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Famílias atingidas pelo desastre ambiental são ouvidas pelo MPMS

Segundo o Promotor de Justiça Gustavo Henrique Bertocco de Souza, o MPMS vai ouvir cada uma das famílias para entender as perdas individuais causadas pelo desastre ambiental

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Buscando entender o impacto em cada família afetada pelo desastre ambiental que devastou mais de 8 km de vegetação, arrastou animais e atingiu pelo menos 12 casas, o Ministério Público ouviu as vítimas na tarde de hoje (23). O objetivo é compreender a situação e buscar formas de auxiliar na reconstrução das vidas das famílias atingidas.

Segundo o Promotor de Justiça Gustavo Henrique Bertocco de Souza, da Comarca de Bandeirantes, se reuniu com cada uma das vítimas para entender as perdas individuais causadas pelo rompimento da barragem, ocorrido na última terça-feira (20) na divisa entre os municípios de Campo Grande e Jaraguari.

“Como estamos na fase inicial da investigação, entendo que as famílias atingidas precisam de amparo e devem ser ouvidas para que possamos entender as condições e as peculiaridades de cada uma, permitindo-nos atender cada caso individualmente. Fomos ao local diversas vezes, estamos ajudando as famílias com cestas básicas e continuaremos a oferecer suporte no que for possível”, afirmou o Promotor de Justiça Gustavo Henrique Bertocco de Souza.

Ao Correio do Estado, o promotor afirmou que os responsáveis pelo empreendimento não cumpriram um acordo, sem especificar qual, e que foram intimados a prestar depoimento ao Ministério Público.

“Tínhamos um acordo com os responsáveis sobre a questão do dano erosivo, e ele não foi cumprido. Por isso, enviei uma intimação para eles, mas até o momento não recebemos nenhuma comunicação”, relatou.

Familias são ouvidas pelo MPMS na tarde de hoje, em Jaraguari Créditos: Paulo Ribas

Revolta 

Revoltada com a falta de amparo por parte dos responsáveis pelo empreendimento do Nasa Park, a produtora rural Gabriele Lopes, que mora na região há 34 anos, perdeu animais e toda a produção de milho. Ela busca justiça pelos estragos que afetaram toda a sua família.

“Tudo aconteceu muito rápido. Perdemos tudo. Quase perdi meus pais e meu filho, e a casa deles não existe mais. Aquilo foi uma tragédia anunciada. Meu pai mora na região há 46 anos e, em 1996, fez a primeira denúncia. Há 28 anos, ele denunciou a Nasa Park, pois aquele córrego é represado. Como se pode autorizar isso?”

Inconformada com a situação, Gabriele afirmou que busca justiça.

“Eu sei que não se constrói uma casa, uma lavoura ou uma vida do dia para a noite; além dos sonhos e memórias, sou nascida e criada na região. É difícil pensar em outra coisa além de justiça.”

Bombeiros afirmam que Nasa Park não tinha certificado de vistoria

O condomínio Nasa Park Empreendimentos Ltda, empresa responsável pelo loteamento onde uma barragem se rompeu na manhã desta terça-feira (20), em Jaraguari, estava com o certificado de vistoria desatualizado, segundo o Corpo de Bombeiros. Com relação ao alvará de funcionamento, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) apura se o empreendimento estava em conformidade com as legislações ambientais, de recursos hídricos e de segurança de barragens.

Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que foi acionado às 9h30 e que, até o momento, foi constatado que, pelo menos três residências foram atingidas, além da BR-163, e não há vítimas. 

"Uma equipe da corporação atua na vistoria da área para analisar as questões de segurança e possíveis irregularidades. Já foi constatado que o condomínio estava sem o certificado de vistoria atualizado", diz a corporação.

O governo do Estado, também em nota, informou que além de equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Imasul atuam conjuntamente na região do condomínio.

"A Defesa Civil está monitorando o local e, junto aos Bombeiros, também está avaliando os danos causados pelo incidente, podendo adiantar que já foi identificada uma residência totalmente atingida pela água, além de danos parciais em duas estruturas de criação de animais", diz a nota.

O comandante da Defesa Civil Estadual, coronel Hugo Djan, disse ao Correio do Estado que a situação está sendo acompanhada com as defesas civis municipais de Jaraguari e Campo Grande.

Nasa Park diz que loteamento tinha aval

A administração do Nasa Park, loteamento onde uma barragem rompeu na manhã da última terça-feira (20), deixando um rastro de lama e destruição que atingiu a BR-163 e afetou diversas famílias que moravam nas proximidades, divulgou uma nota lamentando o ocorrido, e afirmando que a empresa "opera em conformidade com todas as normas e regulamentos vigentes".

Segundo a Nasa Park, o projeto tinha manifestações favoráveis do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), e havia sido aprovado pelo Corpo de Bombeiros, com certificados ambientais devidamente validados.

