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Em encontro com o TJ, Adriane Lopes admite colapso na saúde

A proposta discutida foi a realização de um Fórum Estadual sobre a judicialização do setor

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e a prefeitura de Campo Grande estão buscando uma solução para reduzir a judicialização da saúde na capital, se estendendo para outros municípios do Estado. A pauta foi debatida entre o presidente do TJMS, desembargador Dorival Renato Pavan, e a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, na tarde desta segunda-feira, dia 24 de março.

Durante a reunião, a prefeita destacou que a saúde pública de Campo Grande enfrenta um cenário de quase colapso, realidade semelhante à de muitos municípios do interior do Estado, como altos custos da realização das cirurgias determinadas por decisões judiciais. 

Diante desse cenário, a proposta discutida foi a realização de um Fórum Estadual sobre a Judicialização da Saúde. O evento, que ainda será estudado e estruturado, teria como objetivo reunir representantes dos municípios, do Governo do Estado, do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Judiciário para debater soluções para a questão.

A ideia é estabelecer um regime de proporcionalidade que permita conciliar as decisões judiciais com a realidade orçamentária dos municípios, garantindo o atendimento ao maior número possível de pessoas sem comprometer a sustentabilidade financeira do sistema de saúde.

O presidente do TJMS, desembargador Dorival Pavan, reconheceu a importância do debate e destacou a necessidade de um esforço conjunto entre os poderes para encontrar soluções que promovam um atendimento justo e equilibrado à população. “Nosso objetivo é sempre buscar a melhor forma de garantir o acesso à saúde sem comprometer a capacidade de gestão dos entes públicos”, finalizou Pavan.

Em encontro realizado na manhã desta terça-feira (25) junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), a prefeita Adriane Lopes (PP) admitiu que o sistema de saúde de Campo Grande enfrenta um cenário de quase colapso, realidade vivida também por municípios do interior do Estado, que lidam com custos acerca da realização das cirurgias.

A reunião serviu para que ambas as partes busquem uma solução para reduzir a judicialização da saúde na capital, e que se aplicaria também aos demais municípios sul-mato-grossenses. A pauta foi debatida junto ao presidente do TJMS, desembargador Dorival Renato Pavan.

A proposta foi a realização de um Fórum Estadual sobre a Judicialização da Saúde. O evento, que ainda será estudado e estruturado, teria como objetivo reunir representantes dos municípios, do Governo do Estado, do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Judiciário para debater soluções para a questão. 
A ideia é estabelecer um regime de proporcionalidade que permita conciliar as decisões judiciais com a realidade orçamentária dos municípios, garantindo o atendimento ao maior número possível de pessoas sem comprometer a sustentabilidade financeira do sistema de saúde.

“Nosso objetivo é sempre buscar a melhor forma de garantir o acesso à saúde sem comprometer a capacidade de gestão dos entes públicos”, finalizou Pavan.

Em junho do ano passado, o Correio do Estado destacou que, mensalmente, eram sequestrados em torno de R$ 2,8 milhões dos cofres da prefeitura de Campo Grande por conta de decisões judiciais que determinam o ressarcimento a pacientes tratados em hospitais particulares.

À época, alguns classificaram o fato como uma espécie de “farra da judicialização da saúde”, mesmo período em que o Tribunal de Justiça acionou o então  recém criado Centro de Inteligência e emitiu nesta semana uma nota técnica para auxiliar os magistrados na hora de tomarem decisões mais acertadas sobre os valores que devem ser sequestrados. 

Composto por desembargadores, juízes e servidores, foi criado por orientação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em maio de 2021, e sua principal missão é auxiliar em questões sobre as quais existe grande número de ações judiciais.

Demanda crescente

Em 2023, por exemplo, foram sequestrados R$ 27.042.222,49 somente dos cofres da prefeitura de Campo Grande, o que equivale a R$ 2,25 milhões mensais. E esta “sangria” aumenta ano após ano.

