Hoje menos imponente que em seus dias de glória, a figueira "assassina" centenária em Campo Grande segue presente em trecho da Dr. Pacífico Lopes Siqueira mas já emite seus suspiros finais, pois a previsão é que essa espécie de "ficus-elástica" seja completamente removida antes de viver sua última primavera.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (Semades) afirmou um ano após promessa - como bem acompanha o Correio do Estado -, que a figueira centenária "assassina" seria finalmente removida até meados do mês de junho.
Marcada por um passado em que a queda de um de seus galhos vitimou um ser humano, a figueira centenária ganhou mais alguns dias de vida graças à burocracia dos poderes envolvidos em sua remoção, porém já não passando a mesma onipotência que teve um dia no passado.
Com o potencial de atingir até 30 metros de altura em seu habitat, essa "ficus" cresceu e expandiu suas raízes por onde havia calçada, além de estender os seus longos galhos tanto por cima da Rua Dr. Pacífico Lopes como para sobre o empreendimento ao qual é vizinha de muro, chegando até mesmo a entrar em contato com a rede elétrica.
Justamente isso impediu a retirada completa da árvore desse trecho, uma vez que esse serviço por parte da Semades é feito em parceria com a concessionária de energia local (Energisa), que teve outras prioridades antes de dar fim à figueira centenária "assassina".
"A Semades informa que a Energisa, que é parceira neste serviço, precisou deslocar o equipamento para atender outra demanda", justificou a Pasta, diante do vencimento do primeiro prazo.
"Não viverá a primavera"
Diante dessa situação, a "vida" dessa árvore não foi poupada e, de fato, a espécie de figueira com passado assassino será completamente removida desse trecho, conforme o Executivo de Campo Grande.
Fiação do "miolo" da árvore já foi liberada. Foto:M.V/CESegundo informado pela Semades em nota retorno ao Correio do Estado, o prazo para remoção completa ficou reorganizado para acontecer em até 15 dias úteis.
Ou seja, conforme a previsão do município, com a árvore sendo completamente retirada até meados do mês de julho, a figueira centenária não chegará a "viver uma última primavera", já que depois do inverno que começa na noite desta quinta-feira (20) a próxima estação deve chegar só em 22 de setembro.
Quem passa pelo local com frequência nota a diferença na árvore, desde o mês de maio, já que o "miolo" da árvore que acabava engolindo a rede elétrica já foi liberado, restando agora apenas três semanas úteis de vida para a figueira caso os prazos do município se concretizem.
Relembre
Há cerca de dois anos, depois de toda a história que manchou seu passado de sangue, a figueira centenária passou a ser alvo de incêndios diários, que aumentavam ainda mais o risco de queda da árvore.
Os próprios agentes do Corpo de Bombeiros Militar que controlaram as chamas relataram, à época, a frequência com que a árvore foi incendiada, sendo cerca de três ocorrências e aproximadamente sete mil litros entre as 24 horas do dia 05 de setembro de 2023.
Ainda em 2023 funcionários da empresa vizinha explicaram o título de "árvore assassina" - fixado inclusive com banner em seu próprio tronco -, já que o apelido foi atribuído à figueira após a espécie vitimar um vigia noturno em 2021.
Responsável pela Rodomaq Construtora, Helmut Maaz detalhou à época que há mais de uma década pedia pela retirada da árvore, já que, além do fato dessa figueira consumir a calçada do local e o tronco adentrar o ambiente privado que funciona sua empresa, a queda de seus galhos pode ser fatal, como de fato foi.
Vale lembrar que o "fim" da figueira foi prometido, de fato, em maio de 2024, quando iniciada a poda da árvore pela então Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur).
Importante frisar que todo esse processo, de remoção total, só teve início após análise de auditor fiscal de meio ambiente responsável, que com a conclusão de relatório técnico recomendou pela retirada já que a árvore apresentava um iminente risco de queda.




