Em uma das agendas da viagem internacional, Mato Grosso do Sul teve como destaque a oportunidade de abertura de vendas de celulose solúvel, grãos e outros produtos regionais ao mercado indiano. A proposta foi apresentada na missão sul-mato-grossense pelo secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
O encerramento dessa primeira etapa da agenda internacional aconteceu na Índia, entre a quarta-feira (6) e sexta-feira (8), e trouxe bons resultados para a economia e inovação do Estado.
A ida a Ásia gerou 7 reuniões pautadas em interesses comerciais e visão de novos horizontes no mercado de produção. Além de Jaime Verruck, estavam presentes na comitiva outros 6 nomes importantes e da área que representam o MS nessa discussão.
O governador Eduardo Riedel; o presidente da Fiems, Sérgio Longen; o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Gerson Claro; o diretor de Relações Internacionais da Fiems, Aurélio Rolim; o diretor superintendente do Sebrae-MS, Cláudio Mendonça e o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae e vice-presidente da Famasul, Maurício Saito.
Além do incentivo à produção de celulose solúvel, foi ressaltado o interesse do grupo Mahindra e da Tata Group, em investir e levar tecnologia de automotores agrícolas para Mato Grosso do Sul. Também foi pautado pelas empresas e autoridades da Índia, a ampliação do comércio exterior, parcerias estratégicas nas áreas de agronegócio, ciência, tecnologia e educação.
O secretário, Jaime Verruck, afirmou que houve discussões aprofundadas sobre o mercado da celulose no estado, produto que a Índia se destaca como grande importador, agora com foco no início de produção de celulose solúvel.
“Este é um primeiro passo para ampliar mercados e aumentar a participação da economia sul-mato-grossense nas exportações, evidenciando como a integração entre ciência, tecnologia, agronegócio e inovação pode contribuir para o desenvolvimento do Estado”, comentou o secretário.
Após o encontro na Índia, o destino da missão internacional segue rumo ao Japão e Singapura. Com prioridade, no caso japonês, a abertura do mercado em terras japonesas de carne bovina e suína produzida no estado.
“Identificamos aqui na Índia oportunidades para ampliar a exportação de produtos do nosso agro. Já em Singapura e Japão, o foco continua na bovinocultura e suinocultura”, afirmou o titular da Semadesc.
Segundo Jaime, o Japão possui severas restrições à compra de produtos de estados recentemente reconhecidos como livres de febre aftosa sem vacinação. Por isso, o governador, Eduardo Riedel, tratará diretamente com o governo japonês para colocar Mato Grosso do Sul nas mesmas condições de Santa Catarina e Paraná.
O estado é reconhecido nacionalmente pelo Ministério da Agricultura desde de Março de 2024, já os outros dois possuem esse reconhecimento a mais tempo, Paraná desde 2021 e Santa Catarina há 18 anos.
“É uma pauta essencial para conquistarmos novos mercados e fortalecermos a presença da nossa produção no cenário internacional”, ressaltou Verruck.
Relações comerciais de MS e Índia
O país ásiatico, já estava em contato com o estado sul-mato-grossense. Em 2024, ocupou a 10ª posição nos destinos de exportações de Mato Grosso do Sul, o estado era o terceiro maior mercado na Ásia. Com destaque para açúcares e melaços (59% do total), gorduras e óleos vegetais “soft” e celulose. As vendas somaram US$ 81,36 milhões.
No primeiro semestre de 2025, houve redução na participação do açúcar. Apesar disso, o Estado ampliou embarques de óleos vegetais e celulose, somando e consolidando oportunidades em setores estratégicos como o agronegócio e a bioindústria.
Do lado das importações, a Índia comercializou US$ 22,09 milhões com o Estado em 2024, fornecendo produtos como fios têxteis, fibras sintéticas e revestimentos de piso.


