O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), e o ministro da Defesa, José Múcio, lançaram a pedra fundamental da obra de restauração do Forte Coimbra, orçada em R$ 19 milhões. A solenidade foi realizada nesse sábado (20), em Corumbá, durante comemoração dos 250 anos do monumento.
Também participaram do evento o comandante do Exército, general Tomás Paiva, e o comandante do Comando Militar do Oeste (CMO), general Alcides de Faria.
Um dos símbolos históricos de Mato Grosso do Sul, o Forte Coimbra é considerado um marco da engenharia militar brasileira e desempenhou papel estratégico na defesa do território durante a definição de limites entre Portugal e Espanha.
A revitalização completa foi anunciada em agosto deste ano. A restauração foi contratada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e viabilizada por meio de um acordo entre CMO e a Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (APPA), que fará a captação de recursos por meio da pela Lei de Incentivos.
O Governo do Estado é parceiro da iniciativa, garantindo o acesso terrestre ao monumento, por meio da implantação da MS-454, obra de R$ 40 milhões que visa fomentar o potencial turístico sustentável do Forte Coimbra.
“Nós, enquanto poderes constituídos e responsáveis pela condução do Estado, temos obrigação de viabilizar, restaurar o Forte e potencializar para o Brasil e o mundo. A nossa história é importante para o país e para o Mato Grosso do Sul", disse o governador.
"Convido a iniciativa privada a participar desse processo, porque é um monumento que certamente vai ser reconhecido pela Unesco, o processo já está avançado, é uma referência global para a história da América do Sul. O Exército Brasileiro tem sido um grande parceiro, no processo como um todo de elaboração do projeto, da empresa que está assessorando, que fez o projeto de revitalização e restauração. Então, é um patrimônio do Brasil que o Exército tem um carinho enorme por ele e nós também. A parceria é mais do que natural e nós seguimos firmes para viabilizar essa restauração e a valorização desse ativo histórico que o Mato Grosso do Sul detém", acrescentou Riedel.
Na restauração do Forte Coimbra estão previstas algumas intervenções na parte estrutural como telhamento, hidráulica e elétrica e de acessibilidade, e ainda salas que contam a sua história, do Mato Grosso do Sul, do Exército Brasileiro, além da história das pessoas que estão na fronteira.
O ministro da Defesa destacou a importância do Forte Coimbra para a história e ressaltou que se ainda hoje é difícil ter acesso ao local, a situação ainda era muito mais complicada na época em que era usado pelos militares na defesa do território.
" Eu conversei com o governador [Eduardo Riedel] e ele está entusiasmado em participar, e tem o acesso que também vai continuar pelo Pantanal, que está com metade pronta. Mas o importante é que cada um cuide da sua parte para que nós possamos fazer um projeto único que sirva o povo do Mato Grosso do Sul, que sirva o país e que sirva as futuras gerações", disse José Múcio.
Também participaram da solenidade o vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha) e os secretários Antonio Carlos Videira (Sejusp), Jaime Verruck (Semadesc) e Marcelo Miranda (Setesc), além do presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de MS), desembargador Dorival Pavan e o presidente da ALEMS (Assembleia Legislativa de MS), deputado estadual Gerson Claro, e outras autoridades militares do país.
Pedra fundamental da restauração foi lançada durante solenidade dos 250 anos do Forte Coimbra (Foto: Saul Schramm)História
O Forte de Coimbra, localizado na região do Pantanal, foi fundado em 1775 e desempenhou um papel crucial na defesa da fronteira oeste do país, especialmente durante a Guerra do Paraguai.
A construção original era de madeira, mas foi reconstruída em pedra pelo engenheiro militar Ricardo Franco de Almeida Serra, que projetou a estrutura atual.
Ao longo de sua trajetória, a fortaleza testemunhou diversos conflitos, como a Guerra da Tríplice Aliança, em 1864, e se consolidou como base de apoio em operações das Forças Armadas no combate a ilícitos fronteiriços e na proteção do Pantanal, incluindo ações de prevenção e controle de incêndios florestais.
A construção fica na margem direita do Rio Paraguai, próximo à tríplice fronteira com a Bolívia e o Paraguai e foi tombada pelo Iphan em 1974.
A propriedade da construção é do Exército, que mantém uma guarnição na área, que tem uma vila de moradores devotos à Nossa Senhora do Carmo, padroeira do local, onde anualmente se comemora sua festa religiosa (16 de julho), uma das mais antigas do Estado.




