Em um primeiro olhar, o Q5 pode ser visto como uma versão menor e mais comportada do Q7, o maior utilitário esportivo da Audi. Mas o SUV médio da marca alemã é bem mais que isso: desfruta de personalidade própria. A começar pelo design, mais arrojado, que abusa de linhas angulosas e tenta fugir do estilo previsível dos jipes urbanos. Além disso, o Q5 traz uma dose interessante de tecnologia e um conjunto que o faz prometer – e ser – bem “esperto” para o universo dos utilitários de luxo. Esse conjunto segue uma equação interessante, que reúne um motor com injeção direta e turbo, transmissão automatizada com dupla embreagem, tração integral e uma estrutura com bastante aplicação de alumínio – capô, tampa traseira e braços da suspensão. O resultado é um desempenho muito eficiente. Os 214 cv despejados nas quatro rodas movem as quase duas toneladas do Q5 com desenvoltura. A caixa robotizada S-Tronic com sete velocidades e dupla embreagem casa de forma perfeita com o propulsor. Sem delays ou buracos de uma marcha para outra, o zero a 100 km/h é obtido em competentes 7,5 segundos. As retomadas também merecem destaque. O torque oferecido numa faixa de giros que vai desde as 1.500 rpm até as 4.200 rpm favorece o desempenho do Q5 nas subidas e ultrapassagens, com o motor sempre cheio e pronto para responder às investidas no acelerador, além de mais uma vez a transmissão S-Tronic bem sincronizada e sem indecisões entre as marchas. Com isso, as retomadas de 60 km/h a 100 km/h em sexta marcha são feitas em 4,2 segundos. Com uma mecânica bem acertada, chegar aos 200 km/ h com o Q5 não é tarefa das mais difíceis. Ainda mais que o modelo oferece uma estabilidade privilegiada. Só mesmo acima dos 200 km/h é que a comunicação entre rodas e volante passa a dar sinais de imprecisão. No resto, o utilitário esportivo se mostra “no chão”. Em curvas acentuadas a carroceria torce dentro da normalidade e nos casos de exagero na velocidade é possível perceber os dispositivos de segurança em ação para corrigir a trajetória do carro.