Cidades

Condições meteorológicas

Fumaça do Pantanal chega em Campo Grande e pode se deslocar até o Paraná

Capital amanheceu com céu nublado, horizonte cinzento e baixa visibilidade nesta quinta-feira (8)

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Fumaça dos incêndios que atingem o Pantanal percorreu mais de 500 quilômetros e pode ser vista em Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Sete Quedas, Bonito e outros diversos municípios de Mato Grosso do Sul. Além disso, é possível sentir o mau odor de fuligem disperso no ar.

É muito provável que o fumaceiro também chegue ao Paraná, sobretudo em municípios paranaenses próximos a divisa de Mato Grosso do Sul.

O Aeroporto Internacional de Campo Grande (CGR) e o Aeroporto de Dourados (DOU) operam por instrumentos por conta da baixa visibilidade devido as fumaças.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o meteorologista Natálio Abrahão afirmou que o fenômeno responsável por deslocar a fumaça, para longas distâncias, é o vento.

“São fluxos de ventas que se originam lá da região amazônica, e esse fluxo de vento vai agregando esses fatores aí. Se ventar uma manhã inteira, os ventos podem levar a fumaça de 100 a 150 quilômetros de distância em apenas uma manhã”, explicou Abrahão.

O fogo e fumaça fecharam a BR-262, entre Miranda e distrito de Salobra, por conta da baixíssima visibilidade. Imagens impressionantes mostram o céu, de azul, virou laranja por conta das queimadas.

A BR-262 é a principal rodovia que liga a Capital sul-mato-grossense ao Pantanal.

Nos últimos dias, em Campo Grande, era possível enxergar o sol avermelhado por conta da fuligem dispersa no horizonte.

Vale ressaltar que, nesta quinta-feira (8), além da fumaça, nuvens de chuva, oriundos de uma frente fria que atinge o estado, também encobrem o céu de Campo Grande.

Fumaça é a suspensão na atmosfera de produtos resultantes de uma combustão. Pode ser tóxica quando aspirada. Resulta de queimadas, fogueiras, brasas, motores de gasolina e gasóleo.

Névoa seca é formada quando há a condensação de vapor d'água em combinação com poeira, fumaça e outros poluentes, o que dá um aspecto acinzentado ao ar.

TCHAU FUMAÇA?

Frente fria, que atinge Mato Grosso do Sul, traz chuva, frio, baixas temperaturas, tempo instável e céu nublado.

O frio aumenta a umidade relativa do ar, com isso, ameniza os focos de calor. Mas, não freia os incêndios e nem a fumaça. Além disso, em um primeiro momento, o frio intensifica o fumaceiro. 

De acordo com Abrahão, para cessar queimadas e fumaça, é necessário que chova em abundância. "A frente fria vai trazer aumento de umidade e muitas nuvens. No primeiro momento não vai sumir, vai piorar. A fumaça só vai melhorar quando chover [para limpar a atmosfera]", explicou o meteorologista. 

Municípios de Corumbá, Aquidauana, Miranda, Porto Murtinho, Dourados e Itaquiraí registraram chuva nesta quinta-feira (8), o que aumenta a umidade relativa do ar e melhora a qualidade do ar/respiração.

PANTANAL EM CHAMAS

Incêndios de grandes proporções atingem o Pantanal sul-mato-grossense desde 1º de junho de 2024.

Céu laranja por conta de queimadas no Pantanal. Foto: CBMMS/Corumbá

As queimadas transformaram cenários verdes e cheios de vida em paisagens cinzentas e mortes. O fogo destrói matas, áreas verdes, vegetações, florestas, biodiversidade e espécies nativas (fauna e flora) do Pantanal.

Imagens impressionantes mostraram o céu virar de azul para laranja por conta do fogo que atinge o matagal às margens da BR-262. A rodovia, que liga a Capital sul-mato-grossense ao Pantanal, chegou a fechar por conta da baixa visibilidade devido aos incêndios. Veja a foto ao lado. 

Dados do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), do departamento de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontam que 1.121.725 hectares foram consumidos pelo fogo, entre dos dias 1º de junho e 8 de agosto de 2024.

De 1º de janeiro a 26 de junho deste ano, 1.455.925 hec foram devastados pelo fogo, equivalente a área de 9,64% do bioma.

O Pantanal Sul-mato-grossense teve o pior incêndio florestal da história em 2020, quando 1.580.000 hectares foram devastados pelo fogo de janeiro a dezembro.

De janeiro a junho de 2020, 245.950 hectares foram destruídos pelo fogo. No mesmo período de 2024, foram 1.455.925 hectares.

Portanto, isto significa que o incêndio no primeiro semestre de 2024 é pior do que o do mesmo período de 2020.

Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS), Polícia Militar Ambiental (PMA), Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, Força Nacional, Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Homem Pantaneiro (IHP), SOS Pantanal e brigadas voluntárias tentam controlar o fogo no Pantanal Sul-mato-grossense.

Povos indígenas

MS pode iniciar o tombamento de 7 línguas indígenas como patrimônio cultural

O projeto aguarda votação na Assembleia e tem como objetivo a preservação das línguas dos povos indígenas do estado.

16/04/2025 15h22

POVOS INDÍGENAS

POVOS INDÍGENAS Divulgação

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A deputada Gleice Jane (PT) protocolou hoje (16) na Assembleia Legislativa (ALEMS) o Projeto de Decreto Legislativo 05/2025, que pode tornar as línguas indígenas faladas em Mato Grosso do Sul patrimônio cultural imaterial. 

Segundo a proposta da deputada, as línguas indígenas a serem incluídas no processo de tombamento são Guarani, Kaiowá, Terena, Kinikinau, Kadiwéu, Guató e Ofayé. O objetivo do tombamento dessas línguas como patrimônio cultural imaterial é a sua proteção e preservação. 

