Cidades

CAMPO GRANDE

Em oito meses, 27 espécies de peixes já se reproduziram nos aquários do Bioparque

O espaço, localizado na Capital, já recebeu 214.151 visitantes de 26 estados mais o Distrito Federal, além de turistas de 66 países

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Inaugurado no dia 28 de março e aberto para visitação em maio deste ano, o Bioparque Pantanal já ajudou a reproduzir 27 espécies de peixes em oito meses de funcionamento.

Contando com 330 espécies de animais e aproximadamente 40 mil peixes, o maior aquário de água doce do mundo criou o Centro de Conservação de Peixes Neotropicais (CCPN). 

O principal objetivo do centro é apresentar soluções aos problemas ambientais de conservação de espécies. O Bioparque Pantanal desenvolve protocolos e aplica técnicas de reprodução para obter resultados positivos.

O centro atenta-se às espécies enquadradas em elevado risco de extinção ou potenciais espécies ameaçadas, junto de um cuidado na conservação, bem-estar animal e pesquisa.

“O Bioparque Pantanal está alinhado ao moderno conceito de aquários do século 21, alicerçado pelo tripé da pesquisa, conservação e educação ambiental. A criação do CCPN vem como um importante espaço voltado a estudos técnicos científicos, tendo foco especial em espécies ameaçadas ou em potencial ameaça de extinção, como os cascudos”, declarou Maria Fernanda Balestieri, diretora-geral do Bioparque Pantanal.

O CCPN é o primeiro centro de reprodução de cascudos ornamentais do mundo. Entre os destaques está o cascudo-viola, de nome científico Loricaria coximensis, espécie pantaneira ameaçada de extinção e que atualmente pode ser vista no tanque Ressurgência. 

O peixe cascudo-viola (Loricaria coximensis) é ameaçado na natureza pela presença de hidrelétricas, que interrompem o fluxo das águas, e pela sobrepesca. Ele mede apenas 9,6 centímetros de comprimento e vive apenas no Rio Coxim, na área de influência de uma pequena central hidrelétrica.

O primeiro registro de reprodução desta espécie em todo o mundo foi feito no Laboratório de Ictiologia do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que está dando continuidade ao trabalho no Bioparque Pantanal.

“Nós nos preocupamos com a manutenção de espécies, e para alcançarmos resultados tão positivos de reprodução contamos com profissionais atentos ao bem-estar animal, obedecendo a processos rigorosos para a formação do plantel”, explicou Maria Fernanda.

No centro, o objetivo do espaço é estudar como é o comportamento e a parte reprodutiva dos peixes e, com isso, criar políticas de conservação para a preservação de uma referida espécie potencial ameaçada de extinção. 

REPRODUÇÃO 

Em contato com especialistas para entender o funcionamento da reprodução por espécies de peixes em cativeiro, o professor de Biologia Fernando Carvalho explica que, de maneira geral, os peixes têm requisitos biológicos e ecológicos para reprodução. 

“Cada espécie tem sua especificidade de temperatura da água, turbidez, pH, substrato, para citar alguns dos parâmetros físico-químicos. Muitas vezes não é possível replicar em cativeiro as condições ideais. No entanto, há espécies que não são tão exigentes quanto às condições ambientais e físico-químicas do ambiente e se reproduzem bem no ambiente artificial [tanques em cativeiro]”, salientou. 

Sobre a importância da criação de um local adequado para estudos de reprodução de espécies e acompanhamento deste processo, o professor relata que a preservação dos animais na natureza é um dos principais fatores.

“A importância de conseguir acompanhar a reprodução de uma espécie em cativeiro é não precisarmos tirar esses animais da natureza para fins comerciais ou de exposição. Além de entender e acompanhar as etapas do desenvolvimento ontogenético da espécie”, declarou o biólogo Fernando Carvalho.

“O Bioparque é um grande espaço de estudos e pesquisas, com objetivo de contribuir com a ciência, principalmente, em relação à reprodução de espécies de peixes ameaçadas ou em potencial ameaça de extinção. Grandes exemplos são o cascudo-viola e o tetra da cauda vermelha, registros inéditos no mundo”, acrescentou a diretora-geral do Bioparque Pantanal.

