Em apenas um ano desde a realização do primeiro transplante de fígado em Mato Grosso do Sul, 47 pacientes receberam um novo órgão no Hospital Adventista do Pênfigo (HAP), em Campo Grande. O feito coloca o estado como o quarto estado brasileiro que mais realiza transplantes no país, por percentual de habitantes, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde.
A solenidade realizada na quarta-feira (23) que celebrou o marco de um ano da primeira cirurgia contou com a presença do governador Eduardo Riedel, que destacou a importância do serviço e homenageou profissionais envolvidos. “Quero reconhecer o trabalho de toda a equipe técnica, sob a liderança do doutor Gustavo Rapassi. Deixo também minha homenagem à Casa Militar e aos nossos pilotos, que não medem esforços para buscar órgãos e salvar vidas. A Secretaria de Saúde seguirá firme no compromisso de trabalhar pela vida das pessoas”, afirmou.
Os procedimentos são realizados sob a liderança do cirurgião Gustavo Rapassi, diretor clínico da Fratello Transplantes, associação sem fins lucrativos formada por pacientes transplantados, familiares e profissionais da saúde. Rapassi agradeceu a todos os envolvidos e reforçou a relevância das parcerias. “Nada disso seria possível sem o ‘sim’ das famílias doadoras. Esse gesto de generosidade é o que torna tudo real. Estamos apenas no começo de uma história que tem salvado muitas vidas”, declarou.
O presidente da Fratello, João Paulo Corrêa, emocionou-se ao relembrar o início da jornada. “Se eu tivesse que resumir tudo em uma palavra, seria caridade. Celebramos um marco que transformou não apenas o destino de muitas pessoas, mas também a essência da solidariedade em nosso Estado”, afirmou.
“Se eu tivesse que resumir toda a celebração desta noite em uma única palavra, sem nenhuma dúvida, essa palavra seria caridade. Ao olharmos para esta sala repleta de vidas e histórias entrelaçadas, sentimos a força de um ano que transformou não apenas o destino de muitas pessoas, mas também a essência da caridade em nosso Estado. Hoje celebramos um marco que nos enche de orgulho e gratidão. Naquele instante, em 23 de julho de 2024, a medicina encontrou a fé, a técnica se uniu ao amor, e a ciência se curvou diante da grandeza da vida. De lá para cá, 47 pessoas renasceram, não apenas com palavras bonitas, mas com ar nos pulmões, o coração batendo forte e os olhos cheios de esperança”, declarou o presidente da Fratello, João Paulo Corrêa.
Ao final do evento, os pacientes transplantados foram aplaudidos de pé, uma homenagem que simboliza a realização de um sonho em Mato Grosso do Sul. O transplante hepático deixou de ser apenas uma esperança distante e se tornou realidade, graças a profissionais que uniram forças por uma causa maior: salvar vidas.
Até 2023, Mato Grosso do Sul não contava com centros habilitados para esse tipo de cirurgia. A implantação do serviço no HAP mudou essa realidade em tempo recorde, evitando o deslocamento de pacientes para outros estados e fortalecendo a capacidade de atendimento do SUS em casos graves de insuficiência hepática. Os transplantes são regulados nacionalmente pelo Sistema Único de Saúde e acompanhados pela Central Estadual de Transplantes, coordenada por Claire Miozzo.