No primeiro quadrimestre de 2024, a média mensal subiu para a casa dos R$ 2,8 milhões, conforme dados repassados à Câmara de Vereadores pela secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo.

“Isso é preocupante, porque é um recurso que muitas vezes ‘nós nem temos’, não está na nossa programação”, afirmou ela em audiência pública no final de maio.

No período, tanto a secretária quanto a nota técnica do Tribunal de Justiça deixaram claro que a crescente judicialização era resultado da própria lentidão do poder público, que não conseguia atender à alta demanda, e por isso surgiam as filas, as ações e as decisões judiciais obrigando municípios e o governo estadual a bancarem determinados tratamentos, o que acaba prejudicando o fluxo normal de atendimentos. 

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guardas eletrônicos

Agetran indeniza Consórcio dos Radares em R$ 2,5 milhões

Consórcio Cidade Morena é o responsável por instalar, administrar, gerir, coletar dados e realizar a manutenção dos 93 radares eletrônicos (fixos e mistos) e lombadas eletrônicas

01/04/2025 10h45

Radar eletrônico

Radar eletrônico MARCELO VICTOR

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Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) vai indenizar o Consórcio Cidade Morena em 2.503,416,42 em decorrência de dívida.

O extrato do termo de reconhecimento de dívida, entre ambas partes, no valor de R$ 2,5 milhões, foi publicado nesta terça-feira (1º) no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande).

Consórcio Cidade Morena (composto pelas empresas Perkons SA, Serget Mobilidade Viária LTDA e Fiscal Tecnologia e Automação) é o responsável por instalar, administrar, gerir, coletar dados e realizar a manutenção dos 93 radares eletrônicos (fixos e mistos) e lombadas eletrônicas espalhados pelas sete regiões de Campo Grande. O órgão responsável por aplicar multas é a Agetran.

Confira o trecho redigido em Diário Oficial:

Radar eletrônico

O Correio do Estado procurou a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) para explicar do que se trata o termo de reconhecimento de dívida e o motivo da indenização, mas, até o fechamento desta reportagem, não foi respondido. O espaço segue aberto para resposta.

Em setembro de 2024, o contrato entre a PMCG e o Consórcio Cidade Morena havia acabado, mas foi renovado. 

RADARES

Existem 93 radares eletrônicos (fixos e mistos) e lombadas eletrônicas, espalhados pelas sete regiões de Campo Grande.

Radar fixo é um equipamento eletrônico que tem como finalidade detectar o excesso de velocidade dos veículos em diversas vias, simultaneamente, conforme a necessidade do órgão contratante.

As lombadas eletrônicas funcionam a partir de sensores, devidamente espaçados e colocados na via, que determinam a velocidade dos veículos.

Já o radar misto é capaz de flagrar avanço de sinal vermelho, parada sobre faixa de pedestre e conversão proibida. Os radares são automáticos e capazes de capturar a quantidade de faixas existentes na via.

Quando o veículo é flagrado, pelo equipamento eletrônico, cometendo algum tipo de infração, a imagem da placa é capturada e validada por um agente de trânsito. Após a validação, a autuação é encaminhada para o Detran, que identifica os dados do proprietário.

A partir de então, a infração segue para impressão, é encaminhada aos Correios e entregue na casa do condutor.

A empresa responsável por instalar, administrar, gerir, coletar dados e realizar a manutenção dos equipamentos é o Consórcio Cidade Morena (composto pelas empresas Perkons SA, Serget Mobilidade Viária LTDA e Fiscal Tecnologia e Automação).

