Cidades

Cidades

Do dicionário

Do dicionário

Redação

15/07/2010 - 07h28
Continue lendo...

Quando  se começa a escrever regularmente, percebe-se, de imediato, a necessidade de se ter uma fonte de consulta confiável, à qual se possa recorrer sempre que houver dúvidas ou para procurar a palavra mais adequada que expresse um pensamento ou o sentimento da ocasião. Enfim, que retrate de forma mais fiel o que se quer transmitir.

E, naturalmente aí aparece o grande amigo, auxiliar, sócio, parceiro de todas as horas, sempre à disposição ao alcance das mãos: o bendito, abençoado dicionário. Sem ele fica muito difícil exercer esse mister de escrever. Eu tenho um Aurélio, edição antiga,  cuja capa já se encontrava deteriorada – acho até que é falha da editora Nova Fronteira que não caprichou na forma, embora tenha caprichado no conteúdo – e que consegui, por sugestão do amigo e confrade, professor Valmir Corrêa, recuperá-la totalmente, o que deu ao meu exemplar sobrevida e boa aparência ao mesmo tempo.
      
Tenho também o Dicionário Jurídico da doutora Maria Helena Diniz, em quatro volumes que, apesar de se destinar principalmente aos profissionais do direito, em muitas oportunidades me supriu de um embasamento mais adequado. Consulto também o Dicionário de Símbolos de autoria de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, fonte de informações esotéricas e ocultas. Lendo o artigo do Chico Buarque, na edição de junho da revista Piauí,  já decidi comprar o Dicionário Analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. No texto Chico confessa ser usuário e colecionador obstinado desse livro.
Tive o privilégio de conviver também com dicionários ambulantes – e,  mais do que isso, verdadeiras enciclopédias. Um deles, infelizmente já falecido, foi o professor Arassuay Gomes de Castro, meu compadre – padrinho da minha filha Flávia – a quem sempre  recorri por seus vastos domínios nas questões vernáculas  sempre me atendeu a tempo e hora, informando de bate-pronto, e embasando a informação transmitida com variado conhecimento. O outro,  também professor, é o meu amigo Hildebrando Campestrini.

Quando na presidência do sindicato dos corretores de imóveis, por volta de 1983, surgiu a oportunidade de realizarmos um exame para habilitar os futuros colegas ao exercício da profissão. A nossa atividade, naquela época, tinha uma conotação pejorativa, daí o nosso cuidado de proceder a esses exames, de forma a não deixar nenhuma dúvida quanto à sua seriedade e credibilidade. E fomos encontrar essa excelência na pessoa do professor Campestrini, que já naquela época desfrutava de extraordinária reputação no meio acadêmico. Assim, ele elaborou as questões e as corrigiu, dando  uma contribuição especial ao nosso sindicato.

Quando da campanha para se mudar o nome de Mato Grosso do Sul para o estado do Pantanal, de imediato eu me associei a essa campanha, que era coordenada por Humberto Espíndola e  Francisco Lagos, entre outros. Surgindo a oportunidade de um debate na TV Cultura, fui indicado para representar o nosso movimento e debater o assunto com o professor Campestrini, que defendia a permanência do nome. Ao encontrá-lo na sala de espera – ele, assim como eu, tem o costume de chegar antes do horário –, começamos a conversar. Ele me disse então que estava à frente do Instituto Histórico e Geográfico do nosso estado. Eu perguntei-lhe  qual era a finalidade do Instituto, e ele encontrou uma certa dificuldade para defini-la, pois  naquela época, por questões relativas a organização pouco funcional do próprio IHG –  que nasceu do idealismo de Paulo Coelho Machado, professor J. Barbosa Rodrigues e mais alguns abnegados – e que acabou caindo no seu colo, o professor Campestrini não tinha  encontrado ainda o seu verdadeiro propósito.

Tempos depois, recebi um convite do professor para me associar ao Instituto. Pedi um tempo para analisar o pedido e aceitei a proposta. Integrei-me, de imediato, à equipe por ele liderada, em  2002. Logo a seguir foi procedida a eleição da diretoria, em que fui eleito vice-presidente, cargo que exerço até hoje. O Instituto tem como seus objetivos atuar  nas áreas de história, geografia, cultura, meio ambiente, turismo e no desenvolvimento institucional.
Tenho, assim, o raro privilégio de conviver com o nosso presidente, já há oito anos. E posso testemunhar a verdadeira enciclopédia de conhecimento que ele é. O homem sabe tudo de questões vernáculas, de história e de geografia principalmente. Responde também de bate-pronto. Não titubeia, não enrola, informa sempre com riqueza de detalhes. É um verdadeiro operário da cultura em nosso estado. Dedicação total: 24 horas por dia. Não conheço alguém que trabalhe tanto e bem  como ele. Atende incansavelmente a todos que o procuram, todas as tardes na sede do nosso Instituto: são pessoas em busca de informações, estudantes tirando dúvidas, mestrandos e doutorandos solicitando orientação para suas teses. Ele orienta escritores de livros, além de assessorar institucionalmente os governos municipal e estadual, assim como outras entidades representativas da nossa sociedade.