Por outro lado, o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul disse, também em nota, que "já foi constatado que o condomínio estava sem o certificado de vistoria atualizado, e que uma equipe da corporação já estava empenhada na vistoria da área para analisar as questões de segurança e possíveis irregularidades.

Confira a nota do Nasa Park na íntegra:

"A administração do NASA Park lamenta profundamente o ocorrido na data de hoje, 20 de agosto de 2024, que resultou no rompimento de uma parte da estrutura do parque.

Imediatamente após o fato, as autoridades competentes foram acionadas e estamos colaborando integralmente para garantir que todas as medidas necessárias sejam tomadas.

Nossa prioridade é oferecer todo o suporte necessário e trabalhar para resolver a situação com a maior agilidade possível.

Engenheiros especializados já estão realizando um estudo detalhado para determinar as causas do rompimento e propor as medidas corretivas.

É importante destacar que o NASA Park opera em conformidade com todas as normas e regulamentos vigentes. Ao ser concebido, o projeto teve manifestações favoráveis do IMASUL, incluindo o projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros e os certificados ambientais devidamente validados.

Reafirmamos nosso compromisso com a segurança de nossos moradores, visitantes e colaboradores.
Nos colocamos à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas adicionais."

Relembre

Na manhã desta terça-feira (20), uma barragem privada, da empresa Nasa Park Empreendimentos Ltda, rompeu, causando estragos ainda inestimáveis. Ela estava inserida no loteamento do condomínio de luxo da empresa, localizado em Jaraguari, próximo ao km 500 da BR-163, e a cerca de 31 km de Campo Grande.

A rodovia federal mais importante do Estado, que fica a cerca de 8 km de onde a barragem rompeu, foi rapidamente alcançada pela água e passou quatro horas interditada. Uma parte do trecho cedeu, e a CCR MSVia, responsável pela BR-163 no estado, ainda vai investigar se há mais danos estruturais.

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Volta do horário de verão é possibilidade real, diz ministro

Estudo avaliará impactos da política suspensa em 2019

12/09/2024 21h00

Volta do horário de verão é possibilidade real, diz ministro

Volta do horário de verão é possibilidade real, diz ministro Agência Brasil

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O ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, afirmou, nesta quinta-feira (12), em São Paulo, que a volta do horário brasileiro de verão é uma possibilidade real, para melhor aproveitamento da luz natural em relação à artificial e a consequente redução de consumo de energia elétrica no país.Volta do horário de verão é possibilidade real, diz ministroVolta do horário de verão é possibilidade real, diz ministro

“O horário de verão é uma possibilidade real, mas não é um fato porque tem implicações, não só energética, tem implicações econômicas. É importante para diminuir o despacho de térmicas nos horários de ponta, mas é uma das medidas, porque ela impacta muito a vida das pessoas”, reconhece o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira.

Devido às implicações do horário de verão no cotidiano dos brasileiros, o chefe da pasta entende que a decisão de adiantar os relógios em uma hora, em parte do território brasileiro não pode ser tomada precipitadamente.  “[A medida] não deve ser tomada de forma açodada. Se necessário, não tenham dúvida, que nós voltaremos com o horário [de verão]”, concluiu o ministro.

Silveira confirmou que, na segunda-feira determinou ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e a Secretaria Nacional de Energia Elétrica (MME) que se reúnam com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para apresentar um plano de contingência para o verão de 2024/2025 e o planejamento energético do próximo ano.

Alexandre Silveira afirmou ainda que pesquisas demonstram que os efeitos do horário de verão – durante os meses da primavera e do verão – são positivos para diversos setores econômicos do Brasil, como o turismo, além de bares e restaurantes.

Térmicas e energia verde

O ministro considera que a economia gerada pelo horário de verão é importante para reduzir o despacho de usinas térmicas nos horários de pico de consumo, entre 18 horas e 21 horas, geralmente.

Por isso, no plano de contingência solicitado ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, o ministro disse querer informações sobre quais térmicas são da Petrobras, do setor privado e quais são as principais fontes das usinas que geram energia elétrica a partir, por exemplo, da queima de óleo diesel, combustível fóssil derivado do petróleo. O objetivo é manter o equilíbrio do setor elétrico brasileiro com segurança energética.

Demanda

O ministro afirmou que é necessária a geração de energia no país, porque a temperatura mundial tem subido e apresentou dados sobre o crescimento do consumo de energia. “O Brasil nunca tinha consumido, antes de setembro deste ano, 105 gigawatt [GW] em uma tarde. A média é 85 GW, o que demonstra que nós tivemos todos os ar condicionados do Brasil ligados e que a necessidade de energia, cada vez, mais oscila no Brasil.”

Para ele, o futuro energético passa pela economia verde. “Não há salvação fora da nova economia verde que considera a necessidade do desenvolvimento econômico; do capital ser remunerado com sustentabilidade; com o mais restrito respeito à legislação ambiental e frutos sociais para combater a desigualdade, que é uma realidade no nosso país”.

