Cidades

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Fome de quê?

Fome de quê?

ALTEMIR LUIZ DALPIAZ,

22/01/2010 - 08h07
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Com a popu l ação mu nd i a l chega ndo próximo dos 7 bilhões de habitantes, estamos longe de resolver um dos maiores problemas que acompanham a humanidade desde seus primórdios: a fome. Os conflitos decorrentes da má distribuição de alimentos ocasionam tragédias que se repetem diariamente. O fato ocorrido no Haiti é resultado de uma combinação nefasta de desacertos políticos com um evento da natureza. Os dois fenômenos, um social e o outro natural, provocaram uma catástrofe e atraíram os olhares assustados de todo o mundo. Os escombros que “sepultaram” milhares de pessoas apenas nivelaram parte de sua população na linha mínima da miséria, quase chega ndo a i nsustentabi l idade da existência humana. O que está sendo avaliado, talvez não seja a resistência humana em sua totalidade e sim, a capacidade de cooperação internacional daqui pra frente. Quando a Dra. Zilda Arns, ao terminar seu discurso foi soterrada pelo concreto, nascia ali, naquele momento, a áurea de quem lutou contra a fome dos outros, principalmente das crianças. Sua iniciativa salvadora de vidas, com o soro caseiro, a multimistura, pomadas e outras medidas caseiras e baratas, cumpriram o papel que o poder público não dava conta de atender. Um meio eficiente e econômico de garantir vida a crianças fadadas à morte prematura. Como a ideia central é a utilização de recursos disponíveis nas comunidades para a “fabricação” desses produtos, e de voluntários pa ra su a e xecução, n ão houve nu nca a possibilidade de dar ao programa um sentido paternalista ou assistencialista. Iniciativas como essas, dependem de alguns fatores para que dêem certo, entre eles, uma boa ideia, simples, utilizando recursos locais, motivação de seus colaboradores e esclarecimentos dos participantes. A fome sempre existe em consequência de tragédias. Sejam elas decorrentes de conflitos étnicos, religiosos, nacionalistas, raciais, fenômenos naturais ou outros que envolvam também a omissão. Os conflitos diretamente provocados pelos homens, são enfrentados com armas. Os conflitos internos – nossas doenças –, ou ainda, os ferimentos, nós curamos com remédios. Então temos esses três conflitos presentes no mundo e que estão muito bem representados no Haiti. Essa mistura têm sido letal aos mais pobres. A indústria farmacêutica, de armas e a de produção de alimentos, embora com atividades diferentes, têm finalidades iguais. Precisam de compradores para seus produtos. As falhas primordiais dos governos nas garantias básicas de condições dignas de vida aos seus governados favorecem o caos social. A obra que Zi lda Arns e tantos outros herói s a nôn i mos – re l i g iosos ou n ão – fazem, aos poucos, é uma revolução lenta e silenciosa nas estruturas de vida dos povos. Essas ações preenchem a brecha dei xada pelo poder público. Na outra ponta, e com ma i s vorac id ade, o cr i me orga n i z ado e milícias vão recrutando os marginalizados e transformando-os em seus colaboradores. Só que nesse sistema não há voluntários, tudo faz parte de uma negociação, onde, repito, os mais pobres acabam “pagando”. Algumas vezes com a própria vida. A fome que temos é diversa. O que poderia “matar” essa fome está, em um momento emergencial, na solidariedade humana. Em médio prazo, podemos encontrar soluções através da educação e dos reflexos positivos que ela produz. Isso tudo levará muito tempo, mas necessita de um começo. A população continua aumentando e as tecnologias dispon íveis apontam para um crescimento de produtividade em todos os setores. Os recursos naturais disponíveis estão se esgotando, embora grande parte do consumo humano, principalmente nos países desenvolvidos, vá além de suprir necessidades básicas. O consumo se dá, em grande parte, para suprir vaidades. O preço pago por isso começa a ser percebido, em forma de inundações em grandes cidades, desabamentos, ar irrespirável e outras dificuldades para se viver. O tempo que precisamos para saciar nossas fomes será sempre infinito, pois infinitas são as necessidades que “criamos”. Como já cantou o poeta “... eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis, mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado, porque foi tão fácil conseguir e agora eu me pergunto e daí, eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar aí parado...”. Temos fome de quê?.

BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

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