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Doenças respiratórias em alta: como a fisioterapia acelera a recuperação

A fisioterapia respiratória é essencial para reduzir hospitalizações e acelerar a recuperação de SRAG

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Com o aumento significativo dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil, a fisioterapia respiratória tem se mostrado um recurso crucial para acelerar a recuperação dos pacientes. A Secretaria de Saúde de Campo Grande (Sesau) relatou que, somente nesta semana, foram registrados 17 novos casos de SRAG na capital.

O monitoramento da Secretaria contabiliza todos os casos registrados em centros de referência, UPAs, clínicas e hospitais, tanto públicos quanto privados, e indica uma predominância de casos entre crianças e idosos.

Confira a distribuição dos casos por faixa etária:

  •  Crianças de 1 a 9 anos: 6 casos
  •  Idosos com 60 anos ou mais: 3 casos
  •  Jovens de 10 a 20 anos: 5 casos
  •  Adultos de 30 a 59 anos: 3 casos

No cenário nacional, o último boletim InfoGripe da Fiocruz, referente à Semana Epidemiológica 35 (25 a 31 de agosto), aponta um aumento das hospitalizações associado ao SARS-CoV-2, com um crescimento específico entre crianças e adolescentes devido ao rinovírus.

Principais vírus causadores de SRAG

De acordo com a Fiocruz, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, os vírus mais prevalentes entre os casos positivos foram:

  • Influenza A: 12.4%
  • Influenza B: 2.6%
  • VSR (Vírus sincicial respiratório): 11.3%
  • SARS-CoV-2 (COVID-19): 28.4%

Entre os óbitos, a distribuição foi:

  • Influenza A: 27.2%
  • Influenza B: 2.8%
  • VSR (Vírus sincicial respiratório): 4.1%
  • SARS-CoV-2 (COVID-19): 48.0%

A pesquisadora da Fiocruz, Tatiana Portella, destaca que, apesar da queda nos casos de VSR e Influenza A em grande parte do país, o VSR e o rinovírus continuam sendo as principais causas de hospitalização e óbitos em crianças de até dois anos.

"Em caso de aparecimento de sintomas, o recomendado é ficar em isolamento em casa, inclusive as crianças e adolescentes. Com a alta do rinovírus nessa faixa etária, caso apresentarem alguns sintomas de síndrome gripal, a orientação é ficar em casa e não ir para a escola. Se não for possível fazer esse isolamento, é importante sair de casa usando uma boa máscara, e claro, diante de aparecimento e piora dos sintomas, é importante procurar atendimento médico", orienta.

Prevenção e tratamento

Com o aumento dos casos de doenças respiratórias, a fisioterapia respiratória se destaca como uma ferramenta valiosa para a recuperação e prevenção. A adoção de práticas preventivas pode melhorar a qualidade de vida e reduzir os impactos dessas condições.

Em entrevista ao Correio do Estado, a fisioterapeuta pediátrica Paola Duarte, de 42 anos, explica como a fisioterapia respiratória pode auxiliar na recuperação de doenças respiratórias. Confira:

Bebê de três meses faz tratamento após complicações por VSR. Foto/Arquivo pessoal

Correio do Estado: Qual é a importância da lavagem nasal na prevenção e tratamento de doenças respiratórias?

Paola Duarte: A lavagem nasal é fundamental, pois o nariz é a primeira barreira de proteção do organismo. Ele filtra e aquece o ar, acumulando secreções que podem conter vírus e bactérias. A higiene nasal ajuda a remover essas secreções e previne infecções, proporcionando conforto respiratório e mantendo a mucosa nasal hidratada. Recomendo a lavagem nasal diária para manter o sistema respiratório saudável e evitar quadros alérgicos.

Correio do Estado: Qual é a quantidade ideal de soro fisiológico para lavagem nasal e a frequência recomendada?

Paola Duarte:  A quantidade de soro varia com a idade da criança. Em bebês menores, início com 1 ou 2 ml de soro em cada narina, podendo repetir conforme necessário. Para bebês maiores de 2 meses, usar 5 ml por narina. Em crianças acima de 8 anos e adultos, recomenda-se de 10 a 20 ml. É importante seguir a orientação de um fisioterapeuta para adaptar a quantidade e frequência conforme a necessidade.