As declarações do ministro foram dadas em São Paulo, em encontro com o ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Prichetto Fratin, que acompanhou medidas para melhorar a qualidade dos serviços prestados pela empresa Enel Distribuição São Paulo, após os últimos apagões elétricos naquele estado.

Horário de verão

O horário brasileiro de verão foi instituído pela primeira vez pelo, então, presidente Getúlio Vargas, de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932. 

No Brasil, o horário de verão funcionou continuamente de 1985 até 2019, quando o governo federal passado decidiu revogá-lo, em abril de 2019, alegando pouca efetividade na economia energética.

Antes da extinção, o período de vigência do horário de verão entre os meses de outubro e fevereiro era definido, de acordo com critérios técnicos, para aproveitar as diferenças de luminosidade entre os períodos de verão e do restante do ano.

A medida impactava na redução da concentração de consumo elétrico entre 18 horas e 21 horas.

Até a extinção, o horário de verão era aplicado nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e, ainda, no Distrito Federal. E ficavam de fora da política pública as regiões Norte e Nordeste, por não representar redução da demanda energética significativa nos estados das duas regiões, devido à diferença na luminosidade em relação ao restante do país.

De acordo com o decreto nº 9.242 de 2017, a hora de verão funcionava a partir de zero hora do primeiro domingo do mês de novembro de cada ano, até zero hora do terceiro domingo do mês de fevereiro do ano seguinte. Mas, se coincidisse com o domingo de carnaval, o encerramento ocorria no domingo seguinte.

Em resposta à Agência Brasil, o Ministério de Minas e Energia esclarece que o retorno do horário de verão deve ser analisado sob diversos aspectos, como a geração de energia, os índices pluviométricos e, também, os aspectos econômicos da medida. O MME segue analisando as condições com responsabilidade, de modo que garanta a segurança energética para todos os brasileiros.

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STF valida prisão após condenação pelo júri

Decisão envolve recurso de homem condenado a 26 anos por feminicídio

12/09/2024 20h00

STF valida prisão após condenação pelo júri

STF valida prisão após condenação pelo júri Rosinel Coutinho

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (12) validar prisões imediatas de condenados pelo Tribunal do Júri. Com a decisão, criminosos que forem condenados por homicídio passarão a cumprir a pena imediatamente, sem o direito de recorrer em liberdade.

Para a maioria dos ministros, o princípio constitucional da soberania dos vereditos do júri autoriza a execução imediata da pena.

A prisão imediata só vale para condenações pelo júri. Nos demais casos, a prisão para cumprimento de pena continua da forma aplicada atualmente, ou seja, somente após o fim de todos os recursos possíveis.

O caso começou a ser julgado em agosto do ano passado no plenário virtual, quando foi registrada maioria de votos pela prisão imediata. No entanto, o julgamento foi suspenso para ser retomado no plenário físico.

Ontem (11), o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, votou a favor da prisão imediata. O ministro Gilmar Mendes abriu a divergência e afirmou que a execução antecipada da pena viola a presunção de inocência dos acusados.

Na sessão desta quinta-feira, o julgamento foi finalizado com a maioria de votos pela prisão imediata. O entendimento do relator foi seguido pelos ministros André Mendonça, Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.

Edson Fachin e Luiz Fux também se manifestaram pela prisão imediata, mas só para condenações superiores a 15 anos.

Rosa Weber e Ricardo Lewandowski, que votaram antes da aposentadoria, se manifestaram contra a prisão imediata.

Durante a sessão, o ministro Alexandre de Moraes citou casos nos quais o homicida chega preso preventivamente ao julgamento, mas sai do tribunal em liberdade após a sentença condenatória. O ministro também disse que a falta de prisão imediata coloca em risco a vida dos jurados.

"Não podemos deixar que permaneça essa situação de impunidade em que, a partir de recurso atrás de recurso, a pessoa já condenada pelo júri fique anos e anos solta", afirmou.

A ministra Cármen Lúcia, única mulher no STF, também votou pela prisão imediata e disse que a democracia não tem gênero. A ministra defendeu a punição contra os feminicídios e disse que, "quando uma mulher é violentada, todas são".

"No assassinato de mulheres, joga-se álcool no rosto, esfaqueia-se no rosto, atira-se no rosto para abalar a imagem. Isso acontece conosco. Comigo e com todas as outras. Não é porque sou juíza do Supremo que não sofro preconceito. Sofro. Isso acontece todos os dias neste país", afirmou.

A decisão da Corte envolve um recurso de um homem condenado a 26 anos por feminicídio. O acusado matou a ex-companheira com quatro facadas após um desentendimento pelo término do relacionamento. Ele foi condenado ao cumprimento imediato de pena, mas a defesa entrou com recurso.

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