Cidades

Operação La Casa de Papel

Esquema de pirâmide causou R$ 4,1 bilhões de prejuízo em mais de 80 países

Investigação teve início em Dourados e operação desencadeada hoje cumpriu 47 mandados

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Uma organização criminosa responsável por esquema de pirâmide financeira transnacional, com aplicação de golpes em mais de 80 países, foi desarticulada nesta quarta-feira (19), na Operação La Casa de Papel, desencadeada pela Polícia Federal, Receita Federal e a Agência Nacional de Mineração (ANP).

O grupo criminoso captava recursos de investidores, sob a alegação de gerir aplicações muito rentáveis em setores de minas de diamantes, vinhos, viagens e energia.

No entanto, a quadrilha criou uma criptomoeda própria, sem ter autorização para funcionar como instituição financeira.

Mais de 1,3 milhão de pessoas tiveram prejuízos, estimado em R$ 4,1 bilhões, desde 2019, quando começaram as operações da organização criminosa.

Operação

Pedras preciosas estão entre itens apreendidos com o grupo criminosoPedras preciosas foram apreendidas com o grupo criminoso (Foto: Divulgação)

Na operação desta quarta, mandados expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande foram cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina. São seis de prisão preventiva contra os líderes do esquema e 41 mandados de busca e apreensão.

Entre os presos, está o empresário Patrick Abrahão, marido da cantora Perlla, ex-funkeira, que é um dos donos da rede suspeita de aplicar golpes.

Também houve bloqueio de 20 milhões de dólares e sequestro de dinheiro em contas bancárias, imóveis de alto padrão, gado, veículos, ouro, joias, artigos de luxo, mina de esmeraldas, lanchas e criptoativos em posse das pessoas físicas e jurídicas investigadas.

Investigação

As investigações começaram em 2021, na cidade de Dourados, após a prisão em flagrante de dois integrantes do grupo e de um segurança particular, que transportavam 100 mil dólares em esmeraldas, sem a documentação comprobatória da origem legal da pedra preciosa.

Eles estavam seguindo para o Paraguai, com escolta armada, 

As investigações apontaram a existência do esquema e que os envolvidos tinham relação com uma entidade religiosa e, a partir disso, foi possível a identificação de mais envolvidos na organização criminosa.

Além da pirâmide financeira, a quadrilha também praticava crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato.

Os investigados utilizavam redes sociais, marketing e reuniões em diversos estados e países para captar investidores.

Também havia apoio da igreja que pertencia a um dos suspeitos e que, sozinha, movimentou mais de R$ 15 milhões, sendo utilizada para a ocultação e lavagem de dinheiro.

Para movimentação do dinheiro, também foram utilizadas as contas bancária dos investigados, empresas de fachada, parentes e terceiros ligados ao grupo.

Grupo criou esquema bilionário de pirâmide financeiraEscreGrupo criou esquema bilionárip de pirâmide financeira (Foto: Divulgaçaõ)

O grupo oferecia pacotes de investimentos, com aportes financeiros que variavam de 15 dólares a 100 mil dólares, com promessa de ganhos diários em percentuais altissímos, que poderiam chegar a 20% ao mês e 300% ao ano.

O lucro seria através de transações no mercado de criptoativos, por supostos traders que seriam responsáveis por multiplicar o valor investido. Eles também incentivavam os investidores a atrair novos clientes, prometendo ganhos sobre os valores investidos pelas novas pessoas atraídaas para o esquema.

Os supostos investimentos também englobavam lucros provenientes de minas de diamantes e esmeraldas, mercado de vinhos, viagens, usina de energia solar e de reciclagem entre outros.

No fim do ano passado, o grupo se sofisticou e lançou duas criptomoedas próprias, sem qualquer base financeira.

Investigação apontou que houve manipulação de mercado para valorizar a criptomoeda artificialmente em 5.500% em 15 horas, com objetivo de manter a pirâmide mais tempo em atividade, já que as moedas digitais foram usadas para pagar os investidores.

Com a valorização rápida, no entanto, as criptomoedas perderam o valor de mercado.

Pelas redes sociais, os supostos empresarios afimarvam que estavam legalizados na Estônia e que eram sócios de duas instituições financeiras, mas as empresas não existiam, além do grupo não ter autorização para captação e gestão dos recursos em qualquer país.

