Cidades

CAMPO GRANDE

Farmácia de manipulação vai à Justiça para comercializar medicamento à base de maconha

Medicamento com CBD já é liberado pela Anvisa para grandes laboratórios: "por que não posso?", questiona proprietário

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Uma farmácia de manipulação de Campo Grande tenta na Justiça a autorização para manipular e comercializar medicamentos com canabidiol e tetra-hidrocanabinol. As duas substâncias, de uso medicinal, são encontradas na maconha.

O mandado de segurança ajuizado pela Farmácia Naturele, tem como destinatários a Vigilância Sanitária do município de Campo Grande, além da própria prefeitura. O proprietário da farmácia, que conversou com o Correio do Estado mas pediu para que seu nome não fosse citado, disse que para que a Anvisa libere a venda do medicamento manipulado, é necessário endereçar a ação contra o município.

A ação foi ajuizada no mês passado, antes do recesso do Judiciário, ainda não houve decisão. O advogado da farmácia, pede a concessão de uma liminar para poder comercializar os produtos medicinais feitos com substâncias encontradas na maconha.  

“Em primeiro lugar, é importante esclarecer que o pedido é para que possamos vender o produto exclusivamente para uso medicinal, e não para uso recreativo”, explica o proprietário da farmácia.  

Ele também pondera que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o medicamento importado e produzido por grandes laboratórios para venda em farmácias e drogarias comuns. “É uma pergunta simples que fazemos. Por que as outras farmácias, que normalmente vendem o medicamento muito mais caro, e normalmente sem estar na medida receitada pelo médico, podem vender e nós, farmácias de manipulação, não?. Trata-se do mesmo produto”, questiona.  

 

O medicamento

No ano passado, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) anulou a patente do Myalo, feito à base de canabidiol (CBD). O medicamento é usado para controlar crises de ansiedade, epilepsia, doença de parkinson, consequências do autismo, dentre outras recomendações médicas. É basicamente este medicamento, feito a partir da diluição do CBD com o óleo de milho, que o farmacêutico quer produzir sob medida.  

“A vantagem de oferecermos este produto em farmácias de manipulação é que teremos a dosagem do medicamento conforme a recomendação médica, e não apenas a dosagem padrão do laboratório”, informa o dono da Naturele.  

O proprietário da farmácia de Campo Grande ainda faz questão de reiterar que seu trabalho é sério e supervisionado. “Importaremos as substâncias dos Estados Unidos, e assim como já ocorre em outras farmácias de manipulação de outros estados, todas estas substâncias são submetidas ao controle da Polícia Federal”, lembrou.

O tratamento com o medicamento produzido em laboratório supera o preço de R$ 3 mil por mês. Na farmácia de manipulação, o dono da empresa que foi à Justiça para vender o medicamento, disse que o custo será menor, inferior a R$ 2 mil.

“Já vieram várias pessoas com receita, aqui em Campo Grande, e nós não pudemos preparar o medicamento”, lembra. “Não é para mim esta ação, não é interesse comercial. É para abrir caminho para todas as outras farmácias de manipulação”, acrescenta. 

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Verba da saúde banca mais 240 mil cestas para indígenas

Estado renovou por mais 12 meses contratos que somam R$ 46 milhões para aquisição de alimentos distribuídos em 86 aldeias

23/12/2025 11h30

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

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Assinados em dezembro do ano passado com possibilidade de serem prorrogados por até dez anos, cinco contratos para fornecimento de cestas de alimentos para familias indígenas foram renovados até o final de 2026, conforme publicação do diário oficial desta terça-feira (23). 

Juntos, os cinco contratos chegam a quase R$ 46 milhões e apesar da inflação do período, de 4,4%, foram renovados com os mesmos valores do ano passado com as empresas Tavares & Soares (R$ 15,83 milhões), Forte Lux Comércio (R$ 9,6 milhões) e Serviço e a empresa Fortes Comércio de Alimentos (R$ 20,67 milhões) 

Ao todo, em torno de 20 mil famílias estão sendo atendidas  em 86 aldeias de 29 municípios de Mato Grosso do Sul. A cesta conta com arroz, feijão, sal, macarrão, leite em pó, óleo, açúcar, fubá, charque, canjica e erva de tereré.

A estimativa do Governo do Estado é de que o programa beneficie pelo menos 90% das famílias indígenas espalhadas pelo Estado. Ao longo de um ano são em torno de 240 mil cestas, com peso médio de 25 quilos. 

