Cidades

Seca histórica

Em 8 meses, Mato Grosso do Sul tem a maior concentração de focos de calor em 26 anos

Série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais contabilizou 10.067 registros até agosto, mais 413 neste mês

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Mato Grosso do Sul teve até agosto o total de 10.067 focos de calor identificados por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 
O valor é o maior para o período de toda a série histórica da plataforma, que começa em 1998.

Conforme os dados do Inpe, o maior ano completo (contando os 12 meses) ainda é 2002, quando o acumulado foi de 14.543 focos. Porém, pelo recorte do tempo, este ano teve o maior acumulado até agosto, com 6.603 focos.

Conforme os dados do Inpe, o maior ano completo (contando os 12 meses) ainda é 2002, quando o acumulado foi de 14.543 focos. Porém, pelo recorte do tempo, este ano teve o maior acumulado até agosto, com 6.603 focos.

PANTANAL

O recorde deste ano pode ser explicado em parte pela explosão de incêndios florestais que ocorreram já no primeiro semestre no Pantanal, período anterior à tradicional temporada de fogo na região. 

De acordo com dados do Inpe, neste ano, até agosto, só no Pantanal foram registrados 9.165 focos no bioma tanto em Mato Grosso do Sul quanto em Mato Grosso. Nos cinco primeiros dias deste mês, já foram contabilizados 339 focos na região pantaneira.

A plataforma do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ) mostra que no bioma, neste ano, também até o dia 5/9, o total de 2.681.675 hectares do Pantanal foram consumidos pelo fogo, o que representa 17,7% do bioma.

Só em relação a parte do bioma localizada em Mato Grosso do Sul, no entanto, esse recorte é ainda pior: dos 2,5 milhões de hectares queimados, 2.064.225 foram em território sul-mato-grossense, o que representa 21% do Pantanal de MS.

 

Divulgação/ Inpe

SECA 

Outro fator que tem colaborado com para que Mato Grosso do Sul alcance índices tão altos de incêndios florestais está relacionado à seca severa que 
o Estado enfrenta.


Conforme relatório do Monitor de Secas, Mato Grosso do Sul está entre as nove unidades da Federação que registraram seca severa em 100% de sua extensão territorial em julho deste ano.


No Estado, entre os períodos de junho e julho, com intensificação em julho, a área seca saltou de 85% para 100%. Esse é o maior índice de seca desde julho de 2022.

Além disso, reportagem do Correio do Estado publicada nesta sexta-feira mostrou que Campo Grande vive a maior seca da década, segundo dados do Instituto Nacional 
de Meteorologia (Inmet).

 

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Entretanto, segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), esse período é ainda maior.

Meteorologista do Cemtec-MS, Vinicius Sperling afirmou que desde 2002 Campo Grande não vive um período com chuvas tão abaixo da média. De janeiro até agosto, foram apenas 418,6 milímetros de precipitação acumulada.

“Só por comparação, a média histórica para chuva acumulada entre janeiro e agosto são 857,2 milímetros, conforme a série climatológica 1981-2010. Os 418,6 milímetros acumulados de janeiro a agosto deste ano são os menores da série desde 2002. Desde que a estação automática foi instalada, é quase metade da média da chuva que é esperada”, detalhou Sperling.

Além de Campo Grande, 
o Pantanal também enfrenta uma seca histórica. Em maio deste ano, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) aprovou – pela primeira vez na história – a Declaração de Situação Crítica de Escassez Quantitativa dos Recursos Hídricos na Região Hidrográfica do Paraguai.

A resolução vigora até o dia 31 de outubro deste ano, fim do período seco normal na Bacia do Paraguai, a principal do Pantanal. A declaração poderá ser prorrogada caso a estiagem persistir ou, na hipótese de que ocorram chuvas que levem à elevação dos níveis, 
ela poderá ser suspensa.

 

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COP15

MS vai sediar evento climático da ONU em 2026

Conferência irá unir agentes globais para debater sobre a conservação de espécies migratórias de animais silvestres

11/12/2024 18h15

Encontro do governador com integrantes da Convenção sobre Espécies Migratórias

Encontro do governador com integrantes da Convenção sobre Espécies Migratórias Saul Schramm / Divulgação

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Em uma movimentação que promete colocar Mato Grosso do Sul no centro das discussões globais sobre biodiversidade, o estado foi indicado para sediar a 15ª Conferência das Partes da Convenção sobre Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres (COP15) da ONU.

Nesta quarta-feira (11), o governador Eduardo Riedel recebeu uma comitiva de peso em Campo Grande. O grupo, composto por integrantes da Convenção sobre Espécies Migratórias das Nações Unidas e técnicos do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, reuniu-se com o governador para discutir a possibilidade de o estado sediar o evento de magnitude global.

A escolha de Mato Grosso do Sul como possível sede para a COP15 não é por acaso. O estado abriga o Pantanal, um dos maiores e mais importantes biomas do mundo, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade. 

O ecossistema único é lar de uma biodiversidade impressionante e desempenha um papel crucial na conservação de inúmeras espécies migratórias.

O Pantanal, com sua vasta planície alagável, serve como um ponto de parada vital para aves migratórias e abriga uma variedade de espécies endêmicas.

Seleção

A secretária executiva da CMS COP, Amy Fraenkel, juntamente com outros membros da comitiva, está realizando visitas técnicas a várias estruturas e equipamentos do Governo do Estado que poderiam ser utilizados para a organização do evento. 

