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Transporte Público

Greve dos motoristas é suspensa e negociações sobre salários são retomadas

A paralisação dos motoristas seria nesta segunda-feira, mas o sindicato recuou após receber contatos da Hemosul que poderiam atrapalhar na doação de sangue. As conversas serão retomadas no início da próxima semana

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A paralisação dos motoristas de transporte coletivo do Consórcio Guaicurus, que ocorreria na próxima segunda-feira (25), foi cancelada. A interrupção dos serviços havia sido agendada após os condutores não chegarem a um acordo com a empresa sobre o reajuste salarial.

Ao Correio do Estado, o presidente do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano), Demétrio Ferreira, informou que receberam um ofício do Consórcio Guaicurus na tarde desta sexta-feira (22) solicitando a retomada das negociações. Outra razão que levou o Sindicato a recuar foi o recebimento de um ofício do Hemosul, que pediu o adiamento da paralisação devido à Campanha Nacional de Doação de Sangue, pois a greve dificultaria o acesso dos campo-grandenses ao Hemocentro.

"A paralisação, por enquanto, está cancelada. Recebemos um ofício do Hemosul sobre a campanha nacional de doação de sangue, informando que a paralisação poderia atrapalhar muito a coleta. Outra mudança de postura ocorreu na tarde de hoje, quando recebemos um ofício do Consórcio Guaicurus marcando para segunda-feira, às 16 horas, uma nova rodada de negociações", relatou.

O anúncio da paralisação pegou a população e quem necessita dos serviços de surpresa, já que a paralisação do transporte público de Campo Grande estaria alinhada ao pedido de um possível reajuste salarial. 

Buscando entender o que está acontecendo, o Correio do Estado conversou na tarde de ontem com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Willian Alves, que afirmou que, desde o dia 25 de outubro, está encerrada a data-base da categoria e não houve indicativo de aumento.

“As empresas não sentam para negociar ou dizem que não tem proposta de reajuste. A gente está pedindo 8% de reajuste, mais os benefícios, e as empresas falam que não tem como oferecer nada enquanto a prefeitura não definir nada. Já fizemos quatro rodadas de negociações e não sai disso.

Então, já que a empresa não tem proposta e já está vencida a data base, nós decidimos fazer uma paralisação na segunda-feira”, explica Alves.

Ainda de acordo com o diretor do sindicato, na segunda-feira, dia da paralisação, haverá uma assembleia da categoria para deliberar sobre uma possível greve a partir de terça-feira.

Essa é a terceira ameaça de greve da categoria em menos de dois anos. Só no ano passado foram duas: uma em janeiro, quando os ônibus chegaram a ficarem parados dois um dia, e outra em dezembro, que não se concretizou, pois houve pagamento do vale salarial por parte do grupo de empresas.

Dessa vez, assim como nas outras, o Consórcio Guaicurus informou que não consegue indicar um porcentual de reajuste sem que haja o aumento do valor da tarifa de ônibus.

Em nota, o grupo de empresas responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande afirmou que aguarda uma posição da prefeitura sobre o aumento salarial dos seus funcionários.

“O Consórcio Guaicurus informa que está em negociação com o sindicato dos motoristas, por meio da intermediação da Agereg [Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos], uma vez que, por força de lei, é necessário expressa anuência do poder público. A empresa esclarece que foi surpreendida com a notícia de possível paralisação”, diz a nota.

O que está acontecendo? 

Como acontece todos os anos, a disputa entre o sindicato e o Consórcio Guaicurus ganha novos capítulos devido aos reajustes salariais.

Atualmente, o salário dos 1.100 motoristas é de R$ 2.749,00, com ticket de R$ 250,00, PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) de 9%, além de plano médico e odontológico.

Neste ano, a categoria solicita 8% de aumento e a elevação do ticket para R$ 350,00. Nas últimas negociações, o presidente do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano), Demétrio Ferreira, informou que o Consórcio ofereceu 4% de reposição da inflação.

Não aceitando a proposta oferecida, o sindicato sinalizou uma possível greve, o que surpreendeu o Consórcio Guaicurus em relação à mobilização.

Uma nova conversa deve acontecer na próxima segunda-feira (25), às 16h, quando novas propostas serão discutidas até que ambos os lados cheguem a um consenso.

