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Estacionamento pago nas ruas de Campo Grande pode voltar custando três vezes mais

Nos bastidores, há a informação que retorno do sistema de estacionamento rotativo poderá custar até R$ 4,50 a hora

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O estacionamento rotativo no centro de Campo Grande está prestes a voltar, conforme projeto de lei enviado à Câmara Municipal. Para à população a rotatividade é essencial devido ao fluxo intenso de circulação de pessoas. Mas, são contra a cobrança no valor de R$4,50 a hora.

Conforme apurado pelo Correio do Estado, a capital sul-mato-grossense não tem cobrança por vagas públicas de estacionamento desde o desligamento dos parquímetros, há 1 ano e meio. Na época era cobrado o valor de R$1 a hora, de 2002 a 2012, e R$2,50 de 2012 a 2022, pela empresa Flexpark.

“O retorno vai ser ótimo, porque agora a gente não tem onde estacionar. As lojas perdem com isso e nós perdemos também. Mas, é um absurdo esse valor. Bom pra quem ganha com a concessão. Agora pra gente que ganha um salário mínimo e que quando sobe é uma miséria, se torna inviável e horrível esse valor”, opina a comerciante, Ana Lúcia de Souza, de 48 anos.

O novo Projeto de Lei n.34, encaminhado pela Prefeitura para votação na Câmara, propõe que o Sistema de Estacionamento Rotativo (SER) seja concedido por 15 anos à empresa vencedora do certame licitatório, podendo ser prorrogado por mais 15, chegando ao total de 30 anos.

“Três décadas é bastante tempo. Acredito que a prefeitura deveria fazer um teste primeiro e se gostar aumenta o período do contrato por mais tempo. Pra não acontecer o que aconteceu com a Flexpark. Quanto ao valor de R$4,50 está na média popular. Os estacionamentos cobram de R$6 a R$10 a hora”, observa a vendedora, Ariadne Beatriz, de 21 anos.

Cabe destacar que o projeto de lei não estabelece regras para a nova concessão, apenas delimita que o concessionário terá de pagar uma outorga ao município para operar o serviço e que os valores serão estipulados pelas agências de Transporte e Trânsito (Agetran) e de Regulação de Serviços Públicos (Agereg). 

Em nota, a prefeitura esclarece que “o contrato pode ser de até 15 anos, não necessariamente tendo que chegar a esta data. Com uma possível estagnação e falta de investimentos, foi resolvido com cláusulas de modernização tecnológicas e administrativas durante a operação. O valor cobrado por hora ainda não está decidido.”.

Ainda segundo o executivo municipal, não há uma data para início da licitação, já que primeiramente o projeto precisa ser aprovado pela câmara. “Todas as regras estão inseridas dentro do processo de licitação e estarão disponíveis quando for lançada”, reforça a Agereg.

Dificuldade para estacionar

Apesar das 2.458 vagas para veículos no centro da cidade, a dificuldade de encontrar uma vaga disponível é uma das maiores reclamações para o baixo movimento no comércio da região. Os consumidores acabam preferindo comprar nos bairros, shoppings e pela internet. 

“Eu passo por aqui diariamente e na área de carga e descarga tem sempre uns três carros parados. Como que para? Tenho que estacionar em local impróprio pra fazer entrega pro comércio e correr o risco de ser multado. Então seria bom que voltasse o rotativo”, defende o motorista, Moisés Morais, de 54 anos.

Vereadores reprovam projeto

Como o projeto de lei foi enviado recentemente à Câmara de Vereadores, ainda não há previsão para a votação na casa. No entanto, alguns parlamentares que tiveram acesso ao texto da lei, já se posicionaram previamente sobre os pontos em discussão.

Para o vereador Beto Avelar, base da prefeita Adriane Lopes na Câmara, o PL atende ao pedido de comerciantes para facilitar o acesso à vaga para estacionamento na região central.

"A falta de vagas para estacionar no centro tem levado muitos consumidores para os shoppings e hiper centers. A concessão por até 15 anos é para oferecer o serviço que a empresa que vencer a licitação desse serviço público vai ter que fazer na região autorizada", defende o vereador.

Já o vereador Marcos Tabosa se posicionou totalmente contra o projeto. “Vou colocar uma emenda de 10 anos à concessão e outra emenda no valor de R$1,50 cada hora”, diz ao Correio do Estado.

Para a vereadora Luiza Ribeiro o texto enviado pelo executivo traz muitos problemas e por isso é necessário um tempo maior para análise e discussão no legislativo.

“Não concordamos que essa concessão seja por 15 anos, com possibilidade de ampliação do prazo da concessão para o dobro desse tempo. Devemos fazer uma emenda para reduzir esse prazo em cinco anos no máximo. Contratar uma empresa que vai vir com certeza de fora, vai levar o lucro do estacionamento para outras cidades e isso não vai ser revertido aqui para Campo Grande”, rebata a vereadora.