O Correio do Estado teve acesso à localização de todos os radares fixos, radares mistos e lombadas eletrônicas existentes em Campo Grande. Confira:

  • 2 lombadas eletrônicas na José Nogueira Vieira
  • 4 lombadas eletrônicas na Manoel da Costa Lima
  • 2 lombadas eletrônicas na Albert Sabin
  • 2 lombadas eletrônicas na Julio de Castilho
  • 1 radar fixo na Ceará
  • 2 radares fixos na Toros Puxian
  • 4 radares fixos na Pref. Heráclito Diniz de Figueiredo
  • 2 radares fixo na Costa e Silva
  • 4 radares fixos na Ver. Thyrson de Almeida
  • 3 radares fixos na Gury Marques
  • 5 radares fixos na Afono Pena
  • 2 radares fixos na Ernesto Geisel
  • 1 radar fixo na Nelly Martins x R. Pernambuco
  • 2 radares fixos na Fernando Corrêa da Costa
  • 2 radares fixos na Gabriel Del Pino
  • 2 radares fixos na Tamandaré x Netuno
  • 2 radar fixo na Manoel da Costa Lima
  • 1 lombada eletrônica na Alegrete
  • 2 radares fixos na Joaquim Murtinho
  • 1 radar fixo na Duque de Caxias
  • 1 lombada eletrônica na 14 de julho
  • 1 radar fixo na Pref. Ludio Martins Coelho x R. João P. Pedrossian
  • 2 radares mistos na Pref. Ludio Martins Coelho X R. Petrópolis
  • 2 radares mistos na Joaquim Murtinho X Rua São Vicente de Paulo
  • 2 radares mistos na Afonso Pena X Av. Arq. Rubens Gil de Camilo
  • 2 radares mistos na Noroeste X R. Ana América
  • 2 radares mistos na Cônsul Assaf Trad X R. Marquês de Herval
  • 2 radares mistos na Dr. Olavo V. de Andrade X R. Ramalho Ortigão
  • 2 radares mistos na Cônsul Assaf Trad X Av. da Capital
  • 1 radar misto na Afonso Pena X Av. Dr. Paulo Machado
  • 2 radares mistos na Mato Grosso X Av. Antonio Teodorowic
  • 2 radares mistos na Costa e Silva próx. ao portão 02 UFMS
  • 1 radar misto na Costa e Silva, próximo ao número 696
  • 1 radar misto na Fabio Zahran x Rua Américo Carlos da Costa
  • 4 radares mistos na Gury Marques X Av. Guaicurus
  • 2 radares mistos na Heráclito J. D. De Figueiredo X R. Veridiana
  • 1 radar misto na Gunter Hans, número 3510
  • 1 radar misto na Fabio Zahran x Rua Brilhante
  • 1 radar misto na Gury Marques em frente ao Term. Guaicurus
  • 4 radares mistos na Afonso Pena X Av. Pres. Ernesto Geisel
  • 1 radar misto na Salgado Filho x Rua Guia Lopes
  • 1 lombada eletrônica na Guia Lopes próximo ao nº 299
  • 2 radares fixos na Desembargador José n. da Cunha em frente ao TJMS
  • 2 radares fixos na Av. do Poeta em frente a Governadoria SEGOV
  • 2 radares fixos na Desembargador José N. da Cunha próximo à SEINFRA
  • 2 radares fixos na Av. do Poeta px R Jorn Marcos F Hugo Rodrigues

De acordo com a Prefeitura, a Capital tem 7.350 logradouros em 74 bairros espalhados pelas sete regiões. Mas, não são todos os bairros que abrigam radares eletrônicos.

CAMPO GRANDE

Em meio à crise, Prefeitura reajusta outro contrato milionário em 25%

Celebrado ano passado por R$ 3,5 milhões, acordo que prevê manutenção de pontes de madeira na capital recebeu primeiro termo aditivo de R$ 884 mil e chega a um total de R$ 4,4 milhões

01/04/2025 10h30

Ponte sobre córrego Ceroula já foi interditada por 30 dias no ano passado

Ponte sobre córrego Ceroula já foi interditada por 30 dias no ano passado Foto: Divulgação/Prefeitura de Campo Grande

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Mesmo sob período de corte de gastos determinado pela prefeita Adriane Lopes (PP) no início de março, mais um contrato milionário recebeu aumento significativo no seu valor total.