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Acidente

Mecânico que matou 4 da mesma família em acidente na BR 060 tem prisão preventiva decretada

A decisão foi assinada nesta terça-feira (8) após constar o uso de bebidas e entorpecentes pelo motorista.

08/04/2025 14h31

David Lopes Queiroz continua internado sob escolta policial

David Lopes Queiroz continua internado sob escolta policial Reprodução

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Foi decretada nesta terça-feira (8) a prisão preventiva do mecânico David Lopes Queiroz envolvido no acidente fatal na BR-060, entre Sidrolândia e Campo Grande, que resultou na morte de 4 pessoas no último domingo (6). 

A decisão se deu após verificar-se especialmente pelo estado do motorista em flagrante, tendo indícios de que o mecânico dirigia sob efeito de álcool e, possivelmente, sob influência de cocaína. 

“Tal circunstância, embora ainda dependa de apuração mais aprofundada no decorrer da instrução criminal, soma-se à gravidade concreta do fato, notadamente pelas consequências da conduta, que teria resultado em duas ou mais vítimas fatais, conforme consta nos autos. Diante disso, entendo necessária e adequada a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva a, com fundamento no art. 312 do Código de Processo Penal, para garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal”, diz o documento assinado pelo juiz Francisco Vieira de Andrade Neto. 

David já havia tido sua prisão preventiva pedida pela Polícia Civil ao dar entrada no hospital com nome falso e apresentando sinais de embriaguez como “hálito etílico e fala arrastada com palavras com baixo calão, não colaborativo e com períodos de sonolência”, conforme consta na ocorrência registrada pela polícia. David permanece internado e com escolta policial e, após a alta médica, será encaminhado para a AGEPEN. 

Segundo a ocorrência, policiais se dirigiram até o endereço do mecânico e conversaram com o irmão de David, Diego Lopes, que confirmou que ele havia feito uso de cocaína. 

As vítimas do acidente foram Drielle Leite Lopes e seus três filhos: Helena de Leite Saraiva, de 10 anos, João Lúcio Leite Saraiva, de 2 anos, e José Augusto Saraiva, de apenas 3 meses. O filho mais velho de 12 anos, Otavio, que continua internado na Santa Casa de Campo Grande e o pai, Oldiney Centurion Saraiva foram socorridos com vida. 
 

saúde

Apesar de repasses públicos, crise na Santa Casa continua

Hospital continua superlotado, pagamento de PJs e empresas fornecedoras de insumos está atraso e procedimentos hospitalares estão suspensos

08/04/2025 13h04

Hospital Santa Casa, o maior de MS

Hospital Santa Casa, o maior de MS MARCELO VICTOR/arquivo

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Hospital Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de Mato Grosso do Sul, recebeu repasses milionários do Governo e Prefeitura, mas, ainda segue em crise financeira.

Em 24 de março de 2025, o hospital alegou níveis críticos de superlotação e que não admitiria novos pacientes, pressionando o poder público municipal e estadual.

A Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) repassa R$ 5 milhões mensais à instituição. Diante da pressão, na semana passada, anunciou que acrescentará mais R$ 1 milhão por mês. Com isso, o repasse mensal da Prefeitura à Santa Casa será de R$ 6 milhões.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), repassa R$ 9 milhões mensais à instituição. Com a pressão, cedeu mais R$ 25 milhões, que será pago em três parcelas até o mês de junho, com a primeira paga até 20 de abril.

Porém, mesmo com os novos repasses, a Santa Casa continua em crise:

  • Hospital está superlotado: hoje, terça-feira, 8 de abril de 2025, a ala verde tem capacidade para 7 pacientes, mas há 45 pessoas / ala vermelha tem capacidade para 6 pacientes, mas há 19 pessoas / existem 118 pacientes internados na ortopedia, sendo que 50 aguardam pela primeira cirurgia
  • Pagamentos de médicos PJ (pessoa jurídica) e de empresas fornecedoras de insumos estão atrasados. Vale ressaltar que o pagamento de CLT (Consolidação Leis do Trabalho), como enfermeiros, técnicos de enfermagem e limpeza estão em dia
  • Estão suspensos atendimentos ambulatoriais, cirurgias eletivas e transplantes renais das especialidades de ortopedia, cirurgia cardíaca e urologia. Os atendimentos de urgência e emergência funcionam normalmente
  • O hospital possui pacientes residentes, que são aqueles que ficam meses e meses internados, mais de 90 dias aguardando por procedimentos ou cirurgias que a instituição não pode arcar financeiramente. A média de pacientes residentes, em 2024, é de 4

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, o déficit mensal da instituição era de R$ 13,2 milhões, em dados apresentados pela instituição ao Ministério Público Estadual.