Desde o começo do ano está havendo controle digital como mais um instrumento de garantia da destinação correta dos alimentos. Os beneficiários receberam um cartão com um QR Code para ser usado no momento da retirada da cesta. Existe um cartão azul, que é do titular do benefício e outra na cor verde, entregues a pessoas autorizadas a retirar o alimento caso o titular não consiga. 

Apesar de o programa ser coordenado pela Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos (SEAD), ele é bancado com recursos  da Saúde (Fundo Especial da Saúde/FESA/MS). 
 

CAMPO GRANDE

Trabalhadores engrossam paralisação na Santa Casa

Se no primeiro dia manifestação envolveu 1.200 funcionários celetistas, agora, ato é engrossado e pelo menos dois mil  trabalhadores aderiram às reivindicações pelo décimo terceiro salário

23/12/2025 11h00

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: 

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: "a paralisação de trabalhadores continua". Marcelo Victor/Correio do Estado

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Se durante o primeiro dia de impacto nas atividades na Santa Casa os atendimentos/serviços foram 30% paralisados, agora, segundo confirmado pela unidade na manhã desta terça-feira (23), o efetivo que aderiu à paralisação em busca do 13° salário subiu para pelo menos metade. 

A presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, e o Terra, e responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (SIEMS), Lázaro Santana, reuniram a imprensa para tratar das manifestações de trabalhadores que se acumulavam em protesto na frente da unidade, na manhã de ontem (22).

Conforme repassado por Alir - e como bem abordado pelo Correio do Estado -, a paralisação inicialmente chegou a afetar 30% dos atendimentos/serviços, ou seja, com cerca de 70% do andamento da Santa Casa funcionando por tempo indeterminado ou até o pagamento integral do décimo terceiro.

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: "a paralisação de trabalhadores continua".

"Com efetivo de 50% na paralisação e 50% trabalhando nos setores", complementa a Santa Casa de Campo Grande em retorno. 

Em outras palavras, se no primeiro dia a manifestação envolveu 1.200 funcionários celetistas, agora, a paralisação é engrossada e pelo menos dois mil  trabalhadores da Santa Casa (dos quatro mil totais) aderiram às reivindicações pelo décimo terceiro salário. 

Sem acordo

    

Enquanto a Santa Casa de Campo Grande aponta que, até o momento, não há nenhuma novidade em relação ao pagamento do décimo terceiro, que afeta todos os funcionários celetistas da unidade, a paralisação acaba impactando na vida não somente dos trabalhadores mas também de pacientes e visitantes. 

Ainda ontem no fim da tarde, através das redes sociais, a Santa Casa de Campo Grande emitiu comunicado anunciando ajustes temporários nas rotinas de vista aos pacientes, diante da paralisação. 

Essas visitas estão autorizadas tanto para pacientes internados na Unidades de Terapia Intensiva (UTI) quanto nas enfermarias. 

Esses ajustes na rotina seguem as seguintes diretrizes: 

  • - Apenas um familiar será liberado e permitido vistar o paciente;
  • - Cada paciente tem direito a uma visita por dia, feita pelas manhãs, às 11h. 
  • - Acesso das visitas deve ser feito exclusivamente pela porta de vidro do térreo.  

Há o detalhe de que, para os pacientes da área de trauma, onde ficam os acidentados, os visitantes devem dirigir-se pela entrada específica do setor. 

É o caso de Vitória Lorrayne, que está com o irmão acidentado na Santa Casa, que deu entrada na unidade desde o domingo e seria submetido a cirurgia durante o primeiro dia de paralisação, e sequer conseguiu contatar o parente que foi vítima de acidente de moto. 

"Não facilitaram em nada. Até disse que minha mãe sairia de viagem e precisava de notícias, está preocupada, mas falaram ontem (22) infelizmente que eu não poderia entrar", comenta ela. 

Como se não bastasse, até mesmo as informações sobre quando teria novamente contato com o irmão foram desencontradas, já que num primeiro momento mandaram a jovem voltar à Santa Casa por volta de 16h, quando novamente foi impedida de fazer a visita. 

"Voltei lá e disseram que haviam suspendido as visitas da tarde e da noite. Que seria apenas hoje às 11h, e não facilitaram em nada, sendo que gastei 70 reais ao todo entre idas e vindas", conclui. 

Os serviços afetados são atendimentos (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc) , lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).
**(Colaborou Naiara Camargo)

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