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Em meio à crise, Ministério Público aprova proposta de reajuste de 16,7%

Em meio à crise, Ministério Público aprova proposta de reajuste de 16,7%

FOLHAPRESS

25/07/2017 - 21h26
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A pedido da subprocuradora-geral Raquel Dodge, que assumirá a PGR (Procuradoria-Geral da República) em setembro, a proposta orçamentária para o Ministério Público Federal em 2018, elaborada pela gestão de Rodrigo Janot, foi alterada e passou a prever reajuste salarial de 16,7% para os procuradores.

A proposta orçamentária é um documento que prevê como serão aplicados os recursos no ano seguinte. A efetivação do reajuste salarial ainda depende de ser encampada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e aprovada pelo Congresso Nacional.

Os salários do procurador-geral e dos subprocuradores-gerais da República equivalem ao dos ministros do STF.
Na prática, o pleito do MPF, aprovado nesta terça (25) pelo Conselho Superior da instituição, quer elevar o teto do funcionalismo federal, o que provocaria um efeito cascata. O salário de um ministro do Supremo hoje é de R$ 33,7 mil. Com o reajuste pretendido, iria para R$ 39 mil.

Ao pedir a inclusão do reajuste, a futura procuradora-geral atendeu a pleito da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), que está em campanha pelo aumento dos salários.

A peça orçamentária, cujo relator foi o vice-procurador-geral, José Bonifácio de Andrada, não previa o reajuste sob a justificativa de que a PEC 95, que estipulou no ano passado um teto de gastos para o serviço público, impôs sérias restrições.

A administração atual argumentou também que o Supremo ainda não se posicionou a favor do reajuste. Procurado, o STF não se manifestou.

ORÇAMENTO COMPROMETIDO

Mais de 80% do orçamento do MPF previsto para 2018 está comprometido com gastos obrigatórios (salários e benefícios, principalmente). A previsão total é de R$ 3,84 bilhões, dos quais R$ 3,25 bilhões serão para esse fim.

Na sessão do conselho, o presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti, defendeu que a proposta orçamentária deixasse claro que os procuradores não abriram mão da reposição de perdas salariais. O gesto seria um recado ao STF e aos parlamentares.

"O Poder Judiciário não decidiu [sobre reajuste] ainda. Este conselho vai decidir antes", afirmou Robalinho. Ele lembrou que no ano passado, esse reajuste estava em discussão, mas encontrou oposição da ministra Cármen Lúcia, presidente do STF.

Em 2015, quando o Supremo pleiteou um índice de reajuste um pouco menor (de 6,38%), calculou-se que o impacto só no Judiciário seria de R$ 717 milhões, porque os salários têm como base os ministros da Corte. À época, a proposta não avançou.

O Conselho Superior do MPF também aprovou a criação de uma equipe de transição na PGR, com membros ligados a Janot e Dodge, para discutir os ajustes no orçamento solicitados pela futura procuradora-geral -por exemplo, de onde sairão os recursos para o reajuste salarial pretendido.

Janot evitou comentar as mudanças pedidas por sua sucessora e, pela primeira vez, deixou de defender a proposta orçamentária elaborada por sua equipe, alegando que ela terá efeitos durante o mandato de Dodge e que, portanto, cabe a ela decidir.

No entanto, ele destacou que incluir o reajuste na proposta de orçamento em um momento de ajuste fiscal era uma "decisão política".

Dodge, por sua vez, também destacou o momento difícil, mas responsabilizou as escolhas da atual gestão -a quem ela pediu esclarecimentos na semana passada.

"A proposta de 2018 [...] está sob os efeitos das opções de gestão administrativa feitas no exercício de 2017, seja quanto a medidas que resultaram em grande elevação de despesa, com impacto nos anos seguintes, seja quanto aquelas que resultaram numa pequena diminuição de despesas", disse Dodge.

LAVA JATO EM CURITIBA

A discussão sobre o orçamento previsto para a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba tomou boa parte do debate no conselho, mais pelo seu simbolismo do que por efeitos práticos.

Dodge e Andrada, relator da proposta orçamentária, sugeriram atender integralmente o pedido de verbas da força-tarefa de Curitiba -o que o conselho aprovou.

Na proposta original, foram previstos para a força-tarefa R$ 522,7 mil, ante um pedido de R$ 1,65 milhão. O tema havia sido alvo de um questionamento feito por Dodge a Janot na semana passada.

"Acho que [alterar a proposta original] passa uma mensagem clara de que não estamos fazendo nenhuma redução, ao contrário, estamos acolhendo integralmente o pretendido", disse Dodge.

Andrada também propôs aumentar a previsão de verba, devido ao caráter "simbólico" da medida.

O R$ 1,65 milhão é para despesas da força-tarefa como diárias e passagens (sem incluir gastos de pessoal).

Neste ano, o grupo teve R$ 501 mil disponíveis inicialmente, complementados com mais R$ 500 mil no segundo semestre. Segundo a assessoria do MPF, nos últimos anos também foi assim -a força-tarefa pediu um valor maior, foi previsto um menor e, depois, complementado.

TRANSIÇÃO 'CLARA'

Pela manhã, ao abrir a sessão do conselho, Janot parabenizou Dodge pela indicação à PGR e disse que fará uma transição "clara e objetiva".