PROJETOS 

Além das visitações aos aquários e do trabalho na reprodução dos peixes ameaçados de extinção, o Bioparque conta com projetos voltados à educação ambiental.

O Núcleo de Educação Ambiental do Bioparque Pantanal (NEA) desenvolveu diversas atividades relacionadas à preservação ambiental, voltadas aos estudantes que visitam o espaço.

O NEA tem parceria com a Polícia Militar Ambiental (PMA), que esteve presente no local com o Projeto Florestinha. Crianças e adolescentes do projeto realizam trabalhos de educação ambiental com a demonstração de animais taxidermizados, vítimas de atropelamento e outros desastres.

O grupo explica aos estudantes que visitam o local sobre a importância de cada espécie e como preservá-la.

Outras atividades lúdicas, como a contação de histórias, foram desenvolvidas com crianças e adolescentes, com o objetivo de estimular a imaginação e a prática pedagógica voltada a questões ambientais. 

Entre os temas que foram abordados estão o Dia da Consciência Negra, folclore, incêndio no Pantanal, acúmulo de lixo, cuidados com a água, Dia da Árvore e alimentação saudável.

Cidades

Estimativa aponta safra de 325,8 milhões de toneladas em 2025; MS é 5º maior produtor

Estimativa é 31,1 milhões maior que a da safra de 2024; algodão e soja terão produções recorde, conforme o IBGE

13/03/2025 18h30

Mato Grosso do Sul é o quinto maior produtor de grãos do Brasil com 7,9% de participação

Mato Grosso do Sul é o quinto maior produtor de grãos do Brasil com 7,9% de participação Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas promete bater o recorde de 323,8 milhões de toneladas em 2025.

O número foi divulgado nesta quinta-feira (13), em estimativa de fevereiro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme o instituto, o índice é 10,6%, ou 31,1 milhões de toneladas, maior do que a safra obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas). Contudo, o número apresentou uma baixa de 0,5% (1,6 milhão de toneladas), se comparado com a estimativa de janeiro de 2025.

Mato Grosso do Sul

Na categoria produção de grãos, Mato Grosso do Sul se destaca com a quinta maior colocação nacional, com 7,9% de participação.

O estado sul-mato-grossense só fica atrás de Mato Grosso, com 29,8%; Paraná, com 13,6%; Goiás, com 11,5%; e Rio Grande do Sul, com 11,4%.

No cenário regional, o Centro-Oeste brasileiro está na liderança de produção com 49,4% de participação. Na sequência, aparecem o Sul, com 27%; Sudeste, com 9%; Nordeste, com 8,8%; e a região Norte, com 5,8%.

A área total a ser colhida no país deve ser de 81 milhões de hectares, número que representa um aumento de 2,4% frente à área colhida em 2024 — 1,9 milhão de hectares a mais. Em relação ao mês anterior, a área a ser colhida aumentou em 28.921 hectares.

Produção recorde

As produções de algodão e soja foram destaque e devem bater recordes em 2025. A estimativa para a produção de algodão é de 9,0 milhões de toneladas, um acréscimo de 1,8% em relação à safra de 2024 e um acréscimo de 0,2% (19.979 toneladas) com relação ao mês de janeiro.

A soja registrou aumento de 13,4% em comparação à safra do ano passado, chegando a 164,4 milhões de toneladas. Em relação a janeiro, houve um declínio de 1,3% ou 2,2 milhões de toneladas.

O milho também apresentou crescimento. Conforme o levantamento, a produção deve ser de 124,8 milhões de toneladas, um crescimento de 0,5% em relação à estimativa do mês anterior (janeiro) e de 8,8% em relação ao volume produzido em 2024.

Em relação a janeiro, houve aumentos nas estimativas da produção do café canephora (1,5% ou 15.482 t), da aveia (1,2% ou 12.300 t), do arroz (0,7% ou 81.765 t), do milho 2ª safra (0,6% ou 579.011 t), da batata 2ª safra (0,3% ou 4.069 t) e do milho 1ª safra (0,2% ou 60.279 t).