Para a parlamentar o estacionamento rotativo deveria ser gerido por entidades da assistência social, para aplicar os ganhos em programas sociais. Outra ideia defendida por Luiza Ribeiro é que o estacionamento continue gratuito.

“Estamos propondo a discussão sobre um estacionamento público gratuito no centro da cidade para poder atrair as pessoas para o comércio local. A prefeitura tinha criar vagas, estacionamento vertical e não contratar uma empresa privada para explorar serviço de estacionamento”, sugere a vereadora.

**Matéria atualizada às 16:46

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Após oito anos

Justiça fixa pensão até 2075 para família de rapaz morto com mangueira de ar

Valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00 e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner

16/12/2025 16h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Dupla condenadada por introduzir uma mangueira de ar comprimido – equipamento automático para lavagem de carros –  no ânus de Wesner Moreira, por “brincadeira”, no lava-jato em que trabalhavam, Thiago Giovanni Demarco Sena e Willian Enrique Larrea terão de pagar pensão à família do jovem até 2075, ano em que o garoto completaria 75 anos. 

O valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00, conforme cálculo homologado nos autos, e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner, em fevereiro de 2017. A ação de perdas e danos tramita na 16ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande e engloba os danos morais, danos materiais e as pensões vencidas, valor que gira em torno de R$ 1,32 milhão.

A Justiça manteve a condenação dos réus ao pagamento de indenização por danos morais, fixada em R$ 500 mil, além de danos materiais referentes às despesas de funeral, no valor de R$ 1.149,97, ambos acrescidos de correção monetária e juros legais.

Neste mês, a Justiça realiza o processo de intimações para pagamento de custas, expedição de ofícios e pedidos de informações patrimoniais, com o objetivo de localizar bens passíveis de penhora da dupla, para garantir o cumprimento da decisão judicial. 

Condenação

A dupla foi condenada a 12 anos de cadeia em júri popular realizado em 30 de março de 2023, mas recorrereu da decisão do juiz, e saiu em liberdade. 

Após o crime, ambos não ficaram presos um sequer dia, prestaram depoimentos e foram liberados.

Em fevereiro do ano passado, sete anos após a morte de Wesner, o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Júri de Campo Grande, mandou prendê-los e recolhê-los

Júri Popular 

Em júri popular realizado em 30 de março de 2023, Thiago Giovanni Demarco Sena, dono do lava-jato e Willian Enrique Larrea, funcionáriodo estabelecimento, negaram que havia intenção de matar o jovem e alegaram que a tragédia resultou de uma “brincadeira de mau gosto”.

Primeiro a depor entre os acusados, Thiago Giovanni Demarco Sena disse não saber do potencial destrutivo da mangueira de ar comprimido, que teria sido introduzida na região do ânus da vítima.

Segundo ele, todos eram amigos e nunca tiveram desavença. Ele afirma ainda que não era a primeira vez que brincavam com a mangueira, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo.

No dia do crime, ele afirma que Wesner e Willian estavam brincando com o compressor e que a vítima teria iniciado.

Thiago, que estava fazendo a lavagem embaixo de um carro, também entrou na suposta brincadeira.

"Eu com a mangueira na mão, em tom de brincadeira falei 'de novo você fazendo isso Wesner'. Peguei e direcionei a mangueira na bunda dele por cima do short, com ar do compressor aberto, que eu já vinha usando, encostei, pressionei por nem três segundos", disse o réu na ocasião.

"Na hora ele reclamou e pediu para parar, falou que tava doendo, na hora eu desliguei a mangueira", afirmou ainda.

Questionado se tinha consciência que o compressor de ar pudesse causar danos graves e levar a morte, Thiago disse que não sabia do risco.

"Eu nunca imaginei que pudesse acontecer o que aconteceu com ele, se eu soubesse jamais teria brincado com ele com o compressor", afirmou.

Na sequência, o outro acusado,Thiago Giovanni Demarco Sena depôs e, chorando, também afirmou que o caso se tratou de uma brincadeira que deu errado.

Ele confirmou a versão de Willian, de que todos eram amigos e estavam brincando quando a mangueira foi direcionada a Wesner.

Eles falaram ainda que as brincadeiras com o compressor de ar eram comuns, mas não com direcionamento para as partes íntimas e nunca na maldade.

Em juízo, os réus destacaram que os três estavam “brincando” com a mangueira de ar, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo, quando ambos pegaram Wesner no colo, o seguraram e apontaram o compressor em direção ao ânus do garoto. 

Wesner foi levado ao hospital, alegando dores na barriga, vômito e inchaço abdominal. Permaneceu internado por 11 dias no Hospital Santa Casa de Campo Grande e morreu em 14 de fevereiro de 2017.

