latrocínio (roubo seguido de assalto), onde serão levados em consideração os elementos materias já colhidos pela polícia e as testemunhas do crime.

A polícia Wanderson de Morais afirmou que o trio estava circulando pela região atrás de possíveis vítimas e após perceberem um movimento na residência onde estava o delegado, resolveram invadir. Ainda segundo as primeiras investigações, Davi Farias de Aragão teria sido alvejado após tentar ter o dominío de uma arma de fogo.

"Então os três indivíduos entraram na residência com uma arma tipo pistola, que depois viemos a saber que se tratava de um simulacro (arma de brinquedo). Eles anunciaram o assalto e começaram a subtrair objetos como relógios, celulares e bolsas na varanda. Em dado momento, eles resolveram entrar na residência, onde estavam as crianças, e neste momento os ânimos começaram a se exaltar. Em seguida os indivíduos entraram em luta corporal com o delegado Davi. A briga foi até o campo de futebol, quando o delegado foi atingido mortalmente por mais um disparo. A luta seria para ter o domínio de uma arma de fogo e nós não sabemos ainda se uma arma que estaria com os bandidos ou se a arma do delegado, uma pistola, que está desaparecida", disse o delegado Jefrey Furtado.

Assaltante deveria estar sendo monitorado

A Polícia Civil informou ainda que Wanderson de Morais Baldez deveria estar sendo monitorado por meio de uma tornozeleira eletrônica já que responde por outro crime que não foi informado. Ao ser capturado pelos policiais, o assaltante não estava usando o equipamento.

Homenagens

O sepultamento do delegado está previsto para as 16h, no Parque da Saudade, no bairro Vinhais, em São Luís.

Por meio de carta, a Superintendência da Polícia Federal no Maranhão lamentou a morte do delegado que trabalhou por mais de 12 anos na corporação. A PF afirmou que continuará acompanhando o caso para o esclarecimento do crime e decrertou luto de três dias. (leia abaixo a nota na íntegra).

Em nota, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) também lamentou a morte do delegado Davi Farias Aragão e afirmou que ele é mais uma vítima da violência que aflige a sociedade brasileira em que os profissionais de segurança vem se tornando alvos preferenciais. (leia abaixo a nota na íntegra).

NOTA DA POLÍCIA FEDERAL

"Com profundo pesar, a Superintendência da Polícia Federal no Maranhão lamenta o trágico falecimento nesta data, 06 de maio, do Delegado de Polícia Federal DAVID FARIAS DE ARAGÃO, ocorrido durante assalto em sua residência localizada em São Luís/MA.

O estimado colega era natural desta capital, tinha 36 anos, era casado e tinha duas filhas. Ingressou na Polícia Federal há mais de doze anos, com atuação exemplar e comportamento louvável, coordenou várias operações policiais e contribuiu intensamente em ações de combate ao crime. Atualmente chefiava a Delegacia de Repressão aos Crimes Fazendários.

Logo após o crime, a Polícia Federal, em um esforço de todo seu efetivo, iniciou os trabalhos que já culminaram com a prisão de um dos três envolvidos no crime. O inquérito policial que apurará o latrocínio já foi instaurado e será conduzido pela Polícia Civil do Estado do Maranhão.

A Polícia Federal continuará envidando todos os esforços possíveis para colaborar na elucidação dos fatos e prisão dos criminosos, solidarizando-se com familiares, amigos e colegas de trabalho, lamentando profundamente o triste episódio que retirou, de forma precoce, a vida do policial que deixará imensa saudade no nosso convívio.

Fica estipulado luto na instituição pelo prazo de 3 dias."

CASSANDRA FERREIRA ALVES PARAZI
Delegada de Polícia Federal
Superintendente Regional da SR/PF/MA

NOTA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS DELEGADOS DE POLÍCIA FEDERAL

"A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) lamenta, com extremo pesar, a morte do Delegado de Polícia Federal David Farias Aragão, assassinado nesta madrugada, durante assalto em sua residência no Maranhão. Ele tentava proteger sua família da ação dos marginais quando foi atingido covardemente.

O Delegado Federal David Aragão é mais uma vítima da violência que aflige toda a sociedade brasileira, em que os profissionais de segurança vem se tornando alvos preferenciais.

A ADPF está acompanhando o caso com atenção para que os criminosos sejam capturados, julgados e punidos com todo o rigor da lei.

O Delegado David Aragão deixa esposa e duas filhas. Ele tinha 36 anos de idade e há doze vinha desempenhando suas funções de Delegado Federal com extrema eficiência e empenho. Trata-se de uma grande perda para a Polícia Federal e para o Brasil."

Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal – ADPF

TRÁFICO DE DROGAS

PRF prende suspeito em flagrante em Operação Duplicis no interior do Estado

Combate ao tráfico de drogas, Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão, e prende investigado em flagrante

16/12/2025 09h35

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas Divulgação/PRF

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Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal deflagrou a Operação Duplicis, e cumpriu sete mandados de busca e apreensão, por tráfico de cocaína em duas cidades do interior do Estado.

Com objetivo de combater o tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul, a ação aconteceu em Corumbá e em Miranda, cidades a 426 quilômetros e a 207 quilômetros de Campo Grande respectivamente.

A ação iniciou quando um investigado foi preso em flagrante na BR-262, que seguia de Corumbá para a Capital sul-mato-grossense. Na ocasião, a droga encontrada com o suspeito seria distribuída em Miranda, que fica entre o trajeto Corumbá-Campo Grande.

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Então, com as investigações e apuração do caso, a PRF pôde identificar outros suspeitos envolvidos no esquema criminoso.

Entre os sete criminosos, um deles estava escondendo tabletes de cocaína em sua casa, e foi preso em flagrante após a polícia bater em sua porta e encontrar os pacotes de droga armazenados.

Os mandados foram expedidos devido às provas coletadas na investigação, que identificou também os eventuais fornecedores dos entorpecentes que estavam vindo do outro município.

A Polícia Federal levou a droga apreendida para ser periciada e analisada. Quanto aos investigados, os sete poderão responder pelo crime de tráfico de drogas, que tem pena base de 5 a 15 anos, além de multa, a depender do agravamento de cada caso.

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CONFLITOS AGRÁRIOS

Queda do marco temporal preocupa produtores de MS

Em julgamento no STF, os ministros Gilmar Mendes e Flávio Dino já votaram pela inconstitucionalidade da tese que limita as demarcações de terras indígenas

16/12/2025 08h40

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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A retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da tese do marco temporal, ferramenta que determina que terras só podem ser demarcadas se indígenas as estivessem ocupando quando a Constituição Federal foi promulgada, em outubro de 1988, tem causado preocupação aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, estado com a terceira maior população indígena do País.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, a conciliação realizada ao longo de 10 meses no STF entre produtores rurais e representantes dos indígenas foi produtiva e rendeu alguns apontamentos, entretanto, a possibilidade de derrubar a tese do marco temporal, que foi aprovado pelo Congresso Nacional mesmo após a Corte o ter entendido como inconstitucional, preocupa o setor.

Ao Correio do Estado, Bertoni afirmou que a discussão no STF rendeu “pontos positivos”, como a indenização aos donos das propriedades demarcadas, a possibilidade de o produtor ficar com a posse da área até ela ser paga, o acompanhamento de todo o processo de levantamento de dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a reintegração de posse.

“O que nos deixa preocupado é a queda do marco temporal. Discutimos muito isso, dizendo que o marco temporal não limita os direitos dos povos originários, ele simplesmente mostra a trava que tem naquele período em que os indígenas ocupam as suas terras e as próximas áreas eles teriam que comprar e desapropriar. Isso está no Estatuto do Índio, onde diz que a qualquer tempo eu posso criar novas reservas, então, a preocupação nossa é só com o marco, para fazer com que isso seja travado e dali para a frente começar a fazer indenização justa e prévia, e que a União não quer indenizar. Então, não adianta eu resolver uma injustiça com os indígenas criando outra com os produtores rurais”, declarou o presidente da Famasul.

Até este momento, dois ministros já votaram no julgamento, Gilmar Mendes, que foi o relator da matéria no STF, e Flávio Dino. Ambos votaram pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Os votos foram proferidos ontem, durante sessão do plenário virtual da Corte, que julga quatro processos sobre a questão.

Em sua manifestação, o ministro Gilmar Mendes considerou o marco temporal inconstitucional. No entendimento dele, o Legislativo não pode reduzir direitos assegurados aos povos indígenas.

“A imposição do marco temporal implicaria restrição indevida ao princípio da vedação ao retrocesso e à proteção insuficiente dos direitos fundamentais”, afirmou.

O ministro também determinou que todas as demarcações de terras indígenas devem ser concluídas no prazo de 10 anos.

Flávio Dino acompanhou o relator e disse que a proteção constitucional aos indígenas independe da existência de um marco temporal.

“Qualquer tentativa de condicionar a demarcação de terras indígenas à data da promulgação da Constituição de 1988 afronta o texto constitucional e a jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou Flávio Dino.

A votação ficará aberta até o fim da noite de quinta-feira. Ainda faltam oito ministros proferirem seus votos.

BRIGA

O julgamento é necessário porque em 2023 o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo volta a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

*SAIBA

Em meio à votação da constitucionalidade do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), indígenas ontem bloquearam parcialmente a rodovia MS-156, em Dourados. O grupo protestava contra a tese do marco temporal para demarcações de terras.

(Com agências)

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