Contudo, houve quedas nas estimativas da produção da batata 1ª safra (-4,8% ou -100.154 t), do feijão 1ª safra (-1,9% ou -23.577 t), da uva (-1,7% ou -34.385 t), do sorgo (-1,6% ou -67.695 t), da soja (-1,3% ou -2.174.276 t), do feijão 2ª safra (-1,1% ou -15.292 t), do trigo (-0,6% ou -40.255 t), do feijão 3ª safra (-0,3% ou -2.090 t), da batata 3ª safra (-0,1% ou -735 t), do café arábica (-0,1% ou -1.426 t) e da cevada (-0,0% ou -100 t).

O gerente da pesquisa, Carlos Barradas, explicou a queda da estimativa da soja de janeiro para fevereiro.

“Houve perdas registradas no estado do Rio Grande do Sul, por conta da falta de chuvas neste início de ano”, explicou Barradas.

Vale destacar que as cinco regiões apresentaram alta nas estimativas de produção: Centro-Oeste (10,7%), Sul (11,7%), Sudeste (12,1%), Nordeste (10,2%) e Norte (3,5%).

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ALEMS

Após segunda "falha", deputados querem afastamento da delegada da Deam que atendeu jornalistas

Desta vez a delegada indiciou o irmão da vítima e não o agressor; ela ficou conhecida por ter atendido o caso de Vanessa Ricarte

13/03/2025 17h00

Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O atendimento da Casa da Mulher Brasileira voltou a ser pauta durante a sessão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) nesta quinta-feira (13), situação em que os parlamentares debateram "mais uma falha" da delegada que prestou atendimento à jornalista Vanessa Ricarte, morta a facadas pelo ex-noivo.

A mais recente vítima em questão é de outra jornalista, sobrinha do deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), que foi agredida pelo companheiro, denunciou na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), mas o homem continua em liberdade.

Na Alems, o deputado informou aos pares que ao invés da delegada indiciar o agressor, colocou o irmão da vítima como autor da agressão. A situação revoltou os parlamentares que cogitaram o pedido de afastamento dela.

A situação ocorreu cerca de 29 dias após o áudio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, vítima de feminicídio, ter exposto o "descaso" no atendimento da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).

Entenda

No dia 3 de março, a jornalista de 37 anos, foi agredida pelo músico de 38 anos. Segundo depoimento da vítima, ela estava com a filha no colo quando foi atingida por socos ao chegar em casa.

O músico ficou preso por oito dias e, na última terça-feira (11), foi intimado com uma medida protetiva para não se aproximar da vítima, tendo sido liberado com o uso de tornozeleira eletrônica.

Conforme a decisão do desembargador, o músico está proibido de se aproximar da vítima e deve manter uma distância de 200 metros. Entretanto, o que chamou a atenção do deputado foi a autorização concedida a ele para visitar a filha de 8 meses.

Revolta

Diante do ocorrido e das medidas tomadas pelo governo do Estado, assim como o governo federal com a vinda da ministra Cida Gonçalves e o envio de uma equipe do Ministério das Mulheres para realizar um "pente-fino" no atendimento da DEAM,  e a similaridade dos casos, o deputado pediu a compreensão dos pares ao relatar a agressão sofrida por sua sobrinha.

Apenas no ano passado, conforme dados apresentados pelo parlamentar, foram registradas aproximadamente 5.800 denúncias de violência contra a mulher em Campo Grande. Ele ainda questionou a situação nos municípios do interior.

Paulo Corrêa revelou que o músico é faixa preta de caratê. Em conversa, o deputado Neno Razuk (PL) afirmou que possuir essa habilidade equivale a estar armado com uma arma branca, considerando o conhecimento necessário para desferir golpes.

"Aconteceu com a minha sobrinha. Ela foi agredida pelo rapaz com quem mantinha um relacionamento, com quem, inclusive, tem uma filha. O rapaz a levou para casa, pois não moram juntos. Ele desceu do carro e, do nada, deu uma porrada. Vamos falar assim, no popular. No rosto dela. Vou falar logo: no nariz. Quebrou o nariz, e ela estava com a menina no colo."

