Cidades

MÁ HIGIENIZAÇÃO

Iagro lacra frigorífico e funcionários temem ficar desempregados

Abate de carnes já vem sendo suspenso desde fevereiro de 2023 por irregularidades, como ineficácia da bomba de cloro; carne acima da temperatura ideal; insetos no frigorífico; higienização comprometida; ineficácia dos esterilizadores e câmara fria lotada

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Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO) lacrou o frigorífico Beta Carnes Alimentos LTDA, localizado na Chácara das Mansões, saída para São Paulo, em Campo Grande.

Fiscais da IAGRO fecharam, por tempo indeterminado, as portas do frigorífico na última quinta-feira (23), e, desde então, 134 funcionários ficaram desamparados e temem ficar desempregados neste fim de ano.

Para isso, aproximadamente 60 trabalhadores realizaram um protesto, reivindicando pela reabertura do frigorífico, na manhã desta quarta-feira (29), na sede da IAGRO, localizada na avenida Senador Filinto Muller, número 1.146, bairro Pioneiros, em Campo Grande.

O frigorífico tem 11 meses de funcionamento e, de acordo com o diretor-adjunto da IAGRO, Cristiano Moreira de Oliveira, o abate de carnes já vem sendo suspenso desde fevereiro de 2023 por irregularidades, como ineficácia da bomba de cloro, que não elimina germes e bactérias que contaminam a carne; carne acima da temperatura ideal, o que estraga o alimento; insetos no frigorífico; higienização comprometida; ineficácia dos esterilizadores e câmara fria lotada.

Segundo o diretor-adjunto, vários prazos foram dados para que a empresa resolvesse os empecilhos, mas, foram descumpridos.

“Algumas situações impedem [o local] de continuar trabalhando. Não posso colocar a população em risco por causa de uma pressão dos trabalhadores. O frigorífico tem apresentado algumas não conformidades, toda vez que apresenta isso tem que apresentar um plano de ação para corrigi-las, esses planos de ações corrigem parcialmente e nunca totalmente, e quando a gente chega no ponto de que não consegue a garantia, a gente encerra e suspende o frigorífico. Se corrigir, nós mandamos um supervisor lá [no frigorífico], verificar se está tudo sanado, se tem condições de garantir a segurança dos alimentos, e aí a gente reabre o frigorífico”, explicou.

De acordo com Cristiano Moreira, o compromisso da IAGRO é garantir que alimentos cheguem com selo de qualidade na mesa do consumidor sul-mato-grossense.

“A IAGRO tem que garantir que o alimento que sai desse frigorífico tenha qualidade e que não tenha contaminação bacteriana ou qualquer outro problema que possa atrair prejuízos para a população. O cliente da IAGRO é a população/consumidor. A partir do momento que a gente não consegue a garantia de que o alimento esteja apto para consumo, a gente tem que suspender a produção até corrigir as não conformidades do frigorífico”, ressaltou.

SEM EMPREGO

Aproximadamente 60 trabalhadores realizaram protesto na manhã desta quarta-feira (29), na sede da IAGRO, localizada na avenida Senador Filinto Muller, número 1.146, bairro Pioneiros, em Campo Grande.

Eles reivindicavam pela reabertura do frigorífico e querem uma reposta sobre a permanência no emprego.

O magarefe, Luiz Antônio Cavalheiro, de 45 anos, afirmou que precisa do emprego para sustentar quatro filhos.

“Temos aí quase 200 funcionários desempregados e se a IAGRO fechar as portas do frigorífico, como vai pagar todo mundo? Ele [dono da empresa] não tem como pagar o décimo terceiro. Se a empresa voltar a trabalhar, vai ter recurso para pagar todos os funcionários e resolver as não conformidades que a IAGRO está apontando”, disse.

Técnico de segurança do trabalho, Cleiton Carlos da Silva, de 33 anos, mudou de São Gabriel do Oeste para Campo Grande para trabalhar no frigorífico e lamenta estar desempregado.

“Todo mundo precisa de emprego. Sou pai de uma menina de quatro anos e seis meses que ficou em São Gabriel e eu vim justamente em busca de um futuro melhor para ela. Eu penso em mim, mas também são 134 famílias lá dentro que dependem disso. Tem pessoas que podem arrumar um serviço fácil, mas outros não conseguem, não tem estudo, não tem condição. Com faz? Vai passar necessidade? Vai ficar sem comer? Não vai alimentar os filhos? Como vai ser um cidadão se não tem o mínimo para dar? Como vamos ficar sem salário? É muito difícil para nós”, lastimou.

De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vilson Gimenes, funcionários querem seu emprego de volta e temem não receber o pagamento do salário referente ao mês de novembro e décimo terceiro.

“Nessa briga quem perde é o trabalhador, o lado mais fraco. Nós estamos aqui fazendo uma pressão para que a IAGRO libere o frigorífico e o dono do frigorífico resolva esse problema e os trabalhadores recebam seus salários e seja garantido o emprego de pais e mães de família que dependem do trabalho. Nós queremos que os problemas da empresa sejam resolvidos com a empresa funcionando para não precisar demitir os funcionários”, explicou.

Ribas do Rio Pardo

Motorista ignora parada e capota carro roubado no interior de MS

Homem confessou aos policiais que veículo era produto de furto e que receberia R$ 1,5 mil para levar carro até Minas Gerais

24/12/2025 15h45

Foto: Divulgação / PRF

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Um motorista foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tarde desta terça-feira (23), após desobedecer a uma ordem de parada, fugir em alta velocidade e capotar um carro roubado na BR-262, em Ribas do Rio Pardo, no interior do Estado. Apesar da gravidade do acidente, o condutor saiu ileso.

