Cidades

BOLA DA VEZ

Depois de proibir murta, MS concede benefício fiscal à citricultura

Incentivo visa a expansão da atividade agrícola de plantar e cultivar frutas cítricas, principalmente laranja, dos quais os investimentos já ultrapassam os R$ 2 bilhões

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O Governo do Estado publicou, nesta quarta-feira (04), um decreto que concede benefício fiscal para os estabelecimentos agropecuários produtores de laranja (citricultura), a nova “bola da vez” no estado, após os altos investimentos na celulose.

“Aos estabelecimentos agropecuários produtores de laranja, localizados no Estado de Mato
Grosso do Sul, fica concedido, até 31 de dezembro de 2032, nas operações interestaduais com laranja destinadas à industrialização, crédito presumido no percentual de 80% (oitenta por cento) sobre o valor do ICMS próprio debitado na operação de saída com o produto, a título de montante do imposto cobrado nas operações ou nas prestações anteriores”, diz decreto publicado no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira.

Ainda, para ser concedido, é preciso que a empresa interessada se manifeste e seja deferida pelo superintendente de Administração Tributária da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz). Claramente, quem estiver em débito de suas obrigações tarifárias com a Sefaz, não receberá o benefício.

Segundo o governo, esse decreto chega para incentivar a implantação e expansão da atividade agrícola no estado, do qual seu desenvolvimento está associado ao "clima, bom ambiente de produção e uma legislação rígida, com 'tolerância zero' a doença de greening, que vem devastando plantações e pomares no mundo todo".

Relação murta e citricultura

Como forma de “intensificar” esse novo foco econômico estadual, a murta, uma planta exótica da família da dama-da-noite, teve seu plantio, comércio, transporte e produção proibida no estado, devido ao seu potencial prejudicial para outras plantas frutíferas, especificamente as cítricas.

Isto porque a murta é hospedeira da bactéria causadora da doença dos citros, "denominada  huanglongbing (HLB), que é uma das doenças mais graves e destrutivas da citricultura mundial, tendo em vista que ataca todos os tipos de citros e que, até o momento, não existe tratamento curativo para as plantas doentes".

No texto, de autoria do Executivo Estadual, o governo afirmou que a citricultura está em expansão no Estado, no contexto de diversificação da produção agrícola, e que a restrição da plantação de murta visa fortalecer a fruticultura e promover ambiente favorável a novos investimentos privados para a geração de emprego e renda neste setor.

Nova "bola da vez"

Depois do boom de investimentos em celulose nos últimos anos, Mato Grosso do Sul começa a viver um novo fenômeno econômico com a chegada dos investimentos em cítricos, mais especificamente em laranja. Os aportes anunciados para o setor passam de R$ 2 bilhões e são justificados por uma migração dos estados de São Paulo e Paraná para MS.

A citricultura tem mais destaque na região leste do Estado e, agora, está se expandindo para a região centro-sul. 

“Muitos investidores estão querendo vir para o Estado. O investimento é alto, seria em torno de R$ 100 mil por hectare para implantar o pomar. Até por causa de nossa legislação rígida, com controle, por isso não dá para começar se não tiver capital e know-how na área”, destaca Karla Nadai, coordenadora de Horticultura da Semadesc.

A área ocupada pela citricultura poderá chegar a 15 mil hectares, com o anúncio de novas plantações.

Investimentos na citricultura em MS

Os investimentos já anunciados somam um aporte de R$ 2,1 bilhões em lavouras de cíttricos em MS. Conforme informações do governo do Estado, a Cutrale anunciou um aporte de R$ 500 milhões, destinados ao plantio de 5 mil hectares de laranja na Fazenda Aracoara, propriedade localizada às margens da rodovia BR-060, na divisa de Sidrolândia com Campo Grande.

De acordo com a Cutrale, serão 1,7 milhão de pés de laranja, e a previsão é de que o projeto alcance 30 mil hectares plantados, garantindo o nível de produção que viabilizaria a instalação de uma futura indústria de processamento da laranja em suco.

Já o Grupo Junqueira Rodas começou em abril a implantação de 1,5 mil hectares de laranja em Paranaíba e, ainda, mais 2,5 mil hectares em Naviraí, onde o cultivo de 1 hectare de laranja demanda recursos de R$ 100 mil, ou seja, um total de R$ 400 milhões.