Correio do Estado: Há alguma técnica específica para a aplicação do soro?

Paola Duarte:  É ideal usar uma seringa com ponteira de silicone para bebês e crianças pequenas e uma garrafinha para maiores de 8 anos e adultos. O soro deve estar à temperatura ambiente ou ligeiramente aquecido. A aplicação deve ser feita com a criança sentada, inclinando a cabeça para frente e levemente para o lado oposto da narina em que o soro será aplicado. É importante não aplicar o soro rapidamente e garantir que o bebê ou a criança estejam confortáveis durante o procedimento.

Correio do Estado: Como a fisioterapia respiratória pode auxiliar na prevenção de doenças respiratórias?

Paola Duarte:  A fisioterapia respiratória amplia a capacidade respiratória, melhora a postura e fortalece a musculatura, resultando em uma melhor qualidade de vida. Ela reduz o cansaço físico e mental provocado por uma compensação respiratória inadequada. Além disso, uma alimentação balanceada e a ingestão adequada de líquidos são essenciais para a eficácia do tratamento.

Correio do Estado: Qual é a influência do ambiente doméstico na saúde respiratória?

Paola Duarte:  É crucial manter o ambiente arejado e limpo, com atenção especial à limpeza de cortinas, tapetes e aparelhos de ventilação. Um umidificador pode ajudar em ambientes com baixa umidade, mas não deve ser colocado diretamente ao lado da cama.

Correio do Estado: Quais são as técnicas de fisioterapia mais eficazes para fortalecer os músculos respiratórios?

Paola Duarte:  Utilizamos técnicas como o Reequilíbrio Toracoabdominal (RTA), que envolve relaxamento muscular, descompressão da coluna vertebral, apoio abdominal, e reexpansão de áreas hipoventiladas. Essas técnicas melhoram a ventilação e a qualidade do fluxo respiratório, além de auxiliar na remoção de secreções pulmonares.

Correio do Estado: Como a fisioterapia pode ajudar na prevenção de complicações respiratórias em pacientes com doenças crônicas?

Paola Duarte:  Em pacientes com doenças crônicas como diabetes ou hipertensão, a fisioterapia respiratória é crucial para reabilitar a função pulmonar e evitar complicações. Ela inclui exercícios respiratórios, ganho de amplitude articular e coordenação motora, visando aumentar a autonomia e reduzir internações.

Correio do Estado: Qual é a importância do acompanhamento regular com um fisioterapeuta para a manutenção da saúde respiratória?

Paola Duarte:  O acompanhamento regular é essencial, especialmente para populações de risco como idosos e pessoas com condições respiratórias pré-existentes. A fisioterapia respiratória ajuda a prevenir crises e a reduzir o tempo de internação, garantindo um tratamento eficaz e personalizado para cada paciente.

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PAIRA A DÚVIDA

No radar, volta do horário de verão é tida como improvável no curto prazo

Anteriormente adotada no mês de outubro de cada ano, medida seguia até fevereiro seguinte para reduzir pressão sobre o sistema elétrico

15/09/2024 18h00

Horário de verão foi extinto em 2019

Horário de verão foi extinto em 2019 Arquivo

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Mesmo que tenha entrado no radar, interlocutores do governo apontam - ao sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado -, que a possibilidade de volta do horário de verão é considerada improvável no curto prazo, já que o mecanismo requer um amplo planejamento prévio, inclusive com companhias aéreas.

Anteriormente adotada no mês de outubro de cada ano, até fevereiro do ano seguinte, o argumento central para um possível retorno do horário de verão é a possibilidade de redução da demanda no horário de pico e, consequentemente, a diminuição da pressão sobre o sistema elétrico, especialmente tendo em vista o cenário hidrológico desfavorável do momento, que tem levado ao acionamento de termelétricas, de custo mais elevado.

Porém, o governo já tem buscado adotar outras medidas para aumentar a confiabilidade do sistema, sem precisar imediatamente da volta do horário de verão, apontou uma fonte.