Confusão


Mais uma vez, o atendimento na DEAM entrou em xeque. Enquanto a jornalista recebia atendimento na Santa Casa, o sobrinho do deputado procurou a delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Ele passou o nome do músico, mas acabou sendo indiciado como autor da agressão.

"O meu sobrinho foi indiciado, e não o bandido que ele informou que bateu na irmã dele. Pasmem: a mesma delegada que atendeu o caso anterior, da jornalista Vanessa Ricarte. Será que é o quê? Desatenção? Não gosta de fazer o serviço?", questionou o deputado, e completou:

"Só para entender o que acontece: quando você é indiciado, seu nome vai para o Sistema de Gerenciamento Operacional da Polícia. Mas não é só isso. Saiu uma ordem de prisão mandando prender o meu sobrinho, e não o cara que bateu na minha sobrinha."

Diante da situação, o deputado concluiu que está na hora de "passar a limpo" a forma como as mulheres são atendidas na DEAM.

Outro ponto questionado foi o entendimento do desembargador, que acatou o recurso do advogado do agressor e concedeu habeas corpus, permitindo sua liberação sob o argumento de que se trata de um réu primário.

"E o direito de visita à filha? O que esse desembargador quer? Que o cara entre na casa da minha sobrinha e a mate? Porque, se a ordem continuar do jeito que está, ele pode visitar a filha com a desculpa de ser pai. Mas pai ele não é. Nunca pagou pensão alimentícia. Ele é músico. É a mesma história da Vanessa. Músico, nunca pagou pensão e pode visitar a filha."

Temendo que algo pior aconteça, Paulo Corrêa pediu desculpas ao desembargador, mas afirmou que a família descumprirá a decisão, pois teme que o músico, ao entrar na casa da sobrinha, possa matá-la.

O deputado solicitou que a Casa de Leis peça ao presidente do Tribunal de Justiça uma reunião com o desembargador para discutir a suspensão das visitas à bebê.

"O cara, por nada, quebrou o nariz da minha sobrinha. O próximo passo, se ele for visitá-la, com certeza será matá-la", alertou.

Apoio


Em um posicionamento firme, Pedro Pedrossian (PSD) solicitou o afastamento da delegada, que, em sua visão, falhou pela segunda vez em um curto espaço de tempo.

"Eu pergunto: o que nós estamos esperando para pedir o afastamento imediato dessa delegada, que falhou de maneira tão clara no atendimento da Vanessa Ricarte e, agora, tão pouco tempo depois, em um caso flagrante? Uma menina com o nariz quebrado, e ela, ao invés de acolher e entender o que está acontecendo, indiciou a pessoa errada. Essa delegada pode ter competência para tratar de outros casos, outros crimes, mas não tem a sensibilidade necessária, o treinamento pessoal e a competência para atender mulheres em situação de vulnerabilidade. Eu quero pedir o afastamento imediato dessa delegada", disse Pedrossian.

Embora tenha reconhecido mais uma "falha da delegada", o deputado Lídio Lopes (Sem Partido) pediu que não se generalize a questão, ressaltando que a Casa da Mulher Brasileira tem prestado um serviço fundamental.

Por outro lado, o deputado Coronel David cobrou maior rigidez, afirmando que o músico deveria ter permanecido preso. A decisão do desembargador foi duramente criticada."É réu primário, mas muitos réus primários já mataram."

Já o deputado João Henrique Catan classificou como "nojenta" a conduta do agressor, afirmando que, apesar de ter direito à defesa, "o que ele fez é indefensável e motivo suficiente para estar em cárcere".

Reforçando a fala de outros deputados - como Pedro Caravina e Rinaldo Modesto -, Paulo Kemp (PT) destacou a importância de não "queimar" a imagem da Casa da Mulher Brasileira, para que as mulheres não percam a esperança de denunciar casos de violência. No entanto, ele também apontou falhas no atendimento prestado.

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