E o mais recente anúncio foi da empresa Cambuhy Agropecuária (Grupo Moreira Salles), que confirmou o investimento de R$ 1,2 bilhão no Estado, que é considerado o “novo cinturão citrícola” do Brasil.

A empresa vai iniciar o plantio de laranja ainda este ano na área que fica em Ribas do Rio Pardo, próximo ao município de Água Clara, com previsão de investir ao longo de quatro anos e meta de colher 8 milhões de caixas da fruta. 

*Colaborou Glaucea Vaccari, Súzan Benites e Evelyn Thamiris

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INVESTIGADA

Quem é a douradense suspeita de chefiar rede de prostituição internacional

Rebeka Episcopo, mais conhecida como DJ Beka, teve sua prisão decretada pela justiça portuguesa na semana passada, por exploração sexual e suspeita de aliciar mulheres no Brasil

09/04/2025 10h15

DJ Beka, nascida em Dourados, é suspeita de chefiar rede de prostituição em Portugal

DJ Beka, nascida em Dourados, é suspeita de chefiar rede de prostituição em Portugal Foto: Reprodução/Instagram

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Na última semana, a Polícia de Segurança Pública de Portugal prendeu a douradense Rebeka Episcopo, conhecida como DJ Beka, suspeita de chefiar uma rede de prostituição de luxo.

Segundo reportagem do UOL, Rebeka foi modelo internacional durante boa parte da carreira, mas se lançou como DJ e produtora musical durante a pandemia da Covid-19. Na sua nova profissão, baseou sua imagem em “empoderamento feminino, espiritualidade e sucesso internacional”, se descrevendo como uma girl boss, ou seja, quando uma mulher se opõe ao mundo empresarial dominado pelos homens.

Em entrevistas, ela disse já ter morado em cidades famosas mundialmente, como Bali, Milão, Paris, Barcelona e Atenas. Nos últimos anos, presidia quatro clubes na capital portuguesa, Lisboa, e era fundadora da produtora Adoya, festas com foco em sonoridades afro house - subgênero da house music que mistura elementos da cultura africana com a house tradicional - e organic - que se caracteriza por um som harmonioso e relaxante.

Para reforçar essa imagem que tanto falava, postava no Instagram, onde tem 65 mil seguidores, “bastidores de eventos, frases inspiradoras e registros sensuais nos ambientes dos spas”. Para a revista Rolling Stones África, ela afirmava ser uma artista conectada às raízes afro-latinas, incorporando o idioma iorubá - língua da família nigero-congolesa, falada na África Ocidental e no Brasil - e elementos de tradições africanas em sua música.

Além da sua produtora, foi veiculado que Rebeka era empresária em duas unidades de nuru, uma massagem corpo-a-corpo cheia de sensualidade realizada entre duas pessoas com um exclusivo tipo de gel. Foram nesses estabelecimentos que as suspeitas da Polícia começaram.

Segundo Carina Alves, responsável pelas investigações do caso, as investigações duraram cerca de dois anos até a deflagração da operação, denominada como Last Massage (do português, última massagem).

“O crime foi descoberto depois de mais de dois anos de investigação sobre uma suspeita que caía sobre dois spas. Somente depois de dois anos conseguimos identificar a natureza do crime que elas praticavam e ambas respondem por lenocínio, já que tinham uma espécie de sociedade”, afirmou a comissária.

Lenocínio “consiste em tirar proveito da prostituição alheia, participando direta ou indiretamente de seus lucros, ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça”. Ainda, ela também é suspeita de sonegação contra o sistema previdenciário de Portugal.

Além dela, a curitibana Jacimara Berwig, apontada como braço esquerdo no esquema, também foi presa. Durante a operação, a Polícia encontrou 107 mil euros em dinheiro vivo, uma pistola calibre 22, duas espingardas, munições, celulares, computadores e tablets, cumprindo 17 mandados de busca e apreensão em imóveis relacionados ao grupo criminoso.