De acordo com a PRF, a equipe realizava fiscalização de rotina no km 150 da rodovia quando deu ordem de parada a um Nissan/Versa. A sinalização foi feita por meios físicos, sonoros e luminosos, mas o motorista ignorou a determinação e iniciou a fuga.

Durante a perseguição, o condutor passou a dirigir de forma extremamente perigosa, com manobras em alta velocidade, ultrapassagens pela contramão e também pelo acostamento, colocando em risco outros usuários da via. Já no km 165, ao tentar ultrapassar um veículo pelo acostamento, ele colidiu lateralmente com o retrovisor de outro automóvel.

Após a colisão, o motorista perdeu o controle da direção, saiu da pista e capotou o veículo. Com o carro imobilizado, os policiais se aproximaram e deram voz de prisão ao condutor, identificado como Régis Yuri do Nascimento. Ele não sofreu ferimentos e foi algemado por precaução, diante do receio de nova tentativa de fuga.

Ainda no local, o homem confessou aos policiais que sabia que o veículo era produto de furto e que receberia R$ 1.500 para transportá-lo de Uberlândia (MG) até Campo Grande. Os agentes também constataram que o Nissan/Versa, modelo 16SL CVT, de cor cinza, estava com as placas adulteradas.

Durante a ocorrência, a PRF apreendeu o automóvel e um telefone celular da marca Samsung. A princípio, foram constatados os crimes de adulteração de sinal identificador de veículo automotor e desobediência. O caso foi encaminhado à Polícia Civil de Ribas do Rio Pardo.

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CRISE

Santa Casa "esquece" de médicos em acordo e incerteza sobre o 13º continua

Hospital anunciou fim da paralisação dos enfermeiros, farmacêuticos e parte administrativa na manhã desta quarta-feira (24), mas 'acordão' não contempla os médicos celetistas

24/12/2025 14h30

Santa Casa e médicos celetistas ainda não entraram em acordo sobre o 13º salário

Santa Casa e médicos celetistas ainda não entraram em acordo sobre o 13º salário Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A Santa Casa de Campo Grande e os médicos celetistas da entidade ainda não entraram em acordo sobre o pagamento do 13º salário e a previsão é incerta.

Nesta quarta-feira (24), o hospital anunciou que entrou em acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (Siems), Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de MS (Sintesaúde), Sindicato dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia de MS (Sinterms) e Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de MS (Sinfarms).

Na proposta feita pela Santa Casa e aceita pelas classes acima consta o pagamento de 50% do benefício na manhã desta véspera de Natal e o restante no dia 10 de janeiro, que será feita com dinheiro da 13ª parcela que o Governo do Estado transfere aos hospitais filantrópicos de MS e não está prevista em contrato. Com isso, a paralisação parcial chegou ao fim.

Porém, dentro deste ‘acordão’ feito entre o hospital e os sindicatos não estão contemplados os médicos celetistas. Segundo o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS), não houve sequer uma proposta da instituição para a classe, que, até o momento, não ameaça entrar em greve para que os serviços essenciais à população não parem.

Para garantir o pagamento do 13º, o sindicato entrou com pedido de liminar na Justiça na última terça-feira (23), pedindo para que o benefício fosse quitado integralmente dentro de 48 horas. Além disso, o Sinmed-MS pede indenização por danos morais no valor de R$ 500 mil, que seria revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

ACUSAÇÃO

Nesta terça-feira, o Sinmed enviou uma nota à imprensa acusando a Santa Casa de lockout, ou seja, que o hospital estaria pressionando uma greve da classe para gerar pressão no poder público.

Ainda no comunicado, o Sinmed-MS disse que os ofícios do hospital chegaram após o sindicato convocar uma assembleia com a categoria, na noite de segunda-feira, para debater sobre uma proposta feita pela instituição de como seria feito o pagamento do 13º salário. 

Na oferta, constava o parcelamento do benefício com início em janeiro de 2026, sem a inclusão de juros ou correções pelos atrasos.

Firmes na posição de não parar com as atividades, os médicos celetistas decidiram por não acatar a sugestão da Santa Casa. Além de entrar com pedido de liminar determinando o pagamento imediato do benefício, o sindicato também pede responsabilização de gestores e audiência de conciliação entre as partes para que o problema seja resolvido logo.

“Nunca vimos esse tipo de atitude na história da Santa Casa. O problema da falta de pagamentos e do 13º salário é de responsabilidade exclusiva deles como empregadores. Eles nos chamaram apenas um dia antes do vencimento do prazo para dizer que não pagariam, demonstrando total falta de gestão e de respeito com os médicos celetistas”, esclarece o presidente do Sinmed-MS, Marcelo Santana.

GREVE

Com duração de cerca de dois dias, a greve dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa impactou a população campo-grandense logo na semana de festividades natalinas, já que 30% dos funcionários das áreas citadas ficaram sem trabalhar, afetando atendimento e alguns serviços considerados essenciais.

Os serviços afetados pela paralisação dos funcionários foram: consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva (UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha.

Esta foi a segunda greve no setor de serviços essenciais em Campo Grande nos últimos sete dias. Na semana passada, todos os motoristas de ônibus ficaram quatro dias parados também por causa de atraso em pagamentos salariais, situação que foi resolvida somente no final da tarde de quinta-feira (18), após audiência de conciliação selar acordo entre as partes.

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