Cidades

OPERAÇÃO BLOODWORM

Gaeco lança ofensiva sobre 14 advogados supostamente ligados ao crime organizado

Operação atual mirava três profissionais do Direito, enquanto ação realizada no ano passado tinha como alvo outros 11 defensores

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Operações desencadeadas em Mato Grosso do Sul pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) mostram pelo menos 14 advogados do Estado envolvidos com facções criminosas.

Em abril do ano passado, 11 advogados que supostamente ajudavam integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) a cometer crimes foram alvos da Operação Sintonia dos Gravatas.

O esquema resultou na prisão do defensor público Helkis Clark Ghizzi, em março deste ano, investigado por crimes de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e violação de sigilo funcional qualificado.

Nesta sexta-feira, uma nova operação, intitulada Bloodworm, cumpriu 92 mandados de prisão preventiva e 38 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Ponta Porã, Coxim, Dourados, Rio Brilhante, Sonora, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso e Dois Irmãos do Buriti, além das cidades do Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Brasília (DF), Paulo de Faria (SP) e de oito cidades de Mato Grosso.

De acordo com o Ministério Público, todas as buscas são contra os integrantes da organização criminosa Comando Vermelho (CV), e entre os procurados pelo Gaeco há advogados e policiais penais envolvidos.

Conforme a apuração do Correio do Estado, o Ministério Público investiga em Mato Grosso do Sul pelo menos três advogados envolvidos com este esquema nacional de tráfico de drogas e três policiais penais, sendo dois deles ex-atuantes no interior da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Semi-Aberto da Gameleira, em Campo Grande.

Segundo o Gaeco, a ação da facção criminosa tinha como objetivo expandir a sua atuação no Estado no tráfico tanto de drogas quanto de armas de fogo. O trabalho investigativo do Ministério Público nessa operação está em andamento há cerca de 15 meses.

Foi apurado pelo Gaeco na Bloodworm que os líderes da organização criminosa Comando Vermelho, presos na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, estavam conseguindo ter contato com comparsas em liberdade por meio do uso indevido de aparelhos celulares que se dava por intermédio de um policial penal e de um advogado a serviço da facção.

A finalidade dessa comunicação era traçar planejamentos de crimes, como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas, que foram praticados e comprovados durante a investigação do Gaeco. 

*Saiba

O nome da Operação Bloodworm faz alusão à larva vermelha (ou verme-sangue) de mesmo nome, que se trata de um verme conhecido por ser feroz, venenoso, desagradável, mal-humorado e facilmente provocado.

A operação conta com a participação das comissões de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados das seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil de três estados, além de equipes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência dos ministérios públicos do Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás e do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, que prestaram apoio operacional ao Gaeco.

Sobre o caso, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS), por meio de sua Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas e da subseção de Dourados, emitiu uma nota informando que acompanhou as diligências realizadas pelo Gaeco na sexta-feira, as quais tinham advogados como alvos.

“A OAB-MS busca a apuração dos fatos com respeito aos direitos e às garantias dos envolvidos, além da responsabilização de eventuais práticas criminosas sob o pálio do exercício profissional. No cumprimento do seu papel fiscalizador da atividade profissional, serão ainda instaurados com urgência processos éticos e disciplinares”, descreve a nota.

“Por sua natureza, os processos tramitarão em absoluto sigilo, respeitando-se as garantias constitucionais”, conclui o texto da OAB-MS.

A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) também se pronunciou sobre a Bloodworm, esclarecendo que a instituição “deu apoio à operação com resultados de trabalho conjunto, por meio de sua Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário [Gisp]”.

Sintonia dos gravatas

Em março do ano passado, o Gaeco deflagrou a Operação Courrier, para cumprimento de 38 mandados judiciais nas cidades de Campo Grande, Dourados, Jardim e Jaraguari, em que 11 advogados, um servidor do Poder Judiciário, um servidor da Defensoria Pública e um policial penal foram alvos.

Na época, as investigações do Gaeco apontavam para a formação de um núcleo chamado de “sintonia dos gravatas”, que fazia parte da facção Primeiro Comando da Capital.

Na organização criminosa da “sintonia dos gravatas”, os advogados usavam suas prerrogativas constitucionais para transmitirem recados de faccionados presos a outros membros do grupo referentes ao planejamento de atentados contra a vida de agentes públicos, sendo eles um promotor do Gaeco de Mato Grosso do Sul e um juiz de Direito da Capital.

Em março deste ano, a segunda fase da Operação Courrier foi deflagrada pelos promotores, na qual foram cumpridos mandados de busca e apreensão em quatro localidades de Campo Grande, onde foram aplicadas medidas cautelares de prisão, como a proibição de manter contato por qualquer meio com investigados da Courrier, além da suspensão da função do defensor público Helkis Clark Ghizzi.

O filho desse ex-defensor público já havia sido preso na operação do Gaeco. Bruno Ghizzi é investigado por envolvimento nos atos de corrupção e associação criminosa com o PCC.

 

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Cidades

Estudante de Medicina envolvido em jogo do bicho é preso na fronteira

Ação ocorreu quase dois meses após o suspeito ser solto com uso de tornozeleira eletrônica; Ele foi alvo de operação contra grupo envolvido em jogos de azar

23/09/2024 18h16

Estudante envolvido em jogo do bicho é preso novamente na fronteira

Estudante envolvido em jogo do bicho é preso novamente na fronteira Reprodução - Facebook

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) decretou novamente a prisão preventiva do estudante de Medicina Taygor Ivan Moretto Pelissari, quase dois meses após ser solto com uso de tornozeleira eletrônica. Ele é suspeito de envolvimento com jogo do bicho.