Nos documentos confiscados pela justiça, ficou comprovado que as mulheres que trabalhavam nos estabelecimentos empresariados por Rebeka não tinham registro legal. Ainda, há suspeita da rede aliciar mulheres no Brasil, que iriam até a Europa para “trabalhar” para a DJ.

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INTERIOR

Com mais de 90 mm, chuva causa estragos em Coxim

Precipitação levou água para dentro da casa de moradores e aumentou buraco na obra de uma das principais avenidas do município

09/04/2025 09h45

Obra de manutenção na Avenida Mato Grosso do Sul ficou ainda maior e acabou interditando a via

Obra de manutenção na Avenida Mato Grosso do Sul ficou ainda maior e acabou interditando a via Reprodução/Pref.Coxim

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Na região norte de Mato Grosso do Sul, o município de Coxim registrou mais de 90 milímetros de chuva entre esta terça e quarta-feira (08 e 09 de abril), Fenômeno que deixou rastro de destruição na cidade, mas que por outro lado pode trazer um respiro para a situação do Rio Paraguai. 

Longe cerca de 252 quilômetros de Campo Grande, o município viu a chuva que caía passar de 81 milímetros na terça-feira (08), o que segundo o Executivo em nota já foi suficiente para causa alagamentos e estragos em diversas regiões da cidade. 

Dados divulgados pelo meteorologista Natalio Abrahão mostram que, entre ontem e hoje, Coxim registrou um total de 92,2 milímetros de chuva, sendo o município com maior volume de chuva na região norte, enquanto Corguinho, Rio Verde e Chapadão do Sul não passaram de 30 mm até às duas horas desta terça. 

Toda essa chuva foi suficiente para agravar uma cratera em uma das principais avenidas de Coxim, a obra de manutenção na Avenida Mato Grosso do Sul que ficou ainda maior e acabou interditando a via, segundo o prefeito Edilson Magro e o secretário de Obras, Ivaldo Lopes. 

Obra de manutenção na Avenida Mato Grosso do Sul ficou ainda maior e acabou interditando a viaReprodução/Prefeitura/Coxim 

"As obras na avenida eram necessárias e estavam em andamento, mas, devido à chuva, tivemos que suspender temporariamente os serviços", disse Ivaldo após visita aos pontos prejudicados. 

Dos locais mais afetados, eles apontam para a região central da cidade, além do bairro Jardim Alvorada e o Piracema, próximo da extensão da Escola Marechal Rondon, pontos onde a água chegou a invadir casas. 

Rios e chuva

No norte de Mato Grosso do Sul fica localizado o Rio Coxim, afluente do rio Taquari que faz parte da Bacia do Rio Paraguai e alimenta uma área considerável da planície no Pantanal. 

Apesar de certa regularidade neste ano, o nível do rio em Coxim esteve abaixo da média histórica no período recente entre os meses de fevereiro e março, com acumulado do mês passado sendo de 144,4 milímetros em nove dias com chuva, diante de uma média histórica de 122 mm. 

Sobre o nível dos rios, o monitoramento por boletim por parte do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul - com base em dados do Sistema HIDRO, mantido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) - indica um volume que chama atenção. 

Nessa cota em centímetros, da estação do Rio Taquari em Coxim, é levantado ainda um sinal de alerta pela permanência acima de 5%. 

Vale lembrar que, a chamada escassez hídrica afeta diversas partes de Mato Grosso do Sul com o passar dos anos, prejudicando a navegabilidade e o transporte de minérios pelo Rio Paraguai, por exemplo, ainda que a chuva vista em Coxim não resolva diretamente esse problema nos próximos dias. 

Em números absolutos, dados consolidados da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) mostram queda de mais da metade do volume transportado pelo Rio Paraguai entre 2023 e 2024, de 7,91 milhões de toneladas para apenas 3,31 milhões no ano passado. 

Na atividade mineradora, por exemplo, pelos períodos características por cheia e escassez é comum uma retomada de embarques por volta do segundo mês a cada ano, o que não aconteceu em 2024 já que tais serviços só foram retomados em abril para uma nova paralisação acontecendo em setembro, dois meses antes do previsto 

Todos esses percalços resultaram, por exemplo, na queda de 16,3% do valor em royalties arrecadados com mineração em 2024 por Mato Grosso do Sul. 
 

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