A deputada Gleice Jane justifica a inclusão das línguas mencionadas no projeto como “uma representação não apenas da expressão viva de saberes ancestrais, mas também como peças centrais para a continuidade das tradições, cosmovisões e conhecimentos desses povos”. 

A parlamentar acrescenta dizendo que, mesmo tendo a importância que têm, muitas dessas línguas estão em risco de desaparecimento, “com um número reduzido de falantes, como é o caso do Ofayé, que já possui uma quantidade crítica de pessoas que a utilizam fluentemente”. 

“A iniciativa de tombamento dessas línguas vem ao encontro das necessidades de preservação e valorização do patrimônio cultural imaterial dos povos indígenas, conforme os estudos realizados no âmbito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), que destacam a importância do reconhecimento formal dessas línguas para garantir sua preservação e revitalização”, reforça Gleice Jane. 

Caso o projeto seja aprovado, caberá ao presidente da ALEMS decretar o processo de tombamento. A proposta deve ser apresentada na próxima terça-feira (22), em sessão ordinária, e segue para o período de pauta, onde poderá receber emendas. 

Línguas dos povos indígenas

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), as línguas dos povos indígenas representam quase 75% de todas as que se estima existir, com mais de 5 mil tipos em mais de 70 países em seis continentes. 

Especialmente, a cultura sul-mato-grossense contempla uma multiplicidade cultural e destaca-se por ser berço da terceira maior população indígena do país.

Diante deste contexto, o Decreto Federal nº 6.861 de 2009 ordena a educação escolar indígena na forma de Territórios Etnoeducacionais. Os povos no Mato Grosso do Sul estão representados pelo Cone Sul (Guarani e Kaiowá) e Povos do Pantanal (Terena, Kinikinau, Kadiwéu, Atikum, Ofaié e Guató). 
 

INTERIOR

Licença para fábrica da Bracell deve sair até final do ano

Audiência pública no fim de maio subsidiará a decisão quanto ao licenciamento ambiental da planta em Bataguassu

16/04/2025 12h59

Mesmo sem data de início anunciada, o estudo indica que as obras devem se estender ao longo de 38 meses

Mesmo sem data de início anunciada, o estudo indica que as obras devem se estender ao longo de 38 meses Reprodução/Internet

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Pelas reuniões planejadas pelo chamado Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA), a expectativa é que o esperado licenciamento ambiental para a fábrica de celulose da Bracell em Bataguassu, que fica longe cerca de 309,9 km de Campo Grande, saia até o último mês deste 2025. 

O fato veio à tona com o anúncio da audiência pública de apresentação de Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), marcada para o dia 29 de maio, referente ao licenciamento ambiental para a implantação da unidade pela MSFC FLorestal já protocolado no Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). 

Esse mesmo estudo, como abordou recentemente o Correio do Estado, revela que o investimento atualizado previsto é cerca de 30% menor que o esperado, saindo da ordem de R$ 23 bilhões - quando a fábrica ainda era prometida para Água Clara - para atuais R$ 16 bilhões

Com o Conselho presidido pelo também secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck cita que a próxima audiência pública é considerada fundamental para o processo de licenciamento. 

"Após a realização da audiência, o Imasul dá sequência ao processo e encaminha a solicitação para que o Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA) aprecie o pedido", afirmou o titular da Semadesc, Jaime Verruck.

De olho no calendário de reuniões do Ceca, há a previsão de análise do pedido de licenciamento da Bracell até um mês após a audiência, para entrega da Licença Prévia ainda este ano, até dezembro. 

Após apresentação e posterior intervalo, a audiência pública de 29 de maio será aberta para resposta de perguntas previamente cadastradas, para as quais os interessados já podem se inscrever CLICANDO AQUI

Feita no ginásio de esportes do Centro Educacional Juventude do Amanhã (CEJA), em Bataguassu, a audiência terá transmissão ao vivo e poderá ser acompanhada pelo canal da Imasul no Youtube. 

Bracell em Bataguassu

Loge cerca de 9 km da área urbana, a instalação neste ponto do município irá facilitar a captação de água - onze milhões de litros de água por hora - diretamente do Rio Paraná, distante cerca de quatro quilômetros da fábrica, o que dispensará a construção de barragens para benefício da unidade. 

Estimando consumir 12 milhões de metros cúbicos de eucalipto por ano, a capacidade anual de produção da chamada celulose kraft é calculada em torno de 2,92 milhões de toneladas, em caso de trabalho sem parada geral. 

Há ainda a possibilidade de operar em modelo combinado, com 1,46 milhão de toneladas de celulose kraft e 1,14 milhão do tipo solúvel, um total aproximado de 2,6 milhões de toneladas ao ano. 

Mesmo sem data de início anunciada, o estudo indica que as obras devem se estender ao longo de 38 meses, sendo quatro para os trabalhos de terraplanagem e 34 para a construção da fábrica propriamente dita. 

Conforme a previsão, a celulose deve ser escoada por caminhões, pela MS-395 e a BR-158, margeando o Rio Paraná, até a ferrovia que passa em Aparecida do Taboado. De lá, seguirá por ferrovia até o porto de Santos.

O titular da Semadesc, em nota, destacou o desenvolvimento estadual atual, marcado pela chegada da quinta fábrica da Arauco, no município de Inocência, longe cerca de 337 km de Campo Grande, além de apontar o reconhecimento "pelo excelente ambiente de negócios e segurança jurídica"

"Detemos 24% da produção brasileira, temos a segunda maior área de eucalipto cultivado e lideramos a produção de madeira para a indústria de papel e celulose. Tudo isso torna o Estado um terreno fértil para investimentos globais", concluiu Verruck. 

 

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