Com uma jornada diária de oito horas ao ar livre, faça sol ou chuva e sempre com enxadas, rastelos, carrinhos de mão, vassouras ou máquinas, um exército de 800 trabalhadores, entre funcionários efetivos e contratados pela Prefeitura, contribui para fazer de Campo Grande uma das capitais do País com menos sujeira acumulada em avenidas, ruas, parques e praças. A estimativa é que pelo menos R$ 7,8 milhões sejam gastos anualmente pela Prefeitura para a manutenção dessa estrutura de pessoal, se levados em conta somente os salários e vale-transporte pagos aos trabalhadores e encarregados. Somadas outras despesas, como manutenção e compra de maquinário, combustível e outros insumos, os custos ultrapassariam facilmente os R$ 10 milhões por ano.
O Jornal Correio do Estado acompanhou nesta semana parte do expediente de trabalho de um desses "destacamentos", formado por cerca de 40 trabalhadores e atualmente responsável pela manutenção de canteiros, calçadas e meio-fios de uma das mais novas avenidas de Campo Grande, a Avenida Marginal Lagoa — denominada Lúdio Martins Coelho até a região do Conjunto União e desse trecho até o anel rodoviário da saída para Sidrolândia ganha o nome de Dr. Nasri Siufi.
Segundo o encarregado de uma das equipes, o campo-grandense Carlos Lacerda, de 65 anos, esta é a segunda vez que a nova avenida, de aproximadamente 9,5 quilômetros de extensão, passará pelo "ciclo" completo de limpeza desde a sua inauguração, no fim do ano passado.
Depois de atuar ao longo do Avenida Prefeito Heráclito de Figueiredo, entre o Conjunto Estrela do Sul e a Rua Mascarenhas de Moraes nos últimos 15 dias, os trabalhadores foram deslocados para a região do Lagoa no início da semana passada. Em dois dias, já haviam "coberto" dois quilômetros. "Primeiro passamos capinando, depois voltamos pelo mesmo trajeto, varrendo tudo", informou.
Com a experiência de quem supervisiona frentes de limpeza há nove anos numa grande região que abrange a saída para Sidrolândia, Aquidauana e parte da saída para Rochedo, o encarregado conta que nesse período houve grande povoamento da região e abertura de novos loteamentos e vilas, ampliando assim a área de trabalho das frentes. "Tijuca 1, 2, Tarumã, Pênfigo, Vila Corcovado, que é a última antes de você chegar ao trevo da saída para Sidrolândia, Serro Azul, Ouro Verde... Fazemos a limpeza de todos esses bairros. Só não fizemos ainda o conjunto novo, atrás do Portal Caiobá", contou.
Dentre tantas centenas de bairros, cada um apresenta uma característica e dificuldade diferente. "No Coophavila e União, tem muitos canteiros e praças; já no Tijuca, há muitos lotes vagos. Em cada um deles, você acaba tendo que entrar dois metros para dentro (para fazer o espaço que seria destinado para a calçada) e tudo isso faz variar o nosso tempo de trabalho", explicou.
Prioridade
De acordo com informações da Prefeitura de Campo Grande, os trabalhos das frentes de limpeza vêm priorizando atualmente as grandes avenidas e o entorno dessas vias públicas, que levam até 15 dias para serem percorridas pelas equipes.
Além disso, na última semana os serviços foram remanejados para as 95 escolas e 97 centros de educação infantil (Ceinf’s) da rede municipal de ensino, por conta do início do ano letivo. Nas unidades de menor porte, a limpeza é feita em meio período do dia. A previsão da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação é que esses trabalhos sejam concluídos no dia 15 de fevereiro.
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