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transporte coletivo

Prefeita contrapõe Consórcio, apresenta recibos de pagamento e diz que greve é ilegal

Adriane disse que Município tem cumprido todas as obrigações contratuais e que já tomou medidas administrativas e judiciais para encerrar a greve

16/12/2025 16h00

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Contrapondo as declarações do Consórcio Guaicurus, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que já havia negado estar devendo o concessionário de transporte coletivo, apresentou, nesta terça-feira (16), comprovantes de pagamentos realizados. Adriane também afirmou que a greve dos ônibus é abusiva e que, caso não haja solução em audiência nesta tarde, o problema será resolvido na Justiça.

Conforme reportagem do Correio do Estado, o Consórcio Guaicurus afirma ter dívida de R$ 15,2 milhões, conta que vai de débitos com fornecedores a funcionários. Pela falta de pagamento aos funcionários, a greve foi iniciada nessa segunda-feira (15).

A prefeita disse que todos os repasses devidos ao consórcio estão em dia.

"Todas as verbas que são contratuais, que tem relação do Município com o Consórcio Guaicurus foram feitos os repassos, ou seja, a subvenção de R$ 19 milhões, pagamento de vale-transporte de R$ 16 milhões, o Governo do Estado transferiu R$ 7 milhões, ele fez um acordo de R$ 13 milhões neste ano e R$ 4 milhões ficou para o ano que vem, acordado com o consórcio, então todas as verbas que implicam o Poder Público foram transferidas", disse o secretário municipal de Governo, Ulisses Rocha.

"O que existe é o Consórcio discutindo na Justiça um reequilíbrio da tarifa, aí ele aponta que há uma distorção de x milhões de reais, que isso está sendo apurado e discutido. Ele [consórcio] quer que o município aumente o preço da tarifa técnica para ele poder receber mais valores, essa é a discussão. Então não tem cadê o dinheiro, o dinheiro foi pago. Se o dinheiro foi repassado para funcionários e tem funcionários sem receber, o que a prefeitura pode fazer diante disso?", acrescentou.

Conforme os documentos apresentados pela prefeita, neste mês foram pagos R$ 3.005.705,19 líquidos ao Consórcio Guaicurus.

Além disso, com relação às subvenções das gratuidades do vale-transporte, de janeiro a dezembro foram repassados mais de R$ 19,5 milhões ao concessionário pela prefeitura, além de mais R$ 7,3 milhões pelo Governo do Estado.

A subvenção das gratuidades são referentes aos estudantes da Rede Pública municipal e estadual, pessoas com deficiência (PCD) e idosos.

"Além das gratuidades, o Município aporta também o vale-transporte dos nossos servidores, que são adquiridos e utilizados pelos servidores do município e, rigorosamente está em dia esse repasse. As questões judiciais serão discutidas na justiça, dentro da legalidade e da realidade, tanto do Consórcio como do Município", disse a prefeita.

Adriane disse ainda que, além das gratuidades, o Consórcio Guaicurus recebe dinheiro de pessoas que utilizam o transporte coletivo e pagam por ele e questionou ainda onde o Consórcio Guaicurus estaria investindo o dinheiro.

"O dinheiro que é a responsabilidade do Município foi pago e, se o Município está rigorosamente em dia, a empresa também teria que estar rigorosamente em dia com os pagamentos dos seus funcionários", disse.

Por fim, a prefeita disse que há um processo em andamento na Justiça do Trabalho e que uma audiência a ser realizada nesta tarde pode por um fim na greve, que ela classifica como ilegal, pois houve a paralisação total dos ônibus.

Greve

A greve dos motoristas foi deflagrada nessa segunda-feira, ocasionada pelo não pagamento do salário dos funcionários do Consórcio Guaicurus, que deveria ter sido depositado no quinto dia útil do mês. Outro motivador é o anúncio das empresas do consórcio de que também não devem honrar o pagamento do 13º salário, que deve ser depositado até o dia 20 deste mês.

O Consórcio Guaicurus afirma que o não pagamento salarial se deve à dívida do poder público com a concessionária. Conforme o grupo de empresas, não teriam sido pagos valores referente ao subsídio das gratuidades e do vale-transporte dos servidores, que totalizaria R$ 13,2 milhões.

A informação, no entanto, é negada tanto pela Prefeitura de Campo Grande quanto pelo governo do Estado, que também contribui com o subsídio.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, por se tratar de um serviço essencial de transporte coletivo urbano.

O valor da multa diária era de R$ 20 mil, mas, após nova decisão do Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, subiu para R$ 100 mil.

Ele exige que os motoristas cumpram com urgência a decisão, que tem caráter de mandado judicial.

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