Conforme balanço de 2024, a Santa Casa alega faturamento de R$ 383,5 milhões, mas teve custos que somaram R$ 542,4 milhões.

De acordo com a diretoria da instituição, as soluções para o problema financeiro do hospital seriam:

  • Receber mais repasses financeiros do poder público – Sistema Único de Saúde (SUS) é subfinanciado, ou seja, o sistema não cobre toda a despesa de procedimentos
  • Reajustar a tabela SUS de repasses – tabela não é reajustada desde 2007 e os valores se tornaram ultrapassados
  • Rota de saída para paciente internado há muitos meses – hospitais precisam realocar pacientes internados há muito tempo
  • Expandir a linha privada (planos de saúde) para auxiliar a fonte de receita da instituição, subsidiar a ala SUS e amenizar o impacto financeiro que o hospital vem passando

De acordo com o diretor técnico da Santa Casa, William Lemos e diretora-presidente, Alir Terra, para sair da crise, o hospital precisa de dinheiro, financiamento e rota de saída de pacientes.

Hospital Santa Casa, o maior de MSColetiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (8) no Armazém Santa Casa. Foto: Marcelo Victor

“É necessário que haja um equilíbrio em relação à questão dessa tabela. A tabela foi aprovada em 2007, ela foi publicada em 2008, e de lá para cá, ela não teve um reajuste. Com relação às tabelas que nós recebemos que hoje dá uma quantidade de 2,6 tabelas, nós precisaríamos ter uma contratualização que chegasse a 4 tabelas pelos nossos cálculos. Nós precisamos de mais recursos. Esses recursos, por nossa parte, eles estão sendo viabilizados por meio de outros braços de negócio, como escola de saúde, como plano de saúde, como atendimento no particular, os regulados, que são via Unimed, e os não regulados, que são via CASSEMS e todos os outros planos de saúde. Essa é uma forma que nós temos de ajudar mais que essa área SUS seja mais atendida, com mais qualidade”, alegou a diretora-presidente durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (8) no Armazém Santa Casa.

“Nós tivemos em 2024 uma média de 4 pacientes residentes (pacientes que ficam mais de 90 dias no hospital), esses 4 pacientes deram um montante de 400 mil reais gastos pela santa casa, eles poderiam ter sido destinados para outra instituição. Nós precisamos de uma retaguarda para que esses pacientes não precisem ficar com um senhor com tumor cerebral de mais de 150 dias no hospital para alta”, pontuou o diretor técnico.

HOSPITAL SANTA CASA

Hospital Santa Casa de Campo Grande é o maior, mais importante e principal hospital de Mato Grosso do Sul.

Está localizado no quadrilátero das ruas 13 de Maio, Mato Grosso, Rui Barbosa e Eduardo Santos Pereira.

Atende 90% Sistema Único de Saúde (SUS) e 10% privado (planos de saúde: Santas Casa Saúde, Caixa, Correios, lojas macônicas, Cassems, Unimed, entre outros planos privados).

A entrada é da ala privada é pela avenida 13 de Maio e da ala SUS pela avenida Eduardo Santos Pereira.

Dos pacientes atendidos, 69% são de Campo Grande, 30% do interior e 1% de outros estados/países.

A Santa Casa de Campo Grande foi fundada em 1917. A construção do hospital começou em 1924 e foi concluída em 1928.

Atualmente, conta com a estrutura de:

  • Pronto Atendimento Adulto, Pediátrico e Obstétrico (SUS e convênio/particular)
  • 3 salas de estabilização (adulto, pediátrico e obstétrico)
  • 704 leitos operacionais, sendo 615 destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e 86 destinados aos convênios e particulares
  • 14 leitos Hospital DIA
  • 80 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Tipo III Adulto (SUS e convênio/particular)
  • 14 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Tipo III Pediátrica (SUS e convênio/particular)
  • 18 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Tipo III Neonatal (SUS e convênio/particular)
  • 11 leitos Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional (UCINCo) 
  • 04 leitos Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa)

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