Cidades

CAPITAL

Hospitais têm capacidade para 331 novos leitos nunca implantados

Unidades de saúde maiores foram construídas para oferecer mais vagas que as atualmente ativas

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Quem precisa sabe: conseguir um leito de internação num hospital público de Campo Grande tem sido um sacrifício. Mas a Capital poderia ter 331 leitos a mais, caso a capacidade instalada fosse de fato utilizada. Os três principais hospitais - Santa Casa, Regional e Universitário - têm espaços para internação construídos com dinheiro público, mas que nunca foram disponibilizados para uso da população.

Inaugurado em 1997, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) é um exemplo. A unidade tem área construída de 33, 5 mil metros quadrados e capacidade de atender 420 leitos hospitalares, divididos em 10 pavimentos. No entanto, segundo informações que constam no site do Governo do Estado, atualmente são 352 leitos ativos no hospital, o que significa 68 a menos que a capacidade total.

Já a Santa Casa, conforme dados apresentados no site da instituição, tem 591 leitos ativos para internação, em 18 especialidades, sendo 93 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 21 salas de cirurgia e 35 consultórios.

Porém, o prédio foi construído para oferecer 700 vagas, número nunca atingido, pois, na construção, não foi levado em consideração o espaço para os setores administrativos, o que fez com que o hospital “perdesse” o espaço de 109 leitos.

Outro exemplo de leitos inoperantes está no Hospital do Trauma. Com prédio inaugurado em março deste ano, depois de a obra se arrastar por 23 anos, a unidade tem capacidade para 126 leitos – entre Unidade de Terapia Intensiva (UTI – 10 leitos), enfermarias (98) e observação (18), além de cinco salas de cirurgia –, mas ainda não foi colocada em funcionamento por falta de recursos para custeio dos atendimentos, segundo a Santa Casa.

Também haveria espaço para mais vagas no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, que conta hoje com 232 leitos ativos, conforme informações do site da unidade.

Mas tem área total de 36 mil metros quadrados, que poderia receber até 260 leitos, conforme consta no site do Ministério da Educação (MEC), em que há informações sobre a unidade.

Segundo o secretário de Saúde do município, Marcelo Vilela, para que a população não seja prejudicada pela falta de leitos, é preciso haver uma melhor coordenação por parte dos hospitais, de forma que as vagas sejam usadas de maneira rotativa.

“Os leitos precisam ser organizados na gestão clínica de cada hospital. Quando eu falo gestão clínica, quero dizer, por exemplo, numa pneumonia espera-se que o paciente fique internado quantos dias? Tem um limite, o hospital costuma extrapolar esse tempo. Então, a questão clínica do leito é que tem que ser melhorada”, diz.

O secretário diz ainda que vem trabalhando para cobrir o deficit. “A demanda é de uns 140 leitos, que eu preciso implementar de imediato. Nós temos duas lutas para conseguir isso, a primeira para contemplar a Unidade do Trauma, que precisa ser aberta, com mais de 100 vagas. E eu tenho um projeto no hospital do Pênfigo, de contratualização, o que viabilizaria mais 
40 vagas”, explica o secretário.

De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), uma portaria indica que o número de leitos de internação deve ser de 2,5 a 
3,0 ativos a cada mil habitantes. Sendo assim, Campo Grande deveria ter mais de 2,6 mil  leitos ativos. No entanto, 
a Capital tem menos da metade disso, 1,2 mil.

“Campo Grande não possui leitos suficientes nem mesmo para atender a população local, sejam leitos clínicos gerais e cirúrgicos gerais, sejam leitos de UTIs, fato que tem causado severo transtorno aos usuários do SUS que, ao buscarem o tratamento para seus males, por vezes são internados em macas nos corredores dos hospitais”, diz relatório da promotora Filomena Aparecida Fluminham.

Uma ação sobre o caso tramita na 1ª Vara de Direitos Difusos e Coletivos desde 2014. Em abril deste ano, 
o MPMS solicitou que a prefeitura providenciasse, dentro de seis meses, 300 novos leitos para os pacientes da rede pública, sendo 80 para clínicos e 20 para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a 
cada 60 dias.  No fim deste período, seriam 240 novos leitos clínicos e 60 de UTI. 

Mas a solicitação não foi atendida pela Justiça, que apenas pediu a indicação de banca com três médicos, de preferência com especialização em saúde pública e/ou gestão hospitalar, para atuarem como peritos judiciais, devendo responder uma série de questões sobre a falta de leitos na Capital.

TRANSPORTE COLETIVO

Campo Grande: motoristas retomam negociação, mas risco de paralisação permanece

Categoria espera sucesso em mais uma rodada de negociação nesta segunda; ameaça de paralisação se mantém para esta semana

24/11/2024 15h40

Motoristas do Consórcio Guaicurus  haviam programado uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira (25).