Essas visitas são cruciais para avaliar a capacidade logística e operacional de Campo Grande em sediar um evento desta magnitude.

A decisão final sobre a sede da COP15 será anunciada em janeiro de 2025. Se confirmada, a conferência está prevista para acontecer em março de 2026, dando a Mato Grosso do Sul pouco mais de um ano para finalizar todos os preparativos necessários.

Impacto

A realização da COP15 em Mato Grosso do Sul seria uma oportunidade para o estado mostrar ao mundo seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e seu objetivo de se tornar um estado carbono neutro.

Para o governador Riedel, o evento colocaria Mato Grosso do Sul no centro das discussões globais sobre conservação da biodiversidade e mudanças climáticas.

Além disso, a conferência poderia trazer benefícios econômicos significativos, impulsionando o turismo e o setor de serviços na região.

A Convenção sobre Espécies Migratórias, da qual o Brasil é signatário, visa conservar espécies que migram por vias terrestres, marinhas e aéreas, transcendendo fronteiras nacionais.

A realização da COP15 no Brasil reforçaria o compromisso do país com estes objetivos e poderia catalisar ações mais efetivas de conservação em toda a América do Sul.

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Campo Grande

Entenda o que muda com aprovação da reforma administrativa em Campo Grande

Proposta impacta diretamente nas atribuições das secretarias municipais

11/12/2024 17h28

Projeto foi votado em sessão extraordinária nesta quarta-feira (11)

Projeto foi votado em sessão extraordinária nesta quarta-feira (11) - Paulo Ribas/Correio do Estado

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O Projeto de Lei nº 41 do Executivo Municipal, que propõe uma reforma administrativa na Prefeitura de Campo Grande, foi votado em sessão extraordiária na manhã desta quarta-feira (11). Mesmo sob protestos de manifestantes contrários à proposta, a reforma foi aprovada por 25 votos de vereadores favoráveis e apenas dois contrários. Contudo, você sabe quais mudanças o Projeto de Lei acarretará na prática?

A reforma impactará nas atribuições das secretarias municipais, que sofrerão extinções, readequações e novas criações. 

Segundo a proposta, a Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais ficará responsável pela Fundação Municipal de Esportes e a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran).

A Secretaria Especial da Casa Civil ficará a cargo da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano, Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários, além da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos.

Além disso, a mudança acarretará na criação das três secretarias executivas (Cultura, Juventude e Mulheres), e no fim da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur). Esta, deverá ser anexada à Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio.

Outro ponto relevante é a separação da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur). A Cultura, que antes seria anexada à Secretaria Municipal de Educação, será incorporada à Secretaria Municipal de Governo.

Já Turismo ficará dentro de nova pasta a ser criada: a Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Turismo, Meio Ambiente e Fiscalização Urbana.

Confira todas as atualizações da reforma:

Se mantém

  • Secretaria de Governo e Relações Institucionais;
  • Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social;
  • Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos;
  • Secretaria de Educação;
  • Secretaria de Saúde;
  • Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos.

Será criada uma nova secretaria

  • Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Meio Ambiente e Fiscalização Urbana;
  • Secretaria Especial da Casa Civil;
  • Secretaria Especial de Planejamento e Parcerias Estratégicas;
  • Secretaria Especial Licitações e Contratos;
  • Secretaria Especial de Articulação Regional;

Já existentes, porém sofrerão mudanças

  • Secretaria de Fazenda (anteriormente era a Secretaria de Finanças e Planejamento)
  • Secretaria de Administração e Inovação (anteriormente era Secretaria de Gestão);
  • Secretaria de Assistência Social, Mulher e Cidadania (anteriormente era Secretaria de Assistência Social);

Serão extintas

  • Secretaria Municipal de Cultura e Turismo;
  • Secretaria Municipal da Juventude;
  • Secretaria de Inovação, Desenvolvimento e Agronegócio;

Projeto foi votado em sessão extraordinária nesta quarta-feira (11)Protestos marcaram o primeiro dia de votação da reforma administrativa em Campo Grande - Paulo Ribas/Correio do Estado

Em meio a protestos, Câmara aprova reforma administrativa por 25 a 2

Nem os protestos que resultaram no cancelamento da sessão da última terça-feira (10) conseguiram evitar a aprovação Projeto de Lei nº 41, de 4 de dezembro de 2024, do Executivo, que propõe uma reforma administrativa na Prefeitura de Campo Grande.

A proposta foi votada durante sessão extraordinária realizada na manhã desta quarta-feira (11), e teve 25 vereadores favoráveis e dois contrários. Apenas Luiza Ribeiro (PT) e Prof. André Luis (PRD) votaram "não".

Antes da votação da reforma administrativa, foram votadas emendas. Quatro delas eram a favor da manutenção das secretarias de Juventude, Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Cultura e Turismo, e da subsecretaria de Políticas para a Mulher.

Elas foram apresentadas pela vereadora Luiza Ribeiro, e tinham como objetivo atender às reivindicações que preencheram a Câmara Municipal na manhã de ontem, quando a sessão precisou ser suspensa por falta de energia elétrica na Casa de Leis. No entanto, as matérias em questão não foram aprovadas.

Posteriormente, foram aprovadas com unanimidade emendas que determinam que qualquer modificação no orçamento do próximo ano, que estavam destinadas às secretarias que estão sendo dissolvidas, sejam feitas a partir de lei municipal, e não decreto, como previa o projeto.

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