Neste artigo em que comecei falando de dicionários, aproveitei a oportunidade para  homenagear essas pessoas, que contribuem para a difusão do conhecimento e da cultura. Sem eles eu teria repetido palavras indistintamente neste artigo ou tropeçado em clichês da nossa língua. Se até Chico Buarque recorre ao dicionário para compor suas canções – eu, que não tenho olhos azuis e preciso me garantir de outro jeito – ,  me obrigarei a consultá-lo ainda mais, amador que sou das palavras.          

Heitor Freire, Corretor de imóveis e advogado

Networking

Evento reúne Pablo Marçal e João Doria em Campo Grande

A atividade, com enfoque em empreendedores e empresários, contará com a participação do ex-candidato à prefeitura e do ex-governador de São Paulo, no projeto que traz nomes conceituados no ramo dos negócios

29/10/2024 15h30

Reprodu

Continue Lendo...

Evento de empreendedorismo reunirá Pablo Marçal, João Doria e até um príncipe da Arábia Saudita entre os dias 6, 7 e 8 de dezembro em Campo Grande.

A reunião busca reunir empresários e empreendedores durante o Know How Experience, um projeto considerado um dos maiores do ramo na América Latina.

Marçal

Entre os nomes estão o ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, natural de Goiás, que ficou conhecido como um dos principais influenciadores do país.

Durante as eleições de 2024, Pablo Marçal teve embates com os candidatos, sendo o mais conhecido o episódio em que afirmou que o também candidato tucano José Luiz Datena “não era homem” e acabou levando uma cadeirada.

 

Doria

Já João Doria ficou à frente do governo de São Paulo até o dia 31 de março de 2022, quando passou o bastão com a intenção de concorrer como candidato à Presidência da República, o que acabou não acontecendo.

No mandato como governador do estado de São Paulo, Doria comandou o movimento pró-vacina e durante o mandato dele o Butantan desenvolveu a vacina brasileira Coronavac contra a Covid-19.

Além disso, Doria é empresário, fundador do Grupo Doria e do LIDE, e chegou a apresentar o programa de televisão “O Aprendiz”.

Evento

Estão confirmados entre os palestrantes o príncipe Fahad bin Nasser Al Saud, que atua como promotor de Inovação e Empreendedorismo na Arábia Saudita.

Veja os outros palestrantes:

  • Peter Diamandis - Eleito pela Fortune como um dos "50 Maiores Líderes do Mundo";
  • Filipe Trindade - conhecido por ser jurado do reality show mundial "Meet the Drapers";
  • Carol Piffer - que possui expertise tanto em empreendedorismo quanto em educação;
  • Guilherme Lippert - cofundador e Gerente de Contas Chave da V4 Company;
  • Artur Horta - que possui graduação em jornalismo e em Ciências Econômicas pela UFMG e atua pela The Link;
  • William Tang - diretor de Operações do grupo Alibaba no Brasil;
  • Alexandre Baldy - fundador da Allbox Embalagens;
  • Filipe Sabará - fundador do Instituto ARCAH, Horta Social Urbana e Permavita Ambiental;
  • Kaio Poffo - fundador da inovadora pizzaria “Heróis da Pizza”;
  • Ronaldo Estima - que saiu de garçom para se alçar como empresário renomado;
  • Augusto Contijo - formando em contabilidade, comanda as empresas WA Contabilidade & Soluções Empresariais e Tudo Bem Contábil;
  • Mauro Nunes - CEO da MVPN Finance.

Serviço

Know How Experience
Data: 6, 7 e 8 de dezembro
Local: Bosque Expo em Campo Grande

Saiba mais do evento clicando aqui.

Assine o Correio do Estado

ultima ratio

Juiz que denuncia colegas é visto como "câncer" por desembargador

Quem o classifica assim é o desembargador Marcos Brito, afastado pelo STJ.  "Quanto ao filho da puta de TL, ele não perde por esperar", ameaça outro magistrado

29/10/2024 14h17

Em conversa no watsapp, o desembargador Marcos Brito diz que

Em conversa no watsapp, o desembargador Marcos Brito diz que " O câncer de toda essa estória é aquele fdp do juiz de Três Lagoas"

Continue Lendo...

Autor de uma série de denúncias no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra supostos crimes cometidos por colegas magistrados de Mato Grosso do Sul, o juiz Rodrigo Pedrini Marcos, de Três Lagoas, é visto como um “câncer” pelo desembargador Marcos Brito, um dos cinco afastados por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no último dia 24. 