Motoristas do Consórcio Guaicurus haviam programado uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira (25). Foto: Gerson Oliveira

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Após adiarem a paralisação anteriormente marcada para ocorrer na próxima segunda-feira (25), os motoristas de ônibus de Campo Grande devem retomar as negociações com o Consórcio Guaicurus a partir de amanhã. No entanto, sem um reajuste salarial, a possibilidade de uma greve não é descartada entre a classe.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano (STTCU), Demétrio Ferreira, a expectativa dos motoristas é que as negociações com a concessionária tenham finalmente uma definição nesta segunda-feira (25). Contudo, segundo o presidente, o acordo só deve ser firmado caso todas reivindicações iniciais sejam cumpridas. 

“Esperamos que amanhã tenha uma definição. Caso não tenha um acordo, durante a semana com certeza devemos fazer a paralisação. As reivindicações são as mesmas, reajuste salarial e benefícios. Não mudou nada”, explicou Demétrio ao Correio do Estado

Anteriormente, o sindicato havia recuado sobre a possibilidade de uma paralisação devido à retomada das negociações com a empresa. Além disso, uma solicitação do Hemosul para adiarem a  greve também foi levada em consideração pelos motoristas.

Paralisação 

No dia 21 de novembro, uma quinta-feira, os motoristas do Consórcio Guaicurus programaram uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira, dia 25 de novembro. 

Sem reajuste salarial, a cada ano, a renovação do contrato entre os motoristas de ônibus de Campo Grande e o Consórcio Guaicurus se torna um ponto central nas discussões sobre o transporte público da capital.

Atualmente, cerca de 1.100 profissionais reivindicam um reajuste salarial de 8%, sob justificativa de que a inflação tem ‘corroído’ seus ganhos, atualmente fixados em R$ 2.749,00. Além disso, a categoria busca um aumento no valor do ticket alimentação, que hoje é de R$ 250,00, para R$ 350,00.

Em contrapartida, o Consórcio Guaicurus, por sua vez, argumenta que a proposta apresentada, com um reajuste de 4% e outros benefícios, já é satisfatória, em razão do cenário econômico atual e das dificuldades enfrentadas pelo setor.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Willian Alves, desde o dia 25 de outubro está encerrada a data base da categoria e não houve indicativo de aumento.

Quais são os benefícios?

  • Vale gás mensal, já que hoje o benefício é ofertado mês sim, mês não;
  • Aumento de R$ 100 no vale alimentação, que iria de R$ 250 para R$ 350;
  • Reajuste de 2% na Participação nos Lucros, que atualmente é de 9% ao mês, acumulada em seis meses;
  • e ampliação na cobertura da assistência à saúde.
     

Reajuste

Devido ao desequilíbrio econômico alegado pela empresa, as contas do Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte público de Campo Grande, passam por uma perícia desde outubro. O objetivo da análise é avaliar a necessidade de reajuste na tarifa do ônibus , fixada atualmente em R$ 4,75. O consórcio, no entanto, solicita um aumento para R$ 7,79. 

No entanto, o processo de reajuste, que se arrasta desde o ano passado, foi suspenso em agosto deste ano pelo o juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 4ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, que decidiu suspender a revisão do contrato de concessão e o reajuste da tarifa até que a perícia fosse realizada.

Colaborou Daiany Albuquerque*

 

Investigação

Homem morre esfaqueado após discussão em posto de combustível

O autor do crime foi descoberto e, até o momento, não foi encontrado. Ele foi identificado pela polícia por meio das câmeras de segurança do local, que registraram a discussão seguida da morte

24/11/2024 14h30

Delegacia de Polícia Civil de MS

Delegacia de Polícia Civil de MS Divulgação/ PCMS

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Elton Jaqson Ferreira Lopes, de 27 anos, foi morto às facadas na madrugada deste domingo (24), na varanda de um posto de combustível em Eldorado, a 441 quilômetros de Campo Grande. O autor do crime foi descoberto e está sendo procurado pela polícia.

Conforme o boletim de ocorrência, a vítima estava em um posto de combustível quando foi encontrada com o suspeito no pátio do estabelecimento.

Ainda conforme relatos de testemunhas no boletim de ocorrência, o suspeito foi encaminhado por Elton e iniciou uma discussão ríspida entre os dois. Durante a briga, o autor, armado com uma faca, desferiu vários golpes contra a vítima, que morreu no local. Após cometer o crime, o suspeito fugiu do estabelecimento.

Equipes da Polícia Civil foram acionadas e, durante as investigações, tiveram acesso a imagens das câmeras de segurança, nas quais o autor foi identificado como José Carlos Lopes da Cruz, de 34 anos.

Com as informações em mãos, os policiais se dirigiram aos endereços relacionados ao suspeito, mas não o encontraram. No imóvel, os agentes da Polícia Civil encontraram fotos do autor que correspondiam às imagens identificadas pelas câmeras de segurança.

Conforme informações da Perícia Técnica, a vítima foi esfaqueada no peito, na mão e nas costas, totalizando cinco facadas.

O caso foi registrado na delegacia do município, e as investigações foram iniciadas na busca pelo paradeiro do suspeito, que segue foragido.

 

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