"Gostaria de parabenizar a colega Raquel Dodge pela indicação. Será a primeira mulher a comandar o Ministério Público. Temos as melhores expectativas, conhecemos o trabalho e desejamos todo o sucesso. Quero reafirmar que a Procuradoria-Geral da República se põe à disposição para uma transição clara, objetiva e que permita a continuidade dos trabalhos", disse.

rapper

Oruam visita o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande

Pai do rapper é um dos líderes do Comando Vermelho e cantor se declarou como "a voz dos presidiários"

13/03/2025 16h31

Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande

Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande Foto: Reprodução / Instagram

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O rapper Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no Presídio Federal de Campo Grande. Fotos e vídeos da visita foram compartilhados pelo músico nessa quarta-feira (12), nas redes sociais. Marcinho VP é apontado como um dos líderes da facção Comando Vermelho e está preso desde 1996 por tráfico e homicídio.

Em uma das postagens, Oruam se declarou como "voz dos presidiários", mas apagou a mensagem pouco tempo depois.

"Eu falo pelos presos, eu represento os excluídos. Cadeia é lugar de ressocialização, eu canto para tirar meu pai do crime, coisa que o estado não faz, apenas alimenta a burguesia com mentiras dos pobres. O sistema falhou 'com nós', mas nós não precisamos dele", postou o rapper.

Nas imagens publicadas, Oruam aparece ao lado de outros familiares, vestido de rosa, em frente a Peninteciária Federal de Campo Grande.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por 22 (@oruam)

Conforme reportagem do Correio do Estado, o rapper já declarou que odeia visitar o pai por considerar a situação "desumana".

No documentário "O Grito - Regime Disciplinar Diferenciado", sobre o sistema penitenciário brasileiro, Oruam disse que foi concebido na prisão, durante uma visita intíma, e que nunca conviveu com o pai fora das grades.

"Eu nunca vi meu pai na rua. Nós nunca convivemos com nosso pai em nenhum momento da nossa vida. Quando eu nasci, meu pai já tava preso", disse.

Há pouco mais de um ano, Marcinho VP, foi transferido para a Penintenciária Federal de Campo Grande, onde ainda permanece, e o rapper daz visitas frequentes à capital sul-mato-grossense para vê-lo, mas diz que é constragedor e uma tortura.

"[São] mais de 15 celas. Passa o maior constrangimento para entrar e só fala pelo interfone. Como tu vai ver teu pai por um vidro no meio?", disse na produção da Netflix.

"Não pode nem encostar na pessoa, abraçar, falar. É tortura. Presídio Federal é tortura. Para nós que somos família é desumano. Se eu vou ver meu pai, eu quero encostar, dar um beijo",acrescentou Oruam.

Por fim, o rapper disse que aprendeu a conviver com a saudade. "Na minha mente eu sei que ele não vai estar aqui", concluiu.

Marcinho VP 

Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, é apontado com nome proeminente da criminalidade do Rio de Janeiro há quase três décadas, sendo um dos principais líderes do Comando Vermelho, ao lado de Fernandinho Beira Mar.

Preso desde 1996 , ele está em penitenciárias federais desde 2010, atualmente em Campo Grande.

No entanto, o encarceramento não impediu que Marcinho VP continuasse no mundo no crime. Mesmo de dentro do presídio, ele ordenou uma série de crimes que foram cometidos por outros faccionados.

Nos últimos 14 anos, ele cumpre pena em unidades federais. 

Marcinho VP é pai do rapper Oruam, que já fez manifestações públicas pedindo a liberdade do pai, sendo a mais polêmicas a apresentação no Lollapalooza 2024, onde vestiu uma camiseta que pedia a liberdade de Marcinho VP.

O cantor tem uma tatuagem em homenagem ao pai e também ao traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.

Decisão.

STF libera R$ 16 milhões do governo estadual por acordo sobre terra indígena de MS

Cabe destacar que o repasse estava autorizado desde o fim do ano passado, e segundo o ministro deve ser concluído o mais breve possível

13/03/2025 16h00

Conflito durante a retomada indígena na região de Antônio João

Conflito durante a retomada indígena na região de Antônio João Foto: Reprodução

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O Supremo Tribunal Federal (STF) por meio do ministro Gilmar Mendes autorizou a distribuição dos R$ 16 milhões depositados em janeiro pelo governo de Mato Grosso do Sul, acordo de regulação da terra Nhanderu Marangatu, e que estava em litígio entre indígenas e fazendeiros em Antônio João, interior do estado. O repasse é referente ao depósito judicial, previsto em repasse aos proprietários das terras. 

Serão R$ 791.062,86 enviados a Salazar Advogados Associados e outros R$ 15.208.937,14 em favor um procurador do grupo de fazendeiros.

“Solicito que esta Suprema Corte seja informada tão logo seja efetivada a referida transferência”, destaca o ministro, que deu o parecer sobre a emissão dos alvarás na última quarta-feira (12).

Cabe destacar que o repasse estava autorizado desde o fim do ano passado, e segundo o ministro deve ser concluído o mais breve possível.  

“No que concerne ao montante depositado pelo Estado do Mato Grosso do Sul (...), determino a imediata expedição de alvarás com as seguintes especificações, ressalvada a responsabilidade das partes, inclusive criminal, pela indicação dos responsáveis pelo recebimento do montante, caso verificada incorreção nas informações apresentadas”, diz outro trecho da decisão.

Ao todo, a União repassou R$ 27.887.718,98  a título das benfeitorias apontadas em avaliação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2005, valores  corrigidos pela inflação e a Taxa Selic.Os proprietários também devem receber indenização, pela União, no valor de R$ 101 milhões pela terra nua.

Cabe destacar que o pagamento indenizatório de R$ 27 milhões aos produtores rurais que viviam na terra situada na fronteira com o Paraguai, próximo à faixa de 150 quilômetros paralela à linha divisória do território nacional foi firmado em acordo indenizatório histórico realizado em setembro do ano passado após o STF determinar que a área é território ancestral indígena.

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