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MEIO AMBIENTE

Estiagem no Pantanal deve permanecer durante a década

Os períodos de seca mais críticos no território, conforme dados históricos, ocorreram nos anos de 1910, 1964, 1967, 1969, 1971 e neste ano, com nível de -64 cm

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Terá continuidade a estiagem no Pantanal? Quanto mais o Rio Paraguai vai ter seu nível reduzido? Quando será o fim da atual temporada de incêndios? Todas essas perguntas seguem pairando para muita gente, tanto para pessoas que vivem na região quanto para pesquisadores e centros de pesquisa no Brasil. As respostas ainda não são precisas, mas o que hoje vem sendo observado é o padrão anterior de estiagem que existiu no bioma e como ele poderá se repetir.

A última grande seca ocorreu no período de 1960 a 1971, um período de 11 anos. A atual estiagem começou em 2019 e, se houver um padrão, ainda permaneceria por mais cinco anos.

Pesquisas já publicadas, que envolvem integrantes do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), indicaram que a influência do El Niño e do La Niña não causaria totalmente a estiagem ou uma supercheia no Pantanal, porém, influências da região de convergência do Atlântico Sul são mais passíveis de gerar esses eventos cíclicos.

“Por cerca de 42 anos de análise histórica, o número de dias sem precipitação tem aumentado consideravelmente, bem como a perda de lâmina de água no território ao longo dos últimos 10 anos, especificamente durante o período de seca. De forma geral, atualmente, o Pantanal norte tem 13% menos dias sem chuva do que ocorreu em 1960”, detalhou estudo elaborado por 14 pesquisadores, liderado por Jose A. Marengo, do Cemaden.

Nessa pesquisa, intitulada “Extreme Drought in the Brazilian Pantanal in 2019-2020: Characterization, Causes and Impacts”, que em tradução livre seria “Estiagem Extrema no Pantanal Brasileiro em 2019-2020: Caracterização, Causas e Impactos”, os autores identificaram que houve 8 períodos de cheia ao longo de 10 anos, com o nível do Rio Paraguai na Marinha de Ladário alcançando 4 metros, e outros 8 períodos de seca, com mínimas abaixo de 1,50 m. As grandes cheias desde 1900 foram registradas em abril de 1988 (6,64 m), maio de 1905 (6,62 m), abril de 1995 (6,56 m), abril de 1982 (6,52 cm) e abril de 1913 (6,39 cm). 

Para a estiagem, de forma histórica, os cinco últimos registros mais críticos ocorreram em setembro de 1964 (-61 cm), setembro de 1971 (-57 cm), outubro de 1967 (-53 cm), setembro de 1969 (-53 cm) e outubro de 1910 (-48 cm). O estudo, que foi publicado em fevereiro de 2021, com atualização em junho de 2022, no Frontiers, não computa dados deste ano, que marcou um registro histórico de seca na régua da Marinha em Ladário, com -67 cm no dia 15 de outubro.

Com uma análise de dados históricos, padrões que chegaram a ser identificados sobre o nível do Rio Paraguai que identificam estiagem mostraram variações, em geral, para períodos de uma década.

Porém, isso ocorreu com registros sendo identificados com os anos de referência de 1936, 1961, 1974 e 1999 (padrões que indicavam cheias para períodos de estiagem). A partir de 1980, essa variação em padrão de décadas passou a ser diferenciada, com uma tendência de o nível do rio recuar 3 cm por ano, com base nas três últimas décadas de análise.

“Nos períodos de escala interanual, a quantidade de água de forma regional, a quantidade de água no solo e a capacidade de estoque de massa no solo têm demonstrado influência nos períodos de cheia e seca no Pantanal. [...] O que há de consenso é que [...] os períodos de estiagem ocorrem quando o Atlântico Norte está mais quente que o normal. Essa situação causa uma anomalia no Atlântico, produzindo menos chuva no sul da Amazônia e no Pantanal nas últimas duas décadas”, observaram os pesquisadores.

RECORDE DE INCÊNDIOS

Neste ano, a estiagem no Pantanal brasileiro também gerou impacto na Bolívia. O reflexo direto dessa seca foi uma intensificação dos incêndios florestais nos dois países. No território brasileiro, o registro de mais focos de incêndio começou em junho. No país vizinho, as ocorrências ganharam proporções maiores em setembro e ainda não terminaram.

Dados do Sistema Alarmes, do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mostram que mais de 16% da área do Pantanal pegou fogo entre janeiro e 14 de outubro, um total de 2.435.975 hectares.

Na Bolívia, a área queimada chega a 9,8 milhões de hectares, e o departamento de Santa Cruz, que faz divisa com Mato Grosso do Sul e tem o Pantanal boliviano, é o mais afetado, com 6.683.623 hectares queimados, conforme dados do Instituto Nacional de Reforma Agraria (INRA). Esse total na Bolívia é o maior em quatro anos.

