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Enquanto compradores comemoram fim da vistoria obrigatória, sindicato do Detran alerta para perigos

PL foi aprovada no dia 16 e, caso seja sancionada integralmente, passa a valer em até 90 dias após a publicação

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Continua em debate o Projeto de Lei 3965/2021, que retira a obrigatoriedade da vistoria veicular no momento da transferência de propriedade de automóveis.

De acordo com a PL, o motorista não é mais obrigado a realizar a vistoria veicular ao fazer a transferência de um veículo, a partir de venda, por exemplo. Esse procedimento, agora, deve ser feito de forma digital. 

A medida divide opiniões. Proprietários de frotas, vendedores e quem pensa em trocar de veículo comemoram a medida, que extingue o pagamento da taxa, que varia de R$150 diretamente no Detran até R$500 em vistorias terceirizadas. 

Para Bruno Alves, diretor jurídico da Fetran e presidente do Sindetran MS, a medida abre brecha para fraudes, já que exclui a necessidade da vistoria obrigatória. Ele explica que o papel do Detran na vistoria é a segurança do motorista. Para ele, a vistoria “não é mera burocracia”, mas um caso de defesa ao consumidor. 

“Tivemos um caso, por exemplo, onde um caminhão zero quilômetro foi apreendido pelo Detran com o motor fraudado. O veículo estava trafegando na via, deu problema no motor, foi lá na fábrica, retiraram o motor daquele caminhão e colocaram em um outro veículo com motor recondicionado. Aí você imagina o risco. A pessoa compra um caminhão zero, de centenas de milhares de reais, se depara com um problema mecânico causado por uma peça que poderia ter sido barrada na vistoria veicular”, conta.

Ele também explica que a medida não está relacionada ao uso do aplicativo da CNH Digital para as transferências veiculares, já que, mesmo com a digitalização do processo, a vistoria tanto no Detran como em uma empresa terceirizada, ainda era obrigatória. Com a aprovação do projeto, todo o processo será digital, cabendo ao usuário apenas o anexo de uma autodeclaração de que o veículo está adequado a ser transferido.

“Você vai favorecer o roubo de veículos, o comércio de peças ilegais, fraudes, afetar as pessoas que não têm tanta afinidade com a tecnologia a serem logradas no processo de transferência, vai estimular quadrilhas especializadas em roubos e furtos de veículos para comércio ilegal de peças”, explica Bruno. 

Por outro lado, quem precisa adquirir veículos frequentemente comemora a extinção de uma taxa a mais. Antes do Projeto de Lei, os custos para o comprador do veículo vão além do financiamento. Incluem taxas de licenciamento, transferência no Detran, Imposto sobre a Propriedade Veicular (IPVA), taxas de vistoria e documentação em cartório. 

O custo dos documentos e taxas variam de acordo com o estado do veículo (novo ou usado) e da localidade, mas especialistas recomendam reservar cerca de 5 a 10% do valor do automóvel para cobrir estes gastos. 

Francisco Anizio, de 39 anos, é proprietário de um estabelecimento de locação de veículos. Presente no mercado há 5 anos, atualmente, conta com uma frota de 382 veículos, com planos de adquirir mais conforme o crescimento da empresa. 

“Isso impacta muito pra nós. Quando fazemos a compra dos veículos em grande volume, gastamos muito em valores de transferência e tudo o que inclui. Então, não ter essa taxa, nos dá mais liberdade e praticidade, já que quem arca com os valores é o comprador”, relata em entrevista ao Correio do Estado

Ele reforça que não é benéfico somente para seu ramo, mas também para proprietários de frotas e até mesmo para os motoristas particulares.

Uma das preocupações de Bruno, do Sindetran, é: quem se responsabiliza se algum carro der problema por más condições? 

“Pode dar a entender que o Detran não tem mais a responsabilidade, uma vez que ele não é mais obrigado, não foi ele que realizou o procedimento de vistoria. Mas é o estado que é responsável por atestar a identificação e qualidade dos veículos. Isso acontece quando se terceiriza uma vistoria, por exemplo. O estado é responsável por atestar a validade ou não daquilo”, explica. 

Para Francisco, esse não é um problema, já que “compramos sempre os carros novos em locais confiáveis. Mas, para quem compra carros usados, precisa fazer uma pesquisa e estar sempre amparado legalmente, para não ser passado para trás”. 

Atualmente, em Mato Grosso do Sul, os valores para a vistoria variam entre R$150, para as vistorias realizadas no Detran, até R$500 em empresas de vistorias terceirizadas no estado. 

Educação e ensino

UFGD divulga gabarito preliminar do vestibular 2026; confira

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

17/12/2025 18h18

Divulgação/ UFGD

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital.  

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Confira a lista preliminar da 1ª opção de curso aqui!

Confira a lista preliminar da 2ª opção de curso aqui!

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Cidades

Tribunal de Justiça aprova projeto com 300 cargos para assessores de confiança

Aprovado na LOA para 2026, TJMS terá orçamento avaliado em mais de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um aumento de 7,3% em relação ao valor atual

17/12/2025 17h30

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / TJMS

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta quarta-feira (17), projeto que cria novos cargos em comissão de assessoria. De acordo com o órgão público, a medida busca enfrentar o aumento da demanda processual, reduzir atrasos e garantir melhores condições de trabalho às unidades judiciais, especialmente aquelas com maior acúmulo de processos.

Ao todo, o projeto prevê a criação de 300 cargos para assessores comissionados, sendo 50 vagas para assessor de desembargador e 250 para assessoria vinculados a juizes de primeiro grau, divididos em 150 para a entrância especial, 75 para a segunda entrância e 25 para a primeira entrância, além de cargos de assessoramento jurídico-administrativo. 

Durante a discussão na sessão administrativa do Órgão Especial, foi destacado que o Judiciário estadual enfrenta dificuldades decorrentes da vacância de cargos e da elevada carga de trabalho em determinadas varas. Como alternativa, a administração propôs a ampliação do número de assessores, priorizando juízos mais sobrecarregados, de forma gradual e conforme a disponibilidade orçamentária.

A iniciativa da presidência do TJMS, sob o comando do desembargador Dorival Renato Pavan, será submetida à apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, após os trâmites necessários, poderá ser implementada conforme as possibilidades financeiras do Tribunal.

Aumento na gastança

Em meio ao cenário de corte de gastos por conta da queda na arrecadação de tributos, o Governo do Estado publicou, na terça-feira (16), no Diário Oficial, a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê aumento de gastos nos Poderes.

Enquanto os orçamentos dos respectivos setores aumentaram em 7,9%, a estimativa de crescimento geral de receitas do Executivo, responsável pelos repasses a estes órgãos públicos, teve acréscimo de apenas 2,9%. 

O Tribunal de Justiça, que terá mais 300 salários de assessores para pagar caso seja implementado o projeto, simplesmente acrescentou R$ 100 milhões ao orçamento de 2026, passando dos atuais R$ 1.364.912.200,00 para R$ 1.464.780.100,00, o que equivale a um acréscimo de 7,3%.

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