Contra os investigados, havia diversos alertas de órgãos financeiros em países como Espanha e Panamá, pela ausência de autorização para operar e que se tratava de esquema de pirâmide financeira.

Os integrantes do esquema tinham milhões de seguidores nas redes sociais e ostentavam vida luxuosa, atribuindo ao sucesso pessoal e de investimentos.

Esquema de pirâmide causou prejuízo a mais de 1,3 milhão de pessoas em 80 países

Derrocada

Os problemas para a organização começaram quando um dos líderes foi preso, em Cuba.

O grupo passou a impor dificuldades para a realização dos pagamentos aos investidores e, para garantir os lucros próprios, estabeleceram prazos maiores para o resgatem impedindo o saque de valores aportados.

No fim de 2021, os investigadores planejaram um falso ataque hacker, alegando para os investidores um grande prejuízo financeiro devido à suposta ação, e retiveram todo o dinheiro, propondo a suspensão de todos os pagamentos sob o argumento da necessidade de uma auditoria financeira.

Passado um tempo, eles migraram o esquema para uma nova rede, para que os investidores continuassem aportando dinheiro.

Houve ameaças aos clientes de que, quem processasse ou fizesse boletim de ocorrênca, não receberia o valor investido de volta.

Nesse período, as redes sociais do grupo, sites e outras páginas passaram a receber centenas de reclamações de pessoas que buscavam recuperar o dinheiro.

Com a operação desta quarta, a Polícia e Receita buscam desmobilizar toda a organização criminosa, impedindo novos golpes, com a prisão dos líderes e suspensão das atividades das empresas, além de buscar, posteriormente, o ressarcimentos aos lesados.

Os investigados irão responder pela prática dos crimes de organização, crimes contra o sistema financeiro por operar sem autorização, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, usurpação de bem mineral da União Federal, execução de pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, falsidade ideológica e estelionato por meio de fraude eletrônica.

As penas máximas somadas podem chegar a 41 anos de prisão.

A operação recebeu o nome de La Casa de Papel em alusão à série espanhola, devido aos investigadores também terem nacionalidade espanhola e por terem elaborado um bilionário esquema de pirâmide financeira, com seu próprio banco e casa da moeda, com a fabricação das criptmoedas.

Cotidiano

Um Quarto dos Países do Mundo Proíbe Uso de Celulares em Sala de Aula

Entre os países que anunciaram a proibição estão Espanha, Grécia, Finlândia, Holanda, Suíça e México.

20/09/2024 21h00

Medida vem sendo preparada para proíbição de celulares nas escolas do país

Medida vem sendo preparada para proíbição de celulares nas escolas do país Foto: Tatyane Santinoni

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Um em cada quatro países do mundo já adotou leis que proíbem o uso de celular nas escolas, segundo o Relatório Global de Monitoramento da Educação da Unesco.

Segundo o estudo, a simples presença dos celulares em sala de aula provoca distração nos estudantes, o que acarreta em prejuízos na aprendizagem. Também destaca que o uso de equipamentos eletrônicos dentro das salas de aula atrapalha a gestão dos professores com as turmas.

"Estudos usando dados do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, aplicada pela OCDE] indicam uma associação negativa entre o uso das tecnologias e o desempenho dos estudantes", diz o relatório, que foi feito em 2023.

Entre os países que anunciaram a proibição estão Espanha, Grécia, Finlândia, Holanda, Suíça e México. Na França é um dos pioneiros na proibição ao uso de celulares, com uma lei de restrição de 2018.

Nas escolas francesas, os alunos não podem usar os aparelhos em nenhum momento, inclusive durante os recreios. É prevista exceção à regra para alguns grupos de alunos, como os com deficiência, que demandam o suporte da tecnologia.

Na Grécia, a medida começou a valer no início deste semestre letivo. Os alunos podem levar os celulares para a escola, mas precisam mantê-los dentro da mochila durante todo o período escolar. A mesma medida é adotada na Dinamarca.

No Brasil, o governo Lula prepara um pacote de medidas para tentar conter os prejuízos do excesso de telas na infância e na adolescência, dentre elas o banimento do uso de celulares pelos estudantes em todo o ambiente escolar.