O mandado foi expedido com validade de 12 anos, e no sábado (23) uma equipe da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã cumpriu a ordem judicial. Após ser capturado, o jovem foi encaminhado para o presídio de Ponta Porã - município localizado a 315 quilômetros de Campo Grande.

Não há mais detalhes de como ocorreu a prisão do estudante, que passou por audiência de custódia na tarde de domingo (22).

Anteriormente, Taygor foi preso no dia 16 de outubro de 2023 ao ser flagrado em um cassino com 700 máquinas de jogos de azar, localizado no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande. Ele portava uma pistola Glock, carregador e munições.

O local foi alvo de ação da equipe da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras). 

Depois, em dezembro do ano passado, Taygor foi alvo de mandado de prisão em razão da Operação Sucessione, mas no dia 17 de julho de 2024, foi deferida a liberdade com monitoração eletrônica após a defesa alegar não existir motivos para a manutenção da prisão do acadêmico.

No entanto, dia 18 de setembro, a decisão foi revertida pelos desembargadores da 1ª Câmara Criminal. Por unanimidade, os magistrados decidiram restabelecer a prisão de Taygor, avaliando que sua liberdade representava um risco à “conveniência da instrução criminal”, uma vez que poderia intimidar as vítimas. 

Além disso, consideraram que os fatos investigados evidenciam “a periculosidade do recorrente, que faz parte de uma Organização Criminosa dedicada ao controle do jogo do bicho na região.”

Sucessione

Na denúncia da Operação Sucessione - a qual Taygor foi alvo de investigação - o deputado estadual Neno Razuk do PL é apontado como líder da organização criminosa dedicada à prática dos crimes de roubo majorado, exploração de jogos de azar, corrupção, entre outros.

Na primeira fase da operação ocorrida em 2023, quando três de seus assessores foram presos, o deputado Neno Razuk negou que tenha elo com a jogatina em Campo Grande e deixou claro que não deixaria a função de corregedor da Assembleia Legislativa.  Mas, seus três assessores, o major aposentado Gilberto Luiz dos Santos, Diego de Souza Nunes e Manoel José Ribeiro, foram demitidos. 

Além disso, informa a assessoria do Gaeco, à época, que mesmo depois da apreensão de cerca de 700 máquinas para apostas do jogo do bicho, ocorrida em 16 de outubro, o grupo continuou investindo na compra de novos equipamentos para repor o estoque, deixando claro que o grupo não havia se intimidado com a descoberta. 

Esse grupo de policiais aposentados estaria ligado ao deputado e a meta, conforme a investigação, seria expulsar da cidade um grupo paulista que teria passado a explorar a modalidade clandestina de apostas desde 2019 em Campo Grande. Os indícios eram de que pessoas ligadas ao deputado teriam participado de pelo menos três roubos de malotes com dinheiro de apostas do grupo rival. 

E depois das investigações iniciais, o GAECO concluiu que 15 pessoas, "cada qual a sua maneira, integravam organização criminosa armada, estruturalmente ordenada e com divisão de tarefas, voltada à exploração ilegal do jogo do bicho, roubos triplamente majorados, corrupção, entre outros crimes graves", informou o MPE.

O nome da operação (Sucessione) faz alusão à atual disputa pelo controle do jogo do bicho em Campo Grande, com a chegada de novos grupos criminosos que migraram para a Capital após a “Operação Omertà”, que em 2019 “destronou” a família Name, que durante décadas dominou essa modalidade de jogatina na cidade.

*Colaborou Neri Kaspary

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Deu 'piriri'

Estrangeiro é preso após passar mal e expelir cápsulas de drogas

O motorista do ônibus de viagem acionou policiais ambientais, alertando que um passageiro estava passando mal

23/09/2024 18h00

Divulgação PMA

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Um estrangeiro passou mal no banheiro de um ônibus de viagem e terminou preso ao ser flagrado expelindo cápsulas de cocaína.

A prisão ocorreu no último sábado (21). Segundo a Polícia Militar Ambiental (PMA), o motorista do ônibus pediu ajuda em um posto deles, localizado em Miranda.

De acordo com o que informou o motorista aos policiais ambientais, o passageiro estava vomitando cápsulas e, ao irem verificar a situação, constataram que se tratava de cápsulas de cocaína.

Ainda, segundo a PMA, com ele foram encontradas diversas cápsulas comumente usadas para o transporte do entorpecente. Diante da situação, o homem foi encaminhado ao hospital.

Até a última atualização recebida, ele havia expelido 86 cápsulas e não soube informar a quantidade precisa de entorpecentes que acabou engolindo. O estrangeiro segue internado, recebendo os cuidados médicos até que elimine todas as cápsulas.

O homem foi preso em flagrante e, quando receber alta, seguirá para a autoridade competente. A operação contou com a parceria da polícia militar.

A PMA não informou de onde o ônibus saiu e qual seria o destino.

Divulgação PMA

“A operação reforça o comprometimento da Polícia Militar em coibir o tráfico de drogas na região, especialmente no transporte internacional e interestadual, além de demonstrar a eficácia das ações conjuntas entre as unidades da corporação.”

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