Do ponto de vista do planejamento e redução da demanda em horário de ponta, há um movimento em prol do avanço do programa Resposta da Demanda (RD) - quando grandes consumidores apresentam ofertas de redução de demanda em troca de uma remuneração. Ontem, a Aneel apresentou um novo desenho desse programa.

Fala de especialistas

O ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) Luiz Carlos Ciocchi, que deixou a instituição em maio, comenta que todos os anos o Operador costuma realizar, a pedido do governo federal, estudos sobre os benefícios, do ponto de vista elétrico, de retomar o horário de verão, atualizando os dados de acordo com a situação de cada ano.

"Nos anos anteriores, o resultado sempre foi que, do ponto de vista energético, a diferença é pequena, não vale a pena [adotar o horário de verão]", diz.

Ele cita, porém, que outros benefícios devem ser levados em consideração, como maior estímulo ao turismo.

Procurado hoje para comentar sobre estudo atualizado sobre o tema, o ONS evitou responder e indicou questionar o Ministério de Minas e Energia.

Diante de reservatórios de hidrelétricas mais baixos e temperaturas mais elevadas, que estimulam maior consumo, o preço da energia tem acelerado, em especial no fim da tarde, entre 17h e 19h - justamente no período que seria influenciado pela mudança no relógio.

Na semana passada, por exemplo, o preço spot horário da energia - tecnicamente conhecido como Preço de liquidação das diferenças (PLD) - chegou a bater os R$ 712 por megawatt-hora (MWh), às 18 horas.

Para Ciocchi, a adoção do mecanismo somente alteraria o horário do preço-teto diário, sem efetivamente provocar benefício substancial de redução de custos, porque não haveria mudança significativa na demanda de ponta.

Ele explica que o preço sobe no fim do dia justamente quando a geração solar diminui, exigindo maior produção de energia - basicamente hidrelétricas e termelétricas.

"Todos os dias, quando o sol se põe, vemos uma rampa de 20 a 25 gigawatts para cobrir; o sol se põe na hora que ele tem que se pôr, se você chama aquela hora de 5, 6 ou 7 horas da noite, pouco importa, a rampa é a mesma."

Na visão do sócio da CBIE Advisory Bruno Pascon, a retomada do horário de verão traria "alguma ajuda", mas nada significativo.

Ele lembra que a razão original do mecanismo era deslocar o pico de consumo de energia, que se dava quando as pessoas voltavam para casa e utilizavam chuveiros elétricos no início da noite. Atualmente o pico ocorre entre 14h30 e 15h30, devido ao uso de ar condicionado.

"Com essa dinâmica, o efeito do horário de verão é muito pontual", diz Ele cita que em 2018,último ano de vigência do mecanismo, o efeito de economia de energia foi de somente 0,4%.

Para o ex-diretor da Aneel Edvaldo Santana, o horário de verão jamais deveria ter sido cancelado. "Diante da situação atual, de escassez de recursos hídricos, que limita a geração de energia exatamente na hora da demanda máxima, que é entre o fim da tarde e o início da noite, o horário de verão seria positivo. Não é nada excepcional, mas ajuda" argumenta.

Já o ex-diretor-geral do ONS Luiz Eduardo Barata avalia que a política do horário de verão é positiva, pois reduz a geração de termelétricas. Na direção do ONS à época em que o governo acabou com a medida, ele ressalta que foi contra o fim do adiantamento dos relógios e considera que a decisão de voltar "é política e não técnica".

"Eu não acredito que a mudança no clima [favorável para os reservatórios] vai ocorrer de forma abrupta, a nossa expectativa é contar com temperaturas altas por mais tempo", diz, em relação às propostas para a confiabilidade do sistema elétrico, incluindo o horário de versão.

Por sua vez, o presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica, Alexei Macorin, lembra que o País tem aumentado a inserção de fontes intermitentes (solar e eólica) - em que a curva de demanda não acompanha a curva de geração.

Ele também defende o horário de verão como alternativa viável para aliviar o sistema, no horário de pico de demanda.