Segundo publicação no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) desta terça-feira (1º), o contrato que visa a manutenção de pontes de madeira no município aumento em 24,94% seu valor total, partindo de R$ 3.547.489,82 para R$ 4.432.215,92, ou seja, acréscimo de R$ 884.726,10.

Este contrato foi celebrado no final de maio do ano passado, com duração de 12 meses. No seu edital, a Prefeitura planejava um gasto de até R$ 4.796.313,67, porém, a Empresa Andrade Construções Ltda foi aquela que venceu a concorrência ao oferecer um valor com deságio de R$ 1.248.823,85, quase um quarto do total previsto pelo executivo.

Agora, com o primeiro aditivo, o valor total se aproxima do previsto pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (SISEP).

Em junho do ano passado, a ponte sobre o córrego Ceroula, localizado na estrada municipal CG-222, foi interditada por 30 dias para melhoria na estrutura. Ela tem cerca de 40 metros e estava danificada devido ao movimento de veículos pesados. Antes disso, tiveram reformas das pontes sobre o córrego Guariroba, na CG-180, e na CG-488, sobre o córrego Ribeirão Cachoeira.

A reportagem do Correio do Estado procurou a Prefeitura para saber o motivo para o acréscimo no valor do contrato e o que foi mais foi feito nesses 10 meses desde o acordo firmado, mas ainda não obteve um retorno.

Outros contratos reajustados

Recentemente, mesmo a crise financeira, a Prefeitura anunciou reajuste de seis contratos que beiram os 25%

Estes reajustes, publicados em edição extra do Diogrande do dia 12 de março, está sendo concedido menos de um ano depois da assinatura dos contratos. Quatro deles valem desde 26 de junho do ano passado e os outros dois, desde 2 de maio. 

Os aumentos variam entre 24,92% e 24,98%, próximo do limite máximo de 25% permitido pela legislação. A inflação oficial dos últimos 12 meses é de 5%, conforme dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE.

Dos seis contratos, quatro são referentes à manutenção, implantação e ampliação do Sistema de Iluminação Pública nas regiões do Anhanduizinho, Lagoa, Bandeira e na região central, que já eram contempladas com luminárias de led.

Os outros dois são para a implantação de luminária pública, Led Solar com fornecimento de materiais nas avenida José Barbosa Rodrigues e Amaro Castro Lima. Além disso, para instalação do mesmo tipo de luminárias nos parques Soter, Ayrton Sena, Jacques da Luz e no poliesportivo da Vila Nasser.

Corte de Gastos

Como citado nesta matéria, a Prefeitura de Campo Grande passa por uma crise financeira, o que fez a prefeita determinar, até o fim de junho, corte de pelo menos 25% nos gastos com água, luz, combustíveis, impressões e demais serviços de terceiros prestados por pessoa física e/ou jurídica. A determinação foi publicada no Diogrande do último dia 7.

Secretários ou diretores-presidentes que não conseguirem atingir as metas de corte de gastos ou que fizerem nomeações indevidas serão punidos, promete o decreto, “sob pena de responsabilização administrativa”.

A declaração veio acompanhada da informação de que cerca de R$ 50 milhões em precatórios que deveriam ter sido pagos no ano passado haviam sido quitados no começo de fevereiro, deixando claro que a crise financeira na administração municipal não é de agora.

Em meio a esta onda de corte de gastos, uma delas deve atingir dezenas de Unidades Básicas de Saude (UBS). Desde 2019 boa parte delas funciona com o chamado horário estendido, das 7 até 19 horas. O custo era bancado pelo Governo Federal. Agora, porém, elas devem voltar a fechar às 17 horas, uma vez que a demanda por atendimento nas duas “extras” é baixo.

*Colaborou Neri Kaspary

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