Já existem alguns estados brasileiros que adotaram leis para restringir o uso do equipamento. É o caso do Rio de Janeiro, que após uma consulta pública, na qual 83% dos entrevistados se declararam favoráveis à restrição, decidiu por proibir o dispositivo dentro e fora de sala de aula, inclusive no recreio.

Outros estados criaram regras para restringir o uso de celular para atividades pedagógicas, como é o caso de Roraima, Distrito Federal, Maranhão, Tocantins, Paraná e São Paulo. Professores, no entanto, alertam que a medida é difícil de ser cumprida, já que é difícil fiscalizar o que os estudantes fazem com o aparelho em mãos.

Apesar de limitar o uso do celular para atividades pedagógicas, estados como São Paulo e Paraná, passaram a incentivar o uso de tecnologias digitais em suas escolas. Na rede paulista, por exemplo, os professores são cobrados para que os alunos façam redação online, exercícios em aplicativos e usem material digitalizado.
A medida vai na contramão das recomendações feitas pela Unesco no relatório. Segundo a entidade, não existem evidências científicas suficientes para comprovar os benefícios do uso da tecnologia digital na educação. E alerta que os investimentos nessa área podem estar tomando o recurso de ações mais efetivas para a melhoria do ensino.

"A atenção excessiva à tecnologia geralmente tem um alto custo. Recursos despendidos em tecnologia, em vez de em sala de aula, professores e livros didáticos para crianças em países de renda baixa a média baixa, que não têm acesso a esses recursos, provavelmente colocarão o mundo em uma posição ainda mais distante de alcançar o objetivo mundial de educação", diz o relatório.

 

*Informação da Folhapress 

Tudo por Like

Influencer "Cata Click" afirma ter caído em uma armação

Jovem que invadia comércios com a moto alega ter sido vítima de perseguição e promete provar na Justiça

20/09/2024 18h20

Reprodução: Instagram

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O motociclista e influencer que ficou conhecido por invadir lojas com sua motocicleta afirmou, por meio de suas redes sociais, ter sido vítima de uma tocaia.

Após ter sido abordado durante uma de suas “pegadinhas”, em que invadiu uma concessionária, Leonardo Coenga, conforme noticiado pelo Correio do Estado, foi abordado pelo Batalhão de Trânsito da Polícia Militar. 

Para provar a teoria de que tudo não passou de uma armação, o influencer chegou a alegar que imagens das câmeras do circuito interno da concessionária eram instalações feitas para “pegá-lo no pulo”.

“Eles mesmos armaram o flagrante ‘contra mim mesmo’. E ainda as pessoas querem julgar, querem falar”, disse Leonardo e completou:

“Eu vou fazer um vídeo da reportagem que fizeram e vou desmentir todas as mentiras que falaram lá. Tanto do policial também, não tenho nada contra ele, mas das informações erradas que ele passou.”

O policial, segundo o influencer, teria dito que a moto estava com restrição de transferência e explicou que ainda está pagando prestações; portanto, está alienada em nome do banco.

O jovem manifestou chateação com a polícia nas palavras dele: “Eles podiam estar ocupados com ocorrências de tráfico de drogas, mas estavam ocupados com o influencer de 21 anos”.

Além disso, em dado momento, recordou ter combinado com uma conta que acreditou ser da concessionária sobre a invasão com a moto.

“Quando aconteceu lá, eu falei a todo momento: 'Senhor, está tudo combinado com o gerente da loja'. Um perfil fake falou que eu tinha autorização.”

Entenda

Após um comerciante que teve o espaço invadido registrar a placa da moto, o criador de conteúdo digital entrou no radar da polícia. Na manhã de terça-feira (17), após invadir uma concessionária de moto na Capital, ele sofreu uma abordagem.

O subcomandante Everton Miller Franco afirmou que, há 10 dias, a equipe vinha recebendo denúncias anônimas que contavam a mesma história: um motociclista invadiu comércios com a moto, gravando vídeos e fazendo brincadeiras, alegando ter confundido o local.

“Eu sou novo, tenho 21 anos. Meu público, você que tem 30, 40 ou talvez 50 anos que me assiste, quando tinha 20 anos, nunca fez bobagem na sua vida? Cara, eu estou em um processo de amadurecimento. Tenho 21 anos, isso que as pessoas têm que entender, têm que perceber que estou na fase de vivência”, justificou o influenciador.

** Colaborou Alicia Miyashiro

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