 

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JARDIM IMÁ

Falta de iluminação pública em avenida da Capital vira alvo do Ministério Público

Reclamações ocorrem desde 2022 e moradores relatam que escuridão gera insegurança, além de pagarem taxa de iluminação mesmo sem contar com o serviço na rua

15/09/2024 17h29

Parte da Avenida Ulisses Serra não tem nem postes de iluminação, no Jardim Imá

Parte da Avenida Ulisses Serra não tem nem postes de iluminação, no Jardim Imá Reprodução / Google Street View

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou procedimento administrativo para acompanhar a adoção de políticas públicas por parte do município de Campo Grande para a prestação de serviço público de iluminação pública na Avenida Ulisses Serra, no bairro Jardim Imá.

A falta de iluminação pública na região é alvo de reclamação dos moradores há alguns anos, já havendo duas notícias de fato registradas no órgão ministerial, relatando insegurança e possível irregularidade, pois há cobrança da taxa de iluminação, mesmo sem o efetivo serviço.

A reiteração do teor das reclamações motivou a abertura do novo procedimento administrativo, que está disponível no Diário Oficial do MPMS de segunda-feira (16), 

Segundo o órgão, há a necessidade de políticas públicas referentes à iluminação pública na rua Ulisses Serra, que se situa em bairro localizado nas proximidades do aeroporto da Capital, além de ser conveniente acompanhar a implementação das mesmas.

Denúncias

Em 2022, foram registradas duas reclamações junto à Prefeitura de Campo Grande e, sem sucesso, também na ouvidoria do Ministério Público Estadual com a mesma reclamação e denunciou uma possível irregularidade na prestação do serviço, pois os moradores pagam a taxa de Contribuição de Serviço de Iluminação Pública (Cosip), mesmo não havendo postes na rua.

Uma moradora relatou que a rua Ulisses Serra é de pista dupla, separadas por canteiro central e árvores muito altas que, durante o dia, proporcionam grande cobertura e sombras, enquanto na parte da noite acabam por deixar a via ainda mais "sombria".

Isto porque não há iluminação pública e a rua fica no escuro, causando medo nos moradores e pessoas que passam pelo local, pois, ainda segundo a denúncia, ocorrem muitos roubos e furtos na região.

"Além disso, instalado na via pública encontra-se um estabelecimento de reciclagem, o qual é muito frequentado por andarilhos que coletam resíduos e despacham no local, de modo que se faz imprescindível a instalação de iluminação para fins de resguardar a segurança pública dos residentes locais", diz ainda a reclamação.

Em primeira análise, de 2022, o Ministério Público deliberou pelo arquivamento do procedimento.

Na ocasião, o promotor citou que outros procedimentos já tramitaram na Promotoria de Justiça com o mesmo objeto e a então Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação esclareceu que a necessidade do serviço de iluminação pública é determinada pelo adensamento populacional da localidade.

Com relação ao pagamento da Cosip mesmo sem contar o serviço na rua de suas casas, foi considerado que não há lesão aos consumidores, pois a legislação que permite a cobrança para o custerio foi julgada constitucional pelo Tribunal de Justiça.

"A contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública não confere ao sujeito passivo da relação tributária a garantia e o direito de contar, imediata e diretamente, com iluminação pública especificamente na rua de sua casa. Tem de haver, isso sim, iluminação pública na cidade onde o sujeito passivo da relação reside. E não há dúvida, por ser público e notório, que Campo Grande dispõe de iluminação pública", disse o promotor, na ocasião.

"Sem maiores delongas, a verdade é que no município e no Jardim Imá há iluminação pública, havendo ausência desse serviço apenas em alguns pontos do referido bairro, o que se mostra insuficiente, dada a natureza da contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, para acusar lesão a direito", acrescentou, afirmando que o fato não configura lesão aos direitos dos consumidores.

Desta forma, a notícia de fato foi arquivada.

Outra denúncia, do mesmo teor, foi feita em 2023, na ouvidoria do MPMS, onde a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) foi oficiada para adotar medidas visando solucionar a demanda.

Segundo a moradora, equipe chegou a ir até o local para supostamente realizar a instalação, mas como não há postes, informaram que seria feito um comunicado para a concessionária de energia elétrica, a Energisa, mas não houve mais retorno 

Assim, a mesma moradora realizou nova denúncia que motivou a abertura do novo procedimento.

 

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