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Segurança pública

Fim da trégua entre PCC e Comando Vermelho pode ter ocorrido na Capital

Número 1 da facção carioca, o traficante conhecido como Marcinho VP está preso no Presídio Federal em Campo Grande

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Interno no Presídio Federal em Campo Grande desde janeiro do ano passado, Márcio dos Santos Nepomuceno, mais conhecido como Marcinho VP, teria sido decisivo para o fim da trégua entre o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Com isso, a decisão para o fim da “paz” pode ter saído da Capital.

Número 1 da facção criminosa carioca, Marcinho VP foi trazido para Campo Grande em ação da Polícia Federal (PF) para colocar líderes de grupos criminosos em locais em que não há atuação de suas facções. No caso de Mato Grosso do Sul, grande parte dos crimes é comandada pelo PCC.

Condenado por tráfico de drogas e homicídios, em penas que totalizam mais de 40 anos, Marcinho VP, de 55 anos, está preso desde agosto de 1996, quando foi encontrado em Porto Alegre (RS). Desde então, nunca mais foi solto.

Entretanto, autoridades dizem que mesmo preso há quase 30 anos, ele segue sendo a principal liderança do grupo criminoso e ordenando homicídios e outros crimes.

Por isso, qualquer aliança, ou, no caso, o fim, deve ter passado pela cela da Penitenciária Federal em Campo Grande onde está Marcinho VP. Entretanto, segundo matéria do Estadão, os advogados do líder do CV negam que ele tenha dado o “salve” (ordem) para que a trégua fosse quebrada.

Os advogados alegam que, por ele estar no regime federal, todas as conversas são gravadas, o que, em tese, impediria o detento de enviar mensagens para a facção. 

“Todas as visitas são gravadas e monitoradas, inclusive de familiares e advogados”, declarou o advogado do CV ao Estadão. Porém, por ser a maior liderança do grupo, as autoridades federais acreditam que muito dificilmente uma decisão desse tamanho não teria passado por ele.

TRÉGUA

Segundo as autoridades federais, essa trégua é ventilada desde o ano passado, porém, relatório da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), de fevereiro deste ano, mostrou que as duas maiores facções criminosas teriam feito um acordo de não agressão.

No entanto, dois meses depois, esse “tratado de paz” teria sido rompido por ambas as partes. Ainda de acordo com o Estadão, o rompimento foi confirmado por advogados da facção do Rio de Janeiro, que preferiram não ser identificados. Eles disseram que a cisão foi “feita em paz”.

Conforme a Folha de São Paulo, entre os motivos que teriam levado a esse novo rompimento, haveria questões culturais de cada facção.

“Eu já não acreditava, desde o início, que essa trégua seguiria adiante, porque tanto o PCC quanto o Comando Vermelho têm interesses comuns, como rotas que são disputadas, principalmente lá na Região Norte”, afirmou o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo, em entrevista ao Estadão.

Entre essas rotas, além dos trechos na Região Norte do País, está a fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia e o Paraguai, por onde entra grande parte da cocaína e maconha consumida no Brasil e também exportada para a Europa e outros centros.

A região é amplamente dominada pelo PCC, entretanto, já houve relatos de algumas cargas, principalmente de armamento, que teriam sido endereçadas ao mercado carioca.

Caso haja uma escalada de violência entre esses grupos na busca por mais rotas do tráfico, Mato Grosso do Sul pode ser um dos locais afetados.

EXECUÇÕES

O número de mortes entre grupos rivais no Estado têm diminuído, como mostrou reportagem do Correio do Estado publicada nesta sexta-feira. Em 2024, foram 199 assassinatos registrados nos municípios que fazem parte da faixa de fronteira de Mato Grosso do Sul com os países vizinhos. Este foi o menor número desde 2015, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Entretanto, nos primeiros meses deste ano, entre janeiro e abril, foram 76 execuções registradas, o que pode indicar que as mortes voltaram a ocorrer na faixa de fronteira com mais intensidade.

No último caso mais grave, três pessoas foram executadas em Ponta Porã em um período de dois dias por homens armados. Os casos foram registrados entre os dias 24 e 26 de março.

Saiba

Diferenças entre as facções paulista e carioca

PCC

  • A facção paulista tem priorizado a discrição e os negócios transnacionais de tráfico de drogas;
  • Condena práticas como o esquartejamento de rivais;
  • Não é favorável à exposição pública de crimes;
  • Também pratica violência, entretanto, com motivações diferentes;
  • A idade mínima para ser membro do PCC é de 16 anos.

Comando Vermelho

  • Costuma matar inimigos utilizando a tortura e gosta de expor suas práticas criminosas;
  • Sequestrou e matou um turista de Brasília por ter fotos de criminosos rivais no celular. Ele foi torturado e forçado a ingerir partes do próprio corpo antes de ser incinerado vivo;
  • CV permite que adolescentes a partir dos 12 anos atuem no tráfico de drogas.

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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