A revelação de que o juiz de Três Lagoas é mal visto pelos colegas aparece na transcrição de uma conversa pelo watsapp entre o desembargador Marcos Brito e o juiz Fernando Paes, no dia 5 de fevereiro de 2022. 

À época, o CNJ estava prestes a votar uma denúncia contra o juiz Fernando Paes Campos, que em novembro do ano passado foi promovido, por merecimento, a desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. 

“Bom dia. De qualquer forma, seja qual for o voto da ministra, verdade é que estão fazendo uma puta sacanagem com você Esquecí de perguntar: será que ela faz maioria pro voto dela? O câncer de toda essa estória é aquele fdp do juiz de Três Lagoas”, escreveu o desembargador Marcos Brito. 

O diálogo deixou claro que não era só o desembargador conhecido como Marcão que estava irritado com o colega que insiste em denunciar o mal feito. Além da ira, ele é alvo inclusive de uma espécie de ameaça. 

 “Quanto ao filho da puta de TL, ele não perde por esperar”, respondeu o agora desembargador Fernando Paes, conforme mostram as transcrições feitas pela Polícia Federal, que conseguiu a quebra do sigilo telemático de Marcão. 

Fernando Paes fora denunciado porque, segundo Rodrigo Pedrini, havia ajudado pessoalmente a desembargadora Tânia Borges a tirar da cadeia de Três Lagoas o filho que havia sido preso em flagrante com centenas de munições e 230 quilos de maconha.

Em abril de 2022 o CNJ abriu investigação contra Fernando Paes. Em novembro do mesmo ano, ele foi absolvido e exatamente um ano depois foi promovido a desembargador. A desembargadora Tania Borges, porém, foi demitida a bem do serviço público, em outubro de 2021. 

A prisão do filho da desembargadora foi em 2017 e a demissão, quatro anos depois, somente ocorreu porque o juiz Rodrigo Pedrini fez a denúncia e ficou insistindo na abertura de processo no CNJ. 

Fernando Paes, que à época atuava no TJ como assessor da presidência, acompanhou pessoalmente a desembargadora na viagem de Campo Grande a Três Lagoas, cidade na qual já havia trabalhado e por conta disso tinha “portas abertas” no sistema prisional.  A cúpula do TJ ajudou na defesa do magistrado durante as investigações no CNJ, onde foi absolvido por unanimidade. 

MEGATRAFICANTE

O mesmo “câncer” foi o autor das denúncias que resultaram na abertura de investigação contra o desembargador Divoncir Maran, que supostamente recebeu propina para colocar em liberdade o traficante Gerson Palermo, em abril de 2020. O traficante de cocaína estava condenado a 126 anos de prisão. A libertação foi revogada no dia seguinte, mas ele está foragido até hoje.

Divoncir chegou a ser afastado do cargo em fevereiro deste ano, mas logo depois, em abril, completou 75 anos e se aposentou. Com isso, o caso dele no CNJ acabou não sendo julgado. Em conversa transcrita na operação Ultima Ratio, uma juíza de Aquidauana revela que a Amamsul atua para travar as investigações no CNJ. Divoncir voltou a ser alvo de operação da PF na Ultima Ratio, na semana passada. 

PROPINA

Aqueles diálogos nada típicos entre dois magistrados apareceram na investigação de agora porque existe a suspeita da Polícia Federal de que o desembargador Marcos Brito tenha recebido propina. 

“Na sequência, apresentaremos as mensagens entre MARCOS BRITO e ANDRESON GONÇALVES (proprietário da empresa que transferiu mais de R$ 1 milhão para o Advogado FELIX JAYME, suspeito de compra de decisões de vários desembargadores do TJMS, incluindo MARCOS BRITO, tendo FELIX sacado em espécie grande parte de tal valor)”, diz trecho do documento oficial que traz detalhes das investigações. 

Embora não revele detalhes, a investigação informa que Marcos Brito teria recebido propina para garantir a vitória judicial de Andreson Gonçalves em “um conjunto de processos com valor da causa de mais de R$ 64 milhões” 

Este Andresson, dono de quatro empresas e sócio de uma quinta, por sua vez, é amigo também de um ministro do STJ que tem voto no Conselho Nacional de Justiça. A Polícia Federal acredita que o desembargador Marcos Brito estivesse tentando influenciar na votação no CNJ com a ajuda deste empresário lobista. 

“Aparentemente eles conversam sobre um processo que FERNANDO PAES estaria sofrendo no CNJ. Contudo não fornecem maiores detalhes. É possível que pretendessem que ANDRESON os ajudasse de alguma forma, pois, além de MARCOS BRITO passar o contato deste, FERNANDO PAES cita o “CONS BANDEIRA”, aparentemente o mesmo conselheiro com o qual ANDRESON afirmou ter contato direto (vide acima - ressaltando novamente que tal conselheiro não se encontra sob investigação, nem há elementos de atuação criminosa dele)”, diz trecho da investigação.  

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).