Conforme o Cemaden, em análise sobre a estiagem brasileira, em agosto, foram 980 municípios que apresentaram pelo menos 80% de suas áreas agroprodutivas potencialmente impactadas pela seca.

“A situação é especialmente crítica para as pastagens, que podem apresentar baixa qualidade em função da intensidade e da duração da seca, podendo afetar a pecuária”, informou relatório de outubro. No Estado, as áreas mais afetadas estão nos municípios de Coxim, Sonora, Rio Verde de Mato Grosso, Corumbá, Alcinópolis, Cassilândia, Chapadão do Sul e Pedro Gomes.

Saiba

As secas históricas ocorreram em setembro de 1964 (-61 cm), setembro de 1971 (-57 cm), outubro de 1967 (-53 cm), setembro de 1969 (-53 cm) e outubro de 1910 (-48 cm).

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Cidades

PF conclui que Bolsonaro precisa de cirurgia de hérnia

Ministro Alexandre de Moraes solicitou perícia, que apontou que o ex-presidente precisa passar por cirurgia

19/12/2025 16h15

Laudo aponta que Jair Bolsonaro tem hérnia inguinal bilateral

Laudo aponta que Jair Bolsonaro tem hérnia inguinal bilateral Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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A Polícia Federal (PF) enviou nesta sexta-feira (19) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um laudo médico sobre a saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os peritos confirmaram que o ex-presidente é portador de hérnia inguinal bilateral e necessita de uma cirurgia, que foi solicitada por médicos particulares de Bolsonaro. 

O laudo também confirmou quadro de soluços e de insônia.

“Quanto à tempestividade do procedimento, esta Junta Médica entende que deve ser realizado o mais breve possível, haja vista a refratariedade aos tratamentos instituídos, a piora do sono e da alimentação, além de acelerar o risco das complicações do quadro herniário, em decorrência do aumento da pressão intra-abdominal”, concluiu o laudo.

A perícia foi realizada nessa quarta-feira (17) na sede do Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília. O procedimento foi determinado pelo ministro. 

Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal (PF), na capital federal, onde cumpre pena definitiva pela condenação a 27 anos e três meses de prisão na ação penal da trama golpista.

Solidariedade

Bazar do HCAA terá itens da Receita Federal a partir R$ 2

Com celulares, perfumes, roupas e diversos produtos, o Bazar do Bem será realizado na terça-feira (23), no Hospital de Câncer Alfredo Abrão

19/12/2025 15h33

Imagem Divulgação / HCAA

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O Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA) promove a 2ª edição do Bazar do Bem, com doações de 20 mil itens da Receita Federal, a partir de R$ 2, em prol do tratamento de pacientes com câncer.

Com o tema “Solidariedade que Salva Vidas”, os recursos arrecadados com a venda serão destinados à construção do bunker do novo Acelerador Linear de última geração, equipamento utilizado na realização de radioterapia em pacientes oncológicos.

Trata-se de uma tecnologia de ponta, que trará mais segurança, qualidade e agilidade aos tratamentos, ampliando as chances de cura e a qualidade de vida.

Para quem deixou as compras de última hora, o bazar é uma boa opção, com preços abaixo do mercado em diversos produtos, como:

  • celulares;
  • roupas;
  • perfumes;
  • acessórios e eletrônicos.

Os produtos foram doados pela Receita Federal de Ponta Porã, e a venda será realizada nas dependências do hospital.

As opções de pagamento incluem Pix, dinheiro, débito e crédito.

Imagem Divulgação / HCAA

Como acompanhou o Correio do Estado, o primeiro Bazar do Bem foi fundamental para a aquisição de um Acelerador Linear, com recursos arrecadados a partir da venda de itens também doados pela Receita Federal.

Nesta nova fase, o momento é considerado decisivo, uma vez que a estrutura permitirá o pleno funcionamento do Acelerador.

“A construção do bunker é prioridade. Ele abrigará este equipamento, que simboliza um marco histórico para a oncologia no Estado e um grande avanço para nossos pacientes. Cada contribuição, cada compra realizada no bazar, se transforma em esperança, em mais chances de tratamento e em vidas salvas”, destacou a presidente do HCAA, Sueli Lopes Telles.

Serviço

  • Bazar do Bem
  •  Data: 23 de dezembro, das 8h às 18h
  • Local: Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA)
  • Endereço: Rua Marechal Rondon, 1053

Neste Natal, o convite está feito: participar do Bazar do Bem é mais do que comprar. É fazer o bem, compartilhar amor e ajudar a escrever histórias de superação.
 

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